sábado, 16 de fevereiro de 2013

ESCÂNDALO: PADRE FÁBIO NEGA A RESSURREIÇÃO DE CRISTO



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PADRE FÁBIO HEREGE DE MELO
NEGA A CERTEZA DA FÉ,

MOSTRA QUE É ADEPTO DO TEILHARDISMO

E PASMEM...

NEGA A MATERIALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


NEGA A PRESENÇA REAL DE CRISTO NA EUCARISTIA !!!!


DIZ QUE A EUCARISTIA É UM JANTAR ENTRE AMIGOS!!!



Trecho do livro "Carta entre amigos", 2 carta, p. 15 em diante



segunda carta...


(...) Por isso não tenho receio de afirmar que o específico das religiões não consiste em responder às perguntas, mas em nos ensinar a conviver com elas. Na tentativa de resolver os conflitos que nos afligem, corremos o risco de atentar contra a sacralidade dos fatos.


Dessa forma, deixamos de plantar as flores e insistimos em chorar sobre as pedras. Diante do sobrado demolido, Cora Coralina resolveu escrever o poema, pois sabia que as palavras poderiam resguardar o significado de tudo o que as pedras insistiam em sepultar.


Gosto de compreender a ressurreição de Jesus da mesma forma. Diante da ausência sentida, a saudade fez o apóstolo intuir e proclamar: “Ele está no meio de nós!”. O grito nasce do reconhecimento da transformação acontecida. Eles não eram mais os mesmos. O sobrado crístico já estava erigido na alma de cada um. João, o homem que era chamado “filho do trovão”, o homem de temperamento difícil, revestia- se de docilidade. Pedro, o homem que mal sabia falar, o homem que foi frágil até o momento da morte do melhor amigo, estava mergulhado numa coragem invejável. Eles se olhavam e percebiam que Ele não havia ido embora, mas apenas modificara a forma de ficar.


Isso retira a necessidade que temos da materialidade da ressurreição.Não importa que haja um corpo encontrado ou um corpo desaparecido. O que a ressurreição nos sugere é muito mais que um corpo material. O mais importante, e o que verdadeiramente pode mover o cristianismo no tempo, não está na prova material da ressurreição, mesmo porque não a temos. O que possuímos, e isso ninguém pode contestar, é o fato de que os discípulos nunca mais foram os mesmos depois da vida, morte e ressurreição de Jesus. A declaração cristã “Ele está no meio de nós!” nos assegura a continuidade do plantio das flores. Onde existir um ser humano comprometido com as palavras e a proposta de Jesus, lá Ele estará presente. Isso não é lindo, meu amigo?


Teilhard de Chardin, teólogo jesuíta, chamava isso de “cristificação do universo”. Esta mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós, católicos, chamamos de “presença real de Cristo”. O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente? Não. Juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência. A comunidade que celebra, enquanto celebra, prepara a chegada do que vai voltar. A volta de Jesus não é apenas um acontecimento escatológico, reservado ao final dos tempos, mas induz a comunidade a um comprometimento histórico com as dores do mundo.


Jürgen Moltmann, grande teólogo alemão contemporâneo, aprofunda de maneira muito preciosa o conceito de esperança. Segundo ele, a esperança cristã é sempre operante, porque nos mobiliza a atualizar no tempo a presença do esperado.


Com isso, podemos saborear a espera. Ao socorrer os necessitados, podemos antecipar a volta de Jesus. Ao consolar o coração de uma mulher que perdeu um filho, e com ela sendo solidários, podemos dar início ao processo de sua cura.


Isso também é celebrar o mistério eucarístico. É deitar a toalha branca sobre o altar do coração humano, reconhecendo nele a dor que precisa ser redimida, e elevá-lo, em prece, aos céus. É a ausência humana sendo curada através da presença comprometida, movida por uma esperança operante, que encontra motivos para continuar na celebração sacramental que nasceu da ausência sentida.


O motivo da última ceia foi a preparação da ausência. Foi a oportunidade que Jesus teve de sacramentar em seus discípulos a coragem da continuidade. Nada mais bonito que preparar a ausência com um jantar entre amigos. O prato principal não era material. Do que eles precisavam era aprender a mística do alimento. Nós nos transformamos no que comemos. O que Jesus propunha não era um ritual de antropofagia. Comer e beber juntos significa estarmos comprometidos. O banquete não é lugar para saciar somente a fome do corpo, mas também a fome da alma. Ao estar com os que amo para me alimentar, de alguma forma eu os trago para dentro de mim.


Ao interpretar a transcendência do amor interpessoal, o filósofo Gabriel Marcel intuiu que amar consiste em olhar o amado nos olhos e dizer: “Tu não morrerás jamais!”. Ele pode ter aprendido isso ao contemplar a última ceia. Cora Coralina disse a mesma coisa, mas com palavras diferentes, que você citou em sua carta: “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico, na música de seus versos”.


O amor nos socorre do esquecimento. Retira o poder definitivo da lápide, porque sobrevive na continuidade do que plantamos. Por isso a ausência é lugar de encontro. Basta exercer a força da visão poética, a via que costuma salvar o mundo de seus desesperos e ruínas.


Uma bonita expressão atribuída a São João da Cruz, o grande místico cristão, nos diz que “o que podemos conhecer de Deus são as pegadas de sua ausência”, uma frase que desconcerta os religiosos ávidos por sinais concretos. O que temos de Deus são vestígios. Por isso é tão importante não perder o desejo de procurar. Encontrar respostas é satisfação temporária. O bom mesmo é a investigação que nos mobiliza. As teologias nascem dessas ausências. É a partir delas que as teologias postulam as suas verdades, porque a ausência é uma categoria cheia de sugestões.


Volto à eucaristia. O que celebramos e o que vemos é muito pouco perto de tudo o que verdadeiramente significa o rito. Não podemos materializar a eucaristia, retirando-a da totalidade de sua abrangência. Digo isso, meu amigo, porque reconheço suas dores como eucarísticas. Assim como foi também a dor de Hannah Arendt, de Cora Coralina e de tantos homens e mulheres que semearam o mundo de flores e sentido.


Da mesma forma que não posso reduzir a eucaristia a um detalhe de sua totalidade, também não quero reduzir sua carta a uma simples resposta.


Permita-me dizer que suas perguntas, nascidas de suas ausências, saudades e indignações, em vez de me provocarem o desejo de lhe responder, fomentaram em mim muito mais silêncios que palavras. O pouco que escrevo é apenas um modo que tenho de dividir o que creio sobre tantas coisas, e que por ventura entra no contexto de suas falas. Talvez eu não tenha respondido absolutamente nada. Não importa. O mais bonito de tudo isso é saber que suas palavras me fizeram pensar nos sobrados que já reconstruí dentro de mim. Ausências às quais aprendi a atribuir sentido. Sofrimentos que antes eram capazes de me sepultar e que agora me sugerem experiência de plantio de flores.


O mais importante é que no sacramental desta carta pude recebê-lo em minha casa e a seu lado deitar a toalha branca sobre o altar dos nossos significados, para juntos repetirmos no tempo o que nele não cabe. A matéria que celebramos? Ainda não sei. Vou seguir o conselho do poeta. Vou conviver com ela e saborear o seu poder de silêncio, antes de encontrar as palavras que possam dizê-la ao mundo.


Obrigado pela eucaristia que sua carta me permitiu celebrar. Confesso que, ao terminar a leitura, tive o ímpeto de repetir uma expressão ritual, aquela que assegura a sacralidade da palavra proferida: “Palavra da Salvação!”. No íntimo de meu coração, rezei dizendo: “Glória a Vós, Senhor!”.

Permaneçamos unidos. Nesta mística, neste tempo, neste mesmo sobrado que os sábios chamam de amizade e que nos ajuda a enfrentar os medos que sentimos.

Com minha bênção,Pe. Fábio  

http://padrefabiodemeloanjodeluz.blogspot.com/2009/04/primeiro-capitulo-cartas-entre-amigos.html








Um comentário:

  1. O que incomoda no Padre Fábio de Melo é que ele não precisa agir como um palhação, como fazia Marcelo Rossi e tantos outros da dita "renovação carismática". Ele consegue ser moderno sem agir como um idiota. É um dos poucos padres mais novos que consegue atingir as pessoas em idades variadas. Não é um padre de público restrito como muitos padres caquéticos e ultra-conservadores que não conseguem atingir a juventude, também não é um daqueles padrecos que só conseguem falar com os jovens, com mensagens irrelevantes e alienantes. Fábio de Melo é culto, inteligente, eloquente e, apesar de ser acessível não é populesco. A igreja não o excomungou, tampouco os fiéis, pois estes não tem poder para fazer isso. Excomunhão é um ato imposto de cima pra baixo. Na Igreja Católica existem duas formas de alguém ser excomungado: uma automática e a outra declarada.

    O caso automático é chamado em latim de latae sententiae e significa que a excomunhão começa no exato momento em que a pessoa cometeu o erro. Alguns exemplos para esse tipo de excomunhão são: a prática de um aborto; a revelação de um segredo de confissão; a ordenação de um bispo sem mandato pontifício, isto é, sem nomeação do Papa; atos de violência contra o Papa; a profanação da Eucaristia (hóstia ou vinho consagrados, que para os católicos são corpo e sangue de Cristo). Como o caso que aconteceu com o Padre Beto do interior de São Paulo.

    Já o outro tipo é o ferendae sententiae, no qual a excomunhão só começa a valer quando alguma autoridade da Igreja a declara – geralmente após um processo de análise, investigação, entrevista, uma espécie de julgamento mesmo, que tem uma sentença. Nesse caso caberia o exemplo da Frei Leonardo Boff, o qual, a exemplo de Martinho Lutero, foi convocado pelo próprio Papa, numa conversa a portas fechadas, numa tentatva de persuadi-lo a reavaliar seu posicionamento perante os dogmas da Igreja.

    Em relação ao Pe Fábio de Melo houve apenas um pedido, por uma minoria insignificante de católicos que este se retratasse em relação a alguns posicionamentos, tanto em suas pregações quanto em algumas entrevistas que deu nos últimos tempos. Pedido feito, ele se retratou e formalmente está tudo ok. Caso não se retratasse poderia haver uma espécie de processo disciplinar e, em caso muito extremo, haveria a excomunhão chegaria as vias de fato. Mas duvido que isso ocorreria duranto o Papado do Papa Francisco. Uma excomunhão não é um ato tão simples de acontecer. Há várias possibilidades de recorrer. Para decepção dos católicos mais conservadores o Papa Francisco vai muito além das declarações do Padre Fábio de Melo. Fábio de melo soube a hora certa para fazer as declarações que fez. Ele já pensa dessa forma há muito tempo, mas só agora resolver falar de forma mais aberta. Está longe de ser um revolucionário como Lutero ou Leonardo Boff. Está mais para um estrategista que ama a Igreja e quer modificá-la internamente, contrário de Lutero que bateu de frente com a igreja ou de Leonardo Boff que tentou criar uma igreja paralela dentro da própria Igreja. Ele apenas segue o curso natural da evolução do pensamento. As questões que hoje chocam, daqui uns tempos serão vitas como absolutamente normais. Ele apenas repete parcialmente o discurdo de Lutero, Boff e tantos outros que foram rejeitados em outros momentos. Um velho e rejeitado discurso numa linguagem nova para um tempo novo.

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