quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Um exame de consciência para adultos



Acredito num Salvador que me ama, que perdoa os meus pecados e que me dá a graça de me tornar santo. Jesus Cristo, através do ministério dos Seus sacerdotes, faz ambas as coisas no Sacramento da Penitência.
"Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio. . . Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; e a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos." (João 20:21-23)
"Mesmo que os teus pecados sejam como escarlate, ficarão brancos como neve." (Isaías 1:18)
"Não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mateus 9:13)
"Os homens receberam de Deus um poder que não foi dado aos anjos nem aos arcanjos. Nunca foi dito aos espíritos celestes, ‘O que ligardes e desligardes na terra será ligado e desligado no céu’. Os príncipes deste mundo só podem ligar e desligar o corpo. O poder do sacerdote vai mais além; alcança a alma, e exerce-se não só em baptizar, mas ainda mais em perdoar os pecados. Não coremos, pois, ao confessar as nossas faltas. Quem se envergonhar de revelar os seus pecados a um homem, e não os confessar, será envergonhado no Dia do Juízo na presença de todo o Universo." (S. João Crisóstomo, Tratado sobre os Sacerdotes, Liv. 3)
        Oração para antes da Confissão: Senhor, iluminai-me para me ver a mim próprio tal como Vós me vedes, e dai-me a graça de me arrepender verdadeira e efectivamente dos meus pecados. O Virgem Santíssima, ajudai-me a fazer uma boa confissão.
        Como se Confessar: Antes de mais, examine bem a sua consciência. Em seguida, diga ao sacerdote que pecados específicos cometeu, e, com a maior exactidão possível, quantas vezes os cometeu desde a sua última boa confissão. Só é obrigado a confessar os pecados mortais, visto que pode obter o perdão dos seus pecados veniais através de sacrifícios e actos de caridade. Se estiver em dúvida sobre se um pecado é mortal ou venial, mencione ao confessor a sua dúvida. Recorde-se, também, que a confissão dos pecados veniais ajuda muito a evitar o pecado e a avançar na direcção do Céu.
Condições necessárias para um pecado ser mortal:
  1. Matéria séria
  2. Reflexão suficiente
  3. Pleno consentimento da vontade
Considerações preliminares:
  1. Alguma vez deixei de confessar um pecado grave, ou conscientement disfarcei ou escondi um tal pecado?
    Nota: Esconder deliberadamente um pecado mortal invalida a confissão, e é igualmente pecado mortal. Lembre-se que a confissão é privada e sujeita ao Sigilo da Confissão, o que quer dizer que é pecado mortal um sacerdote revelar a quem quer que seja a matéria de uma confissão.
  2. Alguma vez fui irreverente para com este Sacramento, não examinando a minha consciência com o devido cuidado?
  3. Alguma vez deixei de cumprir a penitência que o sacerdote me impôs?
  4. Tenho quaisquer hábitos de pecado grave que deva confessar logo no início (por exemplo, impureza, alcoolismo, etc.)?
Primeiro Mandamento: Eu sou o Senhor teu Deus, Não terás deuses estranhos perante Mim (incluindo pecados contra a Fé, Esperança e Caridade).
  1. Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?
  2. Alguma vez duvidei deliberadamente de algum ensinamento da Igreja, ou o neguei?
  3. Tomei parte num acto de culto não católico?
  4. Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anti-católico?
  5. Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anti-católica?
  6. Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, tábua Ouija, etc.)?
  7. Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos?
  8. Recomendo-me a Deus diariamente?
  9. Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
  10. Abusei os Sacramentos de alguma maneira? Recebi-os com irreverência, como, por exemplo, a Comunhão na Mão sem obedecer aos princípios e às sete regras promulgadas por Paulo VI como sendo obrigatórias neste caso?
  11. Trocei de Deus, de Nossa Senhora, dos Santos, da Igreja, dos Sacramentos, ou de quaisquer coisas santas?
  12. Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
  13. Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?
  14. Presumi em qualquer altura que tinha garantida a misericórdia de Deus?
  15. Desesperei da misericórdia de Deus?
  16. Detestei a Deus?
  17. Dei demasiada importância a alguma criatura, actividade, objecto ou opinião?

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Anti-Igreja


17/08/1986
Quando foram distribuídos, entre os Padres Conciliares, os primeiros esquemas do 2º Concílio do Vaticano interpelaram-me: – V. acha que, para isso, seria preciso reunir um Concílio? A razão da pergunta é que os esquemas não apresentavam nenhuma novidade.
De fato, a realidade do 2º Concílio do Vaticano não era o que aparecia. E sim, seus subterrâneos.
Sob uma aparência tradicional, assegurada pela presença dos Srs. Cardeais Ottaviani, Bacci, Ruffini, Braum e outros, operava o Cardeal Bea, porta-voz das Bnai-Brith judias e demais maçônicos, convencidos de que era o momento de ultimar a obra de destruição da Igreja Católica, implodindo-a sobre si mesma.
Estruturou-se, assim, um Concílio “sui-generis”: sem discussão: os oradores sucediam-se ininterruptamente, uns aos outros, vazando na assembléia o de que nutriam seus espíritos. Não havia nexo entre as várias intervenções. Quem as quisesse contestar, deveria inscrever-se na lista dos postulantes da palavra, e aguardar a sua vez, que poderia ocorrer vários dias depois.
De maneira que, no 2º Concílio do Vaticano, quem fazia tudo eram as comissões. E com tal sobranceria que, logo de início, a mesa de presidência jogou fora os esquemas propostos pela comissão preparatória, autorizada pela Santa Sé, ou seja, pelo Papa, a quem, aliás, como chefe supremo da Igreja e Vigário de Jesus Cristo, assiste o direito de propor a matéria a ser tratada nos concílios e a maneira como fazê-lo.
Eis que o 2º Concílio do Vaticano constitui-se numa anti-Igreja.
Dogma fundamental da Igreja Católica é sua necessidade para a salvação. Não têm os homens liberdade de escolher sua religião, sua igreja, conforme seu agrado, ou persuasão. Sob pena de condenação eterna, devem ingressar na Igreja Católica Romana. – Ora, o Vaticano II, neste ponto, fixa, como doutrina inconteste, precisamente o contrário: todo homem tem liberdade visceral de aderir à Religião de sua preferência.
Posta esta antítese, neste ponto básico, necessariamente, sobre ele vão se construir edifícios antitéticos. – Por isso, dizemos que o Vaticano II firmou-se como a anti-Igreja. Conseqüência: quem adere ao Vaticano II, sem restrição, só por esse fato, desliga-se da verdadeira Igreja de Cristo. Ninguém pode, ao mesmo tempo ser católico e subscrever tudo quanto estabeleceu o Concílio Vaticano II. Diríamos que a melhor maneira de abandonar a Igreja de Cristo, Católica Apostólica Romana, é aceitar, sem reservas o que ensinou e propôs o Concílio Vaticano II. Ele é a anti-Igreja.
Jornal Heri et Hodie (de Campos), nº 33 – setembro de 1986.
Cfr. Monitor Campista, 17/08/86)

domingo, 26 de outubro de 2014

Comunicado da Casa Geral da Fraternidade São Pio X sobre a beatificação do Papa Paulo VI



Após o Sínodo Extraordinário sobre a família, no domingo 19 de outubro de 2014, o Papa Francisco realizará a beatificação do Papa Paulo VI. A Fraternidade Sacerdotal São Pio X expressa as mais sérias reservas sobre as beatificações e canonizações dos papas recentes, cujo processo acelerado deixa de lado a sabedoria das antigas regras da Igreja.
É certo que Paulo VI é o papa da encíclica Humanae Vitae [1], que trouxe luz e conforto para as famílias católicas, quando os princípios fundamentais do matrimônio estavam sendo fortemente atacados, tal como foram – escandalosamente – por alguns membros da Sínodo que se está por concluir.
Mas também Paulo VI foi o papa que conduziu o Vaticano II ao seu termo, introduzindo na Igreja um liberalismo doutrinário que se expressa por erros tais como a liberdade religiosa, a colegialidade e o ecumenismo. Seguiu-se daí um distúrbio que ele mesmo reconheceu em 7 dezembro de 1968: “A Igreja está em um momento de inquietude, de autocrítica, diria mesmo de autodestruição. Como se a Igreja estivesse flagelando a si própria”. No ano seguinte, ele admitiu: “Em muitas áreas, o Concilio não nos deu tranquilidade até agora, mas em vez disso suscitou distúrbios e problemas não úteis ao fortalecimento do Reino de Deus na Igreja e nas almas”. E fez este grito de alarme em 29 de junho de 1972 : “A fumaça de Satanás entrou por alguma rachadura no templo de Deus: a dúvida, a incerteza, os problemas, a inquietude, a insatisfação, o confronto nascem a cada dia…” – Mas ele fez apenas uma declaração, sem tomar medidas específicas para impedir essa autodestruição.
Paulo VI foi o papa que, com um propósito ecumênico, impôs a reforma litúrgica da missa e de todos os ritos dos sacramentos. Os Cardeais Ottaviani e Bacci denunciaram a nova Missa como se afastando“dramaticamente, tanto no conjunto como em detalhe, da teologia católica da Missa tal como foi formulada na sessão XXII do Concílio de Trento “ [2]. Além deles, Dom Lefebvre afirmou que a nova missa “impregnada de espírito protestante “, carregava no seu interior “um veneno prejudicial para a fé” [3].
Sob o seu pontificado muitos padres e religiosos foram perseguidos e até mesmo condenados por sua fidelidade à Missa Tridentina. A Fraternidade Sacerdotal São Pio X se lembra com dor da condenação de 1976 infligida a Dom Marcel Lefebvre, declarado suspenso a divinis por sua adesão a esta Missa e por sua recusa categórica das reformas. Foi apenas em 2007 que, pelo Motu Proprio de Bento XVI, reconheceu-se que a Missa Tridentina nunca foi revogada.
Em continuidade com o seu fundador, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X renova a sua adesão à a Tradição bimilenar da Igreja, convencidos de que esta fidelidade, longe de ser uma tensão retrógrada, oferece o remédio salutar à autodestruição da Igreja.
Menzingen, 17 outubro de 2014
Fonte: DICI de 17/10/14
[1] 25 de julho de 1968.
[2] Breve exame crítico do Novus Ordo Missae, carta prefácio dos cardeais Ottaviani et Bacci, 3 de setembro de 1969, §1.
[3] Carta aberta aos católicos perplexos.

Fonte:
http://www.fsspx.com.br/

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A obrigação de defender a Fé


A obrigação de defender a Fé 
(Papa Leão XIII, Encíclica Sapientiae Christianae,
de 10 de janeiro de 1890)
 .
“Neste enorme e geral delírio de opiniões que vai grassando, o cuidado de proteger a verdade e de extirpar o erro dos entendimentos é a missão da Igreja, e missão de todo o tempo e de todo o empenho, posto que à sua tutela foram confiadas a honra de Deus e a salvação dos homens.

 Mas quando a necessidade é tanta, já não são somente os prelados que hão de velar pela integridade da Fé, senão ‘que cada um tem a obrigação de propalar a todos a sua Fé, já para instruir e animar os outros fiéis, já para reprimir a audácia dos que não o são’ (São Tomás, S. Teol., II-II, q. 10, a. 2, q. ad 2).

Recuar diante do inimigo, ou calar-se quando de toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos, como da sociedade, e só é vantajosa aos inimigos da Fé, porque nada estimula tanto a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons”.

sábado, 11 de outubro de 2014

Os Bispos não são nomeados pelo Espírito Santo. E o Papa, o é secundum quid


Periodicamente algum néscio, que, às vezes, nem crê no Espírito Santo, aparece por aqui com a absurda pretensão de que os Bispos são nomeados pela Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Semelhante tolice costuma ter sempre uma segunda afirmação dela derivada. Não que pretendam defender um determinado Bispo, do qual muitas vezes nem sabiam de sua existência, senão tentar pegar-me num sofisma vazio. A pessoa se diz católica e critica a alguém nomeado pelo Espírito Santo. Pois digo-me católico, critico o que é criticável num Bispo, que mereça ser criticado, e não desmereço em nada ao Espírito Santo, que não nomeia aos Bispos. E nem sequer elege o Papa.
 
Parece-me recordar que, no antigo Código de Direito Canônico,  falava-se de três modos de eleger o Sumo Pontífice. Um deles, nada habitual, era quando todos os Cardeais, sem ter nada combinado entre si, dissessem unanimemente um mesmo nome. Poderíamos pensar que nesse caso o Espírito Santo havia inspirado diretamente aos Cardeais que, de tal modo, designavam o sucessor de Pedro. Pois me parece que isso tecnicamente se chamava quase inspiração. O modo habitual é que os Cardeais, e não Deus, designem a pessoa que vai  ocupar o cargo supremo da Igreja.
 
Isso não é negar a Providencia divina, que atua como lhe parece e sem que neste mundo saibamos como o faz. Porém, não inspirando a cada Cardeal o nome de um deles. É tão simples entender isso, que, se fosse de outro modo, sempre o Pontífice preferido por Deus seria conhecido na primeira votação. Ou será que o Espírito Santo se diverte fazendo brincadeiras e inspirando a uns o nome de João e a outros o nome de Henrique?
 
Pois, se nem o Papa é nomeado pelo Espírito Santo, dizer que os Bispos o sejam é de... aurora boreal. Acabamos de conhecer o caso desse Bispo canadense envolvido em pornografia infantil. Também ele teria sido escolhido pelo Espírito Santo? O Espírito Santo quereria destruir a Igreja? Não sabe Ele quem elege?
 
Um leitor meu acaba de mencionar que Javier Azagra foi o único Bispo espanhol nomeado por João Paulo I em seu brevíssimo pontificado. Alguém poderia pensar que o Patriarca de Veneza tinha a menor idéia de quem era esse Bispo? Na imensa maioria dos casos, o Papa não sabe quem ele nomeia. Dizem-lhe que fulano deve ser nomeado Bispo de Mocoa-Sibundoy, e ele assina a nomeação. Sem saber nada do Bispo, nem de onde se situa Mocoa-Sibundoy. Logo esse Bispo mostrará ser bom, mau ou regular. E se ele for mau, o Espírito Santo não tem nada que ver com isso. Nem o Papa. Em todo caso, os membros da Congregação para os Bispos e sobretudo o Núncio que o propôs, e os Bispos que o recomendaram, é que são os responsáveis por essa nomeação.
 
Pois isso é o que acontece, e o mais são sandices. Os Bispos são sucessores dos Apóstolos e eles são os encarregados por disposição do mesmo Cristo de governar a sua Igreja. Porém, como os melões, eles também podem ter gosto de pepinos. E os há que tem gosto errado. E podem ser pederastas, mulherengos, homossexuais ativos, etc., etc. Com isso há que contar. E procurar por todos os meios que aqueles que com sua conduta manchem a Esposa de Cristo deixem de fazê-lo. Quanto antes melhor.
 
Não são nomeados pelo Espírito Santo. Podem fazer maldades. Ou tolices. Que, sendo tolices graves, ninguém pode ser cúmplices delas. Sob grave responsabilidade.

Fonte:
http://www.montfort.org.br/