quinta-feira, 9 de maio de 2013

O “oitavo sacramento” ???


O Concílio de Trento, dogmático e infalível, excomungou todos aqueles que proclamassem erros a respeito dos sacramentos:
844. Cân. 1. Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não foram todos instituídos por Jesus Cristo osso Senhor, ou que são mais ou menos que sete, a saber: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio; ou que algum destes sete não é verdadeira e propriamente sacramento — seja excomungado.

 Não obstante a clareza do texto, temos hoje em dia padres da dita renovação carismática “católica” (ou seria melhor dizer, anti-católica), que não tem o menor pudor em defender idéias protestantes de um tal “Batismo no Espírito”:

E não adianta dizer que este tal “Batismo no Espírito” não seria um sacramento porque, das explicações que acabamos de ouvir da boca de um padre “carismático”, compreende-se claramente que tal “batismo” seria um canal da graça de Deus, o que o caracteriza como sacramento, e faz quem o defende cair na excomunhão de Trento.

Uma tal afronta à doutrina católica parte exatamente daqueles que julgam o pastoral e falível Vaticano II como sendo o “super-concílio” que não pode ser contrariado, sob pena não sermos obedientes à Igreja.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A reação de São padre Pio ao concílio e a missa nova

São Padre Pio e o Concílio e a Missa Nova



 Publicamos a seguir um extrato do artigo do Frei João, capuchinho de Morgon (França), publicado na Carta aos amigos de São Francisco, n° 17, de 02.02.1999:

«Modelo de respeito e de submissão para com os seus superiores eclesiásticos e religiosos, em particular por ocasião das perseguições contra a sua pessoa, o Padre Pio de Pietrelcina não podia ficar mudo perante um desafio nefasto à Igreja.

Antes mesmo do fim do concílio, em fevereiro de 1965anunciaram-lhe que seria preciso em breve celebrar a missa segundo um novo rito “ad experimentum”, em língua vulgar, e elaborado por uma comissão litúrgica conciliar para responder às aspirações do homem moderno.

Antes mesmo de ter o seu texto debaixo dos olhos, escreveu imediatamente a Paulo VI pedindo-lhe fosse dispensado desta experiência litúrgica e pudesse continuar a celebrar a missa de São Pio V.

Tendo-se o cardeal Bacci deslocado em pessoa para lhe levar esta autorização, Padre Pio deixou escapar esta queixa junto do enviado do Papa: “O Concílio, por piedade, acabai com ele depressa!”

No mesmo ano, na euforia conciliar que prometia uma “nova primavera” para a Igreja e para o mundo, confiava a um de seus filhos espirituais: “Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos.

[...]

Quão significativas outras cenas: essas reações em face do “aggiornamento que as ordens religiosas assimilaram no dia seguinte ao Vaticano II (citações extraídas duma obra munida de imprimatur): 

“O Padre Geral (dos franciscanos) veio de Roma antes do capítulo especial para as constituições, em 1966, para pedir ao Padre Pio orações e bênçãos. Encontrou o Padre Pio no corredor do convento: ‘Padre, vim para vos recomendar o capítulo especial para as novas constituições...’ Apenas ouviu ‘capítulo especial’, Padre Pio fez um gesto violento e gritou: ‘Não são senão parlapatices e ruínas!’ ‘Mas que quereis, Padre?

As novas gerações... os jovens evoluem à sua maneira... há novas exigências...’ ‘É o cérebro e o coração que faltam, eis tudo, a inteligência e o amor’.

Em seguida avançou para a sua cela, deu meia-volta, apontou o dedo dizendo: ‘Não nos desnaturemos, não nos desnaturemos! Quando Deus nos julgar, São Francisco não nos reconhecerá como filhos!’ 

“Um ano depois, a mesma cena para o “aggiornamento” dos capuchinhos: “Um dia, confrades com o Padre Definidor Geral discutiam sobre a Ordem, quando o Padre Pio, tomando uma atitude espantosa, se pôs a gritar ao mesmo tempo que fixava o olhar ao longe: ‘Mas o que estais prestes a fazer em Roma? Que combinais vós? Quereis mesmo mudar a Regra de São Francisco!’ E o Definidor diz: ‘Padre, propõem-se estas mudanças porque os jovens nada querem saber da tonsura, do hábito, dos pés descalços...’

‘Expulsai-os fora! Expulsai-os fora! Mas quê? São eles que vão fazer um favor a São Francisco ao tomarem o hábito e ao seguirem o seu modo de vida, ou é antes São Francisco que lhes faz um grande dom?’”

Se se considera que o Padre Pio foi um verdadeiro alter Christus, que toda a sua pessoa, corpo e alma, foi tão perfeitamente conforme quanto possível à de Jesus Cristo, esta recusa nítida das inovações da Missa e do “aggiornamento deve ser para nós uma lição a reter.

É também notável que o Bom Deus tenha querido lembrar-se dele, seu fiel servidor, pouco tempo antes da imposição implacável das reformas do Concílio no seio da Igreja e da ordem capuchinha. E que Katarina Tangari, uma das suas filhas espirituais mais privilegiadas, tenha apoiado tão admiravelmente os padres de Écône até à morte, um ano após as sagrações episcopais.

E Padre Pio ainda era menos complacente em face da ordem — ou antes da desordem — social e política: “confusão de ideias e reino dos ladrões” (em 1966).

Profetizou que os comunistas chegariam ao poder “por surpresa, sem desfechar golpe... Nós nos daremos conta disso da noite para o dia”.

Chegou a precisar até, a Monsenhor Piccinelli, que a bandeira vermelha flutuará sobre o Vaticano, “mas isso passará”.

Ainda aqui a sua conclusão coincide com a da Rainha dos Profetas: “Mas por fim o meu Coração Imaculado triunfará!”»

Texto enviado por padre Ernesto Cardoso, FSSPX.

Fonte :
http://santamaeddeus.blogspot.com.br

terça-feira, 7 de maio de 2013

Visões absurdas na RCC


  • PERGUNTA
Nome: Vanusa Ignacio
Enviada em: 06/07/2009
Local: Embú - SP, Brasil
Religião: Católica
Escolaridade: 2.o grau concluído
Profissão: Analista de Atendimento


Caro Prof Orlando,


Louvado seja Jesus...


Escrevo-lhe, desta vez, para relatar os acontecimentos que presenciei em retiros e encontros presididos pela RCC. Gostaria de alertar os cristãos que hoje pertencem a esse movimento, e aos demais, estejam eles convictos de sua fé, ou confusos, como eu me sentí há muito pouco tempo. Por diversas vezes pedí ao Senhor nosso Deus que me honrasse com a graça do discernimento, para professar sem medo minha fé, exercendo a capacidade de separar o joio do trigo. Eis que o Senhor não exitou em responder-me, inclinado para mim Seus ouvidos e agraciando-me com o esplendor da Verdade, pois embora eu viva em pecado, sei onde não mais devo ir procurar auxílio.


Meu único objetivo é mostrar a todos que é preciso ter cuidado com nossas ações, gestos e palavras, pois a quem nada conhece, nada lhe será cobrado, mas a quem muito foi dado, muito será cobrado. Irmãos, não "comamos e bebamos" nossa própria condenação.


Lembro-me de um episódio onde nos encontrávamos em um momento de oração em um retiro, e o pregador que o presidia começou a indagar-nos, a respeito da oração em línguas. Quem tinha essa prática, devia apresentar-se erguendo a mão, e quem não a tinha, dirigir-se-ia ao centro de um círculo que em breve se formaria. Claro que não erguí a mão, e permanecí na mesma posição, procurando concentrar-me em Jesus, e pedindo insistentemente o seu auxílio, pois eu estava extremamente constrangida e confusa com a visão que eu tinha diante de meus olhos, e com as palavras que ouvia. Só não saí da sala para não chamar mais atenção. E o pregador começou a proferir as seguintes palavras: "Hoje se vocês ainda não oram em línguas, passarão a orar..."


Foi muito estranho, pois hoje percebo que era como se este homem tivesse tamanha autoridade para ministrar os dons de Deus, dando-os a quem bem quiser e quando quiser. Já participei de inúmeros acontecimentos semelhantes, e eles estão sempre querendo impor-nos o dom das línguas, como se o possuíssem. As palavras ou sílabas proferidas são sempre as mesmas: shilarabaria cantara... Estranho isso, não? Para mim, oração em línguas era oração em "línguas", e não uma repetição de sílabas sem origem nem sentido.


O único pecado que não tem perdão é aquele que é cometido contra o Espírito Santo. Por conhecer essa orientação do Senhor, escondí por anos meus sentimentos e opniões sobre a RCC. Tinha medo de estar pecando. Mas hoje conheço meus objetivos, e eles se resumem no cumprimento da vontade de Deus. Quero encontrá-lo, sem orgulho e sem pretensões; sem ignorância e sem hipocrisia; "pois haverá um dia do senhor contra todo o orgulhoso e arrogante, contra todo aquele que se eleva e se engrandece."


Fui aspirante das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena durante 1 ano, e esse período muito me ajudou a ter coragem de ser quem sou, e viver minha própria espiritualidade, pois homem nenhum pode lhe dizer como orar, pois isso foi o próprio Cristo quem nos ensinou.


Em outra ocasião, também em um retiro, aconteceu o que é conhecido como baile do Espírito. A "gota d"água". É feito durante a noite. Apaga-se as luzes, tira-se as cadeiras, e alguém nos pede para fechar os olhos e não abrir por motivo algum. O ministério de música entoa canções e o "baile se inicia", com uma voz orientando-nos a imaginar que estamos "dançando com o Espírito Santo", ou com a Virgem Maria. Isso varia. Eu estive lá, e permanecí na mesma posição, resistindo insistentemente a uma força que tomava conta do meu ser de forma tão brusca que me provocava ódio. Sensação de que Deus não estava conduzindo aquilo tudo, e se não vinha d"Ele, eu não queria estar alí. Esse retiro inteiro fui alvo dos mais diversos olhares e julgamentos, por ter minha própria espiritualidade, meu próprio jeito de orar, de louvar, e não seguir o que todos fazem. Ou seja, por ser conservadora. Chegaram a pensar que eu tinha "problemas sérios", e que provavelmente estava resistindo a ação de Deus. No final, pediram-me "desculpas por qualquer coisa", pois haviam percebido que meu único "problema" era NÃO SER CARISMÁTICA.


O repouso no Espírito. Esta é das mais conhecidas práticas carismáticas, que acontece até mesmo em missas, o que para mim é um tremendo absurdo, pois nada tem a ver com a liturgia. Pessoas - normalmente duas - se aproximam de você, e começam a orar em voz alta ou sussurrando, mas de modo que se é possível ouvir o que dizem. Em alguns casos, você recebe "ajuda" para cair. Em outros, acaba acontecendo. Já aconteceu comigo duas ou três vezes. Sentí minhas pernas tremerem e não pude sustentar-me. Quando você cai, eles te amparam, te ajeitam no chão, e normalmente fazem o sinal da cruz em sua testa. Aguns dizem que saem do corpo, outros que tem visões. Mas eu fiquei plenamente consciente, ouvindo tudo ao meu redor. Um pouco estagnada, mas normal. Sentí-me descansando, o que é bastante aceitável, pois qualquer um que se põe a deitar, seja na cama, sofá ou chão sentirá o mesmo. O que posso dizer-lhes, amados irmãos, é que a queda foi real e involuntária. Quanto a ação do Espírito Santo? Bom, se tal prática realmente nos levasse à um encontro verdadeiro, e não só a uma hipótese, acho que provocaria uma transformação considerável no indivíduo, que provavelmente o levaria a mudar de vida, e não permanecer do mesmo jeito. A ação de Deus não pode ser à toa. Quando Ele nos toca, sempre ocorre uma mudança. E não é o que vemos na grande maioria dos membros da renovação carismática, que dentro da igreja são servos fiéis do Senhor, mas fora dela, praticamente nada os diferencia daqueles que ainda não conhecem a Deus. Levando em consideração que a maioria são jovens. Esta situação não está restrita aos carismáticos, mas a partir do momento que se dá um testemunho, espera-se no mínimo que o portador tente viver o que prega.


Mas a pergunta que não quer calar é: "se você caiu, como explica o que aconteceu?" Bem, é verdade, eu caí. E fiquei imaginando o que poderia ter acontecido. Comenta-se por aí sobre o poder da mente. Acho que nossos pensamentos estão estreitamente ligados aos acontecimentos. Entretanto, acredito que todas as coisas só ocorrem com a permissão de Deus. Ainda que eu pense positivo sobre algo, se Deus não o quiser, não acontecerá. Quando você está em um desses momentos de "oração", e se aproximam de você para orar, uma vez que você já conhece ou já ouviu falar do que acontece, ou então se não sabe, está observando os outros, você pressupõe que também vai cair. E você acredita. Aconteceu comigo na primeira vez. As pessoas que estavam ao meu redor proferiam palavras com tanta intensidade e em vóz tão alta que me provocava um susto. Minhas pernas já estavam tremendo pelo susto. Você sente que é como se entrassem em sua mente. É isso o que acontece. Uma manifestação emocional de uma intervenção psicológica. E quem está passando por algum problema ou dificuldade é mais vulnerável. Comigo estavam também pessoas que não conheciam, nem tinham contato com essas coisas. E elas não caíram. Essas "quedas" que tive nada mudaram em minha vida. Saí renovada de muitos desses encontros, mas não devo isso a nenhuma desssas práticas, e sim à graça de Deus que nunca deixou de se manifestar em mim só porque não sou carismática. O que é contrário àquilo que os carismáticos pensam e ensinam. Parece uma brincadeira com o Espírito Santo de Deus. Muito cuidado! Com o Espírito Santo não se brinca.


Mas os absurdos não param. Em uma determinada paróquia, que tem como pároco um padre muito famoso pude presenciar algo que me causou tamanho mal estar, que não pude permanecer no local nem mais um minuto além do necessário para concluir o objetivo pelo qual estive lá, que era assistir a uma peça de teatro. Qualquer cristão sabe que a sexta-feira santa é um dia de recolhimento, pois lembramos a crucifixão e morte de Jesus Cristo. Não é dia de festa. Quando cheguei nesta paróquia, havia uma banda em cima de um palanque enorme ministrando uma espécie de show. Mas isso não é tudo. As canções proclamavam sem a menor sombra de dúvida a ressurreição de Cristo. Isso mesmo, com todas as palavras. Sem falar que na quaresma inteira se canta e se profere aleluias e louvores, com palmas e danças nas paróquias carismáticas. Puxa vida, mas nem na quaresma?


Meu Deus, eu não concordo com isso! Eles fogem completamente da liturgia, "oram em línguas" durante a missa. O que estão fazendo com a Igreja Católica? Protestantizando! Meu Deus, é o Santo Sacrifício que estão profanando!


Ainda não acabou. Pelo que sei, com meu limitado conhecimento, o único dia em que se tem permissão para sair com o Santíssimo exposto pelas ruas é na celebração de Corpus Christi. Porém, este fato ocorreu nesta mesma paróquia de padre famoso. Sabe qual foi a desculpa que me deram quando questionei? Que o foi só em algumas ruas. Sem comentários...


Professor Orlando, tenho muitas dificuldades em minha vida espiritual, oriundas de problemas sexuais e afetivos. Isso me levou, muitas vezes, a tomar medidas desesperadas. Queria ter um encontro com Deus, não importava onde nem como. Pois embora seja como Saulo, quero um dia ser imitadora de Paulo, como ele o foi de Cristo. Então eu acreditava firmemente no que me diziam a respeito desses retiros e encontros. Fui lá procurar Deus. Mas só o encontrei dentro de mim mesma. Porque Deus se manifesta de formas diferentes para cada um. E por algum motivo, eu não o encontrava nessas práticas que presenciava. Na verdade, eu sempre procurava me recolher, ainda que meu corpo estivesse lá. E sempre me deixava tomar por um complexo de inferioridade, porque todos sentiam, menos eu. Todos acreditavam, menos eu.


Meu objetivo não é julgar quem age certo ou quem age errado. Mas quero defender a Igreja, porque ela é Santa. Somos nós, com nossos pecados e maus exemplos que manchamos sua fachada, mas seu interior permanece ileso, porque Cristo é a Cabeça. Deus me chama todos os dias, assim como chama a cada um, com uma missão diferente para cada um, a cada dia. E não me sinto digna da missão que ele me confiou. Não me sinto capaz de executá-la. Todavia, não aceito que profanem o Santo Sacrifício, não aceito que se falte com respeito ao meu Deus. Ele que é tão misericordioso para com todos.


Hoje amadurecí, e compreendo que não posso mais frequentar esses eventos, porque nada tem a ver comigo. Aliás, eu não sei mais com o que tem a ver, pois a cada dia que passa a RCC afasta as pessoas da liturgia. Parece uma anarquia, um oba-oba interminável.


Há tanto mais que eu poderia acrescentar, mas meu tempo é curto. Talvez numa outra oportunidade.


Professor Orlando, meu irmão, peço a gentileza de rezar por mim e pela minha conversão. Porque meu maior desejo é ser de Deus e só a Ele servir. Juntemos nossas forças e orações, e combatamos juntos contra o mal, como guerreiros imperfeitos que somos, mas fiéis a uma só fé.


Um abraço fraterno de uma irmã de guerra,
Vanusa Ignácio.
...e para sempre Ele seja louvado!



  • RESPOSTA
Muito prezada Vanusa,
salve Maria.
Sua carta é um testemunho que impressiona pela seriedade de seu posicionamento diante de Deus.
Você deixa bem claro o quanto a RCC é péssima às almas. Tomara que logo Deus permita que a Igreja se livre desse mau.
In Corde Jesu, semper,


Orlando Fedeli

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ritus Romanus et Ritus Modernus: Existiu alguma reforma litúrgica antes de Paulo VI?


No artigo “Quatrocentos anos de Missa Tridentina”, publicado em diversas revistas religiosas, o professor Rennings se aplicou a apresentar o novo missal, ou seja, o Ritus Modernus, como derivação natural e legítima da liturgia romana. Segundo o dito professor, não teria existido uma Missa de São Pio V se não unicamente por cento e trinta e quatro anos, ou seja, de 1570 a 1704, ano no qual apareceu sob as modificações desejadas pelo Romano Pontífice de então. Continuando com tal modo de proceder, Paulo VI, segundo Rennings, teria por sua vez reformado o Missale romanum para permitir aos fiéis entrever algo mais da inconcebível grandeza do dom que o Senhor fez à sua Igreja na Eucaristia.

Em seu artigo, Rennings habilmente se aferrou a um ponto fraco dos tradicionalistas: a expressão Missa Tridentina ou Missa de São Pio V. Propriamente falando uma Missa Tridentina ou de São Pio V nunca existiu, já que, seguindo as instâncias do Concílio de Trento, não foi formado um Novus Ordo Missae, dado que o Missale sancti Pii V não é mais que o Missal da Cúria Romana, que foi se formando em Roma muitos séculos antes, e difundido especialmente pelos franciscanos em numerosas regiões do Ocidente. As modificações efetuadas em sua época por São Pio V são tão pequenas, que são perceptíveis tão somente pelos olhos dos especialistas.

Agora, um dos expedientes a que recorre Rennings, consiste em confundir o Ordo Missae com o Proprium das missas dos diferentes dias e das diferentes festas. Os Papas, até Paulo VI, não modificaram o Ordo Missae, mesmo introduzindo novos próprios para novas festas, o que não destrói a chamada Missa Tridentina mais do que os acréscimos ao Código Civil destroem o mesmo. Portanto, deixando de lado a expressão imprópria de Missa Tridentina, falamos melhor de um Ritus Romanus.

O rito romano remonta em suas partes mais importantes pelo menos ao século V, e mais precisamente ao Papa São Dâmaso (366-384). O Canon Missae, com exceção de alguns retoques efetuados por São Gregório I (590-604), alcançou com São Gelásio I (492-496) a forma que conservou até há pouco. A única coisa sobre a qual os Romanos Pontífices não cessaram de insistir do século V em diante, foi a importância para todos de adotar o Canon Missae Romanae, dado que dito cânon remonta nada menos que ao próprio Apóstolo Pedro.

Respeitaram o uso das Igrejas locais mais para o que diz respeito às outras partes do Ordo, como para o Proprium das várias Missas. Até São Gregório Magno (590-604) não existiu um missal oficial com o Proprium das várias Missas do ano. O Liber Sacramentorum foi redigido por encargo de São Gregório no princípio de seu pontificado, para serviço e uso das Stationes que tinham lugar em Roma, ou seja, para a liturgia pontifical. São Gregório não teve nenhuma intenção de impor o Proprium do dito missal a todas as Igrejas do Ocidente. Se posteriormente o dito missal se converteu no próprio esboço do Missale Romanum de São Pio V, deve-se a uma série de fatores dos quais não podemos tratar agora.

É interessante notar que, quando se interrogou a São Bonifácio (672-754), que se encontrava em Roma, a respeito de algum detalhe litúrgico, como o uso dos sinais da cruz a serem feitos durante o cânon, este não se referiu ao sacramentário de São Gregório, mas àquele que estava em uso entre os Anglo-saxões, cujo cânon estava totalmente de acordo com aquele da Igreja de Roma…

Na Idade Média, as dioceses e as igrejas que não tinham adotado espontaneamente o Missal em uso em Roma, usavam um próprio e por isto nenhum Papa manifestou surpresa ou desgosto… Mas quando a defesa contra o protestantismo tornou necessário um Concílio, o Concílio de Trento encarregou o Papa de publicar um missal corrigido e uniforme para todos. Agora, pois, com a melhor vontade do mundo, eu não chego a encontrar em tal deliberação do Concílio o ecumenismo que Rennings vê. O que fez São Pio V? Como já dissemos, tomou o missal em uso em Roma e em tantos outros lugares, deu-lhe retoques, especialmente reduzindo o número das festas dos Santos que continha. Ele o tornou obrigatório para toda a Igreja? De modo algum! Respeitou até as tradições locais que pudessem se gloriar de ter, pelo menos, duzentos anos de idade. Assim, propriamente: era suficiente que o missal estivesse em uso, pelo menos, há duzentos anos, para que pudesse permanecer em uso ao lado e no lugar daquele publicado por São Pio V. O fato de que o Missale Romanum tenha se difundido tão rapidamente e

tenha sido espontaneamente adotado também em dioceses que tinham o próprio mais que bicentenário, deve-se a outras causas; não, por certo, a pressão exercida sobre elas por Roma. Roma não exerceu sobre elas nenhuma pressão, e isto numa época em que, bem diferente do que acontece hoje, não se falava de pluralismo, nem de tolerância.

O primeiro Papa que ousou inovar o Missal tradicional foi Pio XII, quando modificou a liturgia da Semana Santa. Seja-nos permitido observar, a respeito, que nada impedia de restabelecer a Missa do Sábado Santo no curso da noite de Páscoa, ainda que sem modificar o rito. João XXIII o seguiu por este caminho, retocando as rubricas. Mas nem um nem o outro, ousaram inovar sobre o Ordo Missae, que continuou invariável. Porém a porta tinha sido aberta, e por ela cruzaram aqueles que queriam uma substituição radical da liturgia tradicional e que a obtiveram. Nós, que tínhamos assistido com espanto a esta resolução, contemplamos agora aos nossos pés as ruínas, não da Missa Tridentina, mas da antiga e tradicional Missa Romana, que foi se aperfeiçoando através do curso dos séculos até alcançar sua maturidade. Não era perfeita a ponto de não ser ulteriormente mais aperfeiçoada, mas para adaptá-la ao homem de hoje não havia necessidade de substituí-la: bastavam alguns pequeníssimos retoques, deixando a salvo e imutável todo o resto.

Mas ao contrário, quiseram suprimi-la e substituí-la com uma liturgia nova, preparada com precipitação e, diremos, artificialmente: com o Ritus Modernus. Ó, como se vê aparecer de modo sempre mais claro e alarmante o oculto fundo teológico desta reforma! Sim, era fácil obter uma mais ativa participação dos fiéis nos santos mistérios, segundo as disposições conciliares, sem necessidade de transformar o rito tradicional.

Porém a meta dos reformadores não era obter a mencionada maior participação ativa dos fiéis, mas fabricar um rito que interpretasse sua nova teologia, aquela mesma que está na base dos novos catecismos escolares. Já se vêem agora as conseqüências desastrosas que não se revelarão plenamente até que passem uns cinqüenta anos.

Para chegar aos seus objetivos, os progressistas souberam explorar mui habilmente a obediência às prescrições romanas dos sacerdotes e dos féis mais dóceis… A fidelidade e o respeito devido ao Pai da Cristandade não chegam ao ponto de exigir uma aceitação despojada do devido sentido crítico de todas as novidades introduzidas em nome do Papa.

A fidelidade à Fé, antes de tudo! Agora, a Fé, parece-me que se encontra em perigo com a nova liturgia, ainda que não me atreva a declarar inválida a Missa celebrada segundo o Ritus Modernus.

É possível que vejamos a Cúria Romana e certos bispos – aqueles mesmos que nos querem obrigar, com suas ameaças, a adotar o Ritus Modernus –, descuidar de seu próprio dever específico de defensores da Fé, permitindo certos professores de teologia a enterrar os dogmas mais fundamentais de nossa Fé e aos discípulos dos mesmos propagar ditas opiniões heréticas em periódicos, livros e catecismos?

O Ritus Romanus permanece como o último rochedo no meio da tempestade. Os inovadores sabem muito bem disso. Daqui parte seu ódio furioso contra o Ritus Romanus, que combatem sob o pretexto de combater uma nunca existida Missa Tridentina. Conservar o Ritus Romanus não é uma questão de estética: é, para nossa Santa Fé, questão de vida ou morte. Logo tornaremos ao assunto.


Fonte: Monsenhor Klaus Gamber – A reforma da liturgia Romana.

domingo, 5 de maio de 2013

Padre Beto...O Herege!


Aos 29 dias do mês de abril, os fiéis católicos brasileiros (e até mesmo do exterior), assistiram abobados em um episódio o de uso de uma ferramenta totalmente em desuso e esquecida nestas terras tupiniquins: um famoso Padre – Beto – da Diocese de Bauru/SP foi simplesmente E-X-C-O-M-U-N-G-A-D-O [2] pelo seu bispo Dom Caetano Ferrari que, desde já, recebe os nossos cumprimentos e felicitações pela coragem e valentia. Mas, vejamos: O que nos intrigou é que o ex-padre Beto foi excomungado, segundo o sítio daquela Diocese, por: “O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.” (os grifos não contém no original).


Bom! Voltemos ao texto supracitado: O padre Beto foi excomungado da Igreja pelo seu bispo por ter caído em “heresia e cisma”  e “por ter ferido a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor.”! Puxa! Quanta coisa!
Um dia posterior a excomunhão do, agora, ex-padre Beto, o Juiz Instrutor do caso, declarou que, o Padre Beto foi excomungado “porque ele se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores” conforme nota da Diocese de Bauru/SP.

Comunicados ao povo de Deus da Diocese de Bauru sobre o Pe. Roberto Francisco Daniel

DECLARAÇÃO DO JUIZ INSTRUTOR - 30/04/2013
Tendo em vista as notícias divulgadas sobre a excomunhão do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel, como Juiz Instrutor esclareço que:
1. Foi no exercício de meu ofício que, como Juiz Instrutor, “declarei” a excomunhão no qual o padre incorreu por sua livre opção;
2. A excomunhão ocorreu Latae Sententiae, ou seja, de modo automático em virtude da sua contumácia (obstinação) num comportamento que viola gravemente as obrigações do sacerdócio que ele livremente abraçou;
3. Os meios de comunicação têm uma grande missão em informar a sociedade segundo a verdade. Não corresponde a verdade a notícia veiculada em alguns meios de comunicação de que o reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel foi excomungado por defender os homossexuais. Isto não é matéria de excomunhão na Igreja;
4. A excomunhão foi declarada porque ele se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores.
Bauru, 30 de abril de 2013.
Juiz Instrutor
Doutor em Direito Canônico, especialista em Direito Penal da Igreja Católica e juiz para as matérias reservadas à Santa Sé no Brasil

Comunicado ao povo de Deus da Diocese de Bauru
            É de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da “liberdade de expressão” traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico, nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a “Lei da Igreja”, visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de 05 (cinco) membros do Conselho dos Presbíteros.
            O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.
            A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do “direito de liberdade de expressão” para atacar a Fé, na qual foi batizado.
            Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o Juiz Instrutor iniciará os procedimentos para a “demissão do estado clerical, que será enviado no final para Roma, de onde deverá vir o Decreto .
            Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar “um ponto final” nessa dolorosa história.
            Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, “que nos conduz”, ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é “Mãe e Mestra”.     
Bauru, 29 de abril de 2013.
Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.

Ato do Governo Diocesano sobre pronunciamentos do pe. Beto pelos meios digitais
Tendo em vista os recentes pronunciamentos do padre Roberto Francisco Daniel (padre Beto) em páginas pessoais da internet, que têm provocado escândalo junto aos fiéis, agora, extrapolando-se o âmbito diocesano e indo para o mundo aberto da mídia eletrônica; tendo em vista, sobretudo, o conteúdo desses pronunciamentos que ocorrem em desacordo com os ensinamentos da Igreja no campo da doutrina, da moral e dos costumes; tendo em vista que não em poucas oportunidades o Bispo Diocesano já lhe vem alertando sobre seus pronunciamentos; e tendo em vista o diálogo realizado hoje, 23 de abril, na Cúria Diocesana, sobre o assunto, determino ao padre Beto a retirar de imediato tudo o que estiver na mídia, com palavras e imagens relativas a estas suas declarações. Determino a se retratar através do mesmo meio utilizado (site, Facebook e YouTube), no prazo até 29 de abril de 2013, confessando humildemente que errou quanto a sua interpretação e exposição da doutrina, da moral e dos costumes ensinados pela Igreja.
Nossa Diocese, que caminha rumo ao Jubileu de Ouro de sua fundação, encontra-se em oração permanente, suplicando ao Divino Espírito Santo, seu padroeiro, que ilumine nossas mentes e nossos corações para caminharmos na busca da conversão, da santidade, da comunhão e da paz.
Dom Frei Caetano Ferrari, ofm, Bispo Diocesano de Bauru.

Nota:

[2] Excomunhão: Os excomungados são aqueles que por faltas graves são fulminados com excomunhão pelo Papa ou pelo Bispo, e portanto são separados, como indignos, do corpo da Igreja, a qual espera e deseja a sua conversão. Deve-se temer grandemente a excomunhão, porque é o castigo mais grave e mais terrível que a Igreja pode infligir aos seus filhos rebeldes e obstinados. Os excomungados ficam privados das orações públicas, dos Sacramentos, das indulgências e excluídos da sepultura eclesiástica. Nós podemos auxiliar de alguma maneira os excomungados e todos os outros que estão fora da verdadeira Igreja com advertências salutares, com orações e boas obras, suplicando a Deus que pela sua misericórdia lhes conceda a graça de se converterem à Fé e de entrarem na comunhão dos Santos. (cf. Catecismo de São Pio X)



Fonte:http://auxiliodoscristaos.blogspot.com.br/
Fotos:Google

sexta-feira, 3 de maio de 2013

"Ministros" Extraordinários?


Infelizmente certos setores do clero católico vêm regularmente desobedecendo às ordens do Papa em muitos aspectos da liturgia. O objetivo deles é claro: eles desejam diminuir o valor do sacerdócio e a sacralidade da ação litúrgica da Igreja.





Um dos instrumentos que mais têm sido usados para este torpe objetivo é o abuso regular e habitual dos chamados ministérios extraordinários. Os ministérios extraordinários são autorizações especiais que podem em raras ocasiões, por motivo de extrema necessidade, ser dadas a leigos para que ele cumpram algumas funções reservadas aos sacerdotes. Ao usar de forma habitual (logo irregular) estes chamados ministros extraordinários, a distinção querida por Deus entre sacerdote e fiel é diminuída, à semelhança do que queria Coré (Nm 16) e do que nos avisava São Judas (Jd 11) para que não fosse feito.

Dentre os ministérios extraordinários que podem em ocasiões especiais ser deputados a leigos, figura em lugar de destaque no rol dos abusos o ministério da Sagrada Comunhão (distribuição do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo). Vejamos pois o que diz a Lei da Igreja acerca deste ministério extraordinário:

Na instrução "Inaestimabile donum", da Sagrada Congregação para os Sacramentos e o Culto Divino, emitida em 3.IV.1980, lemos que "Os fiéis, sejam religiosos ou leigos, que são autorizados como ministros extraordinários da Eucaristia só podem distribuir a Comunhão quando não há padre, diácono ou acólito, quando o padre está impedido por doença ou por idade avançada, ou quando o número de fiéis a receber a Comunhão é tão grande que torne a celebração da Missa excessivamente longa." (#10)

Na recente "Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes", de 13.VIII.1997, o Santo Padre João Paulo II ordena:

"Artigo 8: §1. A disciplina canônica sobre o ministro extraordinário da sagrada comunhão deve, porém, ser corretamente aplicada para não gerar confusão. Ela estabelece que ministros ordinários da sagrada comunhão são o Bispo, o presbítero e o diácono, enquanto é ministro extraordinário o acólito instituído ou o fiel para tanto deputado conforme a norma do cân. 230, §3.

(...)

§2. Para que o ministro extraordinário, durante a celebração eucarística, possa distribuir a sagrada comunhão, é necessário ou que não estejam presentes ministros ordinários ou que estes, embora presentes, estejam realmente impedidos. Pode igualmente desempenhar o mesmo encargo quando, por causa da participação particularmente numerosa dos fiéis que desejam receber a Santa Comunhão, a celebração eucarística prolongar-se-ia excessivamente por causa da insuficiência de ministros ordinários.

Este encargo é supletivo e extraordinário e deve ser exercido segundo a norma do direito. (...)

Para não gerar confusão, devem-se evitar e remover algumas práticas que há algum tempo foram introduzidas em algumas Igrejas particulares, como por exemplo:

(...)

- o uso habitual de ministros extraordinários nas Santas Missas, estendendo arbitrariamente o conceito de « numerosa participação ».

(...)

São revogadas as leis particulares e os costumes vigentes, que sejam contrários a estas normas, como igualmente quaisquer eventuais faculdades concedidas ad experimentum pela Santa Sé ou por qualquer outra autoridade a ela subalterna.

O Sumo Pontífice, no dia 13 de Agosto de 1997, aprovou em forma específica a presente Instrução, ordenando a sua promulgação."

Seguem-se assinaturas dos prefeitos e presidentes da Congregação para o Clero, do Conselho Pontifício para os Leigos, da Congregação para a Doutrina da Fé, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para os Bispos, da Congregação para a Evangelização dos Povos, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e do Conselho Pontifício para a Interpretação dos Textos Legislativos

Trata-se portanto de documento aprovado em forma específica pelo Santo Padre, ou seja, com força de lei, assinado também pelos prefeitos, presidentes e secretários de todas as congregações vaticanas que possam ter algo a ver com o assunto. É Lei da Igreja!

Ora, o que podemos perceber nela?

1 - O uso de ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (também chamados "ministros extraordinários da Eucaristia") só pode ocorrer quando não há padre, ou quando o padre estiver realmente impedido.

2 - O uso habitual destes "ministros" é proibido, e não pode ser justificado pela quantidade de pessoas que normalmente vão à Missa. O Santo Padre ensina que fazê-lo é estender "arbitrariamente o conceito de numerosa participação".

3 - Foram revogadas quaisquer autorizações que tenham já sido dadas para que os Senhores Bispos usem Ministros leigos extraordinários de forma habitual na distribuição da Sagrada Comunhão.

O que podemos fazer a respeito disso?

1 - Lembrar aos sacerdotes e bispos que estão desobedecendo à Lei da Igreja, o que é pecaminoso, ao usar de forma habitual ministros leigos na distribuição da Sagrada Comunhão.

2 - Mostrar a todos o que a Lei da Igreja manda fazer.


3 - Não receber a comunhão ilicitamente das mãos de um leigo; o ideal é evitar as paróquias onde esta prática ocorre, se isto for possível.

Fonte:
http://dominusvobiscumblog.blogspot.com.br

Fotos: Arquivo Pessoal

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A Canção Nova em seu contexto



Os carismáticos possuem um grande número de frases prontas que eles apresentam logo que alguém tem a “extrema ousadia” de criticar o movimento ao qual eles pertencem. Uma destas frases é a famosa “vocês estão citando fatos fora do contexto”. Pois bem, resolvi fazer um breve, muito breve, apanhado dos fatos e ditos que constituem o contexto da Canção Nova. O trabalho está longe de ser exaustivo. Na realidade, foi apenas um voo de pássaro sobre os fatos que me vieram à memória. No entanto, creio que será suficiente para mostrar que as nossas críticas não estão fora de contexto. Pelo contrário, o conjunto da obra da RC”C” só vem a confirmar o quanto ela é um descaminho para os católicos.
Profanações

Para começar sem rodeios, cito logo a profanação ao Santíssimo Sacramento em que os carismáticos dançavam ao Seu redor, e depois, com o padre mesmo segurando o ostensório e agitando-O como se se tratasse de um objeto qualquer. Cenas que ofendem profundamento o sentimento católico, tratando o Santíssimo Sacramento com total irreverência.


Os carismáticos em geral tentam justificar as danças nas suas missas alegando que os judeus dançavam em torno da Arca. Acontece que a Santa Missa não é a comemoração de nenhuma passagem do Antigo Testamento, mas sim a renovação do Sacrifício do Calvário. Qual era a atitude que tinham a Virgem Maria, São João e as demais pessoas piedosas ao pé da Santa Cruz? A nossa atitude na Santa Missa, portanto, deve ser de silêncio, reverência, adoração. O que que os carismáticos fazem é pura profanação.

Os insistentes pedidos de contribuição


A Canção Nova não vende propagandas e, portanto, depende das doações dos sócios para manter-se. Não vamos questionar a opção deles. No entanto, existe diversas formas de se pedir. E a forma como eles fazem é através de uma verdadeira lavagem cerebral, com repetições exaustivas e apelos emocionais. Parece que até nisto eles copiaram os pentecostais, ao criar um clima em que o fiel se sente constrangido a colaborar financeiramente.
Acrescente-se a isto a consideração de que eles não pedem apenas pequenos valores. A propaganda deles pede até doações em ouro! E o pior, no mesmo momento em que estão pedindo aos sócios até o dente de ouro de seus parentes falecidos, eles riem, em uma atitude de total desrespeito. Como se pensassem: “já bateu mesmo as botas, então entrega logo o ouro, seu trouxa”.
A política, ou melhor, a politicagem da Canção Nova
É de conhecimento geral no Brasil as polêmicas envolvendo a Canção Nova e seu favorecimento a partidos com ideologia de esquerda. Não vou falar nada de política partidária, porque este blog é religioso e não político. Não tomo aqui a defesa de nenhum partido político, mas tão somente da moral católica. E esta moral tem sido pisoteada pela Canção Nova ao permitir que políticos com total compromisso com a ideologia comunista possuíssem programas em sua grade.
Em outubro de 2010 o padre José Augusto foi repreendido pela Canção Nova quando defendeu a moral católica, sob o argumento de que estava se intrometendo em política. Mas os políticos de esquerda somente perderam seus programas nesta rede de televisão devido aos protestos dos católicos que levantaram sua voz contra esta violação da doutrina e da moral da Igreja. O que demonstra que a coerência não é o forte desta rede que se faz passar por católica.
As doutrinas ensinadas pelos expoentes da Canção Nova
Ao tratarmos dos expoentes da Canção Nova, deixaremos de lado as questões morais, como, por exemplo, a do Eto, protagonista dos fatos comentados acima sobre a política. Vamos nos concentrar sobre as doutrinas, porque assim demonstramos que não se trata apenas de má conduta pessoal, mas sim de questão mais grave. Pois, expondo a má doutrina dos grandes nomes da Canção Nova, demonstramos que os seus maus frutos não são algo apenas acidental, mas que derivam da própria árvore.
Jonas Abib, o fundador da “obra”, afirma em um de seus livrecos, como denunciara o professor Orlando Fedeli, que “a primeira necessidade de um cristão é ter a certeza da sua salvação” (Padre Jonas Abib, A Bíblia foi escrita para você, Ed. Loyola, 1993, pg 16). Ora, a certeza da salvação é doutrina protestante, e não católica. Além disso, como já enfatizava o professor seguindo o catecismo, ter a presunção da salvação é um pecado contra o Espírito Santo.
O mesmo “mau senhor” Jonas Abib, em um momento de empolgação, deixou cair a máscara de católica que a RC”C” cria para si mesma. Exultando de alegria, o padre rccista afirmou que os pentecostais são “lindos e santos”. Ora, os pentecostais são exatamente a raiz da qual nasceu a RC”C”, que é a sua transposição para “dentro” da Igreja (dentro dos limites visíveis, porque dentro da alma da Igreja não pode haver heresia nenhuma). E quem são estes pentecostais? São os protestantes mais agressivos contra a Igreja Católica! São os que mais insultam a Igreja, os que mais Lhe roubam os filhos através de um proselitismo agressivo. Na deturpada linguagem liberal, o elogio de Jonas Abib aos pentecostais é chamado ecumenismo. Mas, na linguagem comum, que não abandonou o bom senso, isto chama-se simplesmente traição.
Felipe Aquino, que em alguns aspectos parece mais assentado que os demais, não deixa de falar enormes absurdos contra a doutrina católica. Certa vez, disse que o mandamento da Igreja de se abster de carne em determinadas datas é opcional. Um “mandamento opcional”, coisa que só cabe na cabeça de alguém que aceita como normais as contradições do Vaticano II. Pior do que a contradição é o fato de que católicos estejam sendo induzidos a não obedecer um mandamento da Igreja.
De outra feita, ele afirmou que “magia é coisa inocente”. As severas proibições que Deus lançou contra o recurso à magia são o quê? Implicância?
Desconhecendo a austeridade e seriedade da Igreja Católica, a RC”C” busca muito a satisfação dos sentidos. Não tendo a profundidade doutrinal e espiritual do Catolicismo, o carismatismo busca outros meios de atrair as pessoas. O finado Pe. Léo atraía as pessoas através do humor. Não que sejamos contra a felicidade ou o humor sadio, mas devemos afirmar sem medo que o que fazia padre Léo é censurável, porque fazia suas piadas tomando temas sagrados. O Catecismo nos ensina claramente que é pecado contra o segundo mandamento fazer sátiras a partir de textos da Sagrada Escritura.
Como este artigo não pretende ser exaustivo, o tombo foi tão rápido que já atingimos o fundo do poço. Que não pode ser outro senão Fábio de Melo. Este padre acredita na evolução do dogma; afirma que a Igreja não tem autoridade para condenar; junto com seu colega, Pe. Joãozinho (não vamos nem falar dele, já basta um), tece inúmeros elogios às seitas protestantes mais anticatólicas que existem; elogia o arqui-herege Teilhard de Chardin, sacerdote apóstata, amante de sua própria sobrinha, que chamou Santo Agostinho de “infeliz”, etc.
Ufa! Vamos parar um pouquinho para respirar? Tem mais, vamos continuar.
A Igreja Católica já condenou o socialismo. No entanto, para Fábio de Melo, “a proposta de Jesus é socialista”!
Em vez de simplesmente professar a Fé católica, que é obrigação de todo aquele que quer ser católico, e ainda mais dele que é padre, Fábio de Melo se complicou cada vez mais e mais tentando se justificar, até chegarmos ao artigo do professor Orlando Fedeli que, de tão claro, acabou com as esperanças do carismático.
Este episódio teve cenas memoráveis. Depois de ter se envolvido na defesa de seu amigo Fabio de Melo, Joãozinho percebeu que não havia como continuar, e abanou-o dizendo “ele que se defenda”. Toda vez que lembro disso me vem à cabeça aquela música “amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito”…
A raiz dos males da Canção Nova
Todos estes fatos e doutrinas contrárias à moral e à Fé católicas nos dão uma idéia do que é a Canção Nova. Importante é perceber que não são fatos isolados. Portanto, quando um carismático, que não aceita críticas, nos acusar de estarmos citando fatos ou palavras fora do contexto, convidemo-lo a estudar o verdadeiro contexto em que a Canção Nova se encontra.
Mais do que isso, convidemos os carismáticos a conhecer o contexto da RC”C” como um todo, desde seu início, que não foi dentro da Igreja Católica, e sim no protestantismo. Passemos a demonstrar que o “batismo no Espírito” não é uma doutrina católica, mas tão somente uma interpretação abusiva de um trecho da Sagrada Escritura, resultado de um livre exame, que não tem nenhum fundamento na Tradição nem no Magistério. É provável que o carismático tente defender o “batismo no Espírito”, talvez tentando confundi-lo com o sacramento da Crisma. Mas também é fácil demonstrar que isto não é verdade.
A discussão vai longe, porque toda heresia tenta se disfarçar quando é descoberta. Mas, pelo menos, cumprimos nossa obrigação de alertar as pessoas de que a RC”C” não está de acordo com a doutrina da Igreja Católica, e de que é a RC”C” a raiz dos males que atingem todos os carismáticos. Exatamente quando colocamos as coisas em seu devido contexto, é que percebemos que a RC”C”, e todos seus expoentes, estão em contradição com o Catolicismo, e isto como conseqüência lógica de seus princípios protestantes.

Fonte:http://verdadeiromododever.wordpress.com
Fotos:Google