As lutas de MMA são anti-éticas e anti-estéticas
Sensação deste nosso século XXI são as lutas de MMA, UFC ou simplesmente “vale-tudo”, como usualmente costumam se denominar tais espetáculos. A popularidade destas lutas cresce na mesma medida em que os valores cristãos são cauterizados no mundo Ocidental.
Nesses espetáculos nada se vê a não ser brutalidade e selvageria gratuitas, diante de um público extasiado pelo derramamento de sangue. É a típica diversão que foge aos limites do bom senso e da moral. Diferente do boxe e das tradicionais competições de lutas marciais, em que há um comedimento ético, nestes eventos os oponentes não se limitam a se agredir, mas beiram a letalidade até o momento em que a um dos dois é declarada a vitória.
É inevitável uma comparação às antigas lutas de gladiadores por todos os ingredientes citados, quais sejam: a popularidade, a diversão, o sangue, as apostas, com a única diferença que nas lutas de gladiadores invariavelmente acabariam em morte. Nas lutas de MMA há apenas seqüelas que não são exploradas pela mídia, ávida pelo lucro. No Brasil, a Rede Globo busca popularizar esses espetáculos, obedecendo fielmente à cartilha pão e circo ditada pelos nossos governos de esquerda. Sendo pão o bolsa-família e circo a alienação produzida nesses espetáculos inadequadamente chamados de “desportivos”.
A história não se repete tal como uma roda. É o mundo cristão que vem se atolando cada vez mais na aceitação de hábitos pagãos. É um sintoma de decadência moral da sociedade, com a substituição dos prazeres espirituais por deleites eminentemente materiais.
As lutas de MMA não são simplesmente brutalidade e selvageria, como também são espetáculos de muito mau gosto. Ao contrário do boxe e das lutas marciais tradicionais, como por exemplo Karatê, Taekwondo e Kung Fu, que reúnem inquestionável beleza plástica, nestas lutas de MMA deparamo-nos com um espetáculo enfadonho e muito feio de homens se agarrando na lona de modo interminável, à procura de um golpe fatal. Que beleza existe nisso? As lutas de MMA são, pois, além de anti-éticas, anti-estéticas.
Mas se há crescente aceitação popular do MMA numa sociedade cada vez mais descristianizada, o que impede de no futuro serem ressuscitadas as antigas lutas de gladiadores, de uma maneira mais modernizada? Se os valores éticos são alienados, se o valor da vida humana é cada vez mais relativizado com abortos e a eutanásia, por exemplo, o que impede que criminosos condenados, digamos, ou até homens livres venham a tomar parte de combates fatais homem a homem como outrora aconteceu em Roma?
A popularidade das lutas de MMA é notável, como também os gladiadores eram ovacionados pelo público. Segundo o Historiador Douglas Barraqui, “alguns historiadores comparam o fanatismo pelo futebol na atualidade ao fanatismo pela luta entre gladiadores em Roma”. Se os valores espirituais são deixados de lado, a glória material é colocada em seu lugar, e valores como fama e o dinheiro são entronizados. Numa sociedade materialista isso é tudo, ainda que para Deus não signifique rigorosamente nada. Pelo contrário, fama e dinheiro são pedras de tropeço para o homem no caminho da glória celestial.
O cristianismo não condena a violência. Ele condena o abuso da violência. Abuso significa “mau uso”; deturpação. É o que permeia as lutas de MMA, por ferirem as virtudes cardeais de um cristão, sendo uma diversão típica de pagãos.
Sobre as antigas lutas, diziam os cristãos primitivos:
“Mas, se me dizem que tomam os espetáculos como um tipo de jogo, a modo de passatempo, eu afirmo que não são prudentes aquelas cidades que tomam em sério os jogos. Não, já não são jogos essa cruel ambição de glória, que chega ao extremo da morte, também não a cobiça de vaidades, nem esses irracionais luxos e gastos sem sentido”. Clemente de Alexandria (195 d.C.)
“Tudo zelo na busca de glória e honra está morto em nós… Entre nós nunca se diz, vê ou escuta nada que tenha algo em comum com... as atrocidades da areia ou o exercício inútil do campo de luta livre. Por que se ofendem conosco se diferimos de vocês quanto a seus prazeres?” Tertuliano (197 d.C.)
“Vocês (os cristãos) não assistem aos jogos desportivos. Não têm nenhum interesse nas diversões. Recusam os banquetes, e aborrecem os jogos sagrados… Desta maneira, se têm vocês sensatez ou Juizo algum, deixem de fixar-se nos céus e nos destinos e segredos do mundo.” Marco Minucio Félix, citando a um pagão antagonista (200 d.C.)
“As lutas de gladiadores são preparadas para que o sangue alegre os desejos de olhos sem piedade…” Cipriano (250 d.C.)
Uma virtude cristã é a temperança. Temperança significa equilíbrio. É a moderação dos prazeres, da vontade e dos instintos. A temperança nos leva a usar os bens temporais na medida em que servem de meio para atingir os bens eternos. O prazer sensível não é mal, em si – o mal está na sua procura desordenada e desvinculada do nosso verdadeiro fim. Como consignado por Aristóteles na Ética a Nicômaco, “está na natureza dessas coisas [dos atos] o serem destruídas pela falta e pelo excesso” (L.II, 1104a 11), “a virtude deve ter o atributo de visar ao meio-termo” (L.II, 6, 1106b 15).
Assim, um cristão genuíno está munido de escrúpulos morais, e por isso deve abster-se de tais espetáculos, que são frutos da concupiscência típica do paganismo. Esta, porém, é uma orientação pastoral de alguém que não consegue enxergar compatibilidade entre estas lutas e o cristianismo - assim como também na maior parte dos chamados "esportes radicais" - da mesma forma que nas obras da carne e nas obras do espírito. Fica a critério do cristão o julgamento e discernimento destas orientações.
Fonte:http://roberto-cavalcanti.blogspot.com.br
Fonte:http://roberto-cavalcanti.blogspot.com.br
Muito bom o post gostei muito !
ResponderExcluirSalve Maria!
ExcluirObrigado por acompanhar nosso blog!
Deus o abençoe!
otimo post, gostei, parabéns !
ResponderExcluirEu li tudo mais não entendi em relação ao boxe por exemplo. Eu já pratiquei boxe, e recentemente me converti ao catolicismo e to procurando respostas se no futuro posso voltar a praticar. Me deixou entendido que sim, ou estou errado?
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