segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

São Macário do Egito - O Inferno



São Macário do Egito encontra uma caveira e conversa com ela sobre o Inferno
Um dia, São Macário encontrou um crânio e perguntou-lhe quem foi. "Um pagão" ele respondeu.
"E onde está sua alma?" O santo perguntou.
"Estou tão abaixo de você quanto você esta abaixo do Céu!" O respondeu crânio em gemidos.
Macário ordenou que respondesse: "E existem outras almas ainda mais baixo de ti?"
O crânio respondeu: "Sim! As almas dos judeus!" O Santo quis saber mais. "E ainda mais baixo do que os judeus. Quem está?"
O crânio foi rápido a responder: "Sim! As almas dos maus católicos que foram resgatadas com o sangue de Cristo e fizeram pouco desse precioso sacrifício!"
"Ergo et ego faciam in furore non parcet oculus meus nec miserebor et cum clamaverint ad aures meas voce magna non exaudiam eos: Está bem! Eu, de minha parte, procederei com furor, não terei condescendência, serei impiedoso. Inutilmente clamarão a meus ouvidos, não os ouvirei." Ezequiel 08:18
"Timidis autem et incredulis et execratis et homicidis et fornicatoribus et veneficis et idolatris et omnibus mendacibus pars illorum erit in stagno ardenti igne et sulphure quod est mors secunda: Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte." Apocalipse 21: 8
"Et alius angelus tertius secutus est illos dicens voce magna si quis adoraverit bestiam et imaginem ejus et acceperit caracterem in fronte sua aut in manu sua et hic bibet de vino iræ Dei qui mixtus est mero in calice iræ ipsius et cruciabitur igne et sulphure in conspectu angelorum sanctorum et ante conspectum agni et fumus tormentorum eorum in sæcula sæculorum ascendit nec habent requiem die ac nocte qui adoraverunt bestiam et imaginem ejus et si quis acceperit caracterem nominis ejus.: Um terceiro anjo seguiu-os, dizendo em alta voz: Se alguém adorar a Fera e a sua imagem, e aceitar o seu sinal na fronte ou na mão, há de beber também o vinho da cólera divina, o vinho puro deitado no cálice da sua ira. Será atormentado pelo fogo e pelo enxofre diante dos seus santos anjos e do Cordeiro. A fumaça do seu tormento subirá pelos séculos dos séculos. Não terão descanso algum, dia e noite, esses que adoram a Fera e a sua imagem, e todo aquele que acaso tenha recebido o sinal do seu nome." Apocalipse 14: 9-11
Post original em inglês de Matthew Taylor

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Santa Catarina de Sena & Sedevacantismo


"Mesmo se o Papa fosse Satanás encarnado, não deverímos levantar nossas cabeças contra ele, mas com calma deitarmos em seu seio para descansar. Aquele que se rebela contra nosso Pai é condenado à morte, pois aquilo que fazemos à ele, fazemos à Cristo: honramos à Cristo, se honramos o Papa; desonramos Cristo, se desonramos o Papa. Eu sei muito bem que muitos se defendem ao declarar: "Eles são tão corruptos, e cometem todo tipo de mal!" Mas, Deus ordenou que mesmo se os padres, os pastores, e o Cristo-na-terra fossem demônios encarnados, deveríamos ser obedientes e sujeitos à eles, não por causa deles, mas por amor à Deus, e por obediência à Ele."

- Santa Catarina de Siena, em Sta. Catherine de Siena, SCS, p. 201-202, p. 222.


A resposta:


Santa Catarina está simplesmente usando uma "força de expressão" para enfatizar um ponto. A de que Papas, bispos e padres podem ser maus, mas isso necessariamente não os tornam "não-papas / não-bispos / não-sacerdotes".


Observe que Santa Catarina está se referindo a um papa, e não à um antipapa. Por lei Divina e da Igreja, hereges / apóstatas não podem, de forma alguma, serem papas. Portanto, Santa Catarina não estava se referindo ao oxímoro papa herético. 


Nossa posição é a de que os papas devem ser Católicos para serem papas. Sua santidade ou maldade não tem qualquer influência sobre a questão que tratamos no momento. Portanto, a declaração de Santa Catarina não tem qualquer influência sobre o sedevacantismo, exceto que a declaração dela corrobora com nossa posição contra a FSSPX, que defende a desobediência aos papas.


Dito isto, o contemporâneo de Santa Catarina, São Vicente Ferrer nos dá o precedente histórico. Escrevi sobre isso aqui: O sedevacantista São Vicente Ferrer.


Tenha em mente que a segunda marca da Igreja Católica é a santidade. É artigo de fé [o ensino] de que a Igreja é santa. Isso incluiria todos os seus ensinos, leis e práticas. Se um único ensinamento, lei ou prática não for santo, então você sabe que não é a Igreja Católica.


Portanto, apesar de um papa poder ser profano, ele jamais poderia promulgar um ensino, lei ou prática profana para a Igreja universal. No entanto, os papas do Vaticano II já promulgaram coisas que a Igreja condenou como profana, como uma liturgia prejudicial. Bento XVI chegou a admitir em sua autobiografia que a missa nova "provocou extremo e grave dano à Igreja", o que é impossível para a verdadeira Igreja, especialmente à luz do ensinamento do Papa Pio XII de que a liturgia é uma fonte não contaminada. Coroinhas [meninas] foram condenadas várias vezes, mas João Paulo II aprovou-as através do direito canônico. Leia aqui: Meninas coroinhas/acólitas são impossíveis para a verdadeira Igreja Católica.


Os papas do Vaticano II têm promulgado várias heresias e práticas condenadas, tais como: a heresia de uma Igreja formalmente dividida de Cristo, communicatio in sacris com não-católicos, um direito civil à liberdade religiosa, a Revelação Divina foi concluída na Crucificação, os judeus não são apresentados nas Escrituras como rejeitados ou amaldiçoados, deficiências na formulação da doutrina da Igreja devem ser colocadas corretamente, etc. Eu poderia fornecer outras coisas, mas estas bastam.


Ou sedevacantismo é verdadeiro ou as portas do inferno prevaleceram. Faça sua escolha.


Se Santa Catarina de Sena vivesse hoje, ela ficaria horrorizada ao pensar que algum Católico pudesse acreditar que Francisco fosse papa. Ela diria que o diabo é mais qualificado.


Vou colocar esta pergunta e resposta para as outras pessoas que já hesitaram em aceitar o fato de que Francisco não é papa baseados na citação de Santa Catarina



Fonte: http://sedevacantismobrasil.blogspot.com/2016/08/santa-catarina-de-siena-e-o.html?m=1

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O diabo não intervém nos fenômenos da natureza com autoridade própria


8. Se alguém crê que o diabo tenha feito algumas criaturas no mundo e que o diabo mesmo faça com autoridade própria trovões, raios, tempestades e secas, como o diz Prisciliano,seja anátema.”

(Papa João III, I Sínodo de Braga, 1º de Maio de 561, Denzinger, 458)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A história invulgar de São Nicolau, o verdadeiro Pai Natal


São Nicolau nasceu na cidade de Patras, de pais santos e ricos. O pai, Epifânio, e a mãe, Joana, geraram-no na primeira flor da juventude e viveram a partir de então em continência, levando uma vida de celibatários.

Diz-se que no primeiro dia em que o lavavam se pôs de pé na bacia; além disso, às Quartas e Sextas-Feiras só mamava uma vez. Chegando à juventude, evitava as lascívias dos outros jovens, preferindo entrar nas igrejas e decorar o que lá podia ouvir acerca da Sagrada Escritura. Quando os seus pais morreram, começou a pensar em como haveria de gastar as suas enormes riquezas, não para os louvores dos homens, mas para a glória de Deus.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

PARA EVITAR A IMPUREZA



1- De manhã e a noite pede a Mãe da Pureza , a santíssima Virgem, esta preciosa jóia , saudando-a para esse fim com 3 Ave Marias.

2- Logo que tiveres algum pensamento impuro, despreza-o imediatamente e dize a Maria: Virgem Santíssima , valei-me, assisti-me.

3- Aparta-te das más companhias, de bailes e galanteios; nem pelas capas hás de tocar em livros ou papéis desonestos, não olhes para pinturas , estampas ou outros objetos provocativos, e , sobre tudo ,guarda-te de fazer acenos ou ações escandalosas .

4- Veste com modéstia, come e bebe com temperança, não profiras palavras indecentes, não escutes nem acompanhes más conversas, e não dês liberdade a teus olhos.

5- Lembra-te que DEUS te vê, e que tem poder para tirar-te a vida aqui mesmo e lançar-te aos infernos, como aconteceu, entre outros a o não, que morreu no ATO de cometer um pecado desonesto e SE CONDENOU.

6- Frequentar os Santos Sacramentos

Livro: O CAMINHO RETO 
(Santo Antônio Maria Claret)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Santa Bárbara


SANTA BÁRBARA

Virgem e Mártir
4 de dezembro
Santa Bárbara nasceu na cidade de Nicomédia na região da Bitínia, onde hoje se localiza a cidade de Izmit, na Turquia, às margens do Mar de Mármara. Bárbara viveu no final do Século III. Foi uma bela jovem, filha única de Dióscoro, um rico e nobre morador de Nicomédia.

Dióscoro não queria deixar sua filha única viver no meio da sociedade corrupta daquele tempo. Por isso, decidiu fechá-la numa torre. Lá, ela era ensinada por tutores da confiança de seu pai. Porém, aquilo que parecia um castigo, começou a abrir a mente de Bárbara. Do alto da torre, ela contemplou a natureza: as estações do ano, a chuva, o sol, a neve, o frio, o calor, as aves, os animais etc. Tudo isso fez Bárbara questionar se aquilo era realmente criação dos “deuses”, como seus tutores e seu povo acreditavam, ou se havia “Alguém” muito mais inteligente e poderoso por trás da criação.


A beleza de Bárbara 

 
Quando atingiu a idade para o casamento, por volta de 17 anos, seu pai a trouxe para casa e permitia que ela recebesse a visita de pretendentes, mas não permitia que ela visitasse a cidade. Bárbara era uma jovem muito bela e de família rica. Por isso, muitos eram os pretendentes que queriam se casar com ela. Mas ela não aceitava nenhum, enxergando neles a superficialidade e o interesse.


Para seu pai, isso era um problema sério, pois, segundo os costumes, ele tinha obrigação de casar sua filha. Dióscoro pensava que as “desfeitas” da filha diante dos pretendentes se davam por causa do tempo que ela passou na torre. Então, ele decidiu permitir que Bárbara conhecesse a cidade.


O contato com os cristãos
  

Santa Bárbara, então, começou a frequentar a cidade. Nessas visitas, acabou conhecendo os cristãos de Nicomédia. Estes passaram para Bárbara a mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Falaram-lhe também sobre o mistério da Santíssima Trindade. A novidade cristã tocou profundamente o coração de Bárbara. Com os cristãos, ela encontrou a resposta para seus questionamentos: o Criador de tudo era o Deus Único Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não os deuses que seu povo cultuava.

Bárbara se converteu ao Cristianismo de todo o coração. Logo, um padre vindo de Alexandria ministrou-lhe o Batismo. E Bárbara passou a ser uma jovem fervorosa e cheia de virtudes cristãs. Em Jesus Cristo, ela encontrara o sentido mais profundo de sua vida.


Santa Bárbara e as perseguições
Dióscoro, pai de Santa Bárbara, decidiu construir para ela uma casa de banho na torre, onde ele planejou instalar duas belas janelas. Quando a obra começou, Dióscoro teve que fazer uma longa viagem. Durante a viagem do pai, Santa Bárbara ordenou que construíssem uma terceira janela na obra. Sua intenção era que a torre tivesse três janelas em homenagem à Santíssima Trindade. Além disso, Santa Bárbara esculpiu uma cruz na torre.

Quando Dióscoro voltou, reparou logo nas mudanças feitas na construção e foi perguntar à filha o por que daquilo. Santa Bárbara explicou que as mudanças eram símbolos de sua nova fé: três janelas em homenagem ao Deus Uno e TrinoCriador de todas as coisas. E a Cruz lembrava o sacrifício do Filho de Deus para salvar a Humanidade. Dióscoro ficou furioso.


A sentença de morte de Santa Bárbara
Ao perceber que a filha estava irredutível em sua Fé Cristã, Dióscoro, num impulso de ira, denunciou a filha ao Prefeito da cidade. Este ordenou que Bárbara fosse torturada em praça pública, para tentar fazer com que a jovem renegasse a Fé Cristã. Porém, para surpresa de todos, Santa Bárbara não renegou sua Fé, mesmo diante dos mais atrozes sofrimentos.

Durante a tortura, uma jovem cristã chamada Juliana denunciou os nomes dos carrascos, coisa que era expressamente proibida na época. Por isso, Juliana foi presa e condena à morte por decapitação juntamente com Santa Bárbara. As duas jovens cristãs foram levadas amarradas pelas ruas de Nicomédia, sob os gritos furiosos de muita gente. Santa Bárbara teve os seios cortados. Depois, foi conduzida para fora da cidade. Lá, seu próprio pai a degolou.


Bárbara e os raios
Quando Dióscoro degolou a filha, e a cabeça de Santa Bárbara rolou pelo chão, um raio riscou o céu e um enorme trovão foi ouvido pelo povo. E, para o assombro de todos, o corpo de Dióscoro caiu no chão sem vida, atingido pelo raio. Parece que a natureza - subordinada a Deus - se revoltou contra a atitude desse pai infanticida.

Depois deste fato, Santa Bárbara ganhou o status de "protetora contra relâmpagos e tempestades", além de ser nomeada Padroeira dos artilheiros, dos mineradores e das pessoas que trabalham com fogo.


Devoção à Santa Bárbara
A festa de Santa Bárbara é celebrada na Igreja Católica . A festa é celebrada no dia 4 de Dezembro de cada ano.

A grande mensagem de Santa Bárbara destina-se a todos os homens de boa vontade que buscam a Verdade, que só a Igreja Católica guarda e ensina, principalmente os jovens. Ela nos ensina a buscar a Verdade com coração sincero e aberto. Ensina também que o casamento não deve acontecer por mero interesse, mas sim por amor a Deus, em primeiro lugar. Por fim, Santa Bárbara nos dá uma mensagem de coragem e Fé.  


A palavra mártir quer dizer testemunha, e se aplica aos cristãos que preferiram morrer a negar sua Fé e, por isso, pecar. Este é o grande testemunho de Santa Bárbara.


Oração a Santa Bárbara

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, Criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.


 

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Como a Doutrina contida Bula de Paulo IV está reafirmada no Código de Direito Canônico de 1917 (Parte 1/4)

Brasão do Papa Paulo IV


1)    Introdução

O Cardeal Pietro Gasparri nos explica no Proemium de sua monumental obra, o CODICIS IURIS CANONICI  FONTES, sobre a necessidade de conhecermos as fontes do Código de Direito Canônico, nos seguintes termos:
“De tudo isso, aparece o quanto é necessário para a reta compreensão dos cânones ter em mãos as fontes donde os cânones foram retirados: por isto ocorreu a necessidade desta coleção”.(Codicis Iuris Canonici Fontes – Vol.I – Proemium – Cardeal Gasparri)
Essa foi a necessidade da compilação de todo o direito antigo na coleção de nove volumes organizada pelos Cardeais Gasparri e Seredi: dar a conhecer as fontes para uma melhor compreensão dos cânones.
Apresentamos ao público uma análise detalhada do cânon nº 1556, que será procedida pelos cânones números 188, 2314 e 2316 do Código de Direito Canônico de 1917, promulgado pelo Papa Bento XV. O motivo deste estudo é mostrar e provar que aquelas fontes extraídas da Bula Cum ex Apostolatus e que foram utilizadas na redação do referido Código estão ainda válidas e vigentes. Concedemos, sem nenhum problema, que a bula de Paulo IV realmente está ab-rogada, e que esta ab-rogação se deu quando da promulgação do Código de Direito Canônico de 1917. Ainda assim insistimos que a doutrina essencial de Paulo IV é afirmar a incompatibilidade absoluta entre jurisdição e heresia e que este ensinamento não está de forma alguma ab-rogado. Ao contrário, está reafirmado no Código de Direito Canônico de 1917, de acordo com cânon número 06, que reza o seguinte nos incisos 2,3 e 4:

Cân. 6º - O Código conserva a maior parte da disciplina vigente até ele, embora faça as alterações oportunas. Por isso:
  1. Ab-roga quaisquer leis tanto universais como particulares, opostas às prescrições nele estabelecidas, exceto, se em relação às particulares, se disser expressamente outra coisa.
  2. Os cânones que contêm integralmente o direito antigo hão de apreciar-se pela autoridade deste e por isso mesmo segundo a interpretação constante dos autores aprovados.
  3. Os cânones que só em parte se harmonizam com o direito antigo devem apreciar-se segundo este na parte que lhe é conforme e segundo a sua doutrina na que dele divergir.
  4. Em caso de dúvida se alguma prescrição dos cânones diverge do direito antigo, não se deve afastar deste.
  5. Consideram-se ab-rogadas as penas de que se não faz menção alguma no Código, quer sejam espirituais quer temporais, medicinais ou vindicativas, "latae" ou "ferendae sententiae".
  6. Se algumas das restantes leis disciplinares, que vigoraram até ao Código, não estão contidas neste, explícita ou implicitamente, consideram-se revogadas, exceto no caso de se encontrarem nos livros litúrgicos ou serem de Direito Divino positivo ou natural.
Esta análise será apresentada de forma a mostrar que a(s) fonte(s) provenientes da Bula de Paulo IV utilizada(s) por um determinado cânone do Código contém o mesmo ensinamento doutrinal contido em outras fontes eclesiásticas, que também são utilizadas como fonte desse mesmo cânone em questão. Com esta estratégia de analogia entre as diversas fontes ficará evidente que o ensinamento da bula de Paulo IV não poderia ser o único à estar ab-rogado em meio a tantos outros que afirmam a mesma doutrina”.
Caso os inimigos encarniçados da Bula afirmarem que ela está integralmente ab-rogada pelo Código, terão também que afirmar a mesma posição perante os outros documentos do Magistério (que são fontes do mesmo cânone).

2)   O Cânone 1556 e sua relação com a Bula de Paulo IV


Fontes:



Cânone 1556: “A Sede primeira não é julgada por ninguém”.

Comentário ao cânone 1556:

“Supremacía do Romano Pontífice (can.1556). – Por sua augusta e suprema dignidade, o Romano Pontífice está sobre toda hierarquia. Assim o proclama o canon 1556 ao dizer que “a primeira Sede não é julgada por ninguém”. Primeira Sede significa claramente neste caso a pessoa do Romano Pontífice, como se deduz da natureza do assunto (can.7).”

Fonte do comentário:

COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO (1917) - Tomo III –
Livro IV - Seção I – Título I – Do foro competente
Pelos Doutores Sabino Alonso Moran, O.P. e Marcelino Cabreros de Anta, C.M.F. - BIBLIOTECA DE AUTORES CRISTÃOS –  BAC – MADRI – MCMLXIII (1963) pág.219

3)    Citação das Fontes do Cânone nº 1556:

Não citaremos a tradução de todas as fontes citadas acima, mas somente aquelas mais relevantes:

I)   Concílio Vaticano I – Constituição Pastor Aeternus – Seção IV – Cap III – A natureza e o caráter do primado do Pontífice Romano:
“E, porque o Romano Pontífice preside a Igreja Universal em virtude do direito divino do primado apostólico, também ensinamos e declaramos que ele é o juíz supremo dos fiéis, podendo-se, em todas as coisas que pertençam ao foro eclesiástico, recorrer ao seu juízo; mas também que a ninguém é lícito pôr em questão o juízo desta Santa Sé, e que ninguém pode rediscutir seu juízo, visto que não há autoridade acima da mesma Santa Sé. Por isso, estão fora do reto caminho da verdade os que afirmam ser lícito apelar dos juízos dos Romanos Pontífices ao concílio ecumênico, como autoridade acima do Romano Pontífice.” (Denz. 3063)

II)              Bula Cum ex Apostulatus de Paulo IV (1559) contra as autoridade heréticas:
... e mesmo o Pontífice Romano, que tem o supremo poder na terra, que a todos julga e não é julgado por ninguém ... caso fosse encontrado desviado da fé, pode ser redarguido.

III)           Syllabus errorum de Pio IX:

Proposição condenada Nº41: Ao poder civil, ainda que exercido por um soberano infiel, compete um poder negativo indireto nas coisas sagradas; portanto lhe diz respeito não apenas o direito assim chamado “exequatur”, mas também o direito “appellationis”, conhecido como “ab abusu”. Denz.  [Carta Ad Aposlicae Sedis, 22 de agosto de 1851.]

IV)           Constituição “Apostolicae Sedis” de Pio IX:

§ I. Excommunicationes latae sententiae speciali modo Romano Pontifici  reservatae.

nº4. Omnes et singulos, cuiuscumque status, gradus seu conditionis fuerint, ab ordinationibus seu mandatis Romanorum Pontificum pro tempore existentium ad universale futurum Concilium appellantes, nec non eos, quorum auxilio, consilio vel favore appellatum fuerit.

“nº4. Todos e cada um, de qualquer estado, grau ou condição, que devem seguir as leis ou instruções dadas pelo Pontífice Romano em exercício naquele tempo, apelarem para um futuro concílio ecumênico, ou eles não pedirem auxílio, conciliação ou apelarem de seu favor.”


§ VI. Interdicta latae sententiae reservata.

 nº1 Interdictum Romano Pontifici speciali modo reservatum ipso iure incurrunt Universitates, Collegia et Capitula, quocumque nomine nuncupentur, ab ordinationibus seu mandatis eiusdem Romani Pontificis pro tempore existentis ad universale futurum Concilium appellantia.

“nº1. Interdição reservada de modo especial ao Romano Pontífice, pela lei em que incorreram as Universidades, Faculdades e capítulos, ou por qualquer nome chamado, que devem seguir as leis ou as instruções do mesmo do Romano Pontífice em exercício naquele tempo, apelarem para um futuro Concílio universal.”

Nota do tradutor: Peço desculpas pela qualidade da tradução do texto em latim, mas embora a tradução não seja das melhores, conseguimos transcrever o sentido das duas preposições acima, que é mostrar mais uma vez que o Romano Pontífice (Sede Apostólica) não é julgado por ninguém, nem mesmo por um futuro Concílio Ecumênico.

V)              Encíclica Satis Cognitum de Leão XIII:
 “46. A Igreja nunca cessou em nenhum tempo de reconhecer e de atestar esse poder, de que falamos, sobre o corpo episcopal; poder tão claramente indicado pela Sagrada Escritura. Eis como falam sobre esta matéria os concílios: “Nós lemos que o bispo de Roma julgou os prelados de todas as Igrejas, mas que ele tenha sido julgado por algum deles nós não lemos” (Hadrianus II, in Alocutione III as Synodum Romanum an. 869. Cf. Actionem VII Concilii Constantinopolitani IV). E apresenta o seguinte motivo: “Não há autoridade superior a Sé Apostólica” (Denz. 641).” (Coleção Documentos da Igreja - Documentos de Leão XIII - Carta Encíclica Satis Cognitum – Edições Paulus – 2005 – págs. 647-648)


4)           Conclusão:
Alguns irão alegar que o Papa está acima do Código de Direito Canônico e que por isso não se pode julgar o Papa com base no mesmo Código. Para estes direi apenas que se o sujeito à ser julgado for o legítimo Papa Católico, verdadeiro Sucessor de São Pedro, jamais alguém poderá julgá-lo, mas caso o sujeito for um herege, sem Fé Católica, aí sim ele pode ser julgado, pois um dos motivos da criação do Código foi a de condenar os hereges. Justamente por isso o Código foi buscar sua fonte na Bula de Paulo IV, pois ela condena todos os clérigos que cairem em heresia, inclusive um papa que perder a Fé.
No caso do canon 1556, temos a autoridade solene do Concílio Vaticano I que ensina a mesma doutrina contida na Bula, que específicamente neste caso está a afirmar categóricamente a Doutrina Católica e por assim ser, ao menos o trecho da frase: … “que a todos julga e não é julgado por ninguém” ... não pode de modo algum estar ab-rogada. Com isso já temos um ponto na frente dos inimigos da Bula, pois à partir daqui eles não poderão mais afirmar “de boca cheia” que todos os ensinamentos contidos em nossa maior arma contra clérigos hereges - a Bula de Paulo IV – estejam integralmente ab-rogados.


Fonte:http://apostatisidiventa.blogspot.mx/2012/09/foto-di-quando-la-messa-era-la-santa.html

terça-feira, 12 de novembro de 2019

A mulher, o trabalho e a família



Quem diz família diz lar; quem diz lar diz atmosfera moral e economia própria – economia mista de consumo e de produção. O trabalho da mulher fora do lar desagrega este, separa os membros da família, torna-os estranhos uns aos outros. Desaparece a vida em comum, sofre a obra educativa das crianças, diminui o número destas; e com o mau ou impossível funcionamento da economia doméstica, no arranjo da casa, no preparo da alimentação e do vestuário, verifica-se uma perda importante, raro materialmente compensada pelo salário recebido. Por vezes perde-se de vista a importância dos factores morais no rendimento do trabalho. O excesso da mecânica que aproveita o braço leva a desinteressar-se da disposição interior. Em todo o caso continua exacto ainda hoje, na maior parte da produção, que a alegria, a boa disposição, a felicidade de viver, constituem energias que elevam a qualidade e a quantidade do trabalho produzido. A família é a mais pura fonte dos factores morais da produção.

António de Oliveira Salazar, discurso de 16 de Março de 1933.

Fonte: https://accao-integral.blogspot.com

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Novena pelas Almas do Purgatório



Orações iniciais para todos os dias da novena:

Acto de Contrição

Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, Criador e Redentor meu, em quem firmemente creio e espero e a Quem amo mais que a mim mesmo, mais do que todas as coisas; pesa-me, Senhor, de todo o meu coração por vos ter ofendido. Por serdes Vós quem sois tão bom, santo, amável e adorável; pesa-me também, porque com os meus pecados tenho merecido as penas do Purgatório, e, quem sabe, se também os tormentos eternos do Inferno. Proponho, ajudado com a Vossa graça, nunca mais pecar, fugir de todas as ocasiões de ofender-Vos, confessar-me, corrigir e emendar os meus erros e perseverar até à morte na Vossa amizade. Peço-vos, meu Deus, esta graça, pelo amor que tendes às benditas Almas do Purgatório, pelos méritos da Vossa paixão e pelas dores da Vossa aflictíssima Mãe. Ámen.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A brevidade da vida - Santo Afonso Maria de Ligório



"Quae este vita vestra? Vapor modicum parens." (Jac 4, 15)
"O que é a vossa vida? Um fumo que aparece num momento" (Tg 4, 15)

I - Depressa Chega a Morte

Ó que é a vida humana! O Espírito Santo compara-a a um fumo que se dissipa ao menor sopro e que não volta. Ninguém ignora que há-de morrer, mas a ilusão dum grande número é imaginarem a morte tão afastada que quase se lhes afigura que não vem.
É um grande erro. Job nos adverte que a vida humana é curta: "O homem — diz ele — vive pouco tempo... é semelhante à flor que apenas desabrocha é calcada aos pés"Homo brevi vivens tempore, quasi flos egreditur et conteritur (Job 14, 1).

A Isaías mandou o Senhor que pregasse a mesma verdade: "Levanta a tua voz e clama; Toda a carne é erva... Em verdade a humanidade não é senão feno; seca-se a erva e cai a sua flor" : Clama... Omnis caro fenum... Vere fenum est populus; eacsiccatum est fenum, et cecídit fios (Is. 40, 6). Um pecíolo de erva, eis o que parece ser a vida do homem; vem a morte e faz secar essa erva, corta o fio da nossa vida, e lá cai a flor do alto de toda a grandeza e de todas as vantagens mundanas.
"Passaram os meus dias mais velozes que um correio": Dies mei veloctores ,fuerunt cursore (Job, 9, 25). Vem para nós a morte mais rápida que nenhum correio, e nós corremos sem parar ao encontro da morte. Cada um dos nossos passos, cada urna das nossas respirações nos aproxima dela. "O momento em que vos escrevo" - dizia S. Jerónimo - "é diminuído à minha vida", é mais um passo para a morte. "Todos morremos e corremos pela terra, como águas que não retrocedem mais"Ornnes morimur, et quasi aquae clilabimur ia terram, quae non revertuntur (2. Reg. 14, 14).

Vedes lá em baixo o rio que corre se lançar ao mar? Assim como as suas águas desligam sem parar e não voltam para trás, assina também, irmão meu, os vossos dias passam, encurtando cada vez mais a distância que vos separa da morte. Passam os prazeres, os divertimentos, as festas, os louvores, os aplausos, e que resta? "Uma sepultura - responde Job - e nada mais"Solum mihi superest sepulchrum (Job 17, 1). Despojados de tudo e lançados numa cova, seremos entregues à corrupção.
No momento da morte, a recordação de todos os prazeres passados, de todas as honras gozadas, só servirá para agravar as nossas ansiedades e afrouxar a nossa esperança da felicidade eterna. Então dirá o mundano de si para si : passados poucos instantes, a minha casa, os meus campos, os meus jardins, o meu mobiliário de tanto gosto, essas ricas pinturas, nada será meu! Uma sepultura é tudo quanto me resta.

Oh! então todos os bens terrenos enchem de amargura o coração que os amou desordenadamente, e essa mesma amargura é mais um perigo para a salvação. Com efeito a experiência nos mostra que as pessoas, assim presas às coisas temporais, só querem ouvir falar da sua moléstia, dos médicos a consultar e dos remédios a empregar.
Se lhe falardes da alma, mostrarão enfado, pedindo-vos que as deixeis, porque lhes dói a cabeça, e não podem ouvir-vos; se vos responderem, será dum modo confuso; fica-se a pensar que não sabem o que dizem. Muitas vezes os confessores absolvem-nas, não porque as julguem dispostas, mas porque não é possível demorar. Assim morrem os que pensam pouco na morte.

Fonte:
http://senzapagare.blogspot.com/

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Efeitos da devoção às almas do Purgatório na vida espiritual



“Desenvolvemos assim um hábito mental que é fatal ao espírito do mundo e à tirania do respeito humano, e que muito nos ajuda a neutralizar o veneno do amor próprio… este é exatamente o espírito do Evangelho, a verdadeira atmosfera da santidade.”
Uma excelência adicional dessa devoção deve ser encontrada em seus efeitos sobre a vida espiritual. Ela parece ser uma devoção especialmente dirigida a almas interiores. Mas o fato é que ela é tão repleta de doutrina, incorpora tanta coisa sobrenatural, que não nos surpreende a influência que exerce na vida espiritual.
Em primeiro lugar, ela é uma obra oculta, do princípio ao fim. Não vemos os resultados, de modo que há pouco alimento para a vanglória; não é uma devoção cujo exercício apareça aos olhos dos outros. Ela implica, ademais, um absoluto desprezo do egoísmo, pois desfazemo-nos de nossas próprias satisfações e indulgências nos mantendo ternamente interessados por um objeto que não nos concerne diretamente. Seu objetivo não é apenas a glória de Deus, mas Sua maior glória.
Ela nos leva a pensar puramente nas almas, o que é muito difícil de fazer neste mundo material, e pensar nelas, também, simplesmente como esposas de Jesus. Desenvolvemos assim um hábito mental que é fatal ao espírito do mundo e à tirania do respeito humano, e que muito nos ajuda a neutralizar o veneno do amor próprio. O pensamento incessante nas Santas Almas faz-nos reter a imagem do sofrimento, não um sofrimento passivo, mas uma gozosa conformidade com a Vontade de Deus. Ora, este é exatamente o espírito do Evangelho, a verdadeira atmosfera da santidade.
FABER, Padre Frederick William. O Purgatório. Campinas: Ecclesiae, 2013, pp. 86-87.

Fonte: https://controversiacatolica.com/

sábado, 2 de novembro de 2019

O que são as Missas Gregorianas e por que se mandam rezar?



Conta o grande Papa e doutor da Igreja, São Gregório Magno (+604), que sendo abade de um mosteiro, antes de ser Papa, havia um monge que exercia com a sua licença a prática da medicina.

Certa vez, porém, este monge havia aceitado sem a sua permissão uma moeda de três escudos de ouro, faltando, assim, gravemente ao voto de pobreza. Mais tarde arrependeu-se. E de tal forma lhe doeu esse pecado, que veio a adoecer e morrer em pouco tempo, porém em paz com Deus.

No entanto, São Gregório, para inculcar nos seus religiosos um grande horror a este pecado, fê-lo sepultar fora dos limites do cemitério, num depósito de lixo, onde também enterrou a moeda de ouro. Ainda fez com que os seus religiosos repetissem as palavras de São Pedro a Simão, o mago: “Que o teu dinheiro pereça contigo.”

Alguns dias depois pensou que talvez houvesse sido demasiado enérgico no seu castigo, e encarregou ao ecónomo mandar celebrar 30 Missas seguidas, durante 30 dias, pela alma do defunto. 

O ecónomo assim o fez. E aconteceu que no mesmo dia que terminaram de celebrar as 30 Missas, apareceu o morto a outro monge, chorando de alegria e dizendo que subia ao Céu, livre das penas do purgatório, por causa das 30 Missas celebradas pela sua alma. Hoje chamam essas 30 Missas são chamadas Gregorianas, em honra de São Gregório Magno. 

Em toda a Igreja é costume celebrá-las e, segundo revelações privadas, são muito agradáveis a Deus. 

Pe. Angel Peña, O.A.R. in 'Más allá de la Muerte', capítulo 4: Los Santos y el Purgatori

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Novembro, o mês das Almas



Estamos a viver o mês das Almas. Tempo propicio para reflectirmos nos Novíssimos do homem: Morte, Juízo, Inferno ou Paraíso. 

A nossa vida neste mundo é uma passagem, muito breve, comparada com a eternidade. Precisamos aproveitar o tempo para nos convertermos e sermos realmente melhores. Rezar pelas Almas Benditas do Purgatório, faz-nos pensar na eternidade, nas contas que todos um dia, teremos que dar a Deus Nosso Senhor.

Perguntemo-nos:

1. A vida que levo agrada a Deus e faz-me feliz?
2. Qual o meu defeito dominante, o meu pecado maior e mais frequente?
3. Luto para não ofender a Deus, a mim próprio e ao meu semelhante?
4. Conto com a Graça de Deus, a Sua força, para mudar o que tenho que mudar? 
5. Quero realmente esforçar-me por ser melhor cristão? 

Aproveitemos para fazer uma boa confissão. Talvez não a façamos há anos! Procuremos um sacerdote para abrirmos a nossa alma e pedirmos orientação para a nossa vida espiritual. Peçamos às Almas Santas do Purgatório que nos alcancem a graça da conversão, enquanto com toda a fé por elas rezamos:

"Eterno Pai, eu Vos ofereço o Preciosíssimo Sangue de Jesus, derramado na Sua Paixão, na Cruz; em união com as Lágrimas de Nossa Senhora e todas as Dores do Seu Imaculado e Doloroso Coração; com a intercessão de S. Miguel Arcanjo, de todos os Anjos e Santos, para aliviar as Almas do Purgatório. Eu vos ofereço o Sangue da Agonia , para expiar as suas faltas de oração. O Sangue da cruel Flagelação, para expiar as suas faltas de pureza. O Sangue da Coroação de Espinhos, para expiar as suas faltas de humildade. O Sangue do Caminho do Calvário, para expiar as suas faltas de cumprimento do dever. O Sangue do Alto da Cruz, para expiar as suas faltas de Caridade."

Pai Nosso e Avé Maria.

V. Dai-lhes Senhor o eterno descanso.
R. Entre os esplendores da luz perpetua.

V. Que descansem em paz.
R. Ámen.

Viva Jesus, Maria e José.

Deus vos abençoe.

Pe. Henrique José Maçarico

domingo, 27 de outubro de 2019

Viva Cristo Rei!








A festa de Cristo Rei foi criada pelo papa Pio XI em 1925. Instituiu que fosse celebrada no último domingo de outubro. Agora, na reforma litúrgica passou ao último domingo do ano litúrgico como ponto de chegada de todo o mistério celebrado, para dar a entender que Ele é o fim para o qual se dirigem todas as coisas.

A criação desta festa tinha uma conotação política de grandiosidade. Quem, dos mais antigos, não foi da Cruzada Eucarística? Roupinha branca, fita amarela com cruz e dois traços azuis para os melhores. Qual era o comprimento? - Viva Cristo! – Rei! Este amor a Cristo Rei sustentou os cristãos na perseguição do México. Quantos mártires não entregaram a vida proclamando: Viva Cristo Rei! Quem sabe nos falte uma definição maior para o Reino de Cristo.

A oração da missa assim reza: “Deus que dispusestes restaurar todas as coisas em vosso Filho Amado, Rei do Universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade vos glorifiquem eternamente”. Vejamos os termos: Rei do Universo, vossa majestade. Para este sentido endereça a primeira leitura: A glória do Filho do Homem - “Seu poder é poder eterno que não lhe será tirado e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn l7,14). Cristo com sua morte e ressurreição foi feito o Senhor da Glória. Seu Reino não tem fim.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A detestação dos pecados (coletânea de citações do Catecismo Romano)




  • Consiste a penitência interior em converter-nos a Deus de todo o coração; em aborrecer e odiar os pecados cometidos; em firmar-nos no determinado propósito de mudar de vida e corrigir os maus costumes: mas tudo isso na esperança de conseguirmos perdão da misericórdia divina. A esta penitência se associa, quase como companheira da detestação dos pecados, uma certa dor e tristeza, uma perturbação sensível a que muitos dão o nome de paixão.
  • Dela formularam os Padres do Concilio de Trento a seguinte definição; “Contrição é uma dor da alma, e uma detestação do pecado cometido, com o firme propósito de não tornar a pecar”.
  • Através desta definição, os fiéis hão de reconhecer que a essência da contrição não consiste apenas em deixar alguém de pecar, ou em decidir uma mudança de vida, ou até em começá-la realmente; mas, antes de tudo, em odiar e detestar os erros da vida passada.
  • Já que definimos a contrição como uma dor, cumpre advertir os fiéis não suponham que seja uma dor perceptível aos sentidos corporais. Pois a contrição é um ato da vontade. Santo Agostinho explicava que a dor (sensível) é uma companheira da penitência, mas não é a própria penitencia.
  • Todavia, os Padres do Concílio usaram da expressão “dor”, para designar a detestação e o ódio do pecado, Já porque assim lhe chamam as Sagradas Escrituras – por exemplo, nas palavras de David: “Até quando nutrirei dúvidas em minha alma, e dor em meu coração, durante o dia inteiro?”; já porque, da própria contrição, nasce uma dor na parte inferior da alma, sede da concupiscência.
  • Havia, pois, cabimento em se definir como dor a contrição, porque esta causa dor realmente.
  • Há muita propriedade em chamar contrição a detestação dos pecados, de que estamos tratando, porque o termo exprime, perfeitamente, a ação violenta dessa dor.
  • A força do arrependimento deve contundir e triturar os nossos corações, que a soberba deixou empedernidos. Por isso, a nenhuma outra dor se aplica essa designação, nem à dor que sentimos pela morte de pais ou filhos, ou por qualquer outra desgraça. E’ um termo privativo, para exprimir a dor que nos empolga, quando perdemos a graça de Deus e a inocência da alma. Sem embargo, existem ainda outras expressões para designar a detestação dos pecados. Chama-se também contrição do coração. Os Santos Padres chamavam-lhe também compunção do coração, e gostavam desse termo, ‘para intitular as obras que escreveram sobre a penitência. Pois, do mesmo modo que se cortam os tumores com um ferro, para que possa vazar o pus acumulada: assim também se cortam os corações com o escalpelo da contrição, para que possam eliminar o veneno mortal do pecado. Por essa mesma semelhança, o Profeta Joel considera a contrição como o ato de rasgar o coração: “Convertei-vos a Mim, de todo o vosso coração, com jejuns, com lágrimas, com lamentos. E rasgai os vossos corações”.
  • A dor pelos pecados deve ser suma e máxima, de maneira que se não possa conceber outra maior.
  • Se devemos amar a Deus sobre todas as coisas, devemos pela mesma razão detestar, acima de tudo, o que nos traz inimizade com Deus.
  • Demais, se Deus é o maior bem, entre todas as coisas dignas de serem amadas, o pecado é o maior mal entre todas as coisas que o homem deve odiar. Portanto, pela mesma razão que nos leva a reconhecer, em Deus, o objeto de um amor absoluto e soberano, devemos também tomar-nos de um ódio inexcedível contra o pecado.
  • Como, no sentir de São Bernardo, a caridade não comporta limites, porque a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida, assim também não se pode por limites à detestação do pecado.
  • Há pessoas que pela morte dos filhos experimentam uma dor mais sensível, do que pela torpeza do pecado. Aplique-se o mesmo princípio, quando as lágrimas não acompanham a veemência da contrição. Sem embargo, são elas desejáveis e muito recomendáveis conforme o declaram as incisivas palavras de Santo Agostinho: “Não tens entranhas de caridade cristã, se choras um corpo de que a alma se separou, e não choras uma alma da qual Deus se apartou…
  • Deus não faz delongas em nos dar o perdão, e com amor paternal acolhe o pecador, desde que este caia em e se converta ao Senhor, detestando em geral todos os seus pecados, com a intenção de recordá-los mais tarde, na medida do possível, para detestar cada um deles em particular.
  • Antes de tudo, peça também os auxílios da divina graça, para não recair nos mesmas pecados, que tanto lhe pesa haver cometido.
  • Só com o receio de agravar em alguma coisa a majestade de Deus, largamos então definitivamente o hábito de pecar.


    Fonte: 
    https://capelasantoagostinho.com