Por
serem de compleição diferente, o homem e a mulher não vêem o filho com
os mesmos olhos: ele o vê através de sua masculinidade; ela, através de
sua feminilidade. Entretanto, essa divergência não é um mal, pois traz
como resultado não somente um conhecimento mais completo e aprofundado
da criança, como também uma espécie de combinção de influências. Permite
ao homem descobrir os métodos que tornarão o educando mais forte, mais
corajoso e mais empreendedor; à mulher, os que nele despertarão as
delicadezas do sentimento.
Tomemos
um exemplo: o filho é obrigado a um esforço penoso. A mãe é inclinada a
proporcionar-lhe o auxílio de sua sensibilidade feminina; o pai, o da
força que comanda. Se a mãe fosse sozinha, correria o risco de
enfraquecer a vontade; se fosse só o pai, talvez quebrasse os impulsos
delicados da sensibilidade. Unidos, irão obter um esforço misturado de
força e de ternura.
Mas esta
união indispensável exige, da parte dos esposos, um grande desinteresse.
Trata-se, com efeito, de examinar objetivamente as disposições do filho
e não de lhe impor teorias educativas já preparadas.
Examinando, de comum acordo, os resultados obtidos, os pais aperfeiçoarão, dia a dia, seus métodos.
Pequeno Tratado de Pedagogia -Jean Viollet
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