Santo António e o purgatório. Conta Santo Antónino que um enfermo havia muito tempo que sofria horríveis dores. Apareceu-lhe o seu Anjo da Guarda e lhe propôs, por ordem de Deus, que escolhesse: ou sofrer aquelas dores por mais um ano, ou passar meia hora no Purgatório. O enfermo respondeu que preferiria estar meia hora no Purgatório, pois assim acabava mais depressa de sofrer. Pouco depois expirou, e o Anjo foi visitá-lo no Purgatório. Ao ver o Anjo, a pobre alma começou a soltar gemidos inconsoláveis, dizendo-lhe que a tinha enganado, pois, tendo-lhe assegurado que estaria ali só meia hora, já eram passados vinte anos que estava lá penando. Vinte anos? - replicou o Anjo - não passaram mais que poucos minutos de tua morte, e teu cadáver ainda está quente sobre o leito! Tanto é verdade que as penas do Purgatório, em certo modo, - sapiunt naturam aeternitatis -, têm um sabor de eternidade, por parecer à imaginação do padecente que uma hora é como um século.
sábado, 13 de junho de 2020
Santo António e o purgatório.
Santo António e o purgatório. Conta Santo Antónino que um enfermo havia muito tempo que sofria horríveis dores. Apareceu-lhe o seu Anjo da Guarda e lhe propôs, por ordem de Deus, que escolhesse: ou sofrer aquelas dores por mais um ano, ou passar meia hora no Purgatório. O enfermo respondeu que preferiria estar meia hora no Purgatório, pois assim acabava mais depressa de sofrer. Pouco depois expirou, e o Anjo foi visitá-lo no Purgatório. Ao ver o Anjo, a pobre alma começou a soltar gemidos inconsoláveis, dizendo-lhe que a tinha enganado, pois, tendo-lhe assegurado que estaria ali só meia hora, já eram passados vinte anos que estava lá penando. Vinte anos? - replicou o Anjo - não passaram mais que poucos minutos de tua morte, e teu cadáver ainda está quente sobre o leito! Tanto é verdade que as penas do Purgatório, em certo modo, - sapiunt naturam aeternitatis -, têm um sabor de eternidade, por parecer à imaginação do padecente que uma hora é como um século.
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