quinta-feira, 3 de setembro de 2015

03 de Setembro: São Pio X – Papa e Confessor

São Pio X
Papa e Confessor
Papa da Igreja de 09/08/1903 a 20/08/1914

pio X 2 - Cópia
Pio X, que a Igreja Católica, pela voz de Sua Santidade o Papa Pio XII, proclamou Santo, é o 78º Papa que a Igreja incluiu no catálogo dos Santos.
Transcorridos os 11 dias de orações, prescritos para sufrágio da alma do Papa Leão XIII, recém-falecido, os cardeais da Santa Igreja (em número de 62, na época) iniciaram o Conclave — reunião do Colégio cardinalício com o objetivo de eleger o novo Papa.
Os primeiros escrutínios indicavam a escolha do Cardeal Rampolla — que fora colaborador direto de Leão XIII. Mas no dia 1º de agosto foi comunicado aos cardeais, no Conclave, o veto do Imperador da Áustria, Francisco José. Veto que, segundo uma tradição, poderia ser exercido pelo Imperador austríaco.
Devido a isso, o Cardeal Giuseppe Sarto, de Veneza, passou a ser o preferido. Entretanto, num exercício de autêntica humildade, pedia aos cardeais que nele não votassem. Mas ele era o escolhido também pela Divina Providência. No sétimo turno da votação, o Cardeal Sarto, por insistência de vários de seus pares no Sacro Colégio, acabou aceitando(1) e foi eleito o 259º sucessor de São Pedro, por 50 votos a seu favor, no dia 4 de agosto de 1903.
O Cardeal Sarto, de cabeça baixa, ouviu o resultado do sufrágio. Segundo o costume, aproximou-se dele o Cardeal Decano e perguntou-lhe se aceitaria ou não a eleição à Sede Pontifícia.
Com os olhos banhados em lágrimas, e a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, respondeu: “Se não for possível afastar de mim esse cálice, que se faça a vontade de Deus. Aceito o Pontificado como uma cruz”.(2)
Após cinco dias, teve lugar a grandiosa cerimônia de coroação do sucessor de São Pedro, para a glória da Santa Igreja.
Giuseppe Melchior Sarto nasceu em Riese (Treviso) – hoje chamada Riese Pio X – no norte da Itália, em dois de Junho de 1835, filho de João Batista Sarto (um funcionário da prefeitura) e de Margarida Sanson (costureira), o segundo de dez filhos. Tinha 23 anos quando foi ordenado sacerdote (18 de setembro de 1858). Por 9 anos, foi capelão em Tombolo. Foi também vigário de Salzano, passando ali 9 anos. Por outros 9 anos, foi cônego e diretor espiritual em Treviso. Outros 9 anos, ele os viveu como Bispo de Mântua (16 de novembro de 1884) e outros 9 (15 junho de 1893) como Patriarca de Veneza.
Foi eleito Papa em 1903, ocupando o lugar de Leão XIII. Mesmo sendo Papa, Pio X quis permanecer pobre e manter a simplicidade de vida, a bondade, que herdara de seus pais.
Pio X tinha como lema de pontificado “INSTAURARE OMNIA IN CHRISTO” (restaurar toda as coisas em Cristo).
O conclave que terminou com a sua eleição foi o último no qual um Cardeal usou do direito de “Veto” em nome de uma potência estrangeira, pois, uma vez eleito, Pio X decretou a “excomunhão maior” contra todos que, no futuro “ousassem formular um veto no Conclave ou contribuíssem para fazê-lo.
Reconhecendo que a renovação dos homens dependia da vida santa do Clero, dedicou especial empenho aos Sacerdotes e Seminários, exortando os Ministros do Altar a se distinguirem pela piedade, ciência e obediência.
Preocupado ao máximo com a salvação eterna das almas, providenciou que fosse devidamente ensinado às crianças e adultos o Catecismo, elaborando ele mesmo um novo texto (vide in fine); estabeleceu sábias normas para a pregação; introduziu o uso da Comunhão frequente e até quotidiana; e estabeleceu que as crianças se aproximassem da Primeira Comunhão desde os mais tenros anos.
Mestre infalível da verdade, na memorável Encíclica “Pascendi” denunciou e reprimiu com o necessário rigor as doutrinas que formavam uma triste síntese de todos os erros: o modernismo.
Trabalhou na codificação do Direito Canônico, reunindo em um só texto as disposições jurídicas da Igreja proclamadas através dos séculos. Procedeu à revisão da “Vulgata”, isto é do texto oficial da Bíblia, confiando o trabalho aos Beneditinos. Reformou a Cúria Romana, modernizando a organização que Sixto V tinha dado aos Dicastérios e aos Tribunais Eclesiásticos. Criou o Instituto Bíblico, reformou o Breviário e orientou a música sacra para formas de expressão mais puras.
Para defesa da Religião restaurou a Ação Católica e deu novo desenvolvimento à ação social dos católicos e às associações operárias, e reforçou as Ordens Religiosas com oportunas normas jurídicas.
Em 1º de setembro de 1910, Sua Santidade, através do motu proprio Sacrorum Antistitum, promulgou o famoso Juramento Anti-modernista, a ser proferido obrigatoriamente por todos os padres, bispos, catequistas e seminaristas; juramento este abolido por Paulo VI, em 1967:
Eu, N., firmemente aceito e creio em todas e em cada uma das verdades definidas, afirmadas e declaradas pelo magistério infalível da Igreja, sobretudo aqueles princípios doutrinais que contradizem diretamente os erros do tempo presente.
Primeiro: creio que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza e pode também ser demonstrado, com as luzes da razão natural, nas obras por Ele realizadas (Cf. Rm I 20), isto é, nas criaturas visíveis, como [se conhece] a causa pelos seus efeitos.
Segundo: admito e reconheço as provas exteriores da revelação, isto é, as intervenções divinas, e sobretudo os milagres e as profecias, como sinais certíssimos da origem sobrenatural da razão cristã, e as considero perfeitamente adequadas a todos os homens de todos os tempos, inclusive aquele no qual vivemos.
Terceiro: com a mesma firme fé creio que a Igreja, guardiã e mestra da palavra revelada, foi instituída imediatamente e diretamente pelo próprio Cristo verdadeiro e histórico, enquanto vivia entre nós, e que foi edificada sobre Pedro, chefe da hierarquia eclesiástica, e sobre os seus sucessores através dos séculos.
Quarto: acolho sinceramente a doutrina da fé transmitida a nós pelos apóstolos através dos padres ortodoxos, sempre com o mesmo sentido e igual conteúdo, e rejeito totalmente a fantasiosa heresia da evolução dos dogmas de um significado a outro, diferente daquele que a Igreja professava primeiro; condeno semelhantemente todo erro que pretenda substituir o depósito divino confiado por Cristo à Igreja, para que o guardasse fielmente, por uma hipótese filosófica ou uma criação da consciência que se tivesse ido formando lentamente mediante esforços humanos e contínuo aperfeiçoamento, com um progresso indefinido.
Quinto: estou absolutamente convencido e sinceramente declaro que a fé não é um cego sentimento religioso que emerge da obscuridade do subconsciente por impulso do coração e inclinação da vontade moralmente educada, mas um verdadeiro assentimento do intelecto a uma verdade recebida de fora pela pregação, pelo qual, confiantes na sua autoridade supremamente veraz, nós cremos tudo aquilo que, pessoalmente, Deus, criador e senhor nosso, disse, atestou e revelou.
Submeto-me também com o devido respeito, e de todo o coração adiro a todas as condenações, declarações e prescrições da encíclina Pascendi e do decreto Lamentabili, particularmente acerca da dita história dos dogmas.
Reprovo outrossim o erro de quem sustenta que a fé proposta pela Igreja pode ser contrária à história, e que os dogmas católicos, no sentido que hoje lhes é atribuído, são inconciliáveis com as reais origens da razão cristã.
Desaprovo também e rejeito a opinião de quem pensa que o homem cristão mais instruído se reveste da dupla personalidade do crente e do histórico, como se ao histórico fosse lícito defender teses que contradizem a fé o crente ou fixar premissas das quais se conclui que os dogmas são falsos ou dúbios, desde que não sejam positivamente negados.
Condeno igualmente aquele sistema de julgar e de interpretar a sagrada Escritura que, desdenhando a tradição da Igreja, a analogia da fé e as normas da Sé apostólica, recorre ao método dos racionalistas e com desenvoltura não menos que audácia, aplica a crítica textual como regra única e suprema.
Refuto ainda a sentença de quem sustenta que o ensinamento de disciplinas histórico-teológicas ou quem delas trata por escrito deve inicialmente prescindir de qualquer idéia pré-concebida, seja quanto à origem sobrenatural da tradição católica, seja quanto à ajuda prometida por Deus para a perene salvaguarda de cada uma das verdades reveladas, e então interpretar os textos patrísticos somente sobre as bases científicas, expulsando toda autoridade religiosa, e com a mesma autonomia crítica admitida para o exame de qualquer outro documento profano.
Declaro-me enfim totalmente alheio a todos os erros dos modernistas, segundo os quais na sagrada tradição não há nada de divino ou, pior ainda, admitem-no, mas em sentido panteísta, reduzindo-o a um evento pura e simplesmente análogo àqueles ocorridos na história, pelos quais os homens com o próprio empenho, habilidade e engenho prolongam nas eras posteriores a escola inaugurada por Cristo e pelos apóstolos.
Mantenho, portanto, e até o último suspiro manterei a fé dos pais no carisma certo da verdade, que esteve, está e sempre estará na sucessão do episcopado aos apóstolos¹, não para que se assuma aquilo que pareça melhor e mais consoante à cultura própria e particular de cada época, mas para que a verdade absoluta e imutável, pregada no princípio pelos apóstolos, não seja jamais crida de modo diferente nem entendida de outro modo².
Empenho-me em observar tudo isso fielmente, integralmente e sinceramente, e em guardá-lo inviolavelmente, sem jamais disso me separar nem no ensinamento nem em gênero algum de discursos ou de escritos. Assim prometo, assim juro, assim me ajudem Deus e esses santos Evangelhos de Deus.
Muito embora penetrado da consciência da autoridade pontifícia, Pio X levou uma vida de simplicidade extrema. Quis que os membros de sua família e especialmente suas irmãs fizessem o mesmo, e nunca lhes permitiu viverem junto dele, no Vaticano. Brando e afável, soube conquistar o afeto das multidões de fiéis.
A sua morte foi atribuída à dor pela notícia da Primeira Guerra Mundial, cujo impacto o deixou profundamente perturbado. Começou a sentir-se mal a 15 de agosto, desse mesmo ano, vindo a falecer santamente logo depois, dia 21 de agosto.
O renome de santidade de Giuseppe Sarto começou a correr logo após seu falecimento. Não se tardou em falar de milagres devidos à sua intervenção. Em 1923, os Cardeais residentes em Roma se reuniram em comissão a fim de promoverem sua Beatificação.
O processo registrou rápidos progressos, e a Beatificação se deu a 3 de julho de 1951. Três anos depois, terminava a causa da Canonização e, finalmente, Sua Santidade Pio XII proclamou Santo da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica e Romana. “O Papa do Santíssimo Sacramento”, o Papa da bondade e da doçura.
Dizia dele, o Cardeal Merry del Val:

“Seria um grande erro crer que esta característica [a bondade] tão atraente de Pio X o retratasse plenamente ou resumisse seus dotes e qualidades; nada mais longe da verdade. Ao lado dessa bondade, e de modo feliz combinada com a ternura de seu coração paternal, possuía uma indomável energia de caráter e uma força de vontade que podiam testemunhar, sem vacilação, os que realmente o conheceram, embora em mais de uma ocasião surpreendesse, e até causasse estranheza àqueles que somente haviam tido ocasião de experimentar sua delicadeza e reserva habituais.
Mantinha um absoluto senhorio de si e dominava os impulsos de seu ardente temperamento. Não vacilava em ceder em assuntos que não considerava essenciais, e até estava disposto a considerar e aceitar a opinião de outros se isso não implicasse em risco para algum princípio; mas não havia nele nenhuma debilidade.
Quando surgia alguma questão na qual se fazia necessário definir e manter os direitos e liberdade da Igreja, quando a pureza e integridade da verdade católica requeriam afirmação e defesa, ou era preciso sustentar a disciplina eclesiástica contra o relaxamento ou influência mundanas, Pio X revelava então toda a força e energia de seu caráter e o intrépido valor de um grande Pontífice consciente da responsabilidade de seu sagrado ministério e dos deveres que julgava ter que cumprir a todo custo.
Era inútil, em tais ocasiões, que alguém tratasse de dobrar sua constância; toda tentativa de intimidá-lo com ameaças, ou de afagá-lo com sedutores pretextos ou recursos meramente sentimentais, estava condenada ao fracasso”. (Cardeal Rafael Merry del Val, Memorias del Papa Pio X, Sociedad de Educación Atenas, S.A., Madrid, 1946, pp. 103-105.)

Em seu sepulcro está escrito: – Pio X, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas.

Bendito sejais Deus, Senhor do céu e da terra, que nos destes a graça do papado e um tão grande intercessor como São Pio X. Concedei-nos, Senhor, pela intercessão de tão insigne santo, a graça da paz para toda a Igreja de Cristo e para todos os seus membros e fiéis. Amém.
* * *

ORAÇÃO A SÃO PIO X
de Papa Pio XII

Pio X
“Sim, ó Santo Pio X, glória do sacerdócio, esplendor e decoro do povo cristão! Tu, em quem a humildade pareceu irmanar-se com a grandeza, a austeridade com a mansidão, a simples piedade com a profunda doutrina; Tu, Pontífice da Eucaristia e do Catecismo, da Fé íntegra e da firmeza impávida, volve teu olhar sobre a Santa Igreja que tanto amaste e à qual dedicaste o melhor dos tesouros que com mão pródiga havia depositado a divina Bondade em teu ânimo; consegui-lhe a incolumidade e a constância no meio das dificuldades e perseguições de nossos tempos; alivia a esta pobre Humanidade cujas dores te afligiram tão profundamente que apagaram as palpitações de teu grande coração; faça que neste agitado mundo triunfe aquela paz que supõe a harmonia entre as Nações, o acordo fraterno e a sincera colaboração entre as classes sociais, o amor à caridade entre os homens, a fim de que, desse modo, aqueles desejos que consumiram tua vida apostólica cristalizem, graças à tua intercessão, em uma realidade feliz, para a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos dos séculos. Assim seja”.
Si NUESTRO SANTO PATRONO no es más conocido dependerá de nosotros.

Fonte:http://catolicosresistentes.com.br/

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