segunda-feira, 18 de abril de 2016

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO PARA OS QUE SE COMPORTAM MAL NA SANTA MISSA: MERECEDORES DE QUE UM RAIO SEJA LANÇADO SOBRE ELES



É desagradável o que eu vou dizer, mas vou dizê-lo, no entanto. Entre toda essa multidão, não há de ser encontrada uma centena com chances de ser salvo; ou melhor, até mesmo estes eu questiono. Pensem: que maldade existe nos jovens, e que indiferença nos idosos!

E não venham me dizer: “Nós somos uma multidão considerável”; esse é o discurso de homens que falam sem pensar ou sentir. Mas, se vós não acreditais em mim, pergunte às nações, aos perseguidores do tempo, em que a conduta dos cristãos era mais rigorosa, e foram eles mais provados. Poucos eram em número, mas eram ricos em virtudes.

Por exemplo, de que vale ter feno em abundância, quando se poderia ter pedras preciosas? O montante não consiste na soma dos números, mas no valor comprovado. Elias foi um: mas o mundo todo não valia tanto quanto ele. Que necessidade tenho eu de uma multidão? Ela é (apenas) mais alimento para o fogo.

Isso também se pode ver na guerra: melhor são dez homens bem treinados e valentes, do que dez mil sem nenhuma experiência. Estes últimos, além de não trabalharem, atrapalham os que trabalham. O mesmo também se pode ver no caso de um navio: melhor são dois marinheiros experientes, do que grande número de inábeis, pois estes afundarão o navio.

Essas coisas eu vos digo para que ninguém admire a Igreja por causa de seus números, mas para que possamos aprender a ser uma multidão realmente digna; para que cada um possa zelar não somente sobre o seu dever, não somente em relação a seus amigos, ou a seus parentes, como sempre digo, ou a seus vizinhos, mas que possa atrair os estrangeiros também.
Por exemplo, a oração está acontecendo; lá se encontram os jovens estupidamente indiferentes, e os velhos também (…); rindo, rindo abertamente, falando a ponto de até mesmo eu ouvir o que está sendo dito, e zombando um do outro (…).

 E lá está você, jovem ou velho: repreenda-os ao vê-los (comportando-se assim). Se não se contiverem, repreenda-os mais severamente: chame o diácono, ameace, faça o que está ao seu alcance.

Você não sabe que está de pé em companhia dos anjos? Com eles você canta, com eles entoa hinos, e você fica rindo? Não é surpreendente que um raio não seja lançado, não somente sobre aqueles (que se comportam assim), mas também sobre todos nós? Para tal comportamento a visita de um raio cairia muito bem.

O Imperador está presente, está revistando a tropa: e, mesmo com Seus olhos sobre você, você fica rindo, ou suporta ver outro rindo? Quanto tempo ainda teremos que continuar censurando, quanto tempo reclamando? Quem ri na hora do Terrível Mistério? Quando vão deixar de dizer trivialidades, de falar no instante da bênção? Não têm vergonha diante dos presentes? Não têm temor a Deus?

Já não basta nossos próprios pensamentos ociosos, já não é suficiente que em nossas orações a mente vagueie de lá para cá… O riso alheio também tem necessidade de interferir, e as rajadas de alegria? É uma diversão teatral o que é feito aqui?

Portanto, eu solenemente protesto contra vocês, os que fazem barulho, e isso será para vocês causa de juízo e condenação. E de hoje em diante, se acaso você ver uma pessoa se comportando de forma desordenada, se acaso ver qualquer pessoa falar, especialmente naquela parte (do Serviço), fale com ela. Interrompa a sua oração e a repreenda, para que você possa fazer o bem a ela e obter bênçãos para si, e assim também todos sejam salvos e alcancem o Reino dos Céus, por meio da graça e bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(São João Crisóstomo, Excerto da Homilia sobre os Atos dos Apóstolos, 24)

Fonte:
http://diario-de-um-catolico.blogspot.com.br/

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