quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Seguidores de Bento XVI guiam-se pelas aparências



Algumas máximas que nos foram deixadas por Deus infelizmente não servem de norte para a maioria dos católicos nominais. Eis uma norma básica e fundamental a qual é ignorada pelos defensores de Bento XVI:

"Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça." (Jo, 7, 24)

Pois bem, embora costumemos esfregar na cara desses católicos nominais os atos de heresia e apostasia públicas de Bento XVI, eles persistem acreditando que ele seja católico e, pior, papa, simplesmente porque foi eleito por um conclave de cardeais, ainda que heréticos e apóstatas. Julgam pelas aparências, pois Bento XVI e tais cardeais apresentam-se na aparência como rigorosamente parecem ser, muito embora não sejam. Pouco importa se Bento XVI entre em sinagogas para rezar, saúde hereges, defenda doutrinas heterodoxas, tais como a liberdade de cultos, flerta com o evolucionismo e dê declarações contrárias ao Magistério no tocante aos judeus. Para essa gente, ele é papa! Mesmo se ele cagar na Bíblia, cuspir na cruz ou fizer qualquer coisa semelhante, para essa gente cega, que só enxerga os paramentos eclesiásticos, pouco importa os seus atos públicos de heresia ou apostasia. Ele é Papa. Logicamente, Bento XVI nunca faria isso, pois é uma serpente ardilosa de cuja boca saem coisas boas e ruins, tal como sua
língua bifurcada. Satanás tem a missão de enganar a humanidade e a melhor forma de enganar não é através de falsificações grosseiras, mas exibindo o que é semelhante na aparência, pois ele é o Pai da Mentira, e nada melhor que um lobo na pele de uma ovelha para ludibriar os desavisados católicos. Assim o demônio manipula o mundo para ele ser o mundo das aparências. Em um mundo impregnado pelo materialismo, o que parece ser, mas que não é, acaba tomando a forma final do que aparenta ser, embora realmente não seja. O transexual que parece o que não é; a relação homoafetiva que parece amor, mas não é; o clone que parece o original, mas não é; a Rainha da Inglaterra que parece ter autoridade, mas não tem; o regime político democrático que parece ser justo, mas não é; o protestantismo que parece cristão, mas não é; os judeus atuais que parecem judeus mas não são (cf. Ap. 2, 9). E finalmente, nesse mundo de aparências, um antipapa que parece papa mas não é. É sintomático que "católicos" assim, guiados pelas aparências, acabem dando azo ao materialismo, não acreditando em dogmas como a ressurreição, por exemplo. Basta que Bento XVI atire alguns ossos para esses católicos de araque, criticando o homossexualismo aqui ou elogiando a missa tradicional ali, para acomodá-los a defenderem-no como o baluarte do tradicionalismo. Entretanto, há que se concordar que uma nota falsificada de 50 reais não deixa der uma nota falsificada de 50 reais. Para eles não.

O que importa para estes católicos nominais é aquilo que parece e não aquilo que é, contrariando a máxima mais acima de não julgar pela aparência, mas segundo a justiça. Ou seja, segundo a verdade, pois a verdade é justa. Mas não. Eles fazem questão de fazer vistas grossas aos atos mais escandalosos de heresia e apostasia deste falso papa, simplesmente porque ele é o que parece ser. Simula-se papa, comporta-se como papa, e isso já basta para eles. Não fazem questão de que ele seja de fato católico. Assim, se um conclave de cardeais hereges resolver fazer do Dalai Lama papa, ele será papa legítimo na mente dessa gente.

Um argumento falho e muito recorrente dessa gente é o de que os sedevacantistas não têm autoridade direta de Deus para julgar Bento XVI, já que não podem interpretar a seu talante sejam os documentos da Igreja, seja o que seria ou não um ato contrário à doutrina católica, ou seja, um ato de heresia ou apostasia deste antipapa. Quanto aos documentos da Igreja, os sedevacantistas não os interpretam ao seu bel-prazer, eles reproduzem o que é o magistério da Igreja de sempre. A Bula Cum Ex Apostolatus Officio do Papa Paulo IV não foi revogada, como dizem mentirosamente os católicos de araque. Ela foi ab-rogada e incorporada ao Código de Direito Canônico de 1917. Como acentuado neste artigo: "O Código de Direito Canônico de 1917 original em latim contém uma nota de rodapé ao Canon 188, n. 4, referindo-se à Bula Cum Ex Apostolatus Officio , em 1559, como uma fonte para esse Canon". Quanto ao fato de não se poder julgar factualmente atos de heresia ou apostasia, tal tipo de argumento seria o mesmo que validar aquela famosa indagação que Pilatos fez a Jesus: "Que é verdade?". Ora, se a verdade só pode ser aferida pelos eclesiásticos, não podemos julgar mais nada nem ninguém nesse mundo, pombas!!! Estaríamos fadados ao relativismo. A própria máxima de Jesus seria letra morta, pois só poderia ser executada por eclesiásticos e os leigos não poderiam sequer orientar sua vida prática. Se um homem matasse uma pessoa na sua frente, ele não teria matado, pois pela lógica dessa gente, os sedevacantistas estariam intepretando o ato a seu talante!

É certo que há uma outra máxima, segundo a qual "O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém." (I Cor 2, 15), mas essa objeção de julgamento diz respeito a julgamentos formais e não julgamentos factuais, os quais fazemos a todo momento. Como acentua Richard Joseph Michael Ibranyi, apenas um futuro papa pode julgar formalmente outro papa. Mas será que isso se aplica a hereges notórios que chegaram ao posto de papa e parecem o que não são? Eis uma boa pergunta...

Pela lógica de não se poder julgar factualmente a Igreja, São João Batista não poderia ter julgado os fariseus pelas suas obras, já que constituíam a hierarquia visível. Da mesma forma, São Paulo não poderia ter repreendido São Pedro, como registrado na Epístola de São Paulo aos Gálatas, Capítulo 2, Versículo 11, em que São Paulo diz, “Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe francamente, porque era censurável”. Eis o comentário:

Cornelius a Lapide (1637): “Superiores podem ser admoestados pelos seus subordinados em toda humildade e caridade de forma que a verdade possa ser defendida: isso é a base (Gl. 2, 11) em que Santo Agostinho, São Cipriano, São Gregório e muitos outros que são citados sustentam essa opinião. Eles ensinam sem qualquer equívoco que São Pedro, embora superior em autoridade a São Paulo, foi admoestado por ele. São Gregório corretamente declara que: ‘Pedro permaneceu em silêncio, de forma que, sendo primeiro na hierarquia dos apóstolos, ele poderia igualmente ser primeiro em humildade’. Santo Agostinho escreve, ‘demonstrando que superiores admitem que eles possam ser censuráveis por seus subordinados, São Pedro deu para posteridade um exemplo de santidade mais digno de nota do que aquele dado por São Paulo, embora o último demonstrara, todavia, que é possível para subordinados ter a ousadia de resistir seus superiores sem temor, quando em toda caridade eles expressam-se na defesa da verdade.’ (Comentário em Gal., II, 11)”.

Obviamente, Bento XVI merece muito mais que uma mera admoestação...

Vejamos o que dizem São João Crisóstomo e São Roberto Bellarmino sobre os julgamentos:

Não julgueis, e não sereis julgados” (Lc. 6, 37). O que isso significa? Estamos impedidos de denunciar aqueles que pecam? Por que, então, Paulo diz: “Repreende, ameaça, exorta!” (II Tim. 4, 2), e “Aos que faltam às suas obrigações, repreende-os diante de todos, para que também os demais se atemorizem.” (I Tim. 5, 20)? ... Pois se o mestre não corrige o servo, e a senhora a empregada, e o pai o filho, e o amigo seu amigo, tudo seria ruim ... E a menos que nós corrijamos nossos inimigos também, nós nunca deveremos pôr um fim à inimizade, e tudo estaria de cabeça para baixo. Vamos, portanto, cuidadosamente estudar o significado do que é dito aqui, de forma que ninguém possa pensar que os remédios de nossa salvação sejam realmente leis da desordem e confusão. Pois Nosso Senhor tornou tão claro quanto se segue àqueles que possuem entendimento, a perfeição dessa lei, dizendo: “tira primeiro a trave do teu olho” (Lc. 6, 42) ... Você vê como Ele não nos proíbe de julgar, mas nos manda primeiro remover a trave do olho, e somente então deveríamos corrigir as faltas dos outros”.

São Roberto Bellarmino, SJ (1542-1621): “Da mesma forma que é permitido resistir ao papa que ataca o corpo, é também permitido resistir àquele que ataca as almas ou que perturba a ordem civil, ou, acima de tudo, que tenta destruir a Igreja. Eu digo que é permitido resistir-lhe não fazendo o que ele ordena e impedindo sua vontade de ser executada.”

Desta forma, observamos como não há qualquer fundamento nas premissas enganosas dos seguidores de Bento XVI, os quais por absoluta cegueira e fanatismo cego são leais a uma fraude e, aprovando as nefastas ações deste falso papa, caminham a passos largos pro inferno. Essa gente não tem olhos para as coisas do Espírito, mas simplesmente para a matéria. São na verdade anti-católicos servindo conscientemente uma fraude que se exibe apenas exteriormente como católico.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O DILEMA CRUCIAL DO PAPA HEREGE NO LUGAR SANTO


Segundo o livro “La Nouvelle Messe de Paul VI: Qu’en penser ?”

Paulo VI com os protestantes
O católico para enfrentar o dilema de um «papa herege no Lugar Santo», deveria voltar às questões fundamentais da nossa Fé, que podem ser expressas em modo simples.
- A Igreja representa a Autoridade de Deus em Terra.
- Esta Autoridade suprema é representada pelo Pontífice Romano.
- Tal poder de Vigário de Cristo provem imediatamente de Deus e não da Igreja.
- O mundo católico precisa ter absoluta certeza da invisível concessão divina de tal poder ao eleito papa num conclave.
- A certeza absoluta referida à invisível concessão divina depende de um sinal visível e universal de ordem teologal, como seja a virtude da fé.
- Este sinal para confirmar o poder deste eleito, necessário para a continuação da Igreja, é tido pelo ensinamento comum dos autores como a aceitação pacífica e universal por toda a Igreja unida na Fé; sinal de ordem sobrenatural e natural.
- Todo «sinal sobrenatural» destinado a guiar na ordem visível e natural da Igreja é ligado a um «momento», a um tempo definível.
- A vida da Igreja é ligada à essência da Vontade divina, portanto atemporal no sentido do seu «ser substancial».
- A vida humana, como a da sua sociedade, é contingente, portanto ligada ao temporal, ao «momento acidental».
- Para a vida da Igreja, sociedade do tempo humano, o momento «acidental» deve ser considerado na sua inteira importância para o entendimento dos fiéis.
- Do mesmo modo, o que se manifesta como delito contrário à vida da Igreja, deve ser considerado tanto no momento original – que se manifesta diante de Deus – como no momento em que os homens podem e devem reconhecer o que aconteceu.
- Só neste segundo caso se pode enquadrar a velha questão crucial sobre o “momento” em que um «papa herege» perde o Pontificado; «momento» factual, social, político no sentido amplo, em que a manifestação externa da heresia e sua notoriedade na Igreja implicam a «perda do cargo» perante os homens.
Esta mesma questão do «momento» se põe quanto à eleição de um herege que, antes ou depois, reconhecido na notoriedade da heresia do eleito, implica a nulidade da eleição.
- Na hipótese teológica do Papa herege há portanto que considerar o «momento» que em outros termos pode ser descrito pelo  verbo «encontrar» ou «reconhecer», próprio do julgamento humano sobre o que Deus, conhecendo o íntimo das consciências, já julgou.
- O sentido da questão passa a ser então saber se «um papa pode cair em heresia», ou se antes a eleição deste decaído em heresia era nula e ele nunca foi papa porque a eleição foi nula, embora no primeiro momento parecesse legítima.
- Com isto o reconhecimento imediato do papa, assim como a validade do conclave não pode ter valor absoluto. Isto ensina a Bula Cum ex apostolatus»  do Papa Paulo IV.
- O «momento» do reconhecimento do papa legítimo não segue o momento da eleição, mas do seu reconhecimento à luz da fé de toda a Igreja.
- Esta fé é, antes e após a eleição do Papa, o termo de juízo ligado ao reconhecimento sucessivo da obra de confirmação e defesa da fé do eleito papa, cujo conhecimento pode ser obscuro e até contraditório.
- Se isso ocorrer, ele mantém o cargo? Quem o deporia ou declararia destituído do Papado? Considero que, com os estudos das últimas décadas, esses pontos estão claros: nada há na Revelação que permita afirmar que um Papa não pode cair em heresia.
- Nessa hipótese, ele não poderia permanecer no cargo porque não pode ser cabeça quem não é membro por carecer da fé católica; fato que se torna público e notório.
- Se houve uma aceitação «pacífica e universal pela Igreja», nesta se desconhecia a falha na fé do eleito. Logo a aceitação pacífica e universal pode ser um sinal inicial, mas não infalível porque depois se pode apurar que faltava a fé do eleito.
- Não poderia ser deposto ou declarado deposto pelo concílio, pelos cardeais, enfim por nenhum órgão eclesiástico ou humano? Como resolver o problema desse «momento»? De que modo apontar como «pública e notória» a manifesta heresia desse eleito, que determinaria a perda do cargo?
Ora, para alguns, o grau de «notoriedade» que determinaria a efetiva perda do cargo, parece antes nota do sujeito do reconhecimento (o fiel) que do ser a reconhecer (o Papa como objeto da autoridade divina para a Fé).
Seria o caso do livro “La Nouvelle Messe de Paul VI“, pp. 276-281), em que se sustenta, com o jesuíta Pe. Paulo Laymann (+ 1625) e outros, que «enquanto [o Papa herege] for tolerado pela Igreja e publicamente reconhecido como pastor universal, gozará realmente do poder pontifício” (“Consid.“, p. 61).
Assim, seria o subjetivismo a condicionar a ordem do que «É»… o poder pontifício dependeria do «tolerar» humano e não da direta «concessão» divina.
Para nós a referência para resolver a questão está na Bula «Cum ex apostolatus officio».
Papa Paulo IV ensina que o herege não pode ocupar cargo eclesiástico.
A Bula “exprime uma lei necessariamente infalível e perpétua: um desviado da Fé não é hábil para o Papado. Se for eleito Papa, houve erro humano e a eleição é nula.
Logo, não estamos em nenhum caso de deposição papal. O problema está no sujeito da Fé, que reconheça o fato objetivo, chegando à conclusão final da Bula:
“nec per susceptionem muneris, consecrationis aut subsecutam regiminis et administrationis possessionem, seu quasi, vel ipsius Romani  Pontificis inthronizationem aut adorationem, seu ei in præstitam ab omnibus obedientiam et cujusvis temporis in præmissis cursum convaluisse dici aut convalescere possit”.
(nem pelo fato da recepção da função, da consagração, posse ou quase posse subseqüente do governo; ou pela entronização e adoração do próprio Romano Pontífice; ou pela obediência a ele prestada por todos, durante o transcurso de qualquer tempo nas referidas  coisas, tal nulidade pode ser dita ter convalescido ou poder convalescer...)
“Liceatque omnibus et singulis sic promotis et assumptis, si in fide antea non deviassent, Nec hæretici fuissent, nec schisma incurrissent aut excitassent vel commisissent, subditis personis, tam clericis sæcularibus et regularibus, quam etiam laicis, necnon cardinalibus, etiam qui electioni ipsius Pontificis antea a fide devii aut hæretici seu schismatici interfuerint, seu alias consenserint et ei obedientiam præstiterint eumque adoraverint ac castellanis, præfectis, capitaneis et officialibus, etiam almæ Urbis nostræ et totius Status Ecclesiastici,
(E seja lícito às pessoas subordinadas com relação a todas e a cada uma das pessoas assim promovidas e assumidas, se antes não se desviaram, nem foram heréticas, nem incorreram em cisma ou o excitaram ou o cometeram, pessoas, quer de clérigos, seculares e regulares, quer também de leigos, bem como de cardeais, mesmo os que estiveram presentes à eleição do próprio Pontífice antes desviado da Fé, ou herético, ou cismático, ou que de outro modo nela consentiram e lhe prestaram obediência…
ab ipsorum sic promotorum vel assumptorum obedientia et devotione impune quandocumque cedere eosque ut magos, ethnicos, publicanos et hæresiarchas evitare….
(seja lícito impunemente, em qualquer tempo, afastar-se da obediência aos mesmos assim  promovidos ou assumidos e  evitá-los como a feiticeiros, pagãos, publicanos e heresiarcas… )



Viva Cristo Rei!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fátima e a Esfinge das «Religiões Unidas»


Capa do Livro do P. Alonso. Fátima sobre o Kremlin de Moscou. Por fim os católicos terão que decidir entre a Cidade de Deus e a cidade dos homens, a Babilônia, a Prostituda do Apocalipse.
Dissemos antes; ainda há quem pense que a Mensagem de Nossa Senhora de Fátima fosse, mais que tudo, para prevenir dos erros e horrores da esfinge soviética.
É verdade que num certo momento histórico os «erros da Rússia» pareciam ter, com a aventura soviética, concentrado todos os males da primeira Besta do Apocalipse.
Havia que considerar, porém, aquela segunda Besta com a «tiara» do Cordeiro, mas que falava com a voz do Dragão demoníaco.
Vivemos este segundo interregno tenebroso?
Entre a Fé católica e a maçônica com suas cidades e monumentos.
Limitamo-nos aqui a documentar a iniciativa dita das «religiões unidas», que é pela sua própria natureza divulgadora da teoria do campo unificado de toda fé. E isto quer dizer que se ocupa da promoção das muitas religiões humanas de modo que os homens deixem de discutir sobre conversões a uma Religião da Verdade. Ora, esta é, nada mais nada menos, que a Fé para a qual Nossa Senhora de Fátima pedia a conversão de todos e invocava uma consagração para a conversão da Rússia.
Falamos, pois, de duas posições opostas diametralmente. Portanto ou se é por uma ou pela outra; ou pelo sim ou pelo não, o resto vem do demônio.
Beijo do Corão, que nega a Cristo e a Santíssima Trindade. Apreço por todas as Religiões do Sr. KW
Vejamos então, no mercado de influências mundialistas, quem vamos encontrar ao lado da iniciativa das «religiões unidas», que deveria chamar-se O.R.U., mas que para escandalizar menos recebeu o nome de U.R.I., e tem mais que um pé no Vaticano.
United Religion Initiative - LOGO
Tilac sinal Hindu
Para os católicos tudo isto pode parecer fantasia ou um pesadelo de noite mal dormida, mas existe e vamos seguir algo da sua «saga».
Anexo U.R.I. A iniciativa das re­ligiões unidas (United Religions Initiative, U.R.I.) resumido de Epiphanius, Massoneria e Sette Segrete: La Faccia Occulta della Storia»
Simbolos da Teosofia
Simbolos da Teosofia
Simbolos da Teosofia
Simbolos da Teosofia

“A URI representa a mais recente tentativa de amplo alcance da Teosofia para unir as religiões com fins mundialistas. Tudo começou em 1993 numa sessão do “Parlamento das Religiões” de Chicago. A idéia de formar uma autoridade internacional dedicada a unificar as religiões do mundo e constituir um ramo espiritual das Nações Unidas, foi proposta por Sir Sigmund Sternberg, na sua qualidade de diretor do I.C.C.J., Conselho Internacional dos Cristãos e Judeus, conjuntamente a Robert Muller, ilustre representante New Age junto às Nações Unidas.
Sir Sigmund Sternberg Cavalheiro da Ordem Pontifícia Equestre de S. Gregório Magno
Sir Sigmund Sternberg Cavalheiro da Ordem Pontifícia Equestre de S. Gregório Magno

“O húngaro Sternberg foi um dos organizadores do primeiro encontro de João Paulo II com a Sinagoga e empenhou-se para a solução (anti-ecumênica) da “crise” de Auschwitz desencadeada pela presença, considerada ultrajante, do convento carmelita dentro do perímetro do campo e que terminou, como se sabe, com o seu afastamento dessa área em 1986.
Sternberg empenhou-se em seguida intensamente para o reconhecimento de Israel da parte do Vaticano, que se realizou nos anos 1993-1994.
“João Paulo II, tomando conhecimento do impulso conferido às novas relações judeu-cristãs porSternberg, em 1982 o nomeou Cavalheiro da Ordem Pontifícia Equestre de S. Gregório Magno, cuja Grã Cruz já havia sido conferida, por méritos de serviço, a Maurice Lever da loja «Moses Gaster» do B’nai B’rith.
“No dia 13 de Abril de 1986, Sternberg, em uniforme de Cavalheiro da Ordem, acompanhou João Paulo II na visita à sinagoga de Roma. Por isto recebeu em 1988 as insígnias da Ordem maçônica de S. João de Jerusalém. Em 1990 Sternberg estendeu também à Comunidade de S. Egídio de Roma essa obra de promoção do diálogo inter-religioso, patrocinado pelo Vaticano.
“Em 1994 Sir Sternberg esteve no Vaticano guiando a delegação britânica em ocasião do concerto, na presença de João Paulo II e do Presidente italiano, para a comemoração da Shoa. E em 1996 sua segunda mulher (havia divorciado em 1970) foi decorada no Vaticano por João Paulo II como Dama da Ordem Pontifícia de S. Silvestre, tornando-se assim a primeira judia com tal título. Devido à essa sua obra a favor do sincretismo inter-religioso, Sternberg em 1998 foi também condecorado com o prêmio maçônico Templeton para o Progresso da religião.
Em Julho do mesmo ano a Open University do bilionário Soros lhe conferia o diploma honoris causa. Sir Sternberg é o patrocinador, junto com Gorbachev, do Dalai Lama e da mulher do fundador da Scientology, Bárbara Marx Hubbard, da “Comissão mundial para a Consciência e a Espiritualidade globais”, que reúne leaders mundiais com o fim declarado de «cultivar a visão global e a sabedoria para o novo milênio» e que foi presidida por R. Muller.
A ideia de Muller e de Sternberg já havia avançado e no dia 25 de Junho de 1995, na ocasião de uma cerimônia sincretista na catedral de S. Francisco para o 50° aniversário da Carta da O.N.U., quando o «bispo» presbiteriano William Edwin Swing havia anunciado a intenção de fundar aUnited Religions. Foi uma cerimónia deveras estranha com dezenas de orações diversas, salmos e… «encantos». Para a Grace Cathedral de S. Francisco esses espetáculos não eram novos: no Outono de 1994, de facto, um dominicano apóstata que se tornou estreito colaborador de Swing e Matthew Fox, oficiou uma ceia protestante dita «Missa Planetária» cujo «rito», celebrado num «altar» para «adoração dirigida ao ambiente», projetado em ecrãs vídeo, foi animado com «tecno-música». Tudo isto foi repetido na presença de Swing em 1995 em Dallas: «um misto de rito cristão, ocultismo, teosofia, em honra do Deus e da Mãe natureza». Em seguida Swing publicou o livro «O advento das Religiões Unidas», que evoca as «Nações Unidas» e um parlamento de religiões. Swing em 1996 visitou João Paulo II.
Todas as Religiões pela Paz em Assis 1986
Todas as Religiões pela "Paz" em Assis 1986

«bispo» presbiteriano William Edwin Swing
As conferências U.R.I. foram em breve estendidas aos cinco continentes, com a participação de cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, baha’i, hindus, zoroastrianos, sikh, seguidores do New Age e da Wicca (movimento neo-pagão de cultores da bruxaria), etc. Ali se decidiu elaborar «mapas» para a metade de 2000, envolvendo políticos conhecidos pelas suas iniciativas de «orações» comuns – no estilo de Assis – para proceder enfim à fundação oficial da nova organização, a U.R.I., que tinha no seu plano de ação o objetivo de «promover uma durável cooperação inter-religiosa e criar uma cultura de justiça e paz». Para isto era necessário induzir religiosos e leigos à gradual aceitação dessa «Nova Religião» derivada de uma filosofia e ecologia espiritual. […] Para contribuir a esta iniciativa alguns bispos católicos fundaram, com o apoio de João Paulo II, aWorld Conference on Religion and Peace (W.C.R.P), Conferência mundial para a Religião e a Paz, acreditada junto à O.N.U., e presente em mais de 100 países e cujo primeiro presidente foi o arcebispo de Nova Dehli, Angelo Fernandes. Presidente da secção italiana do W.C.R.P. é Lisa Palmieri Billig, representante para a Itália da Anti Defamation Leaguedo B’nai B’rith, com sede em Roma. A sexta assembléia-geral da Conferência no dia 3 de Novembro de 1994 teve seus trabalhos de abertura na sala sinodal da Santa Sé. Era a primeira conferência inter-religiosa no Vaticano, com a presença pessoal de João Paulo II na veste de presidente de uma assembléia de quase mil representantes de quinze crenças diversas, inclusive as religiões indígenas da África, Austrália e Oceania.
“Sob a cúpula vaticana ecoaram por duas horas, na presença de João Paulo II, na veste de presidente da assembléia, versos hebraicos e do Alcorão, bem como invocações para a paz dos xintoístas, budistas e hindus., entremeados por blues africanos.
URI
Imagem obtida no site oficial da URI
“A «Declaração final» das Conferências afirmava: «Dominamos a natureza como se essa fosse nossa, e esta arrogância é uma causa primária da atual crise ecológica. Na nossa obra de restauração da harmonia e da vida normal, devemos começar por arrepender-nos das nossas ações destrutivas e efectuar uma mudança desde um modelo antropocêntrico a um bio-cêntrico eco­cêntrico».

URI
“O W.C.R.P. é o intermediário oficioso do Vaticano com os grupos inter-confessionais de projetos mundialistas, como a U.R.I., enquanto o canal oficial resta o Pontifício Conselho para o Diálogo inter-religioso. O quartel-general da W.C.R.P não reside em Roma, mas no número 777 da Praça das Nações Unidas de Nova York, onde opera em estreito contacto com a O.N.U., com a U.N.E.S.C.O. e com a U.N.I.C.E.F.
“Pode-se concluir aqui com uma citação tirada de um significativo livro, publicado por uma editora maçônica, do conhecido padre Rosário Espósito, professor de várias universidades pontifícias e extremado adepto da aliança da Igreja com a Maçonaria, diz: «(visto que) duas realidades idênticas a uma terceira são idênticas também entre si, e as três realidades são, neste caso, justamente a Maçonaria, a Sociedade das Nações, a ONU e a Igreja; é, portanto forçoso deduzir que a Igreja do Vaticano II e a Maçonaria constituem agora uma só coisa» (Rosario F. Esposito, Le grandi concordanze tra Igreja e Massoneria, Florença, Ed. Nardini, 1987, p. 197) ”.
Só pergunto agora como esta «simbiose» do Vaticano com a Maçonaria para anular a Religião única de Jesus Cristo poderia ter-se realizado e difundido com a presença de um Papa católico?

Paulo VI na ONU, onde visitou a sala de meditação para se "recolher em silêncio", como o fez também o Srs. Wojtyla e Ratzinger
Paulo VI na ONU, onde visitou a sala de meditação para se "recolher em silêncio", como o fez também o Srs. Wojtyla e Ratzinger (Cf.http://www.zenit.org/article-18064?l=portuguese)
Sala de Meditação da ONU, onde os anti-papas conciliares fizeram "piedosa visita"
Impossível realizar tal «síntese» absurda. Então a resposta deve vir da mesma Mensagem de Nossa Senhora de Fátima. De fato, na sua terceira parte, no Terceiro Segredo, o Papa católico foi eliminado com o seu inteiro séquito fiel. E isto seria mais claro em 1960 quando até os cegos podiam perceber que no Vaticano havia um «papa mação e modernista».
Roncalli e Cardeal Bea, maçon denunciado pela lista do Jornalista Italino Mino Picorelli, assassinado por divulgar a famosa lista com cardeais maçons. Bea foi nomeado por João XXIII para presidente do Conselho para promoção da Unidade dos Cristãos.
Era João XXIII que, enquanto convidada todos a olhar para a lua, traçava seus pauzinhos para a abertura e entrega da S. Sede aos seus cupinchas da nova ordem mundial. E a ele seguiram seus comparsas clericais.
Cruz Peitoral de João XXIII - Publicada pelo Jornal The Pilot de Boston, 1970
Cruz Peitoral de João XXIII, usada por ele enquanto cardeal - Publicada pelo Jornal The Pilot de Boston, 1970
Cruz Peitoral de João XXIII, réplica "comemorativa".
Cruz Peitoral de João XXIII, réplica "comemorativa". A original foi doada por ele quando foi eleito ilicitamente papa católico à Basílica de St. Ambrósio em Milão.
Cruz peitoral de João XXIII com símbolo maçônico
Cruz Peitoral de João XXIII - Vendida na Basílica de St. Ambrósio em Milão - Itália.
Isto é o que vivemos até hoje, quer seja descrito em linguagem castiça, quer em gíria.
Mas esta última é mais própria para falar deste fundo brejo da «inteligência católica», mesmo deixando de lado a questão do atentado conciliar contra a Fé íntegra e pura.
Nossa Senhora de Fátima
Por Fim Meu Imaculado Coração Triunfará!







http://promariana.wordpress.com/2010/08/

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"Destruir a Missa" - Conferência de Dom Marcel Lefebvre


Conferência de Dom Marcel Lefebvre
Qual é a crise que estamos atravessando atualmente? Manifesta-se, no meu entender, sob quatro aspectos fundamentais para a Santa Igreja. Manifesta-se, à primeira vista, acredito eu, e me parece que é um dos aspectos mais graves, porque, para mim, se se estuda a história da Igreja, dá-se conta de que a grande crise que atravessou o século XVI, crise espantosa, que arrebatou à Santa Igreja, milhões e milhões de almas, regiões inteiras, Estados na sua totalidade, esta crise foi, antes de tudo, uma crise do culto litúrgico; e que, se atualmente existem divisões entre aqueles que se dizem cristãos, há que se atribuir mais que a outras causas à forma de celebrar o culto litúrgico; e se os protestantes se separaram da Igreja, a causa principal é que os instigadores do protestantismo, como Lutero, disseram, desde o primeiro momento: "Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa". Esta foi a chave de Lutero.
Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma.
A Missa, um sacrifício
Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa. E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício. Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística..., se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.
E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa. Substancialmente, o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são a mesma coisa e o mesmo e único Sacrifício.
Não há outra mutação que na forma de oblação. Nosso Senhor se ofereceu de uma forma sangrenta, cruenta, no altar da Cruz, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima. E sobre nossos altares, se oferece, sendo igualmente o Sacerdote e a Vítima, por ministério dos sacerdotes.
Somente o sacerdote é o Ministro consagrado pelo Sacramento da Ordem, configurado, pelo Caráter, ao Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo o Sacrifício da Missa, na pessoa de Cristo: "in persona Christi".
A presença real
Se se tira a Transubstanciação da Missa... Já que vos falei de Sacrifício, falemos agora da segunda coisa necessária, essencial, que é a Presença Real de Nosso Senhor, na Sagrada Eucaristia. Se se elimina a Transubstanciação... Esta palavra é de uma importância capital, porque, ao suprimi-la, se omite a presença real, e deixa, portanto, de haver Vítima.
Deixa de haver Vítima para o Sacrifício. E, portanto, deixa de haver Missa. Dizendo de outra maneira: deixa de existir Sacrifício e nossa Missa é vã. Ficamos sem Missa. (Deixou de ser o Sacrifício que nos deu Nosso Senhor, na Santa Ceia e na Cruz, e que mandou os Apóstolos o perpetuarem sobre o altar). É o segundo elemento indispensável. Primeiro, o Sacrifício, logo, a Presença Real. Falemos agora do Caráter sacerdotal do Ministro.
É o sacerdote, não os fiéis
É o sacerdote o que recebeu o encargo, de Deus Nosso Senhor, para continuar o Sacrifício. E de nenhuma forma os fiéis. É certo que os fiéis têm de se unir ao Sacrifício, unir-se de todo coração, com toda a sua alma, à Vítima, que está sobre o altar, como deve fazer também o sacerdote. Mas os fiéis não podem oferecer, de forma alguma, o Santo Sacrifício, "in persona Christi", como o sacerdote.
O sacerdote está configurado ao Sacerdócio de Cristo, está marcado para sempre, para a eternidade. "Tu es sacerdos in aeternum"... Somente ele pode oferecer verdadeiramente o Sacrifício da Missa, o Sacrifício da Cruz. E, por conseguinte, somente ele pode pronunciar as palavras da Consagração.
De joelhos!
Não é normal que os leigos se coloquem ao redor do altar e que pronunciem todas as palavras da Missa, junto com o sacerdote. Porque eles não são sacerdotes no sentido próprio em que o é o sacerdote consagrado. Tampouco podemos considerar como coisa normal o ter suprimido todo sinal de respeito à Real Presença. À força de não ver nenhum respeito à Sagrada Eucaristia, acaba por não se crer na Presença Real. E quem se atreverá a chegar, por tal caminho, a coisa parecida, depois de meditar a divina Palavra, segundo a qual "ao nome de Jesus, que se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos infernos"? Se somente ao nome há que ajoelhar-se, vamos permanecer de pé, quando está presente em realidade, na Sagrada Eucaristia?
Ao lugar onde se oferece um sacrifício, se dá o nome de altar. Por isso, não se pode aceitar, como substituto do altar, uma mesa comum, destinada às refeições, que, segundo recordava São Paulo, se encontram nos refeitórios das casas, para comer e beber. O altar tem que ser peça que não se traslade e onde se oferece e se derrama o sangue. No momento em que se converte o altar em mesa de refeitório se deixa de ser altar.
Tomado do protestantismo
Suprimir todos os altares que são verdadeiramente tais, pôr, em seu lugar, uma mesa de madeira, diante do altar que foi solenemente consagrado, é, precisamente, fazer desaparecer a noção de Sacrifício, que vimos é de importância capital para a Igreja Católica. E é desta forma como chegou e se consolidou o protestantismo. Por esta desaparição da ideia de Sacrifício, passou a Inglaterra inteira ao cisma e logo à heresia.
... Deslizando, deslizando, pouco a pouco, vamos tornar-nos protestantes, sequer sem dar-nos conta.
(Granby, Canada, 14/03/71)
Retirado do Livro "La Misa Nueva - Mons. Marcel Lefebvre" Editora ICTION, Buenos Aires 1983

sábado, 16 de fevereiro de 2013

ESCÂNDALO: PADRE FÁBIO NEGA A RESSURREIÇÃO DE CRISTO



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PADRE FÁBIO HEREGE DE MELO
NEGA A CERTEZA DA FÉ,

MOSTRA QUE É ADEPTO DO TEILHARDISMO

E PASMEM...

NEGA A MATERIALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


NEGA A PRESENÇA REAL DE CRISTO NA EUCARISTIA !!!!


DIZ QUE A EUCARISTIA É UM JANTAR ENTRE AMIGOS!!!



Trecho do livro "Carta entre amigos", 2 carta, p. 15 em diante



segunda carta...


(...) Por isso não tenho receio de afirmar que o específico das religiões não consiste em responder às perguntas, mas em nos ensinar a conviver com elas. Na tentativa de resolver os conflitos que nos afligem, corremos o risco de atentar contra a sacralidade dos fatos.


Dessa forma, deixamos de plantar as flores e insistimos em chorar sobre as pedras. Diante do sobrado demolido, Cora Coralina resolveu escrever o poema, pois sabia que as palavras poderiam resguardar o significado de tudo o que as pedras insistiam em sepultar.


Gosto de compreender a ressurreição de Jesus da mesma forma. Diante da ausência sentida, a saudade fez o apóstolo intuir e proclamar: “Ele está no meio de nós!”. O grito nasce do reconhecimento da transformação acontecida. Eles não eram mais os mesmos. O sobrado crístico já estava erigido na alma de cada um. João, o homem que era chamado “filho do trovão”, o homem de temperamento difícil, revestia- se de docilidade. Pedro, o homem que mal sabia falar, o homem que foi frágil até o momento da morte do melhor amigo, estava mergulhado numa coragem invejável. Eles se olhavam e percebiam que Ele não havia ido embora, mas apenas modificara a forma de ficar.


Isso retira a necessidade que temos da materialidade da ressurreição.Não importa que haja um corpo encontrado ou um corpo desaparecido. O que a ressurreição nos sugere é muito mais que um corpo material. O mais importante, e o que verdadeiramente pode mover o cristianismo no tempo, não está na prova material da ressurreição, mesmo porque não a temos. O que possuímos, e isso ninguém pode contestar, é o fato de que os discípulos nunca mais foram os mesmos depois da vida, morte e ressurreição de Jesus. A declaração cristã “Ele está no meio de nós!” nos assegura a continuidade do plantio das flores. Onde existir um ser humano comprometido com as palavras e a proposta de Jesus, lá Ele estará presente. Isso não é lindo, meu amigo?


Teilhard de Chardin, teólogo jesuíta, chamava isso de “cristificação do universo”. Esta mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós, católicos, chamamos de “presença real de Cristo”. O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente? Não. Juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência. A comunidade que celebra, enquanto celebra, prepara a chegada do que vai voltar. A volta de Jesus não é apenas um acontecimento escatológico, reservado ao final dos tempos, mas induz a comunidade a um comprometimento histórico com as dores do mundo.


Jürgen Moltmann, grande teólogo alemão contemporâneo, aprofunda de maneira muito preciosa o conceito de esperança. Segundo ele, a esperança cristã é sempre operante, porque nos mobiliza a atualizar no tempo a presença do esperado.


Com isso, podemos saborear a espera. Ao socorrer os necessitados, podemos antecipar a volta de Jesus. Ao consolar o coração de uma mulher que perdeu um filho, e com ela sendo solidários, podemos dar início ao processo de sua cura.


Isso também é celebrar o mistério eucarístico. É deitar a toalha branca sobre o altar do coração humano, reconhecendo nele a dor que precisa ser redimida, e elevá-lo, em prece, aos céus. É a ausência humana sendo curada através da presença comprometida, movida por uma esperança operante, que encontra motivos para continuar na celebração sacramental que nasceu da ausência sentida.


O motivo da última ceia foi a preparação da ausência. Foi a oportunidade que Jesus teve de sacramentar em seus discípulos a coragem da continuidade. Nada mais bonito que preparar a ausência com um jantar entre amigos. O prato principal não era material. Do que eles precisavam era aprender a mística do alimento. Nós nos transformamos no que comemos. O que Jesus propunha não era um ritual de antropofagia. Comer e beber juntos significa estarmos comprometidos. O banquete não é lugar para saciar somente a fome do corpo, mas também a fome da alma. Ao estar com os que amo para me alimentar, de alguma forma eu os trago para dentro de mim.


Ao interpretar a transcendência do amor interpessoal, o filósofo Gabriel Marcel intuiu que amar consiste em olhar o amado nos olhos e dizer: “Tu não morrerás jamais!”. Ele pode ter aprendido isso ao contemplar a última ceia. Cora Coralina disse a mesma coisa, mas com palavras diferentes, que você citou em sua carta: “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico, na música de seus versos”.


O amor nos socorre do esquecimento. Retira o poder definitivo da lápide, porque sobrevive na continuidade do que plantamos. Por isso a ausência é lugar de encontro. Basta exercer a força da visão poética, a via que costuma salvar o mundo de seus desesperos e ruínas.


Uma bonita expressão atribuída a São João da Cruz, o grande místico cristão, nos diz que “o que podemos conhecer de Deus são as pegadas de sua ausência”, uma frase que desconcerta os religiosos ávidos por sinais concretos. O que temos de Deus são vestígios. Por isso é tão importante não perder o desejo de procurar. Encontrar respostas é satisfação temporária. O bom mesmo é a investigação que nos mobiliza. As teologias nascem dessas ausências. É a partir delas que as teologias postulam as suas verdades, porque a ausência é uma categoria cheia de sugestões.


Volto à eucaristia. O que celebramos e o que vemos é muito pouco perto de tudo o que verdadeiramente significa o rito. Não podemos materializar a eucaristia, retirando-a da totalidade de sua abrangência. Digo isso, meu amigo, porque reconheço suas dores como eucarísticas. Assim como foi também a dor de Hannah Arendt, de Cora Coralina e de tantos homens e mulheres que semearam o mundo de flores e sentido.


Da mesma forma que não posso reduzir a eucaristia a um detalhe de sua totalidade, também não quero reduzir sua carta a uma simples resposta.


Permita-me dizer que suas perguntas, nascidas de suas ausências, saudades e indignações, em vez de me provocarem o desejo de lhe responder, fomentaram em mim muito mais silêncios que palavras. O pouco que escrevo é apenas um modo que tenho de dividir o que creio sobre tantas coisas, e que por ventura entra no contexto de suas falas. Talvez eu não tenha respondido absolutamente nada. Não importa. O mais bonito de tudo isso é saber que suas palavras me fizeram pensar nos sobrados que já reconstruí dentro de mim. Ausências às quais aprendi a atribuir sentido. Sofrimentos que antes eram capazes de me sepultar e que agora me sugerem experiência de plantio de flores.


O mais importante é que no sacramental desta carta pude recebê-lo em minha casa e a seu lado deitar a toalha branca sobre o altar dos nossos significados, para juntos repetirmos no tempo o que nele não cabe. A matéria que celebramos? Ainda não sei. Vou seguir o conselho do poeta. Vou conviver com ela e saborear o seu poder de silêncio, antes de encontrar as palavras que possam dizê-la ao mundo.


Obrigado pela eucaristia que sua carta me permitiu celebrar. Confesso que, ao terminar a leitura, tive o ímpeto de repetir uma expressão ritual, aquela que assegura a sacralidade da palavra proferida: “Palavra da Salvação!”. No íntimo de meu coração, rezei dizendo: “Glória a Vós, Senhor!”.

Permaneçamos unidos. Nesta mística, neste tempo, neste mesmo sobrado que os sábios chamam de amizade e que nos ajuda a enfrentar os medos que sentimos.

Com minha bênção,Pe. Fábio  

http://padrefabiodemeloanjodeluz.blogspot.com/2009/04/primeiro-capitulo-cartas-entre-amigos.html