“Quanto à duração do Limbo, não há dúvida de que não conhecerá termo, já que, conforme um princípio geral e firme da teologia, a morte assinala a cada indivíduo o seu estado definitivo. Admitir que as almas do Limbo possam passar para a Bem-aventurança celeste é contradizer a esta verdade assim como à tese, constante na Tradição Cristã, de que é preciso ao menos o Batismo de desejo para entrar no Céu.
Positivamente, completando o quadro de bem-aventuranças do Limbo, Léssio (+1623) julga que as almas aí possuem um conhecimento insigne das realidades materiais e espirituais; assim iluminadas, amam, louvam e agradecem ao Criador por toda a eternidade: 'Na renovação (final) dar-se-á aos pequeninos um conhecimento muito mais perfeito do que o que possuímos nesta vida. E isto para que aquela inumerável multidão de crianças não seja ociosa dentro dos seus limites, nem pareça estar em vão no mundo, mas, conhecendo a si e às outras criaturas, reconheçam claramente Aquele que as criou e criou o mundo inteiro; conhecendo, O amarão, O louvarão e por toda a eternidade Lhe darão graças pelos benefícios recebidos' (De perfectionibus divinis 1. XII c. XXII n. 144s. Parisiis 1881. 444).
O mencionado Cardeal Sfrondati chega a sustentar que a inocência pessoal, jamais perdida pelas criancinhas do Limbo, constitui, da parte de Deus, um benefício maior do que a Graça Sobrenatural em certos casos, pois esta não raro é dada depois do pecado pessoal: 'Esse benefício da inocência pessoal e da isenção do pecado é tão grande que as criancinhas prefeririam ser privadas da Glória Celeste a cometer um só pecado; e todo cristão deve pensar assim. Por conseguinte, não há motivo de nos queixarmos ou afligirmos a respeito desses pequeninos, mas convém antes louvar e agradecer a Deus a propósito dos mesmos' (Nodus praedestinationis dissolutus. Romae 1687, 120).”
Fonte:http://diario-de-um-catolico.blogspot.com.br/
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