A Virgem e o Império de Satanás
Mas ao longe na sombra, na lama, alguém surge, uiva
de ódio, de raiva e de despeito concentrado. Sente o
calcanhar da mulher bendita lhe calcar e esmagar a
cabeça. Sente que é chegada a hora das grandes lutas e
removendo sua imundície tenta enlamear o manto cândido
e original de Maria. E não podendo Nela tocar, tenta
mordê-la no calcanhar, na pessoa daqueles que a
seguem. Ó infame! Vede-o atravessando o mundo,
tentando, mentindo, blasfemando; ora sob uma forma tão
horrível como sua malícia, ora transformado em anjo de
luz, seduzindo, sob pretexto de piedade bem regulada,
almas simples, cândidas e inexperientes. E para atingir a
este fim todos os meios lhe são bons.
Derrama o seu veneno nos vasos mais ricos e mais
atraentes.
Fascina e deslumbra os ambiciosos, exalta os
orgulhosos, lisonjeia os fracos; seduz os ignorantes e até
mesmo tenta sob pretexto de ciência, cegar àqueles que
são destinados a serem a luz do mundo. Não é esta a
história do modernismo, tão justamente condenado por
Pio X?
O modernismo não é um simples erro de doutrina, é
um verdadeiro feixe de erros; é a heresia-mãe contendo
no seu seio todas as heresias do passado e renovando-as sob uma forma nova, forma que se diria ser como um
último esforço do inferno contra a Igreja de Jesus Cristo,
que se chamou a “verdade”. Mas como Jesus Cristo é um composto inefável de duas naturezas, a heresia,
apesar de suas mil formas diversas, ataca o Salvador em
uma de suas naturezas. Mas não notais logo o papel da
Virgem-Mãe? Ela é o martelo que esmaga a cabeça de
um e de outro erro.