Visão do Papa Pio V da vitória em Lepanto
A Batalha de Lepanto é lembrada como uma vitória da Igreja sobre o avanço do Império Otomano ( os islâmicos) que pretendiam estender seus domínios e assim acabar com o cristianismo na Europa.
É uma vitória, que dependeu da aliança de reis católicos, muitos deles em conflito uns com os outros.
Mas também é atribuída à intervenção da Virgem Maria do Rosário. O Papa São Pio V havia confiado na oração especialmente do rosário, jejum e penitência para alcançar essa vitória.
Dessa guerra surgiu o culto a Nossa Senhora da Vitória, Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, e foi marcada também como a festa de Nossa Senhora do Rosário, todos os títulos usados para a Virgem Maria durante e após, quando lembrada, a Batalha de Lepanto.
O avanço do Império Otomano também se deve a aliança de alguns reis, ou líderes que apesar de se diz\erem católicos preferiram as vantagens econômicas de uma aliança, do que a defesa de suas origens e da fé cristã.
Na Batalha Naval de Lepanto, uma esquadra da Liga Santa (República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e Estados Pontifícios), sob o comando de João da Áustria, venceu o Império Otomano, no dia 7 de Outubro de 1571, ao largo de Lepanto, na Grécia. Esta batalha representou o fim da expansão islâmica no Mediterrâneo
Resumo: O avanço dos Turcos, a Liga, a vitória
Em 1570, os Turcos Otomanos invadiram a Ilha de Chipre, então na posse da República de Veneza. Os venezianos, enfraquecidos por anos de luta contra os turcos, viram-se obrigados a pedir ajuda, já que a posse de Chipre permitiria aos turcos o domínio do Mediterrâneo.
O Papa Pio V reuniu uma esquadra de duzentas e oito galés e seis galeaças (enormes navios a remos com quarenta e quatro canhões), das marinhas da República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e dos Estados Papais, sob o comando de João da Áustria, formando a então chamada Liga Santa.
Esta frota enfrentou duzentas e trinta galés turcas ao largo de Lepanto, na Grécia, a 7 de Outubro de 1571.
O combate
O combate durou somente três horas. Foram destruídas ou capturadas cento e noventa galés turcas, enquanto os cristãos perderam apenas doze navios. Lepanto foi o fim da ameaça marítima turca para a Europa.
A Virgem Maria na Batlha
O Senado veneziano pôs debaixo do quadro que representava a batalha a seguinte frase:
"Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii Victores nos fecit".
- "Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória".
Gênova e outras cidades mandaram pintar em suas portas a efígie da Virgem do Rosário.
Soube-se depois que, no maior fragor da batalha, os soldados de Mafona tinham avistado acima dos mais altos mastros da esquadra católica, uma Senhora que os aterrava com seu aspecto majestoso e ameaçador
Resumo da Expansão Muçulmana (império Otomano):
- 1453 - Queda de Constantinopla
- Domínio da Pérsia e do Egito com Selim I
- Queda de Rhodes em 1522 (forçando a Ordem de S. João de Jerusalém a ir para a ilha de Malta.
- Solimão II, chamado o Magnífico, sucessor de Selim I, ocupava Belgrado e atacava, através de Barba-Ruiva, temível corsário, várias cidades que estavam sobre a tutela da Sereníssima República de Veneza: Clissa, Prevesa, Castelnuovo, e as ilhas mais ao sul, próximas à Grécia. Isso sem falar dos ataques em outras regiões e das alianças com reis católicos contra outros reis católicos, fruto da decadência da cristandade.
- O desejo deles era de invadir Roma e entrar à cavalo na Basílica de S. Pedro.
O Papa São Pio V chama para a Batalha
Em dezembro do mesmo ano, 1566, S. Pio V dirige às nações católicas novo brado de alarma e o convite a se unirem numa Liga em defesa da Cristandade. Ninguém quer ouvi-lo, pois estão ocupados com seus problemas internos.
Três anos de espera.
Em fins de 1569 chegava a Constantinopla a notícia de que o arsenal veneziano fôra destruído pelo fogo e, devido a uma má colheita, a Península toda estava ameaçada pela fome.
Selim II rompe a paz e envia um ultimatum: ou Veneza entregava uma de suas possessões preferidas, Chipre, ou era a guerra.
Veneza pede auxílio, mas não quer a aliança com a Espanha, apenas a mediação do Papa junto aos demais Estados para conseguir dinheiro, tropas e mantimentos.
A Espanha também não quer a Liga, pois Veneza várias vezes fez alianças com os Turcos.
S. Pio V intervém e exorta a Espanha a mandar uma esquadra poderosa para proteger Malta e garantir a rota que levaria socorro à ilha de Chipre. A Liga entre Espanha e Veneza deveria ter um caráter defensivo e ofensivo, e ajustar-se para sempre ou, pelo menos, por um tempo determinado.
Felipe II inicia negociações, enviando embaixadores.
S. Pio V nomeia Marco Antônio Colonna (conhecido de Felipe II e de Veneza) como chefe da esquadra auxiliar pontifícia.
Seis Meses perdidos em negociações.
Sob a égide e mediação do Pontífice Romano, começaram as negociações. Com um discurso inflamado, o Papa convocava a todos para uma nova cruzada.
Jogos de interesses de ambas as partes. Os Espanhóis desconfiavam das intenções dos venezianos e queriam cobrar mais caro pelos cereais. Os venezianos se diziam impossibilitados de contribuir com mais de uma quarta parte dos gastos de guerra, quando eram sobejamente conhecidas as possibilidades do tesouro da Senhoria...
Apesar de seu temperamento fogoso, S. Pio V intervinha com uma paciência e cordura heróicas.
Sugestão de D. João d’Áustria como generalíssimo dos exércitos cristãos. Irmão bastardo de Felipe II, jovem de 24 anos e maneiras profundamente aristocráticas que à todos impressionava.
Peste atacava a esquadra veneziana e os turcos atacavam a ilha de Chipre, a qual caía depois de 48 dias de resistência heróica.
Desânimo na cristandade. Não seria melhor atacar separados mesmos?
S. Pio V reclama e diz que a culpa é dos príncipes católicos, os quais deviam arrepender-se de sua atitude antes que fosse tarde demais e só expiariam sua falta se se resolvessem afinal a unir-se na defesa da causa da Cristandade.
Os turcos sitiavam Famagusta, ameaçavam Corfu e Ragusa.
O Núncio em Veneza, Facchinetti, anunciava, já em fevereiro de 1571, que se não se finalizasse a Liga, havia o perigo de que Veneza pedisse a Paz e cedesse Chipre, desfazendo a possibilidade de reagir contra os otomanos.
A Liga
Forma-se a Liga. Em março chegaram, com diferença de apenas dois dias, as resposta do Rei da Espanha e do Doge de Veneza.
Superadas as pequenas desavenças restantes, forma-se a Liga, que devia ser estável, ter um caráter defensivo e ofensivo, e dirigir-se não somente contra o sultão, mas também contra seus Estados tributários, Argel, Túnis e Trípoli.
A tríplice aliança contaria com duzentas galeras, cem transportes, 50 mil infantes espanhóis, italianos e alemães, 4.500 cavalos-ligeiros, e o número de canhões necessários.
O Papa arcaria com a sexta parte dos gastos, a Espanha com três sextos e Veneza com o resto.
O Sumo Pontífice publica um jubileu, toma parte nas procissões rogatórias e manda cunhar uma medalha comemorativa.
Preparativos para a Batalha
S. Pio V lembra D. João d’Áustria que ele ia combater pela Fé católica e de que por isso Deus lhe daria a vitória.
O Papa envia o estandarte da Liga: era de damasco de seda azul e ostentava a imagem do Crucificado, tendo aos pés as armas do Papa, da Espanha, de Veneza e de D. João.
D. João recebeu o estandarte solenemente, das mãos do Cardeal Granvela, na Igreja de Santa Clara, com a presença de muitos nobres, entre os quais os Príncipes de Parma e de Urbino.
"Toma, ditoso Príncipe, disse-lhe o Cardeal, a insígnia do verdadeiro Verbo Humanado; toma o sinal vivo da santa Fé, da qual és defensor nesta empresa. ele te dará uma vitória gloriosa sobre o ímpio inimigo, e por tua mão será abatida sua soberba. Amém!".
"Toma, ditoso Príncipe, disse-lhe o Cardeal, a insígnia do verdadeiro Verbo Humanado; toma o sinal vivo da santa Fé, da qual és defensor nesta empresa. ele te dará uma vitória gloriosa sobre o ímpio inimigo, e por tua mão será abatida sua soberba. Amém!".
Em Roma, o Papa aguardava notícias
redobrara de orações e jejuns pela vitória e instava para que Monges, Cardeais e fiéis rezassem e jejuassem na mesma intenção.
Confiava na eficácia do Rosário
No dia 7 de outubro ele trabalhava com seu Tesoureiro, Donato Cesi, o qual lhe expunha problemas financeiros.
De repente, separou-se de seu interlocutor, abriu uma janela e entrou em êxtase. Logo depois voltou-se para o Tesoureiro e disse-lhe:
"Ide com Deus. Agora não é hora de negócios, mas sim de dar graças a Jesus Cristo, pois nossa esquadra acaba de vencer".
E dirigiu-se à sua capela.
De repente, separou-se de seu interlocutor, abriu uma janela e entrou em êxtase. Logo depois voltou-se para o Tesoureiro e disse-lhe:
"Ide com Deus. Agora não é hora de negócios, mas sim de dar graças a Jesus Cristo, pois nossa esquadra acaba de vencer".
E dirigiu-se à sua capela.
Chegam as notícias duas semanas depois. Na noite do dia 21 para 22 de outubro o cardeal Rusticucci acordou o Papa para confirmar a visão que ele tinha tido. Num pranto varonil, S. Pio V repetiu as palavras do velho Simeão: "Nunc dimitis servum tuum, Domine, in pace" (Luc. 2, 29).
No dia seguinte é proclamada a feliz notícia em S. Pedro, após uma procissão e um solene "Te Deum".
D. João d’Áustria - Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João (Jo. 1, 6). Palavras de S. Pio V sobre D. João d’Áustria.
São pio V, Nossa Senhora do Rosário entre santos dominicanos e D. João d`Áustria
Vitória da Virgem
O dia 7 de outubro ficava consagrado a Nossa Senhora da Vitória, e mais tarde ao Santo Rosário.
Na Ladainha Lauretana era acrescentada a invocação que nascera pela "vox populi" no momento da grande proeza: "Auxilium Christianorum".
Capelas com a invocação de Nossa Senhora das Vitórias começaram a surgir na Espanha e na Itália.
Fonte:http://rezairezairezai.blogspot.com.br/
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