Buda no Altar, acima do Sacrário (Encontro de Assis 1986) |
Um Papa não tem como ordenar nada que vá contra o
Bem!
Desobedecer ao ser humano, mesmo que uma
autoridade, sempre é lícito quando necessário; porém desobedecer ao Papa e ao
Magistério da Igreja nunca é lícito!
O que nos ensina aqueles que estão à frente dos
tradicionalistas, como por exemplo, Dom Guéranger (FSSPX):
“O que torna sempre mais firme e mais serena a
reflexão do historiador cristão é a certeza que lhe dá a Igreja, que marcha
diante dele como uma coluna luminosa e alumia divinamente todos os seus juízos.
Ele sabe que vínculo estreito une a Igreja ao Deus-Homem, como ela é assegurada
por Sua promessa contra TODO ERRO NO ENSINAMENTO e na direção geral da
sociedade cristã, como o Espírito Santo a anima e conduz; é, pois, nela que ele
buscará o critério dos seus juízos. […] ele sabe onde se manifesta a direção, o
espírito da Igreja, seu instinto divino. Recebe-os, aceita-os, confessa-os
corajosamente; aplica-os […] Igualmente, nunca trai, nunca sacrifica; diz que é
bom o que a Igreja julga bom, mau o que a Igreja julga mau. Que lhe importam os
sarcasmos, as chacotas dos covardes medíocres? Ele sabe que está com a verdade,
porque ele está com a Igreja e a Igreja está com Cristo” (Guéranger, Le Sens
Chrétien de l’Histoire [O Sentido Cristão da História], Paris, 1945, p. 21-22).
Eis aqui a contradição! Pois se Nosso Senhor nos
garantiu a assistência do Espírito Santo contra todo erro no ensinamento, o que
falar destes “papas” desde 1958 até os dias atuais?
Como posso dizer que estou na “barca” destes
“papas” se enxergo, e nem teria como não enxergar, os erros descarados e
infames deles? Então Cristo mentiu? Então o erro pode-se tornar acerto? A
mentira persona da verdade?
Analisemos o que houve na liturgia, a revolução
implantada e o que ensina a Igreja:
“A liturgia não cria dogmas, mas ela exprime
dogmas, porque, no modo como ela louva ou reza a Deus, a Igreja exprime o que
ela crê, como ela o crê, e segundo quais conceitos Deus quer ser adorado
publicamente. …[então] a Igreja não pode permitir que, na liturgia, sejam ditas
coisas em nome dela que sejam contrárias àquilo que ela defende ou crê” -
Citação extraída da página 37 da obra "De Valore Notarum Theologicarum –
Sobre o Significado das Qualificações Teológicas", de autoria do Pe.
Sixtus Cartechini
Em relação à postura dos tradicionalistas diante
aos “papas” revolucionários, o que devemos pensar? Será mesmo uma postura de
quem segue o ensinamento deixado por todos os Papas e pelo Magistério?
Eis o que nos ensina a Igreja:
“Não é de modo algum incomum encontrar a opinião,
senão expressa ao menos cultivada, de que nenhuma doutrina deve ser considerada
dogma de fé a não ser que tenha sido definida solenemente por um Concílio
ecumênico ou pelo próprio Soberano Pontífice. Isso não é necessário de maneira
nenhuma. É suficiente que a Igreja a ensine em seu Magistério ordinário,
exercido através dos Pastores dos fiéis, os Bispos, cujo ensinamento unânime
por todo o orbe católico, seja comunicado expressamente através de cartas
pastorais, catecismos emitidos pela autoridade episcopal, sínodos provinciais,
seja implicitamente através de orações e práticas religiosas permitidas ou
encorajadas, ou através do ensinamento de teólogos aprovados, é não menos
infalível do que uma definição solene promulgada por um Papa ou um Concílio
geral” (Cônego Smith, “Must I Believe It?”, Clergy Review [“Tenho o Dever de
Crer Nisso?”, Revista do Clero], anos 40):
Também:
“Nem se deve pensar que aquilo que é apresentado
nas cartas encíclicas não exige por si só o assentimento, sob alegação de que
ao escrever tais encíclicas os Pontífices não exercem a suprema autoridade do
seu Magistério. Pois essas matérias são ensinadas pelo Magistério ordinário,
acerca do qual as palavras ‘Quem vos ouve a Mim ouve’ (Lc 10,16) também se
aplicam[…] Pio XII na Humani Generis relacionado as Encíclicas, que é a forma magisterial
mais comum onde os Papas se expressam sem ser de maneira ex-cátedra.
A maior
parte do que é apresentado e proposto nas encíclicas já pertence à doutrina
católica por outras razões. Mas se os Sumos Pontífices chegam a pronunciar
sentença expressa, nos seus documentos oficiais, sobre questão até então
controvertida, é evidente para todos que segundo a intenção e vontade dos
mesmos Pontífices essa questão já não pode ser tida como objeto de livre
disputa entre os teólogos.” (Dz 2.313).
Percebam o que diz Pio XII sobre o Magistério
ordinário não infalível:
‘Quem vos ouve a Mim ouve’ (Lc 10,16) também se
aplicam as doutrinas ensinadas pelo Magistério Ordinário não infalível.
Quanta contradição dos tradicionalistas ao
rejeitarem os ensinamentos de João Paulo II e de Bento XVI. Pois não há
necessidade que seja ex-cátedra o ensino, para que se tenha a obrigação de
obediência a este ensinamento.
Aí entra aquela frase “princípios ou privilégios?”.
Deseja-se a Cruz até certo ponto, deseja-se a
perseguição moderada, enxerga-se o que lhes convém. O óbvio é visto e
denunciado, ou seja, as barbáries destes supostos “papas”, mas o verdadeiro
ensinamento que deve ter um fiel Católico é escondido... Afinal, pensar e ir
tão longe pra quê? Fiquemos até aqui, meio lá e meio cá!
Porém o convite deste pequeno texto é para que
sigamos adiante:
“A autoridade de governo, no Soberano Pontífice,
deve ser considerada absoluta. Quando o Papa comanda, e SOB QUALQUER FORMA em
que ele comande, todos na Igreja devem obedecer. Mas é necessário dizer que o
Papa, quando comanda, mesmo como Papa e enquanto chefe da Igreja, não pode
enganar-se? Cumpre falar aqui de infalibilidade? Não pode se tratar, em todo o
caso, de um infalibilidade idêntica à Infalibilidade doutrinal. Ninguém admite
que o Papa, quando comanda, ordene necessariamente tudo o que há de melhor e de
mais excelente para o bem dos indivíduos, dos diversos grupos, ou da Igreja
inteira. Não se trata de uma infalibilidade positiva. Trata-se somente de uma
INFALIBILIDADE NEGATIVA; e isso equivale a dizer que o Papa não tem como
ordenar NADA QUE VÁ CONTRA O BEM definitivo daqueles a quem ele se dirige.
Nesse sentido, será dificílimo de não admitir que o Papa é infalível, ao menos
quando se trata de leis ou de medidas disciplinares que obrigam toda a Igreja.
Mas, como se vê, não se trata mais da Infalibilidade em sentido estrito” (Rev.
Pe. Thomas PÈGUES, O.P., L’Autorité des Encycliques pontificales, d’apres saint
Thomas [A autoridade das Encíclicas pontifícias segundo Santo Tomás de Aquino],
in: Revue Thomiste, XII, 1904, pp. 513-32, cit. à p. 520-1).
“Quando alguém ama o Papa, não pára para debater
sobre o que ele aconselha ou exige, para perguntar até onde vai o estrito dever
de obediência e para MARCAR O LIMITE DESTA OBRIGAÇÃO. Quando alguém ama o Papa,
não objeta que ele não falou claro o bastante, como se ele fosse obrigado a
repetir no ouvido de cada indivíduo a vontade dele, tão frequentemente
enunciada claramente, não só de viva voz, mas também por meio de cartas e
outros DOCUMENTOS PÚBLICOS; não PÕEM EM DÚVIDA AS ORDENS DELE sob o pretexto –
facilmente invocado por todo o mundo que não quer obedecer – de que elas não
emanam diretamente dele, mas dos que o rodeiam; não limita o campo no qual ele
pode e deve exercer a vontade dele; não opõe, à autoridade do Papa, a de outras
pessoas, não importa o quão cultas, que diferem de opinião com o Papa. Ademais,
não importa o quão vasta é a ciência deles, falta-lhes santidade, pois não pode
haver santidade onde há desacordo com o Papa” (São Pio X, aos padres da União
Apostólica, 18 de novembro de 1912, AAS 1912, p. 695).
Ensinamento de Leão XIII:
“(...) Ao definir os limites da obediência devida
aos pastores de almas e, especialmente, o Romano Pontífice, não se deve pensar
que eles contêm apenas os dogmas aos quais a inteligência deve aderir, cuja
obstinada recusa constitui o crime de heresia”.
Nem sequer é suficiente dar um assentimento sincero
e firme às doutrinas que, sem nunca terem sido definidas por qualquer juízo
solene da Igreja, são, no entanto propostas à nossa fé, pelo seu magistério
ordinário e universal, como sendo divinamente reveladas, e que, de acordo com o
Concílio Vaticano, devem ser acreditadas de fé católica e divina.
É preciso, além disso, que os cristãos ACEITEM COMO
DEVER deixar-se reger, governar e guiar pela autoridade dos bispos e, em especial
pela da Sé Apostólica.
Quanto isto seja razoável é fácil demonstrar. De
fato, entre as coisas contidas nos ditames divinos, alguns se referem a Deus, o
princípio da felicidade que esperamos, e os outros ao próprio homem e aos meios
para alcançar esta felicidade. Cabe por direito divino à Igreja e na Igreja ao
Romano Pontífice, determinar nessas duas ordens O QUE SE DEVE CRER E FAZER.
É por isso que o Papa deve poder julgar com
autoridade sobre o que contêm a Palavra de Deus, decidir que doutrinas concordam
com Ela e quais as que a contradizem. Da mesma forma, na esfera da moral, CABE
A ELE DETERMINAR O QUE É BOM E O QUE É MAL, o que é preciso cumprir e evitar se
quisermos alcançar a salvação eterna, caso contrário, ele não poderia ser nem o
intérprete infalível da Palavra de Deus, nem o guia seguro da vida humana"
(Leão XIII - Encíclica Sapientiae Christianae - 10.1.1890).
O que dizer disso tudo?
Podemos agora falar sobre Sedevacantismo?
Encontro panteísta promovido pelo "beato" JPII |
Prezado Édson, salve MARIA.
ResponderExcluirParabéns por este texto em seu blog. Ele é absolutamente verdadeiro. Foi você mesmo quem o escreveu? Notei que não aparece o nome do autor do artigo.
Cordialmente,
Sandro de Pontes
Salve Maria!
ExcluirQuem escreveu este texto foi uma grande amiga; Giovana Cunha(santamaeddeus.blogspot.com),todos os elogios são pra ela.
Muito obrigado por acompanhar este humilde blog...Fica com Deus!
Viva Cristo Rei!
"Um Papa não tem como ordenar nada que vá contra o Bem!"
ResponderExcluirTem como, sim. Não é porque ele é papa que deixou de ser homem e propenso a cair no inferno.
Salve Maria!
ResponderExcluirSegundo que li, os méritos são da Igreja.
Ave Cor Mariae.
A farsa do "Pequeno Catecismo sobre o Sedevacantismo", publicada pelos Dominicanos de Avrillé (FSSPX/Resistance)
ResponderExcluirhttp://sedevacantismobrasil.blogspot.com/2016/12/a-farsa-do-pequeno-catecismo-sobre-o.html