...mas só os doentes em perigo de morte...Como só precisam de medicação os que estão doentes, assim também este Sacramento só pode ser ministrado aos que sofrem de doença tão grave, que para eles haja o perigo de um desenlace fatal. Isto não obstante, cometem falta muito grave os responsáveis que, para ungir o doente, aguardam o momento em que o mesmo, já sem nenhuma esperança de salvar-se começa a perder a vida e os sentidos.(655)
Não os são que vão entrar em perigo de vida, não se deve, pois dar o Sacramento da Extrema-Unção a quem não estiver gravemente enfermo, ainda que se exponha a perigo de vida, como acontece aos que se aprestam para uma navegação arriscada, ou que entram em batalha, com perigo de morrer, ou que são levados ao suplício, por sentença capital.
Não os dementes, os infantes, além disso, não são capazes de receber este Sacramento todos os que estão privados do uso da razão: as crianças que não comentem pecados, cujos resíduos devam ser purificados por este Sacramento; os alienados e loucos furiosos, a não ser que tenham intervalos lúcidos, durante os quais mostrem sentimentos religiosos, e peçam a Extrema-Unção.(656)
Não pode, porém, receber a Extrema-Unção que é louco de nascença.
Deve todavia ser ungido o enfermo que pedira o Sacramento, enquanto estava com juízo perfeito, e só depois caiu em loucura furiosa.
Disposição do sujeito, isenção de pecado mortal...É preciso cuidar, com todo o escrúpulo, que a graça deste Sacramento não seja sustada por nenhum óbice. Ora, como nada lhe faz maior obstáculo, do que a consciência de um pecador mortal, cumpre observar o costume que a Igreja Católica sempre manteve, de ministrar-se antes da Extrema-Unção os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia.
(655): Isto se refere ao sacerdote em primeiro lugar, mas também aos parentes do enfermo, que chamam o sacerdote no último instante. Ora, se chamar tarde é pecado, que dizer então dos que deixam de chamar o sacerdote?
(656): Entenda-se bem. Não é condição essencial que o doente peça os Santos Óleos; basta que os aceite de bom grado, ou pelo menos os repila, quando lhe oferecemos os Santos Sacramentos.
Catecismo Romano - O Catecismo do Concílio de Trento
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