Se os próprios textos latinos da Missa nova (Novus Ordo) já extenuam a pureza e integridade da fé nas sua traduções em vernáculo nas diversas línguas esse problema se agrava.
Vejamos alguns exemplos da tradução portuguesa:
1. “Semper Virginem Mariam” traduzido por “A Virgem Maria” (Notar que os protestantes toleram chamar Nossa Senhora de Virgem Maria, mas nunca de sempre Virgem Maria).
2. “Et cum spiritu tuo” traduzido por “Ele esta no meio de nós” (Além de ser infiel, essa tradução insinua uma autonomia dos fiéis com relação ao sacerdócio hierárquico do celebrante, justamente no momento em que se deve marcar que as graças nos são dadas em razão do sacrifício realizado pelo padre no altar).
3. “Offerimus” traduzido por “Apresentamos” (Reforça a nova concepção do ofertório, em que os dons não são propriamente oferecidos a Deus em espírito sacrifical, mas apenas apresentados ao altar).
4. “Meum ac vestrum sacrificium” traduzido por “O nosso sacrifício” (Insinua identificacão do sacerdócio do padre com o dos fiéis).
5. “Cum Angelis et Archangelis, cum Thronis et Dominationibus, cunque omnia militiae caelestis exercitus” traduzido por “Com todos os anjos e santos”.
6. “Vita aeterna” traduzido por “Vida”.
7. “Morte perpétua” traduzido por “Morte”.
8. “Pro Eclesia tua Sancta Catholica” traduzido por “Pela vossa Igreja dispersa pelo mundo inteiro”.
9. “Ab aeterna damnatione” traduzido por “Da condenação”.
10. “Pro multis” traduzido por “Por todos” A respeito dessa “tradução” que ocorre na Consagração do vinho, é oportuno lembrar o comentário autorizado do Catecismo Romano):
“As palavras que se ajuntam “por vós e por muitos”, foram tomadas uma de S. Mateus, outra de S. Lucas. A Santa Igreja, guiada pelo Espírito de Deus, coordenou-as numa só frase, para que se exprimisse o fruto e a vantagem da Paixão.
“De fato, se considerarmos sua virtude, devemos reconhecer que o Salvador derramou Sangue pela salvação de todos os homens. Se atendermos, porém, ao fruto que os homens dele auferem, não custa compreender que sua eficácia se não estende a todos, mas sóa “muitos”homens.
“Dizendo, pois “por vós”, Nosso Senhor tinha em vista , quer as pessoas presentes, quer os eleitos dentre os judeus, como o eram os Discípulos a quem falava, com excessão de Judas,
“No entanto, ao acrescentar “por muitos”, queria aludir aos outros eleitos, fossem judeus ou gentios. Houve, pois, acerto em não se dizer “por todos”, visto que o texto só alude aos frutos da Paixão, e esta surtiu efeito salutar unicamente para os escolhidos” (Parte II, n. 24).
11. “Et cum spiritu tuo” (no rito da comunhão) traduzido por “O amor de Cristo nos uniu”. Dando ênfase ao caráter comunitário da assembléia ali reunida, no qual os progressistas tendem a ver como elemento essencial da missa).
Quanto aos termos equívocos e jogo de ambigüidades, convém notar que esta sempre foi a tática dos modernistas (e de todos os herejes) para difundir os seus erros. A este respeito, há uma declaração de intenção muito interessante, feita por D. Duschak, em 5 de novembro de 1962, ou seja, antes das promulgações do Concílio: “Minha idéia, diz ele, será introduzir uma missa ecumênica…”. Como se lhe perguntasse se esta proposição vinha de seus diocesanos, ele respondeu: “Não, eu penso mesmo que eles se oporiam, assim como se opõem numerosos bispos. Mas se se pudesse colocá-la em prática, eu creio que terminariam por aceitá-la” (sic). A redação ambivalente dos textos do Concílio a isso se prestaria. “Nós o exprimimos de maneira diplomática, mas, depois do Concílio, nós tiraremos as conclusões implícitas…” Diante dessa resolução de um membro da Comissão doutrinal, o nada suspeito teólogo Schilebeeckx, teve um sobressalde indignação: “Eu considero isso desonesto”
(Le Rhin coule dans le Tibre, P. R. Wiltgen, S.V.D., p. 37-38)
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