Não poderíamos aqui deixar passar em branco as
questões que giram em torno de Pio XII. Ultimamente, este papa tem sido
acusado, principalmente por grupos judaicos e anticristãos, de ter
compactuado com as atrocidades de Adolf Hitler. Tal afirmação não
procede.
É sabido, por exemplo, que Pio XII tentou enviar 3 mil judeus para o Brasil. Getúlio Vargas, no entanto, fez objeções:
-Exigiu que todos fossem agricultores e convertidos
ao catolicismo antes de 1935. A operação tornou-se impossível, o que
possibilitou a captura de 150 judeus pelas forças alemãs. Na Itália 90%
dos judeus estavam refugiados no Vaticano, em Castelgandolfo e em
milhares de Igrejas e Conventos. Vejamos o que nos diz Carlos Veloso de
Melo:
1) Pio XII não se calou ante as arbitrariedades, erros e injustiças do nazismo;
2) se não tomou uma atitude mais clara, como uma
excomunhão dos nazistas ou uma encíclica condenando o nazismo, foi
porque sabia, por experiência diária na condução da Igreja, naqueles
conturbados anos, que semelhantes medidas teriam como único efeito
exasperar o III Reich e agravar ainda mais a situação de comunidades
inteiras que viviam na mais cruel opressão; e além do mais a posição da
Santa Sé sobre o nazismo já tinha sido definida por Pio XI na encíclica
Mit Brennender Sorge;
3) mais do que com palavras, a Igreja, com a
orientação e estímulo de Pio XII, abrigou milhares de Judeus durante a
guerra, facilitando sua emigração para outros países;
4) Pio XII jamais escondeu sua simpatia e amor pelo
povo alemão, porém jamais externou qualquer sentimento que possa ser
interpretado como uma aprovação do nazismo.
(MELO, Carlos Veloso de. Pio XII. Três: São Paulo, 1974, p. 168)
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