segunda-feira, 27 de abril de 2015

AS VESTES À LUZ DA BÍBLIA SAGRADA


Porque muitos padres não usam mais falar contra a imodéstia das modas, muitas pessoas, sobretudo as mais novas, ficam pensando que as exigências da modéstia são invenções dos padres tradicionalistas. Por isso, quero tratar deste assunto baseado na Sagrada Escritura, que é a palavra de Deus.
1 – Deus Criou Adão e Eva no estado de inocência, sem a concupiscência, isto é, sem o desregramento das paixões. Dai, antes do pecado, Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam. Confira a Bíblia Sagrada: Gen. II, 25. E eles conversam familiarmente com Deus. Mas a partir do momento em que pecaram, perderam a inocência, começaram a ter maldade e então, tiveram vergonha em se verem nus, e coseram folhas de figueira e fizeram para si cinturas. É o que se lê na Sagrada Escritura em Gen. III, 7. Foi o que eles puderam conseguir naquele momento após o pecado. Mas embora assim cobertos na cintura, se julgaram ainda nus, tiveram vergonha e se esconderam de Deus. Confira a Bíblia Sagrada: Gen. III, 9 e 10. E notai que o próprio Deus não achou também suficiente esta veste sumária. Eis o que diz a Bíblia em Gen. III, 21: “Fez também o Senhor Deus a Adão e à sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu“.
2 – Consideremos bem isto, porque é uma ação do próprio Deus. Quem ousará contestá-la?! Se veste fosse assim algo secundário, Deus teria deixado a critério de Adão e Eva. Considere-se primeiramente, que Deus os vestiu assim com modéstia, embora fossem esposos e os únicos que existiam até então sobre a terra. Neste particular entende-se a palavra de S. Paulo que recomenda a modéstia “porque Deus está perto”. Confira Filipenses IV, 5. A pessoa deve se vestir com modéstia não só na igreja mas em toda parte. É claro que na igreja exigir-se-ão modéstia e decoro ainda maiores. São Paulo diz: “Do mesmo modo orem também as mulheres em trajes honestos, vestindo-se com modéstia e sobriedade“. Confira I Timóteo, II, 9. Considere-se também que Deus vestiu nossos primeiros pais com túnicas. A túnica, por sua própria natureza, é uma veste que satisfaz as exigências da modéstia, porque oculta inteiramente o corpo não só enquanto o cobre, mas também enquanto não deixa transparecer a sua forma.
3 – Era também exigido por Deus a diferenciação entre o modo de se vestir dos homens e das mulheres; tanto assim que Deus considera abominável a mulher que se veste de homem e vice-versa. É o que diz a Bíblia Sagrada em Deuteronômio, XXII, 5. Vê-se, portanto, que as vestes unissex são condenadas por Deus na Sagrada Escritura. E a própria ordem natural exige que as diferenças entre os sexos sejam manifestadas, de maneira digna e honesta, pelo modo diferente de vestir, adequado a cada sexo.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

As Traduções da Missa Nova



Se os próprios textos latinos da Missa nova (Novus Ordo) já extenuam a pureza e integridade da fé nas sua traduções em vernáculo nas diversas línguas esse problema se agrava.

Vejamos alguns exemplos da tradução portuguesa:

1. “Semper Virginem Mariam” traduzido por “A Virgem Maria” (Notar que os protestantes toleram chamar Nossa Senhora de Virgem Maria, mas nunca de sempre Virgem Maria).

2. “Et cum spiritu tuo” traduzido por “Ele esta no meio de nós” (Além de ser infiel, essa tradução insinua uma autonomia dos fiéis com relação ao sacerdócio hierárquico do celebrante, justamente no momento em que se deve marcar que as graças nos são dadas em razão do sacrifício realizado pelo padre no altar).

3. “Offerimus” traduzido por “Apresentamos” (Reforça a nova concepção do ofertório, em que os dons não são propriamente oferecidos a Deus em espírito sacrifical, mas apenas apresentados ao altar).

4. “Meum ac vestrum sacrificium” traduzido por “O nosso sacrifício” (Insinua identificacão do sacerdócio do padre com o dos fiéis).

5. “Cum Angelis et Archangelis, cum Thronis et Dominationibus, cunque omnia militiae caelestis exercitus” traduzido por “Com todos os anjos e santos”.

6. “Vita aeterna” traduzido por “Vida”.

7. “Morte perpétua” traduzido por “Morte”.

8. “Pro Eclesia tua Sancta Catholica” traduzido por “Pela vossa Igreja dispersa pelo mundo inteiro”.

9. “Ab aeterna damnatione” traduzido por “Da condenação”.

10. “Pro multis” traduzido por “Por todos” A respeito dessa “tradução” que ocorre na Consagração do vinho, é oportuno lembrar o comentário autorizado do Catecismo Romano):

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A SANTA MISSA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A missa católica sendo conduzida por um Capelão na ilha de Makin, Kirabati durante a Segunda Guerra Mundial.

IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES SACERDOTAIS


Mede-se a dignidade do padre pelas altas funções que ele exerce. São os padres escolhidos por Deus, para tratarem na terra de todos os seus negócios e interesses; é uma classe inteiramente consagrada ao serviço do divino Mestre, diz S. Cirilo de Alexandria, também Sto. Ambrósio chama ao ministério sacerdotal uma “profissão divina”. O sacerdote é o ministro, que o próprio Deus estabeleceu, como embaixador público de toda a Igreja junto d’ Ele, para o honrar, e obter da sua bondade as graças necessárias a todos os fiéis.
Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: “ São como uma gota de água… e todas as nações são diante dele, como se não fossem.”  Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.
Além disso, o padre que celebra oferece a Deus um tributo de reconhecimento condigno da sua bondade infinita, por todas as graças que ele há sempre concedido, mesmo aos bem-aventurados que estão no Céu. Este reconhecimento condigno nem todos os bem-aventurados juntos o poderiam prestar; de modo que, ainda sob este ponto de vista, a dignidade do padre está acima de todas as dignidades, sem excetuar as do Céu.
Mais, o padre é um embaixador enviado pelo universo inteiro, como intercessor junto de Deus, para obter as suas graças para todas as criaturas; assim fala S. João Crisóstomo. Santo Efrém ajunta que o padre trata familiarmente com Deus. Para o padre, numa palavra, não há nenhuma porta fechada.
Jesus Cristo morreu para fazer um padre. Não era necessário que o Redentor morresse para salvar o mundo: uma gota de sangue, uma lágrima, uma prece lhe bastava para salvar todos os homens; porque, sendo esta prece dum valor infinito, era suficiente para salvar, não um mundo, mas milhares de mundos.
Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, doutro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa.
A Selva – Santo Afonso

domingo, 19 de abril de 2015

Comentários ao Código de Direito Canônico (1917)


COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE DIREITO

CANÔNICO PIO BENEDITINO(1917)

Tomo IV

Pelo Doutor Marcelino Cabreros de Anta, C.M.F.

BIBLIOTECA DE AUTORES CRISTÃOS –  BAC– MADRI – MCMLXIII (1963)


Terceira Parte

 

Das penas contra cada um dos delitos

 

Título XI – Dos delitos contra a fé e a unidade da Igreja

 

480. Nesta terceira parte encontramos uma exposição sistemática e científica, realizada pela primeira vez no ordenamento canônico, das penas vigentes na Igreja Latina. Podem distinguir-se nela duas partes claramente distintas: os títulos 11-15 contém delitos comuns a todos os fiéis, e os títulos 16-19 delitos próprios de clérigos ou de religiosos. Dentro de cada parte se observa que os delitos estão colocados, em geral, em ordem de gravidade descendente, no qual a obra dos codificadores está claramente inspirada pelo livro de Hollweck Die kirchlicken Strafgesetze. A ordem da exposição é a seguinte:

 

I.                   Delitos contra a fé e a unidade da Igreja.

II.                Delitos contra a religião.

III.             Delitos contra as autoridades, pessoas e coisas eclesiásticas.

IV.             Delitos contra a vida, a liberdade, a propriedade, a boa fama e os bons costumes.

V.                Crime de falsidade.

VI.             Delitos na administração e recepção de ordens e outros Sacramentos.

VII.          Delitos contra as obrigações próprias do estado clerical ou religioso.

VIII.       Delitos na colação, recepção e abandono das dignidades, ofícios e benefícios eclesiásticos.

IX.             Abusos de potestade ou ofício eclesiástico.

 

 

481. A matéria é abundantíssima e sua exposição completa ultrapassaria muito os limites deste livro. Por isso nosso comentário será desigual, pois temos cuidado especialmente dos delitos que por um ou outro motivo nos parece que exigem atenção; em outros, o comentário é breve e ainda brevíssimo.

Para evitar repetições nos comentários que seguem, recordaremos aqui que o intérprete deve ter em conta as normas penais gerais expostas até aqui; destacaremos por sua frequentíssima aplicação as seguintes:

 

a) O princípio de interpretação estrita da lei penal (can.19 e 2219).

b)  A atenção à interpretação doutrinal do direito antigo, sobretudo tratando-se de delitos que antes estavam na Const. Aposticae Sedis (Pio IX), donde precedem grande parte das censuras automáticas codificadas (can.6 n.2-4).

c) As normas do can.2229 § 2 nos delitos que requerem imputabilidade plena.

d)  Nas penas vindicativas preceptivas, a possibilidade da condenação condicionada (can.2288), da correção judicial em lugar do juízo criminal (can.1947ss) e os poderes discricionais do juiz para diminuir, suspender ou suprimir a pena (can.2223).

e) Nas penas automáticas, se o delito é formal, se consuma ao realizar-se o ato proibido ou omitir-se o preceituado; se é material, ao verificar-se o resultado que a lei pretende evitar (supra, n.304).

f) A punibilidade dos codelinquentes e dos autores de tentativa e de frustração é aplicável a todos os delitos que admitem esses modos de delinquir, ainda que na lei não se mencionem.

 

 

sábado, 18 de abril de 2015

O trabalho NÃO é uma punição de Deus


Nesse sentido, a mitologia grega constitui eco de uma tradição mais antiga, de caráter bíblico, na qual os primeiros seres humanos, Adão (em hebraico significando homem) e Eva (e hebraico significando mãe), são colocados num paraíso de delícias, mas recebendo dois mandamentos:

a)     um para trabalhar (ut operaretur, tal como aparece na Vulgata): ‘O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo (Gen. 2, 15);

b)     outro para respeitar o direito (estabelecido por Deus numa ordem taxativa, para verificar se o homem estava disposto a obedecer-Lhe, reconhecendo sua condição de criatura frente ao Criador): “Deu-lhe este preceito: Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente (Gen. 2, 16-17).

Nesse sentido, segue o Antigo Testamento: 'O homem nasce para trabalhar como a ave para voar' (Jó 5, 7).

Ao contrário do que por vezes se imagina, o trabalho é natural ao homem, inerente à sua natureza, a qual é eminentemente racional e busca, de forma contínua, o progresso no conhecimento e no domínio das realidades criadas.  Assim, é fundamentalmente por meio do trabalho que a pessoa, em larga medida, terá a possibilidade de desenvolver suas potencialidades, bem como aquelas que o mundo traz em si, com vistas a alcançar os seus fins pessoais e os fins da sociedade (compartilhados com os demais).

Nesse compasso, vê-se que o trabalho não consiste num castigo decorrente de uma queda original, mas constitui uma participação do homem na obra criadora.

Apenas o esforço que o trabalho traz consigo – o suor do rosto – poderia ser atribuído a essa queda original (cf. Gen. 3, 19).  Daí que o trabalho tenha sempre ocupado o lugar central em volta do qual as pessoas organizam suas vidas.

(...)

Preguiça é a tendência à ociosidade: pelo amor do prazer, busca-se evitar tudo o que exija esforço ou traga incômodo.

A malícia da preguiça está em que o homem foi feito para trabalhar (cf. Gen. 2, 15 e Jó 5, 7).  A gravidade é maior quando se descumprem deveres de estado em relação à família e ao trabalho.  A tibieza, além da tristeza da alma, esteriliza a vida da pessoa.”

(FILHO, Ives Gandra Martins. Manual Esquemático de Filosofia, 4ª Ed., Editora LTR, São Paulo, 2010, pp. 411-472)

Fonte:
http://catolicismoeconservadorismo.blogspot.com.br/

sexta-feira, 17 de abril de 2015

DO ARDENTE DESEJO QUE TÊM ALGUNS DEVOTOS DE RECEBER O CORPO DE CRISTO

stjoanofarc (2)Voz do discípulo 
1. Oh! Como é grande, Senhor, a abundância da vossa doçura, que reservastes para os que vos temem! (Sl 30,20). Quando me lembro, Senhor, de alguns devotos que se aproximam do vosso Sacramento com o maior fervor e afeto, fico muitas vezes confuso e envergonhado de mim mesmo, por chegar tão tíbio e frio ao vosso altar e à mesa da sagrada comunhão; por ficar tão seco e sem fervor de coração; por não estar de todo abrasado diante de vós, meu Deus, nem tão veementemente atraído e comovido, como estavam muitos devotos, que, pelo grande desejo de sagrada comunhão e amor sensível do seu coração, não podiam reprimir as lágrimas, mas com a boca da alma e do corpo ao mesmo tempo suspiravam ardentemente por vós, a fonte viva, não podendo mitigar nem saciar essa fome doutro modo, senão recebendo vosso corpo com toda alegria e ânsia espiritual. 
2. Oh! Esta fé verdadeira e ardente é prova manifesta de vossa sagrada presença! Estes verdadeiramente reconhecem seu Senhor ao partir do pão, porque seu coração está em companhia deles. Longe está de mim tal devoção e ternura, tão vivo amor e fervor. Sede-me propício, ó bom, ó doce, ó benigno Jesus, e concedei a este vosso pobre mendigo que sinta ao menos alguma vez na sagrada comunhão um pouco do afeto cordial do vosso amor, para que se fortaleça minha fé, cresça minha esperança em vossa bondade, a minha caridade, uma vez bem acesa e acostumada ao celestial maná, jamais desfaleça. 
3. Vossa misericórdia é bastante poderosa para me dar a graça desejada, e visitar-me em vossa clemência, no dia que vos aprouver, com o espírito de fervor. Pois ainda que não esteja acendido de tão ardentes desejos, como vossos privilegiados devotos, sinto, todavia, com a vossa graça, o desejo de seus abrasados desejos, e peço e rogo o favor de participar do fervor de todos esses vossos amigos e ser agregado à sua santa companhia. 
Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Edição: 36ª
Editora: Vozes

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sermão S.E.R. Monsenhor Jean Michel Faure | Crisma 11/04/15

Sermão do S.E.R. Monsenhor Jean Michel Faure na realização do sacramento do Crisma na Capela Cristo Rei em Ipatinga MG.


Fonte:
http://catolicosresistentes.com.br/

terça-feira, 14 de abril de 2015

Sermão Rev. Pe. Cardozo | 12/04/2015

Nesse sermão, Rev. Padre Ernesto Cardozo nos fala um pouco mais sobre o combate em que vivemos nos dias de hoje. Avante na batalha!



Fonte:http://catolicosresistentes.com.br/

Da obediência e sujeição

LIVRO PRIMEIRO
Avisos úteis para a vida espiritual

Cap. 9. Da obediência e sujeição, 36

  1. Grande coisa é viver na obediência, sob a direção de um superior, e não dispor da própria vontade. Muito mais seguro é obedecer que mandar. Muitos obedecem mais por necessidade que por amor: por isso sofrem e facilmente murmuram. Esses não alcançarão a liberdade de espírito, enquanto não se sujeitarem de todo o coração, por amor de Deus. Anda por onde quiseres: não acharás descanso senão na humilde sujeição e obediência ao superior. A imaginação dos lugares e mudanças a muitos tem iludido.

  2. Verdade é que cada um gosta de seguir seu próprio parecer e mais se inclina àqueles que participam da sua opinião. Entretanto, se Deus está conosco, cumpre-nos, às vezes, renunciar ao nosso parecer por amor da paz. Quem é tão sábio que possa saber tudo completamente? Não confies, pois, demasiadamente em teu próprio juízo; mas atende também, de boa mente, ao dos demais. Se o teu parecer for bom e o deixares, por amor de Deus, para seguires o de outrem, muito lucrarás com isso.

  3. Com efeito, muitas vezes ouvi falar que é mais seguro ouvir e tomar conselho que dá-lo. É bem possível que seja acertado o parecer de cada um: mas não querer ceder aos outros, quando a razão ou as circunstâncias o pedem, é sinal de soberba e obstinação.


Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Edição: 36ª
Editora: Vozes

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Do homem bom e pacífico

LIVRO SEGUNDO
Exortação à vida interior

Cap. 3. Do homem bom e pacífico, 97

  1. Primeiro conserva-te em paz, e depois poderás pacificar os outros. O homem apaixonado, até o bem converte em mal e facilmente acredita no mal; o homem bom e pacífico, pelo contrário, faz com que tudo se converta em bem. Quem está em boa paz de ninguém desconfia; o descontente e perturbado, porém, é combatido de várias suspeitas e não sossega, nem deixa os outros sossegarem. Diz muitas vezes o que não devia dizer, e deixa de fazer o que mais lhe conviria. Atende às obrigações alheias, e descuida-se das próprias. Tem, pois, principalmente zelo de ti, e depois o terás, com direito, do teu próximo.

  2. Bem sabes desculpar e cobrir tuas faltas, e não queres aceitar as desculpas dos outros! Mais justo fora que te acusasses a ti e escusasses o teu irmão. Suporta os outros, se queres que te suportem a ti. Nota quão longe estás ainda da verdadeira caridade e humildade, que não sabe irar-se ou indignar-se senão contra si própria. Não é grande coisa conviver com homens bons e mansos, porque isso, naturalmente, agrada a todos; e cada um gosta de viver em paz e ama os que são de seu parecer. Viver, porém, em paz com pessoas ásperas, perversas e mal educadas que nos contrariam, é grande graça e ação louvável e varonil.

  3. Uns há que têm paz consigo e com os mais; outros que não têm paz nem a deixam aos demais; são insuportáveis aos outros, e ainda mais o são a si mesmos. E há outros que têm paz consigo e procuram-na para os demais. Toda a nossa paz, porém, nesta vida miserável, consiste mais na humilde resignação, que em não sentir as contrariedades. Quem melhor sabe sofrer maior paz terá. Esse é vencedor de si mesmo e senhor do mundo, amigo de Cristo e herdeiro do céu.


Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Edição: 36ª
Editora: Vozes

domingo, 12 de abril de 2015

Por que crismar sob condição?

Fiel sendo crismada sob condição por Mons. Williamson.

Na antiguidade, a palavra óleo (oleum) designava o líquido obtido pela pressão das olivas. Quando Nosso Senhor instituiu o Sacramento da Confirmação, Ele determinou que os ministros usassem óleo, ou seja, o óleo de oliva.


Foi assim, na Igreja, até dia 3 de dezembro 1970, quando o Papa Paulo VI autorizou, por motivos meramente práticos, a utilização de óleo vegetal na administração do sacramento do Crisma. 

A validade de qualquer sacramento requer: ministro legítimo, forma correta e matéria própria do sacramento. Portanto, a Confirmação administrada sem o óleo de oliva é inválida.

O óleo de oliva é raro e caro no Brasil. Em razão disso, muitas dioceses pouco ortodoxas não consagram óleo de oliva na Quinta-Feira Santa . Quem paga o preço são os fiéis que ficam sem as indispensáveis graças provenientes do sacramento.

Em razão disso, os bispos tradicionais confirmam os fieis “crismados” no modernismo - SOB CONDIÇÃO  - com o óleo de oliva, situação prevista na doutrina e no direito canônico. Trata-se de uma forma de afastar qualquer tipo de dúvidas em relação a validade do sacramento. No caso do Crisma, o bispo diz:

“  Se não estais confirmado, eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

Neste fim de semana, Mons. Faure, bispo da tradição, estará na Capela Cristo Rei e em outras Missões do Padre Cardozo confirmando os fiéis, inclusive “sob condição”.

Fonte:
http://associacaosantoatanasio.blogspot.com.br/

sábado, 11 de abril de 2015

A Rede conspiratória liderada por Dom Helder durante o Concílio Vaticano II

Dom Helder líder da sociedade secreta "Igreja dos pobres" criada com o fim de comunistizar a Igreja Católica
O renomado historiador Roberto de Mattei , autor de “Concílio Vaticano II , uma história nunca escrita” traz informações importantes sobre um rede conspiratória que trabalhou pela eleição do Cardeal Montini ao Papado.
Essa rede tinha como meta tornar Montini Papa da Igreja para controlá-la por dentro pondo – a
a serviço da revolução e da modernidade.
Isso ficou claro na medida em que desde o começo do CV II a ala modernista dos bispos francos  - alemãos( nessa ala inclua-se a ala belga – holandesa) buscaram frustrar os planos da cúria romana de controle dos temas e dos conteúdos  que seriam discutidos no Concílio.
Para frustrar tais planos o Cardeal Lienart , bispo de Lille , deu um golpe na primeira sessão exigindo do Cardeal Tisserant que paralisasse o processo de votação que iria decidir os membros das comissões.Lienart alegava que “é impossível votar desta maneira sem conhecer os candidatos mais qualificados” ao que Tisserant disse “ Eminência a ordem do dia não prevê debates.Estamos reunidos apenas para votar”.Insatisfeito com a resposta o bispo de Lille tomou o microfone e tentou convencer a assembleia a não votar.Os cardeais Konig , Frings e Dopfner apoiaram Lienart e conseguiram levar a assembléia a se dispersar.
O que poderia parecer um fato espontâneo ou uma inspiração do Espírito Santo a Lienart se tratou antes de uma conspiração secretamente montada no dia 13 de outubro de 1962 um dia antes do concílio começar no seminário Santa Clara , onde os cardeais Garrone e Ancel tinham preparado um texto a ser lido por Lienart para barrar os planos da cúria.
 
Ao sair da aula conciliar um bispo holandês disse “ foi nossa primeira vitória”. O concílio começou com um ato conspiratório.
 

DOSSIÊ DOM HELDER : O ARCEBISPO QUE COMUNISTIZOU A IGREJA NO BRASIL !

Dom Helder , dito o "profeta da paz"!

Caros amigos são muitos os que chamam Dom Helder de profeta, santo, etc.Há até quem defenda sua canonização.Há decerto os ignorantes : pensam que Dom Helder era um homem fiel a Igreja e que se notabilizou pelo auxílio aos pobres.Outros maliciosamente sabendo de sua preferência pelo socialismo - condenado pelos Papas e proibido de ser professado por católicos sob pena de excomunhão - tentam tergiversar sobre esta faceta obscura de Dom Helder dando a entender que o "socialismo" do arcebispo era outro e que associá-lo ao marxismo foi produto de uma acusação criada para desmoralizá-lo.

Portanto começamos aqui uma série de artigos que formarão o “DOSSIÊ DOM HELDER” do qual este presente artigo é a primeira parte.

Estas séries de artigos visam provar que Dom Helder era comunista e que a acusação é pertinente.

Em 1947 , o Padre Helder organizou o secretariado nacional da ACB ( Ação católica brasileira ) que tinha a finalidade de integrar leigos e a Igreja.Movimento espalhado pelo mundo inteiro e implantado no Brasil pelo Cardeal Leme em 1935, agora ele contaria com a vasta experiência do Padre Helder que já havia militado no integralismo nos anos 30. Anos depois Dom Helder diria de sua passagem pelo integralismo "foi um erro de juventude.O aspecto social não era um forte dos meus mestres no seminário.Nossa visão era de que tudo se dividia em capitalismo e comunismo.E nos sopravam discretamente que dos males o menor.Pouco a pouco foi fácil ver que esse embate não era verdadeiro".

Sabe-se que nos anos 50 a ACB sofreu forte influencia de pensadores católicos humanistas - como Emmanuel Mounier (Mounier, segundo o padre Lima Vaz, "foi o mestre mais seguido pela juventude católica brasileira" dos anos 60 : rejeitando categoricamente o sistema capitalista, ele considera que os cristãos podem aprender enormemente com o marxismo. Definindo sua própria filosofia social, ele escreve em 1947: "O personalismo considera que as estruturas do capitalismo são um obstáculo que se levanta no caminho da libertação do homem e que elas devem ser destruídas em proveito de uma organização socialista da produção e do consumo"E. Mounier, "Qu'est-ce que le personnalisme?" (1947), Oeuvres, III, Paris, 1963, p.244.)Teilhard de Chardin(Chardin teve suas obras condenadas pela Igreja por conta de seu monismo e de seu evolucionismo.Santo Ofício solicitou ao Arcebispo de Paris que detivesse a publicação das obras. Em 1957, um decreto deste mesmo órgão decidiu que estes livros fossem retirados das bibliotecas dos seminários e institutos religiosos, não fossem vendidos nas livrarias católicas e não fossem traduzidos. Este decreto não teve muita adesão. Cinco anos mais tarde, uma advertência foi publicada, solicitando aos padres, superiores de Institutos Religiosos, seminários, reitores das Universidades que "protejam os espíritos, principalmente o dos jovens, contra os perigos da obra de Teilhard de Chardin e seus discípulos". Segundo esta advertência, "sem fazer nenhum juízo sobre o que se refere às ciências positivas, é bem manifesto que, no plano filosófico e teológico, estas obras regurgitam de ambiguidades tais e até de erros graves que ofendem a doutrina católica") e Jacques Maritain( Pai da noção de uma “cristandade laica”- uma civilização cristã sem um eixo religioso cristão , onde apenas a lei natural seria a norma e onde se faria a síntese do dogma católico com os princípios iluministas da liberdade religiosa e de consciência e igualdade; em suma Maritain defendia uma “cristandade” nova sem referência a Cristo!)  além do Padre Louis Joseph Lebret (1897-1966), dominicano francês ligado ao movimento Economia e Humanismo, que durante a década de 50 influenciou o “pensamento social católico” diretamente ligado aos agentes da ACB.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A SANTA LITURGIA – RELATOS DO VATICANO II


Todos nós,  que  recebemos  a  formação  eclesiástica nos Seminários,  regidos  pelas  normas  ditadas  pelo  Concílio  Tridentino,  ou  fomos  para  Roma  a  fim  de  frequentar  as  faculdades de  Filosofia  e  de  Teologia  na  Pontifícia  Universidade Gregoriana,  ao sermos  ordenados  sacerdotes,  tínhamos nas  mãos  o  Ritual  Romano,  que  prescrevia  não  só  a  forma de  benzer  uma  simples  imagem  como  a  de  administrar  os sacramentos.
Encontrávamos igualmente  o  Missal  Romano,  aprova­do  por  São  Pio  V,  nas igrejas  e  capelas nas  quais  celebrávamos,  fazendo  com  que a Missa aqui  no  Brasil,  em  nada deferisse  da  celebrada  lá  no  fundo  da  África  ou  da  Oceania.
Os fiéis viam  nessa  uniformidade  uma das  notas  características  da  verdadeira  Igreja  fundada  por  Cristo: a  unidade.
De acordo com  as  preferências  de  poderosa  Aliança Europeia,  o  esquema  que,  em  primeiro  lugar,  deveria  ser  examinado  na  aula  do  Concílio,  seria  o  da  Liturgia.
O Boletim  do  Escritório  de  Imprensa  do  Concílio  anunciava  que,  em  22  de  outubro  de  1962:  “Houve  vinte  intervenções,  todas  elas  objetivando  o  conjunto  do  esquema  da liturgia;  certos  oradores  defenderam-no  e  outros  o  ataca­ram”.
O bispo  de  Linz  (Austria),  membro  da  Aliança  Europeia,  não  só  aprovava  o  conjunto  do  esquema,  como procurou  atrair  a  atenção  de  seus  pares  para  onze  passagens  do esquema .
Uma dessas  passagens  dizia  respeito  à  língua  litúrgica. Propwlha  ele  que  fosse  restabelecida  a  exposição  do  texto original ,  mediante  o  qual  as  Conferências  Episcopais  eram autorizadas  a  “fixar  as  condições  e  determinar  as  modali­dades  segundo  as  quais  a  língua  vernácula  pudesse ser  utilizada,  suposta  a  aprovação  da  Santa  Sé”.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dom Antônio de Castro Mayer - Frases



Com o assustador número de pessoas festejando o avanço do processo de canonização do bispo comunista, apóstata e excomungado Dom Hélder Câmara, é salutar para as almas fazer memória de um verdadeiro bispo santo de nossa pátria: o Leão de Campos, intrépido defensor da Fé, Dom Antônio de Castro Mayer, um dos mais intransigentes guardiões da ortodoxia católica a já pisar nesta Terra de Santa Cruz.
"A moral da Igreja é imutável e o que ontem era vaidade, ocasião próxima de escândalo ou de pecado, ainda o é hoje e e sê-lo-a amanhã." (Dom Antônio de Castro Mayer, "Por um Cristianismo autêntico", 1971.)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Mulheres no “Lava-Pés”: Pode isso, Arnaldo?




Na Tradição da Igreja, desde o século V, quando se iniciou a memória do ato do lava-pés, mas ainda não formuladamente na quinta-feira santa, por se tratar da recordação da Instituição do Sacerdócio, do dom do serviço, por meio de HOMENS escolhidos pelo próprio Jesus, já se faz tal memória.


 Desde então, passou-se para a história como sendo um "ato de amor e serviço" d'Aquele que é o Pastor (o Papa, os Bispos) de um rebanho específico (Sacerdotes) que cuidam das ovelhas (os fiéis). Ainda perpassando a história da Igreja, por meio dos Concílios, sobretudo com Trento e Vaticano II, reforçou-se a salvaguarda de tal memória, para ressaltar e o caráter da "sucessão apostólica", primeiramente feita aos Bispos e, por conseqüência a todos os Sacerdotes que, em grego, recebem o nome de "Presbíteros", que significa "Ancião que serve". Por isso que se trata de um "Ato" - do latim, "actus", isto é, que ATUALIZA aquele primeiro feito.

Portanto, o lava-pés é a grande celebração do servir ao outro; do cumprimento do Grande Mandamento: "... e ao próximo...”. A repetição dos mesmos atos durante séculos tem um sentido místico e pedagógico profundo, não devendo ser introduzidas inovações no ato (como a utilização de mulheres e crianças e de colocar jarro e água para que fiéis lavem os pés de quem eles quiserem).

Fonte:
http://www.salvemaliturgia.com/