quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Benção da Cerveja, do antigo Rituale Romanum‏


*Remedium salutare humano generi* evoca a benção!

Benção da Cerveja

V. Adjutorium nostrum in nomine Domini.
R. Qui fecit caelum et terram.

V. Dominus vobiscum.
R. Et cum spiritu tuo.

Oremus.

Bene+dic, Domine, creaturam istam cerevisiae, quam ex adipe frumenti producere dignatus es: ut sit remedium salutare humano generi, et praesta per invocationem nominis tui sancti; ut, quicumque ex ea biberint, sanitatem corpus et animae tutelam percipiant. Per Christum Dominum nostrum.

R. Amen.

Et aspergatur aqua benedicta.

Em Português:

Abençoai, Senhor, esta criatura, a cerveja, que da riqueza do grão vos dignastes produzir, para que seja remédio salutar ao gênero humano; concedei ainda, pela invocação do vosso santo Nome, que quem quer que dela beba receba [de Vós] a saúde do corpo e a tutela da alma.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O ROSÁRIO MEDITADO

123
Por São Luiz Maria Grignion de Montfort
CREDO:
1º) Fé na presença de Deus;
2º) Fé no Evangelho;
3º) Fé e obediência ao Papa como Vigário de Jesus Cristo.
Padre Nosso: Unidade de um só Deus, vivo e verdadeiro.
1ª Ave Maria: Em honra do Pai Eterno, que gera seu Filho contemplando-se.
2ª Ave Maria: Em honra do Verbo eterno, igual ao Pai, que com Ele produz o Espírito Santo.
3ª Ave Maria: Em honra do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho por via de amor.
MISTÉRIOS GOZOSOS
1º MISTÉRIO – ANUNCIAÇÃO DO ANJO E ENCARNAÇÃO DO VERBO
Padre Nosso: Caridade de Deus, imensa.
1ª Ave Maria, para lamentar o desgraçado estado de Adão desobediente, sua justa condenação e a de todos os seus filhos.
Ave Maria, para honrar:
2ª os desejos dos patriarcas e profetas, que pediam a vinda do Messias;
3ª os desejos e as preces da Santíssima Virgem, que apressaram a vinda do Messias;
4ª a caridade do Pai Eterno, que nos deu Seu divino Filho;
5ª o amor do Filho, que se entregou por nós;
6ª a embaixada e a saudação do arcanjo Gabriel;
7ª o temor virginal de Maria;
8ª a fé e o consentimento da Santíssima Virgem;
9ª a criação da alma e a formação do Corpo de Jesus Cristo no seio de Maria, pelo Espírito Santo;
10ª a adoração do Verbo Encarnado, pelos anjos, no seio de Maria.
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2º MISTÉRIO – VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A SUA PRIMA ISABEL
Padre Nosso: Majestade de Deus, adorável.
Ave Maria, para honrar:
1ª o gozo do Coração de Maria e a morada durante 9 meses, do Verbo em seu seio;
2ª o sacrifício que Jesus Cristo fez de si mesmo ao Pai, ao entrar neste Mundo;
3ª as complacências de Jesus no seio humilde e virginal de Maria, e de Nossa Senhora, no gozo do seu Deus;
4ª a dúvida de São José acerca da maternidade de Maria;
5ª a eleição dos escolhidos, combinada entre Jesus e Maria, em seu seio;
6ª o fervor de Maria na sua visita a Santa Isabel;
7ª a santificação de João Batista no ventre de sua mãe;
8ª a gratidão da Santíssima virgem com Deus, no Magnificat;
9ª a sua caridade e humildade em servir sua prima;
10ª a mútua dependência de Jesus e de Maria, e a devoção que devemos ter para com um e outra.
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PACIÊNCIA DE DEUS EM ESPERAR QUE O PECADOR FAÇA PENITÊNCIA

penitPropterea, expectat Dominus, ut misereatur vestri — “Por isso o Senhor espera, para ter misericórdia de vós” (Is. 30, 18).
Sumário. A paciência de que o Senhor usa para com os pecadores, esperando que façam penitência, é tão grande, que, no dizer de Santo Agostinho, se não fosse Deus, pareceria que falta à justiça. A misericórdia de Deus impede continuamente as criaturas, que por natural instinto quiseram vingar as injúrias feitas ao Criador; e ao mesmo tempo dispensa-lhe toda sorte de graças, a fim de conduzi-los à resipiscência. Parece que teimosamente lutamos com Deus: nós provocando os seus castigos; Deus oferecendo-nos o perdão. Mas continuará sempre assim? A paciência irritada afinal torna-se furor!
I. A paciência de que Deus usa para com os pecadores é tão grande, que uma alma santa desejava que se construísse uma igreja e se lhe desse por título: Paciência de Deus. Meu irmão, quando ofendias a Deus, podia fazer-te morrer; mas Deus esperava, conservava-te a vida e acudia-te em todas as necessidades. Fingia não ver os teus pecados, a fim de que viesses à resipiscência: Dissimulas peccata hominum propter poenitentiam (1) — “Dissimulas os pecados dos homens, para que façam penitência”.Mas como é isto, Senhor, exclama o profeta Habacuc: os vossos olhos são puros, não podeis sofrer a vista de um só pecado, e tantos vedes e Vos calais? (2) Vedes o impudico, o vingativo, o blasfemador, que dia a dia amontoam os pecados, e não os punis? Porque usais de tamanha paciência?Propterea expectat Dominus, ut misereatur vestri. Deus espera pelo pecador, para que se corrija, a fim de assim lhe poder perdoar e salvá-lo.
Diz Santo Tomás que todas as criaturas, o fogo, a terra, o ar, a água, por natural instinto quiseram castigar o pecador e vingar as injúrias feitas ao seu Criador. Deus, porém, pela sua misericórdia os impede. — Mas, Senhor, Vós esperais pelos ímpios a ver se se convertem, e não vedes que esses ingratos se servem da vossa misericórdia para mais Vos ofenderem? “Vós, ó Senhor”, diz Isaías, “favorecestes este povo, e usastes para com ele de misericórdia; porventura fostes glorificado?” (3) Para que então tamanha paciência? Porque Deus não quer a morte do pecador, mas, sim, que se converta e se salve: Nolo mortem impii, sed ut convertatur et vivat (4). Ó paciência infinita de Deus!
II. Santo Agostinho chega a dizer que Deus, se não fosse Deus, pareceria injusto pela demasiada paciência para com os pecadores. Sim, porque esperar assim por quem abusa desta paciência até tornar-se insolente, parece que é faltar à honra que Deus a si próprio se deve. “Nós pecamos”, prossegue o Santo, “ficamos fixos no pecado” — Alguns há que se familiarizam com o pecado, vivem em paz com ele e dormem no pecado meses e anos. “Nós nos alegramos pelo pecado” — Outro há que até chegam a gabar-se dos seus crimes. “E Vós permaneceis quieto. Nós provocamos a vossa indignação, e Vós nos provocais a que peçamos misericórdia.” Numa palavra, parece que teimosamente lutamos com Deus; nós provocando os seus castigos, Deus oferecendo-nos o perdão. Mas há de ser sempre assim? A paciência irritada afinal torna-se furor.
Ah! Meu Senhor, reconheço que deveria agora estar no inferno: Infernus domus mea est(5) — “O inferno é a minha morada”. Graças, porém, à vossa misericórdia, eis-me, não no inferno, mas neste lugar a vossos pés, e ouço que me dais a suave ordem que quereis ser amado por mim: Diliges Dominum Deum tuum (6) — “Amarás ao Senhor teu Deus”. Dizeis que me quereis perdoar, se detestar as ofensas que Vos fiz. Sim, meu Deus, pois que ainda quereis ser amado por mim, miserável rebelde de vossa majestade, de todo o coração Vos amo. Estou arrependido de Vos ter ultrajado, e isso mais me aflige que todos os males que pudera ter merecido. Iluminai-me, ó Bondade infinita, fazei-me conhecer o mal que Vos fiz.
Não, não quero outra vez resistir à vossos chamamentos. Não quero mais desagradar a um Deus que tanto me amou e tantas vezes me perdoou com tamanho amor. Nunca Vos tivesse ofendido, ó meu Jesus! Perdoai-me e fazei que no futuro só Vos ame; que só viva para quem morreu por mim; que sofra por vosso amor, já que pelo meu tanto sofrestes. Vós me haveis amado em toda a eternidade: fazei que durante toda a eternidade arda no vosso amor. Pelos vossos merecimentos espero tudo, meu Salvador. — Em vós também, ó Maria, confio; com a vossa intercessão haveis de salvar-me. (*II 72.)
1. Sap. 11, 24.
2. Hab. 1, 13.
3. Is. 26, 15.
4. Ez. 33, 11.
5. Iob. 17, 13.
6. Matth. 22, 37.
Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso

Reflexão Quaresmal


Mandamentos da Lei de Deus


 O QUE DEUS NOS ORDENA: Que abracemos a fé, que devemos alimentar pela oração, atos de piedade e comunhão freqüente. Tenhamos esperança de que Ele nos dará o Céu e as graças para o merecermos. Que O amemos acima de tudo, Lhe porventura mande para nos purificar. Que em cada um dos nossos irmãos vejamos o próprio Cristo, e os amemos como Ele nos amou ao ponto de morrer por nós. Que façamos da nossa vida uma oração agradável a Deus, atribuindo-Lhe tudo o que somos e fazemos.

O QUE DEUS NOS PROÍBE: Que omitamos ou sejamos negligentes em fazer as nossas orações da manhã e da noite e em receber os sacramentos. Confissões e comunhões sacrílegas. Práticas supersticiosas. Dúvidas voluntárias contra a fé. Pôrem perigo a fé por leituras inconvenientes. Indiferença religiosa. Respeitos humanos, fonte de covardias. Falta de confiança na Providência ou confiança presunçosa nas próprias forças. Falta de coragem, desespero. Resistência à graça. Oração sem alma, maquinal e rotineira.


 O QUE DEUS NOS ORDENA: Compenetrar-se bem da grandeza e santidade divinas. Respeitar as pessoas e as coisas consagradas ao seu culto. Cumprir os votos que se fizeram.

O QUE DEUS NOS PROÍBE: Blasfêmias, isto é, injúrias para com Deus. Uso vão do seu Santo nome. Juramentos falsos ou inúteis. Desejar o mal ao próximo, ou a si mesmo.


 O QUE DEUS NOS ORDENA: Consagração do domingo a Deus, pela assistência à Santa Missa (ou a santificação do domingo quando a Missa não está disponível) e a abstenção de ocupações servis.

O QUE DEUS NOS PROÍBE: Trabalhar no domingo sem necessidade ou autorização. Mau comportamento ou dissipações na igreja. Busca de distrações contrárias à santificação do dia do Senhor.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Campanha para restauração das imagens da Via-Sacra. Colabore!

Salve Maria, caros (as) leitores (as),

A Missão Cristo Rei ganhou um conjunto de imagens que simboliza as quatorze estações da Via-Sacra. Temos, agora, por objetivo fazer uma restauração nelas a fim de que fiquem mais bonitas para a pratica da devoção.

Fizemos o orçamento, e a restauração de cada imagem – tal como está na foto – ficará em R$25,00. Portanto, precisamos arrecadar R$350 para a reforma das 14 imagens.

Pedimos, pois, doações, aos admiradores do nosso apostolado e de nossa Capela, para que consigamos o mais rápido possível tê-las prontas.

Aqueles (as) que puderem doar o valor correspondente à restauração de uma ou mais imagens da Via-Sacra, por favor, manifestem-se enviando um e-mail para:


Desde já, nós agradecemos!


Santa Quaresma a todos!






SERMÃO DE SÃO LEÃO MAGNO


Sobre a Paixão do Senhor (Sermão LVII)


INTRODUÇÃO DA REVISTA "A ORDEM"
O sermão que hoje publicamos como precioso alimento para estes dias sacratíssimos da Quaresma em que, na alegria do Espírito Santo esperamos a Páscoa do Senhor, é um dos dezenove sermões do santo Papa que estão colecionados nas edições impressas como “Sermões sobre a Paixão”.[1] Pelas suas primeiras palavras, vê-se que é precedido de um outro. Esta circunstância não prejudica porém a sua unidade, pois forma por si só um todo independente; foi pronunciado numa quarta-feira da Semana Santa e o sermão anterior a que alude, no domingo precedente.

Mesmo entre os sermões de S. Leão este se faz notar pela sua extraordinária beleza, pela segurança magistral do movimento oratório; contém por assim dizer todos os pontos de história e doutrina que o santo Pastor costumava abordar nas homilias similares e não se estende por mais de quinze minutos.

De início, é quase um “sermão de lágrimas”: é a Paciência de Cristo, a crueldade e cegueira dos Judeus, a cumplicidade de Pilatos, a iniqüidade do processo que condenou Jesus e tudo isso culminando com a crucificação e morte de Cristo (I-V). Mas neste momento, a narração cede o passo à exortação: o pensamento se eleva gradativa e rapidamente e o tema da gloria da Paixão se desenvolve em toda a sua plenitude (VI-VII). A conclusão é uma exortação à vida cristã: a Paixão do Senhor destruiu a morte e a nossa vida, a nossa moral é o exercício do mistério da “nova criatura”: “como as coisas antigas passaram e tudo se fez novo, ninguém permaneça na caducidade da vida carnal...” (VIII).

A glória da Paixão... a glória da Morte do Senhor... “uma força da fraqueza, uma glória do opróbio...”. Invariavelmente o santo Padre desenvolve este tema. “A glória da Paixão do Senhor, sobre a qual vos prometemos falar ainda hoje, Diletíssimos, é principalmente admirável pelo mistério de humildade que contém”: são as primeiras palavras de um outro sermão seu. Invariavelmente ele nos exorta à alegria e nos proíbe de chorar[2] ao considerarmos o espetáculo patético do Calvário; tal como hoje a Liturgia da Sexta-Feira Santa nos fala do “gáudio que veio para todo o mundo” através da Cruz do Senhor.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Desmascarando o Dalai Lama e o budismo



DESTAQUE


“Nos anos 50 (...) no Tibete (...) sete em cada dez cidadãos eram servos presos à propriedade. Se fossem flagrados fugindo, ganhavam castigos que iam de açoites à amputação dos pés, mãos, nariz, orelhas e olhos. Garotos serviam como escravos sexuais dos monges, que governavam o país e a justiça local. À frente desse sistema estava ninguém menos que Tenzin Gyatso, o grande líder espiritual, o ganhador do Nobel da Paz, o homem que ainda hoje percorre o mundo espalhando mensagens de sabedoria e é conhecido como sua santidade, o Dalai Lama.

No livro The Struggle for Modern Tibet (‘A Luta pelo Tibete Moderno’), o tibetano Tashi Tsering relata sua vida como drombo, um escravo sexual de um monge influente. Os monges tibetanos eram celibatários, o que na sociedade tradicional tibetana significava essencialmente abster-se do sexo com mulheres. Por isso os homens mais poderosos arranjavam jovens amantes – os mais requisitados eram os que atuavam em papéis femininos na ópera tibetana. Ou aqueles que faziam parte de equipes de dança, como Tsering. Ele próprio, que se diz heterossexual, garante que a prática era considerada natural no Tibete".



*** * ***









Leandro Narloch



INTRODUÇÃO

Nos anos 50 (...) no Tibete (...) sete em cada dez cidadãos eram servos presos à propriedade.  Se fossem flagrados fugindo, ganhavam castigos que iam de açoites à amputação dos pés, mãos, nariz, orelhas e olhos.  Garotos serviam como escravos sexuais dos monges, que governavam o país e a justiça local.  À frente desse sistema estava ninguém menos que Tenzin Gyatso, o grande líder espiritual, o ganhador do Nobel da Paz, o homem que ainda hoje percorre o mundo espalhando mensagens de sabedoria e é conhecido como sua santidade, o Dalai Lama.

(...)

O Dalai Lama tinha então 24 anos.  Na década de 1960, hippies se voltaram ao Oriente em busca de ensinamentos exóticos, e, assim, o líder vindo daquele país escondido e elevado começou a se transformar no que o Ocidente esperava dele: um mestre mundial da meditação e da paz interior.  Sua luta justa contra a opressão chinesa passou a estampar camisetas em todo o mundo, enquanto o passado negro do Tibete foi sendo esquecido.  Por isso é bom relembrá-lo, e uma boa forma de fazer isso é mostrando como o Tibete independente não vivia de acordo com os ensinamentos do Dalai Lama dos anos 2000.”

(...)


A IDEOLOGIA DA REENCARNAÇÃO SUSTENTAVA A OPRESSÃO FÍSICA E O CATIVEIRO SEXUAL

Nos mosteiros, os servos faziam quase todo o serviço braçal, o que, muitas vezes, resultava em arrancar jovens de suas famílias para enviá-los a trabalhos insalubres em lugares distantes.  Em 1940, por exemplo, o mosteiro de Drepung, o principal do Tibete, com cerca de 7 mil internos, enfrentou problemas de abastecimento de lenha para o chá que os monges bebiam diariamente.  O problema foi resolvido, obrigando-se 12 rapazes das famílias de servos a morar em tendas numa montanha distante.  Lá, tiveram de cortar e transportar lenha durante dez anos, além de arranjar comida por conta própria.

Esse sistema se fundamentava na visão do mundo dos tibetanos.  Eles acreditavam em carma e reencarnação.  Qualquer penúria nesta vida seria uma punição pelas más ações cometidas em vidas passadas.  O sofrimento, portanto, não vinha da opressão dos aristocratas ou do governo, mas de um castigo divino por atos em vidas pregressas, dos quais o culpado não fazia a menor idéia.  Para se livrar do carma e ter mais sorte na vida seguinte, o melhor caminho era aceitar o destino e ser obediente.  Não havia razão para se revoltar contra os senhores ou batalhar para ter uma vida melhor.

Nem por isso o sistema era aprazível.  O pior da vida dos servos era o vínculo eterno e a subserviência permanente.  Os senhores aplicavam punições, eram juízes em disputas e controlavam cada movimento das pessoas sob seu domínio e proteção”.

(...)

Por essas e outras, ver o Dalai Lama falando de igualdade e generosidade em palestras sustentáveis deveria soar tão estranho quanto um senhor de escravos brasileiro alcançar fama mundial pela luta contra a escravidão”.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

São Paulo da Cruz e a Santa Missa



“Apesar de absorto nos augustos mistérios, cumpria escrupulosamente as cerimônias, nada julgando de somenos nas coisas de Deus. Inflamava-se-lhe paulatinamente o rosto e lágrimas copiosas umedeciam os paramentos sagrados. Com o decorrer dos tempos, diminuíram as lágrimas, particularmente nas aridezes e desolações espirituais. Porém, jamais deixou de chorar depois da Consagração.”
 Este grande Santo, fundador da Congregação da Paixão de Jesus Cristo, comumente conhecidos como os passionistas, nasceu com o nome de Francisco Danei Massari, em Ovada, Itália, aos 3 de Janeiro de 1694.

Apaixonado pela Paixão de Cristo, dedicou-se a uma vida de solidão e pobreza e idealizou a fundação de uma congregação. Foi ordenado sacerdote pelas mãos do Papa Bento XIII em 07/06/1727, na Basílica de São Pedro, onde futuramente foi canonizado, em 1866, pelo Papa Pio IX. As Regras foram aprovadas pelo Papa Bento XIV em 1741.

Gostaria de transcrever algumas passagens de uma biografia sua, em que se fala de seu amor zeloso pela Sagrada Liturgia.

Há quem tente identificar o zelo pelas rubricas com um espírito distante do amor ao próximo ou superficial na vida espiritual. Neste caro Santo encontramos o contrário: uma profunda caridade para com o próximo, aliada a uma vida intensamente mística e um zelo ardente pela Sagrada Liturgia. Seja ele um modelo para todos os sacerdotes de Cristo! Eu diria que esta é a forma mais completa e autêntica da ARS CELEBRANDI!São Paulo da Cruz, rogai por nós!

O SANTO NO ALTAR

O nosso santo é, pois, sacerdote!... Vai tomar nas mãos o sangue do Cordeiro divino e oferecer a Vítima imaculada... Tudo eram transportes de alegria e êxtases de amor... (...) Imaginemos com que fé e amor subiria Paulo ao altar!

Apesar de absorto nos augustos mistérios, cumpria escrupulosamente as cerimônias, nada julgando de somenos nas coisas de Deus. Inflamava-se-lhe paulatinamente o rosto e lágrimas copiosas umedeciam os paramentos sagrados. Com o decorrer dos tempos, diminuíram as lágrimas, particularmente nas aridezes e desolações espirituais. Porém,jamais deixou de chorar depois da Consagração.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

“DESTRUIR A MISSA”

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Qual é a crise que estamos atravessando atualmente? Manifesta-se, no meu entender, sob quatro aspectos fundamentais para a Santa Igreja.

Manifesta-se, à primeira vista, acredito eu, e me parece que é um dos aspectos mais graves, porque, para mim, se se estuda a história da Igreja, dá-se conta de que a grande crise que atravessou o século XVI, crise espantosa, que arrebatou à Santa Igreja, milhões e milhões de almas, regiões inteiras, Estados na sua totalidade, esta crise foi, antes de tudo, uma crise do culto litúrgico; e que, se atualmente existem divisões entre aqueles que se dizem cristãos, há que se atribuir mais que a outras causas à forma de celebrar o culto litúrgico; e se os protestantes se separaram da Igreja, a causa principal é que os instigadores do protestantismo, como Lutero, disseram, desde o primeiro momento: “Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa”. Esta foi a chave de Lutero.
Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma. 
A Missa, um sacrifício
Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa. E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício. Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística…, se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.
E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa. Substancialmente, o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são a mesma coisa e o mesmo e único Sacrifício.
Não há outra mutação que na forma de oblação. Nosso Senhor se ofereceu de uma forma sangrenta, cruenta, no altar da Cruz, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima. E sobre nossos altares, se oferece, sendo igualmente o Sacerdote e a Vítima, por ministério dos sacerdotes.
Somente o sacerdote é o Ministro consagrado pelo Sacramento da Ordem, configurado, pelo Caráter, ao Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo o Sacrifício da Missa, na pessoa de Cristo: “in persona Christi”. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

SANTA MISSA – INTRÓITO

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Intróito ou a entrada do padre significa, diz São Germano com todos os liturgistas, o advento do Filho de Deus neste mundo[1]. No rito Moçárabe, o santo Sacrifício começa pela Ave Maria, a saudação angélica que anuncia à Maria este augusto mistério. E visto que o Messias veio do oriente, assim como tinha anunciado o profeta[2], nas igrejas bem orientadas, as sacristias estão voltadas para o oriente, a fim de que o padre que dali sai para celebrar a Missa recorde esta circunstância. 
O incenso, lançado sobre a passagem do padre, simboliza as orações que clamaram tão ardentemente o Desejado das nações: a dupla luz dos acólitos representa as luzes que, entre os judeus e os pagãos, anunciaram a Encarnação. O diácono e o subdiácono designam o Novo e o Antigo Testamento, dos quais Jesus Cristo é o centro e a ligação.
O Sacrifício começa do lado direito do altar, que representa o povo judeu, “porque, diz São Boaventura, é entre este povo que Nosso Senhor encarnado toma a substância de sua humanidade[3]”.
Se a entrada do padre recorda a vinda de Jesus Cristo sobre a terra, a antífona doIntróito nos marca os ardentes desejos que precederam sua vinda. Ela é repetida duas vezes para expressar de forma sublime o ardor desses desejos sempre renovados[4]. E alentidão desta canção não é, além do mais, uma imagem da lentidão do céu que só concede o Messias após quatro mil anos de espera e suspiros? Quando, nas Missas solenes, o padre aparece na porta do santuário, todo o coro se levanta. Primeiro por respeito, segundo, porque o celebrante representa Aquele do qual está escrito: “Quando o Pai introduz seu primogênito no mundo, Ele diz: que todos os anjos de Deus o adorem[5]”.