quinta-feira, 21 de junho de 2018

Agonia das almas perdidas


                                                            Almas cercadas de lama.
                                               Odores putrefatores.
                                               Dores, piores horrores.
                                               Só há ódio, não se ama.
 
                                              Queimam sem se consumir.
                                              Choram sem se consolar.
                                              E põem-se a gritar.
                                              Clamores pra quem ouvir?
 
                                              Companhia do demônio.
                                              Tormentos o tempo inteiro.
                                              Não é nada passageiro,
                                              não se acorda, não é sonho.
 
                                                 As trevas pra habitar.
                                              Falta luz, mas vê-se o mal
                                              que está em cada qual
                                              das almas de tal lugar.
 
                                             Tudo é aterrador.
                                             Não sorriem, não há como.
                                             Nem se alegram, não há como.
                                             Só se vive imensa dor.

                                             Pois abandonaram Deus.
                                             Eis porque abandonadas.
                                             Hoje são almas danadas,
                                              justos destinos os seus.
 
                                             E eu não disse tudo...

Fonte: 
Do livro "A Conversão do Poeta", de Claudiomar Ferreira de Medeiros Filho 

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Ações para se chegar à santidade


"Corrigir os indisciplinados, confortar os pusilânimes, amparar os fracos, refutar os opositores, precaver-se dos maliciosos, instruir os ignorantes, estimular os negligentes, frear os provocadores, moderar os ambiciosos, encorajar os desanimados, pacificar os litigiosos, ajudar os necessitados, libertar os oprimidos, demonstrar aprovação aos bons, tolerar o maus e [ai de mim!] amar a todos". – SANTO AGOSTINHO

(Sermo 340, 3: PL 38, 1484; cf. F. Van der Meer, Augustinus der Seelsorger, (1951), 318)

terça-feira, 19 de junho de 2018

OS MAIS BELOS ENSINAMENTOS DOS SANTOS SOBRE: O SOFRIMENTO


SANTO AGOSTINHO
“Queima, Senhor, corte neste mundo, contanto que me poupes na vida eterna”.
“Deus quer destruir em ti o que tu mesmo fizeste e pôr a salvo em ti o que ele fez”.
“Provados pela mesma desgraça, os maus odeiam a Deus e blasfemam enquanto os bons rezam e louvam. A diferença não está na desgraça sofrida, mas na qualidade de quem sofre. Agitados o lodo e o perfume, o primeiro cheira mal e o segundo exala agradável fragrância”.
“Nossa vida é uma peregrinação. E, como tal, está cheia de tentações. Porém, nossa maturidade se forja nas tentações. Ninguém conhece a si mesmo se não é tentado; nem pode ser coroado, se não vence; nem vencer, se não luta; nem lutar, se lhe faltam inimigos”.
“Quando um homem começa a renovar-se espiritualmente, começa também a ser vítima das más línguas de seus difamadores. Quem não sofreu esta prova não começou ainda a progredir. E quem não está disposto a sofrê-la, é porque não está decidido a converter-se”.

SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
“Todos os sofrimentos vêm das mãos de Deus, diretamente ou indiretamente através dos homens”.
“Quando uma alma goza da presença amorosa de Deus, todas as dores, os desprezos e os maus tratos, em vez de afligirem, consolam, pois são motivos para oferecer a Deus alguma prova de seu amor”.
“É na adversidade e não na prosperidade que Deus prova a fidelidade de seus servos e separa o trigo da palha”.
“Como poderá uma pessoa que ama a Jesus Cristo deixar de aceitar os desprezos, vendo seu Deus suportar escarros e tapas como sofreu na sua Paixão?”

SANTA CATARINA
“É na adversidade que se prova ter paciência e amor”.

SANTA TERESA D’ÁVILA
“O Senhor prova com aridez e tentação aqueles que o ama. Ainda que a aridez leve toda a vida, não deixe a alma a oração; tempo virá em que tudo será pago”.
“Muitas vezes Deus quer que seus eleitos sintam a própria miséria”.

SÃO LEÃO MAGNO
“Não há, caríssimos, obras de virtude sem experiência da tentação, fé sem provações, combate sem inimigos, vitória sem luta”.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

OS TRÊS DIAS DE TREVAS



Por cúmulo das desgraças, o mundo será envolto em trevas de três dias contínuos, durante os quais nenhum meio de iluminação funcionará, a não ser velas bentas...
O que acontecerá nessa noite pavorosa é indescritível! Muitos [maus] enlouquecerão, muitos suicidar-se-ão.
Os próprios demônios — afirmam as profecias  sairão do inferno, para matar os ímpios.
A confusão será tal, que ninguém compreenderá mais nada.

À guerra exterior, feroz e destruidora, deve pois juntar-se uma calamidade, não menos horrível e destruidora - a de três dias de trevas, em seguida.

(...)

Deus permitirá pois que, nestes dias angustiosos, os demônios saiam do abismo e venham cá à terra, servir de instrumento justiceiro nas mãos do Onipotente.

O demônio que tanto odeia os homens, que procura perdê-los por todos os meios, terá, durante estes dias, a licença de exercer o seu mal contido ódio, e de se entregar aos excessos das suas vinganças contra os homens.

Felizmente este ódio, como fazem notar as profecias, se exercerá, sobretudo, contra os maus, contra todos aqueles que vivem longe de Deus, da sua Igreja, dos Sacramentos e dos mandamentos divinos.

É nas fileiras dos maus, dos apóstatas, dos renegados, dos vendidos, dos gozadores, que o demônio fará a sua colheita lúgubre, purificando a terra e dando a todos uma lição tremenda da justiça divina.

Fonte: "O Fim do Mundo Está Próximo?", de Pe. Júlio Maria Lombaerde, p. 37 e 39.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Regras Espirituais para um Padre que Aspire à Perfeição - Santo Afonso Maria de Ligório



1. Evitar o pecado e a perturbação depois do pecado
Um Padre que aspira à perfeição e deseja santificar-se, deve primeiro que tudo tomar a peito evitar antes o pecado que a morte, até o mínimo pecado venial deliberado. Depois do pecado de Adão, no estado actual da fragilidade humana, ninguém pode e nunca pôde — à excepção de Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima — ser isento de todas as faltas veniais indeliberadas; mas podemos muito bem, com o auxílio de Deus, evitar todas as faltas deliberadas, isto é, cometidas com plena advertência e consentimento; é o que têm feito os santos. Quem aspira à perfeição deve estar bem decidido a deixar-se antes martirizar, do que dizer com advertência plena uma mentira, ou cometer qualquer outro pecado venial, por pequeno que seja.
Tal deve ser a sua resolução; mas, se tiver a desgraça de cair nalguma falta, deliberada ou indeliberada, não se perturbe nem inquiete. Nunca a inquietação vem de Deus, é um fumo que não pode sair senão do próprio abismo da inquietação, que é o inferno. Vem-nos de lá, porque, como dizia com razão S. Luís de Gonzaga, o demónio pesca sempre nas águas turvas.
Quando uma pessoa, por exemplo, cometeu uma falta, perturba-se, e depois perturba-se por se haver perturbado: neste estado de inquietação, não só será incapaz de praticar o bem, mas até facilmente cometerá muitas outras faltas, quer de impaciência, quer doutra espécie.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Consagração a Santo Antônio




Ó grande e bem-amado Santo Antônio de Pádua!

Vosso amor a Deus e ao próximo, vosso exemplo de vida cristã, fizeram de Vós um dos maiores Santos da Igreja.

Eu vos suplico tomar sob vossa proteção valiosa minhas ocupações, empreendimentos, e toda a minha vida.

Estou persuadido de que nenhum mal poderá atingir-me enquanto estiver sob vossa proteção.

Protegei-me e defendei-me: sou um pobre pecador.

Recomendai minhas necessidades e apresentai-vos como meu medianeiro a Jesus, a quem tanto amais.

Por vosso mérito, Ele aumente minha fé e caridade, console-me nos sofrimentos, livre-me de todo mal e não me deixe sucumbir na tentação.

Ó Deus poderoso, livrai-me de todo o perigo do corpo e da alma.

Auxiliado continuamente por Vós, possa viver cristãmente e santamente morrer. 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Como queres receber de Deus os castigos por teus pecados? Aplicados com misericórdia ainda neste mundo, ou no outro com punição da justiça rigorosa



Com efeito, queridos Amigos da Cruz, sois todos pecadores. Não há um só dentre vós que não mereça o inferno, e eu mais que ninguém. É preciso que nossos pecados sejam castigados neste mundo ou no outro. Se o forem neste, não o serão no outro.

Se Deus os castigar neste mundo de acordo conosco, esta punição será amorosa: quem há de castigar será a misericórdia, que reina neste mundo, e não a justiça rigorosa. O castigo será leve e passageiro, acompanhado de atenuantes e de méritos, seguido de recompensas no tempo e na eternidade.

Mas se o castigo necessário dos pecados que cometemos for no tempo reservado para o outro mundo, a punição caberá à justiça vingadora de Deus, que leva tudo a fogo e sangue! Castigo espantoso, horrendo, inefável, incompreensível: Quem conhece o poder de tua cólera?” ( Sl 89, 2). Castigo sem misericórdia, sem piedade, sem alívio, sem méritos, sem limite e sem fim. Sim, sem fim: esse pecado mortal de um momento, que cometestes; esse pensamento mau e voluntário, que escapou a vosso conhecimento, essa palavra que o vento levou; essa açãozinha contra a lei de Deus, que durou tão pouco, será punida eternamente, enquanto Deus for Deus, com os demônios no inferno, sem que o Deus das vinganças tenha piedade de vossos soluços e de vossas lágrimas, capazes de fender as pedras! Sofrer para sempre sem mérito, sem misericórdia e sem fim!

Será que pensamos nisto, queridos Irmãos e Irmãs, quando sofremos alguma pena neste mundo? Como somos felizes de poder trocar tão vantajosamente uma pena eterna e infrutífera por outra, passageira e meritória, carregando nossa cruz com paciência! Quantas dívidas temos a pagar! Quantos pecados temos, cuja expiação, mesmo após amarga contrição e confissão sincera, será preciso que soframos no purgatório durante séculos inteiros, porque nos contentamos, neste mundo, de penitências leves demais! Ah! Paguemos neste mundo de forma amigável, levando bem nossa cruz! Tudo deverá ser pago rigorosamente no outro, até o último centavo, mesmo uma palavra ociosa. “No dia do castigo deveremos dar conta de toda palavra ociosa que houvermos dito” (Mt 12, 36). Se pudéssemos arrebatar ao demônio o livro de morte, onde anotou os nossos pecados todos e a pena que lhes corresponde, que grande “debet” verificaríamos, e como nos sentiríamos encantados de sofrer durante anos inteiros neste mundo, para não sofrer um só dia no outro!

Por São Luiz Maria Grignion de Montfort em CARTA AOS AMIGOS DA CRUZ