Quando se é recebido em audiência por um rei da terra, vestem-se em
sinal de respeito roupas de festa; o sacerdote faz o mesmo quando
aparece no altar em presença do maior dos reis. Estas vestes especiais
do sacerdote no altar indicam também que ele não opera em seu próprio
nome, mas como representante de Jesus Cristo. —
No Antigo Testamento já Deus havia prescrito aos sacerdotes vestes
particulares para o serviço divino (Ex. XXVIII, 4), no Novo foram os
Apóstolos que inauguraram as vestes litúrgicas (Conc. Trid. XXII, 5).
I.
Na missa o sacerdote reveste-se dos seis ornamentos seguintes: o amito,
a alva, o cordão ou cíngulo, o manipulo, a estola e a casula.
Estes ornamentos são na maior parte de origem oriental.
O amito
é um pano de linho branco de que os Orientais se serviam para cobrir o
pescoço, e com que os sacerdotes envolviam a cabeça (como o capuz dos
religiosos) para serem menos facilmente distraídos durante o sacrifício.
Este costume foi conservado em várias ordens religiosas, mas hoje não
se coloca senão sobre o os ombros. —
A alva
é uma veste de linho branco que desce até aos pés. No Oriente era uso
vestir uma longa veste branca em certas circunstâncias, por exemplo nos
casamentos, em que o convidado recebia a veste nupcial em casa dos
esposos. Jesus Cristo faz alusão a esse uso na parábola do festim das
bodas (S. Mat. XXII, 12). —
O cíngulo
ou cordão serve para segurar as longas pregas na veste, que impediria o
passo ao sacerdote. Os Orientais cingem assim a veste para as suas
viagens e ocupações; foi assim que Tobias, procurando um companheiro,
encontrou um homem com os rins cingidos e pronto para caminhar
(Tob.V,5). O simbolismo deste vestido foi indicado por Jesus Cristo
mesmo, quando disse: «Cingi vossos rins» (S. Luc. XII, 35) —
O manipulo
era primitivamente um lenço de linho que o sacerdote levava no braço
esquerdo para limpar o rosto; simboliza o feixe de boa obras que se deve
apanhar. —
A estola
provém sem dúvida da guarnição da antiga toga, insígnia da mais alta
dignidade romana. Com as suas duas extremidades pendentes do pescoço
sobre o peito, é o símbolo da dignidade sacerdotal: o sacerdote serve-se
dela em todas as funções litúrgicas. —
A casula
é uma veste munida de uma abertura para a cabeça, que cobre o peito e
as costas, descendo até aos joelhos. Primitivamente era um longo manto
fechado de todos os lados, de onde vem o seu nome de casula, que quere
dizer casa pequena. —
Fora da missa o sacerdote
traz nas suas funções uma túnica de linho, mais curta que a alva,
chamada sobrepeliz ou roquete, e nas ocasiões solenes uma
capa ou pluvial (espécie de

manto).

As vestes especiais do diácono e do subdiácono são a
daImática e a túnica.
Todas as vestimentas do sacerdote ao altar lhe recordam a Paixão de Jesus Cristo ou os seus próprios deveres.

O
amito ou umeral recorda o véu com que os soldados cobriram o rosto de Nosso Senhor;

A
alva, a veste de ignomínia que Herodes lhe mandou vestir;

O
cordão, as cordas que os soldados o amarraram;

O
manípulo, o véu da Verônica;

A
estola, a cadeia que Jesus Cristo levou depois da sua condenação;

A
casula, com a cruz, recorda o levar da cruz. —
O amito exorta o sacerdote à piedade (modéstia dos olhos);
a alva, à pureza do coração;
O cordão, à castidade (à mortificação) e à preparara a morte (viagem para a eternidade);
O manípulo,ás boas obras; a estola recorda-lhe a sua alta dignidade;
A casula o seu fardo (os graves deveres do seu estado).
( Retirado do: Catecismo Católico popular – Francisco Spirago. 1907)
Viva Cristo Rei!
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