sábado, 31 de dezembro de 2016

A vigilância e a mortificação

PIO XII
  
[..] Tal vigilância de todos os instantes e em todas as circunstâncias é absolutamente necessária, "porque a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito desejos contrários à carne" (Gl 5,17). Se cedemos, pouco que seja, às seduções do corpo depressa seremos levados até essas "obras da carne" enumeradas pelo Apóstolo (cf. Gl 5,1921), que são os vícios mais vergonhosos da humanidade. 


Por este motivo, é preciso vigiar primeiramente os movimentos das paixões e dos sentidos, e dominá-los com uma vida voluntariamente austera e com a mortificação corporal, para os submeter à reta razão e à lei divina: "Os que são de Cristo crucificaram a sua própria carne com os vícios e concupiscências" (Gl 5,24). O apóstolo das gentes confessa de si mesmo: "Castigo o meu corpo e reduzo-o à escravidão, para que não suceda que, tendo pregado aos outros, eu mesmo venha a ser réprobo" (1Cor 9,27). Todos os santos e santas assim vigiaram os seus sentidos e reprimiram-lhes os movimentos, às vezes muito violentamente, segundo as palavras do divino Mestre: "Digo-vos que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração. E se o teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que ser o teu corpo lançado no inferno" (Mt 5,28-29). Essa recomendação mostra bem que nosso Redentor exige antes de tudo que não consintamos nunca no pecado, nem por pensamento, e que com a maior energia cortemos em nós tudo o que poderia, mesmo levemente, manchar esta virtude belíssima. Nesta matéria, nenhuma vigilância nem severidade é excessiva. E se má saúde ou outras razões não nos permitem pesadas austeridades corporais, nunca elas nos dispensam da vigilância e da mortificação interior.
(SACRA VIRGINITAS)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O DIREITO DE JULGAR A HERESIA

Triunfo de Santo Tomás de Aquino sobre os heréticos


OS PARTICULARES TÊM O DIREITO DE JULGAR QUE ALGUÉM É HEREGE ANTES DO JULGAMENTO DIRETO DA IGREJA?
(2000)
John S. Daly

“De que serviria a regra de fé e costumes, se a cada caso particular não pudesse fazer imediata aplicação dela o simples fiel?”
(D. Félix Sardá y Salvany, O Liberalismo É Pecado, cap. XXXVIII, p. 150).

Sim, um particular tem o direito, em certos casos, de julgar que alguém é herege antes do julgamento direto da Igreja, desde que sejam respeitadas algumas condições, a saber:
1. A falsa doutrina, defendida pela pessoa em questão, deve estar em oposição manifesta edireta a uma verdade que certamente deve ser crida com fé divina e católica*.
[*Enquanto o cânon 1325 declara herege quem nega ou duvida pertinaciter (pertinazmente) de uma verdade a ser crida com fé divina e católica, o cânon 1323 sublinha que doutrina alguma é considerada pertencente a essa categoria “nisi id manifeste constiterit” (a não ser que isso seja manifesto). Herrmann resume a doutrina comum dos teólogos fazendo a precisão de que proposição herética é aquela que se opõe diretamente, certamente e manifestamente a uma dessas verdades (Inst. Theol. Dogm. I. 32).]

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Santos Inocentes, Mártires


28 de Dezembro 

Santos Inocentes

Mártires



Um trágico episódio de sangue é narrado apenas pelo evangelista São Mateus, que se dirige principalmente aos leitores provenientes do judaísmo, com a intenção de demonstrar que em Jesus se cumpriram as antigas profecias, até aquela do grito de dor de Raquel chorando os próprios filhos.


Os meninos de Belém e dos arredores, que o suspeitoso e sanguinário Herodes mandou matar, com a esperança de suprimir o Messias-rei, são as primícias dos redimidos e santificados pelo Salvador Jesus, segundo sua própria promessa:"Aquele que tiver perdido a sua vida por minha causa a encontrará".


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Retiro de Natal

Realizamos do dia 23/12 a 25/12 mais um retiro de Natal, baseado nos retiros espirituais de Santo Inácio de Loyola.
Foi uma espécie de continuação do retiro do ano passado, um pouco mais curto devido a falta de tempo, mas não menos proveitoso.
Deus Seja louvado por Santo Inácio.
Agradecemos mais uma vez ao Padre pela disponibilidade e cuidado com os fiéis.




















Fonte:http://missaonsg.blogspot.com.br

sábado, 24 de dezembro de 2016

Maria, Mãe que não sentiu dor no parto


"[Maria] deu à luz sem dor e emigrou deste mundo sem corrupção, em conformidade com a palavra do anjo, aliás, de Deus por meio do anjo, para que fosse provado que ela é plena, não semiplena de graça..." (Carta Ex litteris tuis, DZ 748)
 
"A Eva foi dito: Em dores darás a luz [teus] filhos. Maria ficou isenta desta lei. Conservando a integridade de sua virginal pureza, [...] Maria deu à luz a Jesus, Filho de Deus, sem sofrer dor de espécie alguma." (Catecismo Romano, I Parte, Cap. 4, III)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O pecador expulsa Deus do seu coração


Retira-te de nós, pois não queremos conhecer os teus caminhos” (Jó 21, 14). 
 O pecador sabe que Deus não pode ficar com o pecado. Vê que pecando obriga a Deus a afastar-se. Diz-lhe portanto, não com palavras, mas de fato: Senhor, já que não podeis ficar junto com o meu pecado, e quereis partir, podeis ir-Vos embora. Expulsando assim Deus de sua alma, deixa entrar imediatamente o demônio, que dela toma posse. Que baixeza! Irmão meu, dize-me: praticaste tu também tão grande vilania para como Jesus Cristo?... terás a triste coragem de a tornares a praticar no futuro?
*          *          *
Meu Redentor, todas as vezes que pequei, expulsei-Vos de minha alma e fiz tudo que Vos deveria tirar a vida, se ainda pudésseis morrer. Eu Vos ouço perguntar-me: Que mal te fiz, e em que te desagradei, para me causares tantos desgostos? – Perguntais-me, Senhor, que mal me fizestes? Destes-me o ser, e morrestes por mim: É este o mal que me haveis feito. Que deverei, pois, responder? Confesso que mereço mil infernos, e é justo que a eles me condeneis. Lembrai-Vos, porém, do amor que Vos fez morrer por mim na cruz; lembrai-Vos do sangue que por mim derramastes, e tende piedade de mim.
Mas já o sei, não quereis que desespere. Ou antes avisai-me de que Vos conservais à porta do meu coração, donde Vos bani, e que nela estais batendo por meio das vossas inspirações, a fim de novamente entrar. Gritai-me que eu abra. Sim, meu Jesus, expulso o pecado, arrependo-me de todo o meu coração, e amo-Vos sobre todas as coisas. Entrai, meu amor, está aberta a porta. Entrai e nunca mais Vos afasteis de mim. Prendei-me com os laços do vosso amor, e não consintais que me torne a separar de Vós. Não, meu Deus, não queremos mais separar-nos. Abraço-vos, aperto-Vos ao meu coração. Dai-me a santa perseverança. Não permitais que me separe de Vós.

Maria, minha Mãe, socorrei-me sempre, rogai a Jesus por mim. Alcançai-me a felicidade de nunca mais perder a sua graça.


Santo Afonso de Ligório

domingo, 11 de dezembro de 2016

Panetones de Natal — inspiração celeste para as famílias católicas



No Natal, os britânicos preparam o tradicional“pudding” [foto abaixo], oriundo da Idade Média e que segundo instrução da Igreja Católica, “deve ser feito no domingo 25, após a Trindade”. 


“Ele é preparado com 13 ingredientes para representar Cristo e os 12 Apóstolos, e em cuja massa todos os membros da família devem dar uma mexida durante a preparação, um de cada vez, de leste a oeste, a fim de homenagear os Reis Magos e sua suposta jornada nessa direção”

sábado, 10 de dezembro de 2016

O Santo Sacrifício da Missa



O que é um sacrifício?

Vimos que o sacrifício de Jesus Cristo na Cruz, onde o Salvador é, ao mesmo tempo, vítima e sacerdote, é como a fonte de toda a vida litúrgica. Todas as cerimônias litúrgicas podem ser estudadas partindo do sacrifício do Calvário\. Devemos, por isso, saber exatamente o que é um sacrifício.

Vamos analisar as palavras: 

A raiz que dará origem à palavra sacrifício é, em latim, sacer. Esta raiz tem o sentido de algo que não pode ser tocado. Daí, passou a significar: o que pertence ao mundo do divino. 

A língua latina, na época em que era falada, foi dando origem a novas formas desta raiz: 

Sacra: as cerimônias do culto divino 

Sanctus: algo tornado sagrado e inviolável, santo 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Matéria, forma e efeito dos sete sacramentos


TRECHO DA BULA EXSULTATE DEO, DE 22/11/1439 (CONCÍLIO DE FLORENÇA - DZ 1310-1328)

[...]Em quinto lugar, para facilitar a compreensão aos armênios de hoje e de amanhã, redigimos nesta brevíssima fórmula a doutrina sobre os sacramentos. Os sacramentos da nova Lei são sete: batismo, confirmação, Eucaristia, penitência, extrema-unção, ordem e matrimônio, e diferem muito dos sacramentos da antiga Lei. Aqueles, de fato, não produziam a graça, mas significavam somente que ela teria sido concedida pela paixão de Cristo; estes nossos sacramentos, ao contrário, não apenas contêm em si a graça, como também a comunicam a quem os recebe dignamente.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A IMACULADA CONCEIÇÃO E O PLANO DE DEUS


Celebramos hoje a festa da Imaculada Conceição, ou seja, o privilégio que a Virgem Maria recebe, no momento mesmo de sua concepção no seio de sua mãe, Santa Ana, de ver-se livre do pecado original. Este dogma celebra, pois, a primeira vitória total contra o pecado, porque significa isenção de todo o poderio do pecado e do demônio sobre a alma bem-aventurada de Maria; vitória de Cristo, único Salvador do gênero humano, pois a Imaculada Conceição foi concedida a Maria em vista dos méritos de Cristo em sua Paixão e morte.
Gostaria de considerar, por ocasião desta festa, dois pontos: em primeiro lugar, o aspecto combativo e atual deste dogma; em segundo, como, por este dogma, se nos revela o grandioso plano de Deus de redimir o gênero humano por um Homem e uma Mulher.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A EFICÁCIA DA ÁGUA BENTA CONTRA OS DEMÔNIOS (TENTAÇÕES)



A vida dos santos nos ensina a eficácia da água benta contra os demônios e contra as desordens que podem ocorrer na natureza, e que são causadas pelos pecados e pela malícia do demônio. Ela nos torna cada vez mais seguros de vencermos em nossos combates espirituais.
CAPÍTULO 31
[…]
2. Estava eu uma vez num oratório e apareceu-me para o lado esquerdo, em figura abominável; em especial reparei na boca, porque me falou e a tinha horrenda. Parece-me que lhe saía do corpo uma grande chama, que era toda clara, sem sombra. Disse-me de modo terrível que eu bem me tinha libertado de suas mãos, mas que ele me faria voltar a elas. Tive grande temor e benzi-me como pude; desapareceu e voltou logo. Por duas vezes me aconteceu isto. Eu não sabia que fazer de mim; tinha ali água benta e lancei-a para aquele lado e nunca mais voltou.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O ROSÁRIO E AS ALMAS DO PURGATÓRIO


O Rosário é um tesouro dos mortos também. Um dia, São Domingos pregava sobre a eficácia do Rosário em favor das almas sofredoras. 

Era nas planícies do Languedoc.

 Um homem incrédulo zombou do Santo. Naquela noite teve uma misteriosa visão. 

Via as almas se precipitarem nos abismos do purgatório e Maria Santíssima, com uma cadeia de ouro, as tirava do abismo e as punha em terra firme.

 Era uma imagem do Rosário, cadeia de ouro pela qual Nossa Senhora arranca do purgatório as pobres almas sofredoras. Quantos prodígios faz o Rosário em favor dos seus devotos na vida, na morte e depois da morte, no purgatório! 

Além do mais, o Rosário é um tesouro de muitas indulgências, que podemos aplicar em sufrágio das pobres almas.

Vamos rezá-lo sempre, nas horas vagas, pelas estradas, em toda parte, não percamos o tempo.

 Aproveitemos para rezar muitos rosários pelas pobres almas. Temos tantos parentes e amigos e tantas almas queridas no purgatório! Vamos aliviá-las com nosso rosário bendito!
(Texto tirado do livro Socorramos as pobres almas do purgatório) Mons. Ascânio Brandão (1953 /1954)

Fonte: Formato Virginis 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Com que idade deve a criança fazer a Primeira Comunhão? Responde-nos São Pio X


S. CONGREGAÇÃO DOS SACRAMENTOS
Decreto “Quam singulari”
 

1.    As paginas do Santo Evangelho manifestam às claras o singular amor que Jesus Cristo teve aos meninos, durante os dias da sua vida mortal. Eram suas delícias estar no meio deles; costumava impor-lhes as mãos, abraçava-os e abençoava-os. Levou a mal que os seus discípulos os apartassem dele, repreendendo-os com aquelas graves palavras: deixai que os meninos venham a mim, e não os proibais, pois deles é o Reino de Deus(Mc 10, 13. 14. 16). E quanto estimava a sua inocência e a candura de suas almas, bem o manifestou quando, chamando a um menino, disse a seus discípulos: Na verdade vos digo, se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus. Todo aquele que se humilhar como este menino, este é o maior no reino dos céus: E aquele que receber um menino tal como estes em meu nome, a Mim é que recebe (Mt 18, 3. 4. 5).