terça-feira, 29 de abril de 2014

DIGRESSÕES SOBRE O OFERTÓRIO


Descrita a Missa Romana, em suas partes essenciais, tal com era celebrada por todo o Ocidente antes do Concílio de Trento (excetuando-se Milão e Toledo), devemos deter-nos a uma de suas partes : o Ofertório. Veremos melhor assim num exemplo característico, a distância infinita que separa a "restituição" do antigo Missal feita por Pio V e a "reforma" de Paulo VI.

É sabido que os reformadores modernos do rito milenar canonizado pelos Padres do Concílio de Trento e por Pio V, quiseram (ou fingiram querer) "simplificar", como dizem, o Ofertório, qualificado por eles, seja de redundante "duplicação", seja de réplica aberrante da Oblação essencialmente única: a que é realizada na Consagração onde é Cristo, e Ele somente, que é oferecido ao Pai, o qual não poderia aceitar outra (dádiva) senão a do Seu Filho.
Esta reclamação teria uma aparência de verdade se os gestos e as palavras do nosso ofertório tivessem um valor absoluto subsistente nele mesmo. Ora, seu significado é inteiramente outro e expressamente ordenado a outra coisa. Tem uma realidade certa mas a realidade das coisas relativas: "esse ad".

Em verdade o que se passa nesse momento?

O pão e o vinho, ainda comuns e profanos, são trazidos ao altar e depois dados à Santíssima Trindade segundo um rito especial de oferenda. Este rito os separa do uso comum e profano, os dedica e os prepara.
Para que?
Para uma outra oblação: a oblação propriamente sacrificial que será daí a pouco consumada no e pelo ato de sua própria consagração.
O ofertório, que Lutero iria procurar destruir, não tem de modo algum o sentido do gesto da gratidão humana ao seu criador pelo pão e pela uva nem o da restituição das premissas ao Senhor de todas as coisas, conforme judeus e pagãos sempre tinham feito (é como a Missa de Paulo VI parece querer "restituir", no seu novo rito ecumênico e teillardiano).

sábado, 26 de abril de 2014

DA ANARQUIA LAICA DE LUTERO À RESTAURAÇÃO DO CONCÍLIO DE TRENTO


Tal era então a Missa romana, a que o Papa Gregório o Grande tinha celebrado, e Agostinho de Cantorbery, Ambrósio de Metz, Bernold de Constance, João Beletk, Tomás de Aquino, Durand de Mende, Gerson e uma multidão de padrezinhos do interior cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida.

...E também o monge Martinho Lutero, durante quinze anos, antes que seu demônio de guarda lhe revelasse que esta Missa era a abominação da desolação (como ele próprio contou em narração inimaginável que seria interessante publicar novamente nesses tempos perturbados).

Mil anos de posse pacífica, feliz, a reconciliar, consolar, confortar iluminar e santificar milhões de almas através das mais variadas circunstâncias de uma história da Igreja por vezes catastrófica.

Sobre um monte, um ostensório imóvel e intacto.

Então veio Lutero com sua tropa disparatada e equívoca.

É preciso dizer, o que ainda não se fez suficientemente, que a revolução protestante foi antes de tudo uma revolução laicista e anti-sacerdotal. Se o monge agostiniano e os seus se lançaram tão furiosamente contra a economia dos Sacramentos e da Missa, é principalmente porque sua grande gana era o sacerdócio.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Qual sua postura na Missa?


Diz o Concílio de Trento: "Se somos, forçosamente, obrigados a confessar que os fiéis não podem exercer obra mais Santa nem mais divina do que este Mistério terrível, no qual a Hóstia vivificadora, que nos reconciliou com 

Deus Pai, é, todos os dias, imolada pelos sacerdotes, parece bastante claro que devemos ter muito cuidado para fazer esta ação com grande pureza de coração e com a maior devoção exterior possível". 

Os primeiros cristãos nos deram admiráveis exemplos a este respeito. Segundo o testemunho de S. João Crisóstomo, ao entrar na Igreja, beijavam, humildemente, o assoalho e guardavam, durante a Santa Missa, tal recolhimento que se julgava estar em lugar deserto. 

Era de observar o preceito da liturgia de S. Tiago: "Todos devem se conservar no silêncio, no temor, no medo e no esquecimento das coisas terrestres, quando o Rei dos reis, Nosso Senhor Jesus Cristo, vem imolar-se e dar-se em alimento aos fiéis". 

São Martinho conformou-se, exatamente, com esta recomendação. Nunca se sentava na igreja; de joelhos, ou em pé, orava com ar compenetrado de um santo assombro. Quando lhe perguntavam pela razão desta atitude, costumava dizer: "Como não temeria, visto que me acho em presença do Senhor?". 

Ora, se o próprio Jesus expulsou, a chicote, os profanadores do templo, como tratará os cristãos audaciosos? 
 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Uso do véu nunca foi abolido!


Por quase 2000 anos, mulheres Católicas se cobriram com o véu antes de adentrarem na Igreja ou em qualquer momento que estivessem na presença do Santíssimo. 

Está escrito no Código de Direito Canônico de 1917: Cânon 1262, que a mulher tem que cobrir suas cabeças--"especialmente quando se aproximam da mesa sagrada" (altar). "Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt".Mas Durante o Concílio Vaticano II, Bugnini (o mesmo Maçon que designou a Missa do Novo Ordo), quando indagado por jornalistas se as mulheres deveriam continuar a cobrir suas cabeças, sua resposta talvez bastante inocente, foi de que este tópico não estava em discussão. 

Os jornalistas (como eles costumam fazer o que querem com o ensino da Igreja) tomaram esta resposta como "não", e imprimiram esta incorreta informação pelo mundo a fora. A partir daí, mulheres do "mundo do Novo Ordo" perderam a Tradição. Após tantos anos de repúdio e/ou indiferença ao véu por parte das mulheres e num contexto geral, o Vaticano (como é de costume após o CVII), não querendo confrontar e/ou decepcionar as feministas, simplesmente fingem que o problema não existe.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

COMUNHÃO NA BOCA, DE JOELHOS E DAS MÃOS DO SACERDOTE.


Cân. 898 — Os fiéis tenham em suma honra a santíssima Eucaristia, participando activamente na celebração do augustíssimo Sacrifício, recebendo com grande devoção e com frequência este sacramento, e prestando-lhe a máxima adoração; os pastores de almas, ao explanarem a doutrina sobre este sacramento, instruam diligentemente os fiéis acerca desta obrigação.


CATECISMO ROMANO

"Devemos, pois, ensinar que só aos sacerdotes foi dado poder de consagrar a Sagrada Eucaristia, e de distribuí-la aos fiéis cristãos. Sempre foi praxe da Igreja que o povo fiel recebesse o Sacramento pelas mãos dos sacerdotes, e os sacerdotes comungassem por si próprios, ao celebrarem os Sagrados Mistérios. Assim o definiu o Santo Concílio de Trento; e determinou que esse costume devia ser religiosamente conservado, por causa de sua origem apostólica, e porque também Cristo Nosso Senhor nos deu o exemplo, quando consagrou Seu Corpo Santíssimo, e por Suas próprias mãos O distribuiu aos Apóstolos.

De mais a mais, com o intuito de salvaguardar, sob todos os aspectos, a dignidade de tão augusto Sacramento, não se deu unicamente aos sacerdotes o poder de administrá-lo: como também se proibiu, por uma lei da Igreja, que, salvo grave necessidade ninguém sem Ordens Sacras ousasse tomar nas mãos ou tocar vasos sagrados, panos de linho, e outros objetos necessários à confecção da Eucaristia.

Destas determinações podem todos, os próprios sacerdotes e os demais fiéis, inferirquão virtuosos e tementes a Deus devem ser aqueles que se dispõem a consagrar, a ministrar, ou a receber a Sagrada Eucaristia".


CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X


"No ato de receber a sagrada Comunhão, devemos estar de joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a cabeça coberta".

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Domingo de Ramos

Detalhe para a riqueza do rito, em que a capa pluvial é vermelha, indicando a realeza de Cristo, mas a casula para a Missa é roxa, dado que, além de Domingo de Ramos, comemora-se a Paixão.
Era costume antigo receber os reis com ramos que simbolizavam o triunfo real, isso é de certo modo um prenúncio do triunfo de Cristo sobre a morte, onde é também esmagada uma das maiores artimanhas do demônio.
Hosana!; indica antes de tudo uma voz de alegria e súplica, e ainda mais, exprime uma emoção.

Cristo é Senhor e Rei, Senhor dos senhores e Rei dos reis, e ao mesmo tempo humilde, "fez-se obediente até a morte e morte de cruz" (cf Ep. de S. Paulo aos Filipenses 2, 8), assim Ele nos ensina a humildade, Ele mesmo humilde sem perder a Divina Majestade, própria de realeza imperial de Santíssima Trindade.
O Verbo, Filho Unigênito e Imortal, se encarna para nos salvar; se encarna pois  se a morte entro no mundo por um homem, teria que ser ele a morte esmagado por um homem, mas para tanto esse homem teria que ter em si as dua naturezas, a saber a divina e a humana numa só pessoa.





















quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Paixão de Cristo (FILME).



The Passion of the Christ (no Brasil e em Portugal, A Paixão de Cristo); em hebraico: הפסיון של ישו‎; em latim:Passio Christi) é um filme norte-americano de 2004, do gênero drama bíblico, dirigido por Mel Gibson.

Parte do filme foi inspirado no livro "A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo" que descreve as visões da mística e visionária Anna Catarina Emmerich, beata da Igreja Católica.

Teve orçamento de 25 milhões de dólares e rendeu mundialmente em torno de 611 milhões de dólares (Fonte)




terça-feira, 8 de abril de 2014

O ato de cobrir as imagens na Quaresma



Antes da reforma litúrgica do Vaticano II era obrigatório cobrir, com véus roxos, todas as cruzes e imagens expostas ao culto na igreja. No Missal Romano de S. Pio V, terminada a missa do Sábado que precedia o Domingo da Paixão (atual V Domingo da Quaresma), vinha esta rubrica: “Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. 
As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo”. Vê-se que era um costume ligado às duas últimas semanas da Quaresma, através do qual se desejava centrar a atenção dos fiéis no mistério da Paixão do Senhor. Tudo o que pudesse desviá-la, como eram as imagens dos Santos, cobria-se. Donde vinha este costume? Certamente dos começos do segundo milênio ou dos finais do primeiro.


E o que dizem as normas litúrgicas atuais? Uma rubrica inserida no Missal Romano de Paulo VI, depois da Missa do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, diz: “O costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas pode conservar-se, conforme o parecer da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-‑Feira Santa; as imagens, até ao começo da Vigília Pascal (cf. Missal Romano atual [edição do altar], p. 206.
A grande diferença entre as rubricas dos dois Missais (de Trento e do Vaticano II) consiste no seguinte: no primeiro, cobrir as Cruzes e Imagens era obrigatório (“cobrem-se...”); no segundo deixou de o ser (“pode conservar-se o costume de cobrir...).
Consultando o Missal Romano, são-lhe deixadas várias hipóteses:

a) pode cobrir as imagens ou não as cobrir;

b) se as cobrir, mantém‑nas cobertas desde a tarde do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, até ao começo da Vigília Pascal (e não até antes do Lava-pés na Missa da Ceia do Senhor, nem tão pouco até Sexta-Feira Santa).

A rubrica é clara: “... as imagens permanecem cobertas até ao começo da Vigília Pascal”.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A voz da Igreja e o “rito ordinário”

 
‘‘O motu próprio constitui só o começo deste novo movimento litúrgico. Bento XVI, de fato, sabe bem que a longo prazo, não poderemos ficar numa coexistência entre a forma ordinária e a extraordinária do rito romano, mas a Igreja terá novamente necessidade no futuro dum rito comum’’
+Cardeal Kurt Koch  17-05-2011

Nosso Senhor conduz as almas para o céu como o pastor conduz as ovelhas a um campo de boas ervas. E neste conduzir as ovelhas, é necessário que o pastor fale e que as ovelhas ouçam a sua voz. Nem uma nem outra pode falhar. É na sua Igreja e através Dela que Jesus Cristo fala e elas O seguem. Elas nunca seguiram outro pastor porque conhecem a sua voz, mas do desconhecido, fogem. Nos dois artigos precedentes assinalamos dois pontos centrais dessa nova teologia chamada ‘Mistério Pascal’:
  • o novo conceito de pecado (art. 1)
  • o novo sentido de memorial (art. 2)

Não queremos ser repetitivos, mas o leitor deve avaliar bem o peso das palavras quando dizemos: esta teologia não pertence ao depósito da Revelação. Isto significa nem mais nem menos que não é Nosso Senhor que fala para as ovelhas, mas outro. Vamos fazer uma pequena trajetória através do missal do “rito ordinário” e dobreviário que lhe é correlativo, e ao mesmo tempo iremos colocando ao lado as orações com que sempre a esposa de Nosso Senhor fez rezar seus filhos. Depois desta breve e incompleta relação, iremos dirigir uma pergunta à ovelha.

terça-feira, 1 de abril de 2014

São Pio X

Há um século subia ao Trono pontifício um Papa santo. Em 4 de agosto de 1903, o Cardeal Giuseppe Sarto foi eleito para o Sumo Pontificado, como sucessor de São Pedro, sendo coroado a 9 do mesmo mês. São Pio X, um dos maiores Pontífices de todos os tempos, foi o único Papa canonizado no século XX.
Nos primórdios do século XX, no mundo inteiro pipocavam revoluções de cunho anarquista, visando abalar as últimas colunas que restavam da Civilização Cristã.
E na Santa Igreja a situação não era menos grave. Verdadeiras heresias, infiltradas nos meios católicos, minavam os fundamentos da Igreja duas vezes milenar. Compelida a combater os inimigos externos, a Igreja estava sendo corroída também por inimigos internos, principalmente pela conspiração organizada pelo movimento então denominado modernista — precursor do progressismo católico de nossos dias.
Nessa terrificante encruzilhada, morre o Papa Leão XIII, a 20 de julho de 1903.
Urgia, em vista desse quadro, o aparecimento de um providencial defensor da Igreja e da Cristandade. A Divina Providência suscitou então um Papa Santo, dotado de extraordinária grandeza de alma.

Eleição e coroação de São Pio X

Transcorridos os 11 dias de orações, prescritos para sufrágio da alma do Papa Leão XIII, recém-falecido, os cardeais da Santa Igreja (em número de 62, na época) iniciaram o Conclave — reunião do Colégio cardinalício com o objetivo de eleger o novo Papa.
Os primeiros escrutínios indicavam a escolha do Cardeal Rampolla — que fora colaborador direto de Leão XIII. Mas no dia 1º de agosto foi comunicado aos cardeais, no Conclave, o veto do Imperador da Áustria, Francisco José. Veto que, segundo uma tradição, poderia ser exercido pelo Imperador austríaco.
Devido a isso, o Cardeal Giuseppe Sarto, de Veneza, passou a ser o preferido. Entretanto, num exercício de autêntica humildade, pedia aos cardeais que nele não votassem. Mas ele era o escolhido também pela Divina Providência. No sétimo turno da votação, o Cardeal Sarto, por insistência de vários de seus pares no Sacro Colégio, acabou aceitando(1) e foi eleito o 259º sucessor de São Pedro, por 50 votos a seu favor, no dia 4 de agosto de 1903.
O Cardeal Sarto, de cabeça baixa, ouviu o resultado do sufrágio. Segundo o costume, aproximou-se dele o Cardeal Decano e perguntou-lhe se aceitaria ou não a eleição à Sede Pontifícia.
Com os olhos banhados em lágrimas, e a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, respondeu: “Se não for possível afastar de mim esse cálice, que se faça a vontade de Deus. Aceito o Pontificado como uma cruz”.(2)
Após cinco dias, teve lugar a grandiosa cerimônia de coroação do sucessor de São Pedro, para a glória da Santa Igreja.