quinta-feira, 13 de julho de 2023

Canção Nova endossa adultério


 

A editora Canção Nova da Comunidade Carismática Canção Nova lançou um livro que tem tido bastante saída nas livrarias, sendo bem fácil de encontrar na seção religiosa de lojas como a da Saraiva, etc. O nome da obra é “Casais de segunda união, a Igreja é o seu lugar” de João Bosco e Aparecida de Fátima. O problema já começa no título pois não se trata de segunda união, eufemismo para relação adulterina. A doutrina de Cristo concebe o casamento como indissolúvel; ainda que haja casos de nulidade matrimonial somente um tribunal eclesiástico pode julgar o mérito sendo vedado ao fiel assumir um outro relacionamento caso tenha se casado na Igreja; enquanto ela não julgar que o matrimônio anterior foi nulo a atitude do católico deve ser o de espera paciente e continência sexual. Todavia as chamadas pastorais familiares tem estimulado pessoas que vivem em condição irregular a continuar mantendo vínculos objetivamente pecaminosos na esperança de conseguir uma sentença de nulidade.


    A obra em tela destaca que o novo código de direito canônico de 1983, fruto do Concílio Vaticano II, infelizmente modificou o enfoque doutrinal anterior. Antes de 1962 a Igreja enfatiza o caráter contratual do matrimônio derivando daí uma lista de direitos e deveres dos cônjuges. A partir do CVII e sua abertura ao mundo ocorre uma progressiva relativização do enfoque anterior que se não é expressamente abandonado ou negado passa a ser secundarizado. O novo enfoque é do casamento como “pacto” cujo significado seria o de “realizar o bem da comunidade conjugal na sua plenitude familiar”. O efeito disso é patente: o código anterior classificava os “casais em segundo união”, de bígamos, infames, pecadores públicos, adúlteros enfim. Quem morresse nessa condição ficava proibido de ter exéquias, enterro em cemitério católico, missas em sufrágio. Agora é diferente: não pesa mais sobre esses casais as penas canônicas atinentes ao adultério público.


    É bastante irônico que um movimento como a RCC, que preconiza uma vida de santidade, albergue propostas como esta e promova uma obra francamente herética usando toda sua estrutura editorial e comercial para divulgar um conceito laxo de casamento. O livro em tela, na página 82, preconiza abertamente o abandono dessas classificações em prol da não discriminação desses “casais” em nome da caridade. Ora a caridade implica antes de tudo no amor a Deus e ao próximo por causa dele. Mas acolher um pecador só faz sentido em vista de sua salvação e nunca em vista de amenizar o seu pecado. Pelo visto o apelo de santidade da Canção Nova não passa de palavras jogadas ao vento e está escorada, infelizmente, em uma carta aos bispos sobre questões matrimoniais lançada em 1994 que autoriza uma solução pastoral a casos de “segunda união” em que:


“os divorciados novamente casados não devem ter acesso à comunhão eucarística, mas poderiam aproximar-se desta em determinados casos, quando segundo ao juízo da sua consciência a tal se considerassem autorizados” (Carta n. 3).


    Para a Congregação para a Doutrina da Fé, permanece um único caso que se deve levar em consideração, ou seja, daqueles que estão “subjetivamente certos em consciência que o matrimônio anterior, irremediavelmente destruído, jamais fora válido”. Com esse princípio subjetivista se abriu caminho ao abismo moral que reina hoje nos ambientes conciliares: padres dando comunhão a adúlteros públicos somado a católicos se separando por qualquer motivo fiando-se na “certeza subjetiva” de que seus matrimônios foram nulos o que implementou uma situação generalizada de imoralidade sexual sob a benção do clero.


    Mais uma vez o apelo de Dom Marcel Lefebvre de que devemos resistir na fé as novidades conciliares se faz urgente e atual.


Fonte: https://catolicidadetradit.blog

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