domingo, 10 de fevereiro de 2013

Podemos agora falar sobre Sedevacantismo?


Buda no Altar, acima do Sacrário (Encontro de Assis 1986)
Um Papa não tem como ordenar nada que vá contra o Bem!

Desobedecer ao ser humano, mesmo que uma autoridade, sempre é lícito quando necessário; porém desobedecer ao Papa e ao Magistério da Igreja nunca é lícito!

O que nos ensina aqueles que estão à frente dos tradicionalistas, como por exemplo, Dom Guéranger (FSSPX):
“O que torna sempre mais firme e mais serena a reflexão do historiador cristão é a certeza que lhe dá a Igreja, que marcha diante dele como uma coluna luminosa e alumia divinamente todos os seus juízos. Ele sabe que vínculo estreito une a Igreja ao Deus-Homem, como ela é assegurada por Sua promessa contra TODO ERRO NO ENSINAMENTO e na direção geral da sociedade cristã, como o Espírito Santo a anima e conduz; é, pois, nela que ele buscará o critério dos seus juízos. […] ele sabe onde se manifesta a direção, o espírito da Igreja, seu instinto divino. Recebe-os, aceita-os, confessa-os corajosamente; aplica-os […] Igualmente, nunca trai, nunca sacrifica; diz que é bom o que a Igreja julga bom, mau o que a Igreja julga mau. Que lhe importam os sarcasmos, as chacotas dos covardes medíocres? Ele sabe que está com a verdade, porque ele está com a Igreja e a Igreja está com Cristo” (Guéranger, Le Sens Chrétien de l’Histoire [O Sentido Cristão da História], Paris, 1945, p. 21-22).

Eis aqui a contradição! Pois se Nosso Senhor nos garantiu a assistência do Espírito Santo contra todo erro no ensinamento, o que falar destes “papas” desde 1958 até os dias atuais?

Como posso dizer que estou na “barca” destes “papas” se enxergo, e nem teria como não enxergar, os erros descarados e infames deles? Então Cristo mentiu? Então o erro pode-se tornar acerto? A mentira persona da verdade?

Analisemos o que houve na liturgia, a revolução implantada e o que ensina a Igreja:
“A liturgia não cria dogmas, mas ela exprime dogmas, porque, no modo como ela louva ou reza a Deus, a Igreja exprime o que ela crê, como ela o crê, e segundo quais conceitos Deus quer ser adorado publicamente. …[então] a Igreja não pode permitir que, na liturgia, sejam ditas coisas em nome dela que sejam contrárias àquilo que ela defende ou crê” - Citação extraída da página 37 da obra "De Valore Notarum Theologicarum – Sobre o Significado das Qualificações Teológicas", de autoria do Pe. Sixtus Cartechini

Em relação à postura dos tradicionalistas diante aos “papas” revolucionários, o que devemos pensar? Será mesmo uma postura de quem segue o ensinamento deixado por todos os Papas e pelo Magistério?

Eis o que nos ensina a Igreja:
“Não é de modo algum incomum encontrar a opinião, senão expressa ao menos cultivada, de que nenhuma doutrina deve ser considerada dogma de fé a não ser que tenha sido definida solenemente por um Concílio ecumênico ou pelo próprio Soberano Pontífice. Isso não é necessário de maneira nenhuma. É suficiente que a Igreja a ensine em seu Magistério ordinário, exercido através dos Pastores dos fiéis, os Bispos, cujo ensinamento unânime por todo o orbe católico, seja comunicado expressamente através de cartas pastorais, catecismos emitidos pela autoridade episcopal, sínodos provinciais, seja implicitamente através de orações e práticas religiosas permitidas ou encorajadas, ou através do ensinamento de teólogos aprovados, é não menos infalível do que uma definição solene promulgada por um Papa ou um Concílio geral” (Cônego Smith, “Must I Believe It?”, Clergy Review [“Tenho o Dever de Crer Nisso?”, Revista do Clero], anos 40):

Também:
“Nem se deve pensar que aquilo que é apresentado nas cartas encíclicas não exige por si só o assentimento, sob alegação de que ao escrever tais encíclicas os Pontífices não exercem a suprema autoridade do seu Magistério. Pois essas matérias são ensinadas pelo Magistério ordinário, acerca do qual as palavras ‘Quem vos ouve a Mim ouve’ (Lc 10,16) também se aplicam[…] Pio XII na Humani Generis relacionado as Encíclicas, que é a forma magisterial mais comum onde os Papas se expressam sem ser de maneira ex-cátedra.
 A maior parte do que é apresentado e proposto nas encíclicas já pertence à doutrina católica por outras razões. Mas se os Sumos Pontífices chegam a pronunciar sentença expressa, nos seus documentos oficiais, sobre questão até então controvertida, é evidente para todos que segundo a intenção e vontade dos mesmos Pontífices essa questão já não pode ser tida como objeto de livre disputa entre os teólogos.” (Dz 2.313).

Percebam o que diz Pio XII sobre o Magistério ordinário não infalível:
‘Quem vos ouve a Mim ouve’ (Lc 10,16) também se aplicam as doutrinas ensinadas pelo Magistério Ordinário não infalível.

Quanta contradição dos tradicionalistas ao rejeitarem os ensinamentos de João Paulo II e de Bento XVI. Pois não há necessidade que seja ex-cátedra o ensino, para que se tenha a obrigação de obediência a este ensinamento.

Aí entra aquela frase “princípios ou privilégios?”.

Deseja-se a Cruz até certo ponto, deseja-se a perseguição moderada, enxerga-se o que lhes convém. O óbvio é visto e denunciado, ou seja, as barbáries destes supostos “papas”, mas o verdadeiro ensinamento que deve ter um fiel Católico é escondido... Afinal, pensar e ir tão longe pra quê? Fiquemos até aqui, meio lá e meio cá!

Porém o convite deste pequeno texto é para que sigamos adiante:
“A autoridade de governo, no Soberano Pontífice, deve ser considerada absoluta. Quando o Papa comanda, e SOB QUALQUER FORMA em que ele comande, todos na Igreja devem obedecer. Mas é necessário dizer que o Papa, quando comanda, mesmo como Papa e enquanto chefe da Igreja, não pode enganar-se? Cumpre falar aqui de infalibilidade? Não pode se tratar, em todo o caso, de um infalibilidade idêntica à Infalibilidade doutrinal. Ninguém admite que o Papa, quando comanda, ordene necessariamente tudo o que há de melhor e de mais excelente para o bem dos indivíduos, dos diversos grupos, ou da Igreja inteira. Não se trata de uma infalibilidade positiva. Trata-se somente de uma INFALIBILIDADE NEGATIVA; e isso equivale a dizer que o Papa não tem como ordenar NADA QUE VÁ CONTRA O BEM definitivo daqueles a quem ele se dirige. Nesse sentido, será dificílimo de não admitir que o Papa é infalível, ao menos quando se trata de leis ou de medidas disciplinares que obrigam toda a Igreja. Mas, como se vê, não se trata mais da Infalibilidade em sentido estrito” (Rev. Pe. Thomas PÈGUES, O.P., L’Autorité des Encycliques pontificales, d’apres saint Thomas [A autoridade das Encíclicas pontifícias segundo Santo Tomás de Aquino], in: Revue Thomiste, XII, 1904, pp. 513-32, cit. à p. 520-1).

“Quando alguém ama o Papa, não pára para debater sobre o que ele aconselha ou exige, para perguntar até onde vai o estrito dever de obediência e para MARCAR O LIMITE DESTA OBRIGAÇÃO. Quando alguém ama o Papa, não objeta que ele não falou claro o bastante, como se ele fosse obrigado a repetir no ouvido de cada indivíduo a vontade dele, tão frequentemente enunciada claramente, não só de viva voz, mas também por meio de cartas e outros DOCUMENTOS PÚBLICOS; não PÕEM EM DÚVIDA AS ORDENS DELE sob o pretexto – facilmente invocado por todo o mundo que não quer obedecer – de que elas não emanam diretamente dele, mas dos que o rodeiam; não limita o campo no qual ele pode e deve exercer a vontade dele; não opõe, à autoridade do Papa, a de outras pessoas, não importa o quão cultas, que diferem de opinião com o Papa. Ademais, não importa o quão vasta é a ciência deles, falta-lhes santidade, pois não pode haver santidade onde há desacordo com o Papa” (São Pio X, aos padres da União Apostólica, 18 de novembro de 1912, AAS 1912, p. 695).

Ensinamento de Leão XIII:
“(...) Ao definir os limites da obediência devida aos pastores de almas e, especialmente, o Romano Pontífice, não se deve pensar que eles contêm apenas os dogmas aos quais a inteligência deve aderir, cuja obstinada recusa constitui o crime de heresia”.
Nem sequer é suficiente dar um assentimento sincero e firme às doutrinas que, sem nunca terem sido definidas por qualquer juízo solene da Igreja, são, no entanto propostas à nossa fé, pelo seu magistério ordinário e universal, como sendo divinamente reveladas, e que, de acordo com o Concílio Vaticano, devem ser acreditadas de fé católica e divina.
É preciso, além disso, que os cristãos ACEITEM COMO DEVER deixar-se reger, governar e guiar pela autoridade dos bispos e, em especial pela da Sé Apostólica.
Quanto isto seja razoável é fácil demonstrar. De fato, entre as coisas contidas nos ditames divinos, alguns se referem a Deus, o princípio da felicidade que esperamos, e os outros ao próprio homem e aos meios para alcançar esta felicidade. Cabe por direito divino à Igreja e na Igreja ao Romano Pontífice, determinar nessas duas ordens O QUE SE DEVE CRER E FAZER.
É por isso que o Papa deve poder julgar com autoridade sobre o que contêm a Palavra de Deus, decidir que doutrinas concordam com Ela e quais as que a contradizem. Da mesma forma, na esfera da moral, CABE A ELE DETERMINAR O QUE É BOM E O QUE É MAL, o que é preciso cumprir e evitar se quisermos alcançar a salvação eterna, caso contrário, ele não poderia ser nem o intérprete infalível da Palavra de Deus, nem o guia seguro da vida humana" (Leão XIII - Encíclica Sapientiae Christianae - 10.1.1890).

O que dizer disso tudo?

Podemos agora falar sobre Sedevacantismo?

Encontro panteísta promovido pelo "beato" JPII






5 comentários:

  1. Prezado Édson, salve MARIA.

    Parabéns por este texto em seu blog. Ele é absolutamente verdadeiro. Foi você mesmo quem o escreveu? Notei que não aparece o nome do autor do artigo.

    Cordialmente,

    Sandro de Pontes

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    1. Salve Maria!

      Quem escreveu este texto foi uma grande amiga; Giovana Cunha(santamaeddeus.blogspot.com),todos os elogios são pra ela.

      Muito obrigado por acompanhar este humilde blog...Fica com Deus!

      Viva Cristo Rei!

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  2. "Um Papa não tem como ordenar nada que vá contra o Bem!"

    Tem como, sim. Não é porque ele é papa que deixou de ser homem e propenso a cair no inferno.

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  3. Salve Maria!

    Segundo que li, os méritos são da Igreja.


    Ave Cor Mariae.

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  4. A farsa do "Pequeno Catecismo sobre o Sedevacantismo", publicada pelos Dominicanos de Avrillé (FSSPX/Resistance)

    http://sedevacantismobrasil.blogspot.com/2016/12/a-farsa-do-pequeno-catecismo-sobre-o.html

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