quarta-feira, 28 de agosto de 2019

LEÃO XIII - RERUM NOVARUM - SOBRE A CONDIÇÃO DOS OPERÁRIOS ( EXCERTOS)

Tomb of Pope Leo XIII


                    SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ESMOLA

Ninguém certamente é obrigado a aliviar o próximo privando-se do seu necessário ou do de sua família; nem mesmo a nada suprimir do que as conveniências ou decência Impõem à sua pessoa: «Ninguém com efeito deve viver contrariamente às conveniências»(13). Mas, desde que haja suficientemente satisfeito à necessidade e ao decoro, é um dever lançar o supérfluo no seio dos pobres: «Do supérfluo dai esmolas» (14). É um dever, não de estrita justiça, excepto nos casos de extrema necessidade, mas de caridade cristã, um dever, por consequência, cujo cumprimento se não pode conseguir pelas vias da justiça humana. Mas, acima dos juízos do homem e das leis, há a lei e o juízo de Jesus Cristo, nosso Deus, que nos persuade de todas as maneiras a dar habitualmente esmola: «É mais feliz», diz Ele, «aquele que dá do que aquele que recebe» (15), e o Senhor terá como dada ou recusada a Si mesmo a esmola que se haja dado ou recusado aos pobres: «Todas as vezes que tenhais dado esmola, a um de Meus irmãos, é a Mim que a haveis dado» (16). Eis, aliás, em algumas palavras, o resumo desta doutrina: Quem quer que tenha recebido da divina Bondade maior abundância, quer de bens externos e do corpo, quer de bens da alma, recebeu-os com o fim de os fazer servir ao seu próprio aperfeiçoamento, e, ao mesmo tempo, como ministro da Providência, ao alívio dos outros. «E por isso, que quem tiver o talento da palavra tome cuidado em se não calar; quem possuir superabundância de bens, não deixe a misericórdia entumecer-se no fundo do seu coração; quem tiver a arte de governar, aplique-se com cuidado a partilhar com seu irmão o seu exercício e os seus frutos» (Leão XIII, Rerum Novarum, 17).

terça-feira, 27 de agosto de 2019

OS COLÓQUIOS DA MADRE VITÓRIA COM O MENINO JESUS


Tanto os escritos de Dom Sebastião quanto a tradição oral das irmãs do Convento do Desterro nos falam dos sonhos e êxtases nos quais o Deus Menino se mostrava à Madre Vitória.

 O livro publicado em Roma em 1720, conta que quando adolescente, a menina Vitória começou a ter os ditos sonhos. Num deles viu o Menino no colo da Santíssima Virgem com belas 
flores nas mãos a dizer-lhe: "Ide para o Desterro e lá encontrarás flores tão belas como essas". Noutro sonho, a menina viu-se a caminhar com o Santo Menino e a colher flores num caminho que dava para o Desterro.


Depois que decidiu finalmente entrar para o convento, a Madre Vitória teve tanta devoção ao Mistério da Encarnação e Santa Infância de Jesus, que todos os meses fazia uma novena em sua honra. Dos dias 24 para 25 de cada mês passava a noite em vigília contemplando este Santo Mistério. Ornava a imagem do Menino com flores e uma bela túnica.


O último dos colóquios de que temos notícia se passou pouco antes da Madre falecer, quando ela passeava pelo jardim do claustro e viu o Menino a colher rosas, mas deixava de colher uma muito bela. Ela então perguntou: "Meu Menino, porque não colhes esta rosa tão bela?" E ele respondeu-lhe: "Esta rosa és tu que em breve virei colher".


(Foto do Menino Jesus da Madre Vitória sobre a mesa de sua cela no Convento do Desterro)

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

VIRTUDE DA MODÉSTIA



Segundo São Tomás de Aquino, das virtudes anexas a Temperança, temos as virtudes da:
– Continência
– Clemência
– Mansidão
– MODÉSTIA

A MODÉSTIA é a ÚLTIMA VIRTUDE agregada à temperança, serve para refrear e moderar o apetite em matérias mais fáceis do que as da temperança, da continência, da clemência e da mansidão.

Ela exerce influência sobre (três aspectos):

– O desejo imoderado de grandezas,
– De saber e aprender;

– Sobre os modos e movimentos do corpo e a maneira de vestir.

Existem três virtudes destinadas a regular os movimentos afetivos relacionados a cada uma dessas matérias que a modéstia exerce influencia.

São elas:

virtude da Humildade que inclina o homem a reprimir e disciplinar a ambição de honras e grandezas, de forma que não queira, nem procure senão as correspondentes à hierarquia em que Deus o colocou. A virtude da Estudiosidade que modera a afeição ao estudo e ao desejo de saber. Por fim a virtude da Modéstia que vai regular os movimentos afetivos, em todas as ações exteriores de forma que em tudo haja a mais perfeita harmonia, tanto nos modos e movimentos do corpo quanto na maneira de vestir.


Podemos concluir que a modéstia está relacionada as virtudes da Humildade, da Estudiosidade e propriamente da Modéstia no seu sentido mais especifico.

Segundo São Tomás de Aquino a modéstia é o ápice da perfeição nos movimentos afetivos, cujo resultado é que todas as ações exteriores, ou seja, os movimentos, gestos, palavras, tom de voz, atitudes, e tudo mais, convenham ao decoro da pessoa e se acomodem às suas circunstâncias, estado e situação, de forma que resplandeça em tudo a mais perfeita harmonia.

Agora podemos entender que não é só vestir uma roupa modesta que seremos homens ou mulheres virtuosos, todas as nossas ações devem estar de acordo com nosso estado de vida, e a situação ou circunstâncias que nos encontramos.

Marta Haline
Suma Teológica de São Tomás de Aquino em Forma de Catecismo

Fonte: 
https://modestiadonzelacatolica.blogspot.com

domingo, 25 de agosto de 2019

A IMPORTÂNCIA DA SANTA MISSA



"Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação.

 Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados.

Toda Missa implora o teu perdão junto da justiça divina.

Em cada Santa Missa, pois podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados - pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor.

Será ratificada no céu a benção, que do sacerdote receberes na Santa Missa.

 Assistindo a Santa Missa com devoção, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo. Ele se compadece de muitas das tuas negligências e omissões.

 Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais, porém, te arrependes; preserva-te de muitos perigos e desgraças que te abateriam.

Diminui o império de satanás sobre ti mesmo. Sufraga as almas do Purgatório da melhor maneira possível.

Uma só Missa a que houveres assistido em vida, será mais salutar que muitas a que os outros assistirão por ti depois da morte, pois pela Missa participas da Paixão, morte e Ressurreição de Cristo."

(Santo Agostinho)




sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Oração dos Cristeros ao final do Rosário



Composta pelo mártir católico Anacleto González Flores, assassinado por defender a Igreja, em 1º de abril de 1927 pelo governo anticatólico do México

Jesus misericordioso,
Meus pecados são mais numerosos que as gotas de sangue que derramastes por mim. Não mereço pertencer ao exército que defende os direitos de Tua Igreja e que luta por Ti. Quisera nunca haver pecado para que assim minha vida fosse uma oferenda agradável aos Teus olhos. Lava-me das minha iniquidades e limpa-me dos meus pecados. Por tua Santa Cruz, por minha Mãe Santíssima de Guadalupe, perdoa-me. Não soube fazer penitência dos meus pecados; por isso quero receber a morte como um castigo merecido por eles. Não quero lutar, nem viver, nem morrer, senão por Ti e por Tua Igreja.
Mãe Santa de Guadalupe, acompanha em sua agonia este pobre pecador. Concede-me que meu último grito na terra e meu primeiro cântico no céu seja: Viva Cristo Rei!

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

"Ao entardecer da vida serás examinado no amor" São João da Cruz



São João da Cruz, confessor e doutor da Igreja, foi o responsável pela reforma da Ordem Carmelita, juntamente com S. Teresa de Ávila e é considerado um dos maiores místicos de sempre. A Igreja diz que seu o zelo e o sucesso dos seus esforços causaram-lhe provações humilhantes, que lhe ensinaram a subir, dentro da “noite escura”, até à experiência mística do “nada” do homem diante da Majestade Divina. 

Algumas frases da sua autoria:

"A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer, sente-se impedida na sua liberdade e contemplação."

"O mais leve movimento duma alma animada de puro amor é mais proveitoso à Igreja do que todas as demais obras reunidas."

"Meus são os Céus e minha é a Terra, meus são os homens, e os justos são meus; e meus os pecadores. Os Anjos são meus, e a Mãe de Deus, todas as coisas são minhas. O próprio Deus é meu e para mim, pois Cristo é meu e tudo para mim." (Sobre a Eucaristia)

"Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma que Cristo não faria ou não diria se Se encontrasse as mesmas circunstâncias."

"Renuncie aos desejos e encontrará o que o seu coração deseja."

"Que felicidade o homem poder libertar-se da sua sensualidade! Isto não pode ser bem compreendido, a meu ver, senão por quem o experimentou. Só então se verá claramente como era miserável a escravidão em que se estava."

"Quem se queixa ou murmura não é cristão perfeito, nem mesmo um bom cristão."

"Senhor, quero padecer e ser desprezado por amor a Vós."

"A pessoa que está presa por algum afecto a alguma coisa, mesmo pequena, não alcançará a união com Deus, mesmo que tenha muitas virtudes. Pouco importa se o passarinho está com um fio grosso ou fino...ficará sempre preso e não poderá voar."

"Para possuir Deus plenamente é preciso nada ter, porque se o coração pertence a Ele, não pode voltar-se para outro."

"O demónio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus."

"O afecto e o apego da alma à criatura torna-a semelhante a esta mesma criatura. Quanto maior a afeição, maior a identidade e semelhança, porque é próprio do amor tornar aquele que ama semelhante ao amado."

"O amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo amado."

"A pessoa que caminha para Deus e não afasta de si as preocupações, nem domina as suas paixões, caminha como quem empurra um carro encosta a cima."

"A constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente."

terça-feira, 20 de agosto de 2019

O significado do Barrete Eclesiástico



A Liturgia no Rito Romano Antigo tem uma dimensão simbólica e perfeitamente cuidada. Tudo tem uma referência mais além: o altar, os paramentos, o que porta o sacerdote.

O barrete, por exemplo, serve para que se entenda que o o sacerdote, quando o tira é para se inclinar humildemente diante do Senhor.

O barrete tem 4 ângulos para significar que o sacerdote deve pregar o Evangelhos nos 4 cantos da Terra. 

O barrete tem 3 palas que representam a Santíssima Trindade, que é o primeiro de todos os dogmas.

O clérigo deve pegar no barrete pela pala do meio que representa Cristo, Que nos deu a conhecer a Santíssima Trindade. 

A cor do tecido e da borla está de acordo com a dignidade eclesiástica de quem o usar, pois representa a autoridade de quem o usa. Os sacerdotes usam barrete todo preto; os monsenhores possuem barrete preto com a borla violeta; os bispos e arcebispos usam barrete todo violeta; já os cardeais usam barrete todo vermelho e sem a borla.

O barrete possui um significado especial quando usado pelo sacerdote na confissão porque demonstra que é um juiz quando ouve alguém em confissão, representando Cristo, o Bom Juiz. Este é o único tribunal em que a pessoa entre culpada e sai inocente.

Fonte: 
http://senzapagare.blogspot.com/

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Sermão do IX domingo depois de Pentecostes. (Rev. Padre Leandro Neves)



Consideramos as palavras de São Paulo, sobre os erros dos hebreus no deserto, para não os imitar no desterro desta vida e ficar privado de entrar na Terra prometida, o céu.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Assassino de Santa Maria Goretti conta como ela o converteu



Santa Maria Goretti tinha onze anos e era apaixonada por Deus e queria ser toda de Jesus professando os votos da castidade.
Seu vizinho, Alessandro Serenelli, queria casar-se com ela, no entanto, devido ao desejo de ser toda de Deus, Maria Goretti rejeitou-o diversas vezes. Enfurecido pela rejeição, Alessando tentou estuprá-la.
A jovem resistiu não permitindo que o agressor obtivesse o que queria. Ela disse que preferia morrer a submeter sua pureza a Alessandro, porque não era isso que Deus queria. Nesse momento foi golpeada com onze facadas. Antes de morrer, Maria Goretti disse que perdoava Alessandro, embora ele não estivesse arrependido.
Enquanto estava na prisão, Alessandro teve um sonho com Maria Goretti e isso o levou a conversão. E aos 80 anos de idade, ele escreveu uma carta falando sobre o ocorrido.

Carta de Alessandro Serenelli:

“Tenho agora quase 80 anos. Estou perto do fim dos meus dias. Olhando para o meu passado, reconheço que na minha juventude eu segui um mau caminho, um caminho que levou à minha ruína. Através das revistas, dos espectáculos imorais e dos maus exemplos na imprensa, eu vi a maioria dos jovens da minha idade seguir o caminho do mal sem pensar duas vezes. Despreocupado, eu fiz a mesma coisa.
Havia fiéis e cristãos verdadeiramente praticantes à minha volta, mas eu não lhes dava importância. Eu estava cego por um impulso bruto que me empurrava para uma forma errada de vida.
Com a idade de 20 anos, eu cometi um crime passional, cuja memória ainda hoje me horroriza. Maria Goretti, hoje uma santa, foi o bom anjo que Deus colocou no meu caminho para me salvar. As palavras dela, tanto de repreensão como de perdão, ainda hoje estão impressas no meu coração. Ela rezou por mim, intercedeu pelo seu assassino. Quase 30 anos de prisão se seguiram.
Se eu não fosse menor de idade, pela lei italiana eu teria sido condenado a prisão perpétua. No entanto, eu aceitei a pena como algo que eu merecia.
Resignado, eu expiei pelo meu pecado. A pequena Maria foi verdadeiramente a minha luz, a minha proteção. Com a ajuda dela, eu cumpri bem esses 27 anos na prisão. Quando a sociedade me aceitou de volta entre os seus membros, eu procurei viver de forma honesta. Com caridade angélica, os filhos de São Francisco, os frades capuchinhos menores, receberam-me entre eles, não como servo, mas como irmão. Tenho vivido com eles há 24 anos. Agora eu olho serenamente para o dia em que serei admitido à visão de Deus, para abraçar os meus entes queridos mais uma vez, e para ficar próximo do meu anjo da guarda, Maria Goretti, e a sua querida mãe, Assunta.
Que todos os que vierem a ler esta carta desejem seguir o santo ensinamento de fazer o bem e evitar o mal. Que todos possam acreditar, com a fé dos pequeninos, que a religião e os seus preceitos, não são algo que se possa prescindir. Pelo contrário, é o verdadeiro conforto e a única via segura em todas as circunstâncias mesmo nas mais dolorosas.”
Paz e bem.
Alessandro Serenelli
Macerata, Itália
5 de Maio de 1961

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Quem ama a Jesus, tudo sofre por Ele



Um cristão não deve pensar que já fez algum progresso, se não chegou a fixar no coração as dores, a pobreza, os desprezos sofridos por Jesus, a fim de padecê-los por amor a Jesus Cristo.

— Falemos das dores e doenças corporais que nos fazem ganhar muitos méritos quando suportados com paciência.

— S. Vicente Paulo: “Se conhecêssemos o precioso tesouro, contido nas doenças, recebíamos com a alegria com que se recebem os maiores presentes”. O santo, mesmo assaltado continuamente pela doença, muitas vezes não conseguia repousar nem de dia, nem de noite. Mas suportava com tanta paz e serenidade no rosto e sem se queixar, que parecia não ter nenhum mal.

Quanto edifica um enfermo que suporta a doença com o rosto tranquilo a semelhança de S. Francisco de Sales. Estando enfermo, expunha simplesmente ao médico o seu mal, obedecia-lhe pontualmente tomando todos os remédios, por desagradáveis que fossem, e depois ficava sossegado, sem se lastimar do sofrimento.

— Este procedimento contrasta com o de muitas pessoas. Por qualquer ligeiro incômodo não param de lastimar-se a todos; desejariam que todos os parentes e amigos estivessem a sua volta a lamentar os seus males.

— Sta. Tereza exortava as religiosas: “Irmãs, aprendei a sofrer alguma coisa por amor do senhor, sem que toda a gente o saiba”.

— Numa sexta-feira santa o Padre Luiz da Ponte foi presenteado por Jesus Cristo com tantas dores corporais, que não havia nenhuma parte do seu corpo sem um particular sofrimento. Contou então a  seu amigo esse grande padecimento. Depois de ter contado, ficou tão arrependido que fez uma promessa de nunca mais manifestar a ninguém os seus sofrimentos.

Eu disse “presenteado”. Sim, porque os santos consideram como presentes as doenças e as dores que Deus lhes manda.

— S. Francisco de Assis estava na cama muito atormentado de dores. Um companheiro que o assistia disse-lhe: “Francisco, peça a Deus que lhe alivie este sofrimento e não carregue tanto a sua mão”. Ao ouvir isso, num instante, saltou da cama e de joelhos se pôs a agradecer aquelas dores. Voltou-se depois para o companheiro: “Saiba que se eu não estivesse certo que falou por simplicidade, não queria mais vê-lo aqui”.

Vontade de Deus

Algum doente poderá dizer:

— O que me desagrada não é tanto suportar esta doença, mas não poder ir à Igreja fazer as minhas orações, comungar, participar da Missa. Não posso ir à capela rezar os salmos com os meus irmãos, não posso celebrar a Missa, não posso nem sequer rezar, porque me dói a cabeça e fico distraído.

— Mas, dizer-me, por favor, por que desejas ir à igreja ou a capela?

— Por que desejas comungar e celebrar ou participar da Missa?

— É para agradar a Deus?

— O que agrada a Deus agora não é comungar, participar da Missa, mas estar nessa cama e suportar os incômodos dessa doença. Se as minhas palavras não lhe agradam, é porque não procuras fazer o que é da vontade de Deus, mas sim o que é da tua vontade.

— S. João D’Ávila escreveu a um sacerdote que se lastimava justamente disso: “Amigo, não fiques calculando o que farias estando com saúde, mas fica contente com estar doente enquanto Deus quiser. Se procuras a vontade de Deus, que lhe importa estar são ou doente?”

Dizes que não podes até mesmo fazer oração porque a cabeça está fraca e distraída. Sim, senhor, não podes meditar; mas por que não podes fazer atos de conformidade com a vontade de Deus? Essa é a mais bela oração que podes fazer, aceitando com amor as dores que lhe afligem.

— S. Vicente Paulo quando estava gravemente enfermo, punha-se tranquilamente na presença de Deus, sem fazer violência em aplicar a sua mente em algum ponto particular. Apenas fazia de vez em quando, um ato de amor, de confiança, de agradecimento e, mais vezes, de resignação, quando aumentavam as suas dores.

— S. Francisco Sales: “As tribulações, consideradas em si mesmas, são espantosas; mas consideradas na vontade de Deus, são amor e alegria”.

— Não podes rezar? Que oração melhor do que olhar para o crucifixo de quando em quando e oferecer as dores que suportas, unindo o pouco que sofres as dores imensas de Jesus Cristo na cruz?

O Crucifixo

Uma piedosa mulher estava de cama, atormentada por muitos males. A empregada-lhe entregou o crucifixo e disse-lhe: pede a Cristo que lhe livre desses sofrimentos.

— Como queres que eu procure descer da cruz — respondeu ela — enquanto tenho nas mãos um Deus crucificado? Deus me livre! Quero sofrer por aquele que desejou sofrer por mim dores muito maiores do que as minhas.

— Sta. Tereza, estando doente e muito aflita, teve esse mesmo sentimento, contemplando jesus todo chagado, como a dizer-lhe:

“Vê filha, a gravidade das minhas dores e considera se as tuas podem se comparar com as minhas” por isso ela costumava dizer quando era atormentada pela doença: “Quando penso nos sofrimentos que o Senhor suportou sendo inteiramente inocente, não sei de onde me vem a cabeça lamentar-me dos meus sofrimento”

— S. Liduvina sofreu continuamente durante 38 anos muitas doenças, febres, gota nos pés e nas mãos, inflamação da garganta, feridas por todo o corpo. Mas tendo sempre diante dos olhos as dores de Jesus Cristo, estava sempre na sua cama, alegre e feliz.

— Do mesmo modo S. José Leonissa, capuchinho. Precisando o médico fazer-lhe um corte na carne, os seus companheiros queriam amarrá-lo com cordas para que não se mexesse pela intensidade da dor. Mas ele tomou as mãos um crucifixo e disse-lhes: “Que cordas, que nada! Aqui está aquele que me prende para sofrer em paz todas as dores por amor d’Ele. E assim suportou a operação sem se queixar.

— S. Jonas mártir, passou por ordem do imperador uma noite num tanque gelado. De manhã, ele disse não ter passado noite mais sossegada do que aquela, porque tinha imaginado ver Jesus pendente da cruz. Assim as suas dores, em comparação com as de Cristo, pareciam-lhe mais caricia de Deus do que sofrimentos.


Fonte: Facebook/Fernanda Maria 

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Igrejas modernas, “feias como o pecado”

Em 1988 foi criada a Paróquia de Santo Antônio de Pádua (Caçapava SP). 
Na (foto) vemos a antiga igrejinha (que era linda, diga-se de passagem), que foi demolida para a construção do atual Santuário.

A Arte Moderna é iconoclasta, e, portanto, é herética.





sábado, 3 de agosto de 2019

A devoção de beijar as mãos dos sacerdotes



Sabemos que São Francisco de Assis não quis fazer-se sacerdote, porque se julgava muito indigno de tão excelsa vocação. Ele venerava os sacerdotes com tal devoção, que os considerava os seus "Senhores", pois neles via somente "o Filho de Deus", e o seu amor à Eucaristia fundia-se com o amor ao sacerdote, o qual consagra e administra o Corpo e o Sangue de Jesus. De modo particular ele venerava as mãos do sacerdote, e beijava-as sempre de joelhos com grande devoção; e beijava-lhes também os pés, e até os próprios rastos deixados por um sacerdote, que tivesse por ali passado. 

São João Bosco exorta a todos com estas palavras: "Eu recomendo-vos um grande respeito para com os sacerdotes, descobri a vossa cabeça em sinal de reverência, quando falardes com eles, ou quando passais por eles no caminho, e beijai-lhes obsequiosamente a mão. Tomai cuidado para não os desprezardes, com factos ou por palavras. Quem não respeita os Ministros Sagrados, deve temer um grande castigo do Senhor". 

A veneração pelas mãos consagradas do sacerdote, beijadas com reverência pelos fiéis, sempre existiu na Igreja. Baste-nos pensar que, durante as perseguições dos primeiros séculos, um dos maiores ultrajes contra os bispos e sacerdotes consistia em amputar-lhes as mãos, para que assim não pudessem mais nem consagrar, nem abençoar. Por isso, os cristãos recolhiam aquelas mãos amputadas e, mergulhadas em aromas as conservavam como relíquias. 

Além disso, o beijo das mãos do sacerdote é uma expressão delicada de fé e de amor a Jesus, que o sacerdote personifica. Quanto mais fé e amor se tem, tanto mais nos sentimos impelidos a prostar-nos diante do sacerdote e a beijar aquelas mãos "santas e veneráveis" (Cânon Romano) entre as quais Jesus se torna amorosamente presente entre nós cada dia. "Ó veneranda dignidade do sacerdote - exclama Santo Agostinho - em cujas mãos o Filho de Deus se encarna como no seio da Virgem!" E o Cura d'Ars dizia: "Dá-se um grande valor aos objetos que foram colocados, em Loreto, na tigela da Virgem Santa e do Menino Jesus. 

Mas os dedos do sacerdote, que tocaram na Carne adorável de Jesus Cristo e penetraram no cálice, onde esteve o seu Sangue, e na âmbula, onde esteve o seu Corpo, acaso não são muito mais preciosos?" Talvez nem tenhamos ainda pensado nisso. Mas é assim. E os exemplos dos Santos confirmam-no.

Pe. Stefano M. Manelli, FI in "Jesus, Nosso Amor Eucarístico"

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

SUMA TEOLÓGICA EM FORMA DE CATECISMO (XXXIV)

L

DA SOBRIEDADE — VÍCIO OPOSTO: A EMBRIAGUEZ

Existe, além da abstinência, alguma outra virtude que ajude o homem a evitar tão desastrosos resultados?
Sim, Senhor; a virtude da sobriedade (CXLIX)*.

Que entendeis por sobriedade?
Uma virtude cujo fim é moderar o uso das bebidas alcoólicas (CXLIX, 1, 2).

Como se peca contra ela?
Excedendo-se no uso desta classe de bebidas até chegar ao estado de embriaguez (CL).

Que entendeis por estado de embriaguez?
O estado físico no qual, por abusar da bebida, se chega a perder o uso da razão (CL, 1).

Constitui sempre pecado?
Quando provém, como consequência de não se tomarem precauções, nem reparar nos resultados que podia trazer o excesso da bebida, sim, Senhor (CL, 2).

Quando será pecado mortal?
Quando, previsto o resultado, se prefere o estado de embriaguez ao de privar-se do prazer da bebida (CL, 2).

É a embriaguez um vício repugnante e embrutecedor?
Sim, Senhor; porque priva o homem do uso da razão e o rebaixa a um nível inferior ao dos animais que sempre conservam expedito o instinto para se governarem. (CL 3).