sábado, 11 de abril de 2015

DOSSIÊ DOM HELDER : O ARCEBISPO QUE COMUNISTIZOU A IGREJA NO BRASIL !

Dom Helder , dito o "profeta da paz"!

Caros amigos são muitos os que chamam Dom Helder de profeta, santo, etc.Há até quem defenda sua canonização.Há decerto os ignorantes : pensam que Dom Helder era um homem fiel a Igreja e que se notabilizou pelo auxílio aos pobres.Outros maliciosamente sabendo de sua preferência pelo socialismo - condenado pelos Papas e proibido de ser professado por católicos sob pena de excomunhão - tentam tergiversar sobre esta faceta obscura de Dom Helder dando a entender que o "socialismo" do arcebispo era outro e que associá-lo ao marxismo foi produto de uma acusação criada para desmoralizá-lo.

Portanto começamos aqui uma série de artigos que formarão o “DOSSIÊ DOM HELDER” do qual este presente artigo é a primeira parte.

Estas séries de artigos visam provar que Dom Helder era comunista e que a acusação é pertinente.

Em 1947 , o Padre Helder organizou o secretariado nacional da ACB ( Ação católica brasileira ) que tinha a finalidade de integrar leigos e a Igreja.Movimento espalhado pelo mundo inteiro e implantado no Brasil pelo Cardeal Leme em 1935, agora ele contaria com a vasta experiência do Padre Helder que já havia militado no integralismo nos anos 30. Anos depois Dom Helder diria de sua passagem pelo integralismo "foi um erro de juventude.O aspecto social não era um forte dos meus mestres no seminário.Nossa visão era de que tudo se dividia em capitalismo e comunismo.E nos sopravam discretamente que dos males o menor.Pouco a pouco foi fácil ver que esse embate não era verdadeiro".

Sabe-se que nos anos 50 a ACB sofreu forte influencia de pensadores católicos humanistas - como Emmanuel Mounier (Mounier, segundo o padre Lima Vaz, "foi o mestre mais seguido pela juventude católica brasileira" dos anos 60 : rejeitando categoricamente o sistema capitalista, ele considera que os cristãos podem aprender enormemente com o marxismo. Definindo sua própria filosofia social, ele escreve em 1947: "O personalismo considera que as estruturas do capitalismo são um obstáculo que se levanta no caminho da libertação do homem e que elas devem ser destruídas em proveito de uma organização socialista da produção e do consumo"E. Mounier, "Qu'est-ce que le personnalisme?" (1947), Oeuvres, III, Paris, 1963, p.244.)Teilhard de Chardin(Chardin teve suas obras condenadas pela Igreja por conta de seu monismo e de seu evolucionismo.Santo Ofício solicitou ao Arcebispo de Paris que detivesse a publicação das obras. Em 1957, um decreto deste mesmo órgão decidiu que estes livros fossem retirados das bibliotecas dos seminários e institutos religiosos, não fossem vendidos nas livrarias católicas e não fossem traduzidos. Este decreto não teve muita adesão. Cinco anos mais tarde, uma advertência foi publicada, solicitando aos padres, superiores de Institutos Religiosos, seminários, reitores das Universidades que "protejam os espíritos, principalmente o dos jovens, contra os perigos da obra de Teilhard de Chardin e seus discípulos". Segundo esta advertência, "sem fazer nenhum juízo sobre o que se refere às ciências positivas, é bem manifesto que, no plano filosófico e teológico, estas obras regurgitam de ambiguidades tais e até de erros graves que ofendem a doutrina católica") e Jacques Maritain( Pai da noção de uma “cristandade laica”- uma civilização cristã sem um eixo religioso cristão , onde apenas a lei natural seria a norma e onde se faria a síntese do dogma católico com os princípios iluministas da liberdade religiosa e de consciência e igualdade; em suma Maritain defendia uma “cristandade” nova sem referência a Cristo!)  além do Padre Louis Joseph Lebret (1897-1966), dominicano francês ligado ao movimento Economia e Humanismo, que durante a década de 50 influenciou o “pensamento social católico” diretamente ligado aos agentes da ACB.

Em suma : a ACB se transformou, nas mãos de Dom Helder, em uma plataforma para uma síntese entre fé católica e marxismo que se realizaria através do influxo teológico e filosófico das idéias de Mounier , Maritain , Chardin , etc.

Na mesma época Dom Helder articulou com a Santa Sé a criação da CNBB ( Conferência nacional dos Bispos do Brasil) com o claro objetivo de unificar a ação pastoral da Igreja no Brasil em torno das novas orientações que impunha a ACB , orientações de cunho socialistizante.

Dom Helder a época dizia que a CNBB visava “coordenar e subsidiar as atividades de orientação religiosa , de beneficência , de filantropia e assistência social( In : Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro p. 1525)” em todo o Brasil.A atividade da CNBB nos anos que se seguiram ficaram mais marcadas por ações no campo social que por assistência caritativa ou orientação religiosa.

A criação da CNBB por meio da ação direta de Dom Helder tem uma razão específica : enfraquecer a posição do então líder da Igreja no Brasil , o Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara , arcebispo do RJ e herdeiro do Cardeal Leme.O projeto eclesial do Cardeal Leme continuado pelo Cardeal Barros Câmara era a romanização dos ambientes católicos do Brasil ainda muito marcados por um catolicismo popular , pietista e sentimental.

Para Dom Hélder a figura de Dom Jaime como líder da Igreja no Brasil e porta voz dela era um escolho pois impedia que a Igreja Brasileira respirasse ares novos.A idéia de criar a CNBB amadureceu durante o Congresso mundial de Leigos em Roma em 1950 onde através de contatos com o Monsenhor Montini – futuro Papa Paulo VI- Dom Helder consegue do Papa PIO XII a criação da CNBB.

Deste modo a CNBB brota de certo modo da ACB pois Dom Helder na qualidade de seu assistente , dela se valeu para convocar os dois primeiros encontros da hierarquia eclesiástica.Com a ligação estreita da ACB com a CNBB a primeira ganhou muito pois,ficando livre das diretrizes de cada bispo diocesano – alguns bispos  avessos a linha progressista da ACB costumavam limitar seriamente seu ativismo- passou a tratar diretamente com um órgão de representação nacional o que lhe trouxe mais autonomia para se manifestar sobre questões de ordem temporal , ou seja , para se posicionar a favor do marxismo sem precisar prestar contas aos bispos.Contando com a ajuda da CNBB a ACB pode se desviar, pouco a pouco, da Doutrina Social da Igreja e experimentar a síntese do pensamento social católico com as idéias marxistas.

No fim da década de 50 , a ACB se aproximou decididamente de setores da esquerda política formando o que viria a ser a teologia da libertação.

A CNBB ,sob influxo de Dom Helder que, segundo Della Cava, se tornou desde então o “líder de fato da Igreja Brasileira” ( In : Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro p. 1526), tornou- se rapidamente um órgão para a socialistização do catolicismo no Brasil : de um catolicismo popular pietista predominante e de uma tentativa de romanização sem sucesso nos anos do Cardeal Leme, para um catolicismo social engajado em lutas temporais.Em 1956 a CNBB liderou uma grande reunião em Campina Grande com ministros do Governo Kubitschek para “discutir os problemas socioeconômicos da região”.

Ainda nessa época Dom Helder dava inicio a “Cruzada de São Sebastião” com caráter imanentista  que buscava :“1-promover, coordenar e executar medidas e providências destinadas a dar solução racional,humana e cristã ao problema das favelas do Rio de Janeiro;2. proporcionar, por todos os meios ao seu alcance,assistência material e espiritual às famílias que residem nas favelas cariocas; mobilizar os recursos financeiros necessários para assegurar, em condições satisfatórias de higiene, conforto e segurança,moradia estável para as famílias faveladas;3. colaborar na integração dos ex-favelados na vida normal do bairro da Cidade”.

Embora a Arquidiocese do RJ já tivesse a Fundação Leão XIII que cuidava da assistência social aos mais pobres , Dom Helder resolveu criar a cruzada pelos seguintes motivos :

a)      Aproximação da Fundação Leão XIII com setores políticos conservadores e antimarxistas como a UDN.

b)      A Cruzada São Sebastião se concretizou graças ao apoio do pacto populista representado pelo Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) mais inclinados ao socialismo. 

Vejamos que os objetivos da Cruzada eram primariamente materiais : em primeiro lugar dar assistência material e só depois espiritual.Mas não nos enganemos : a Cruzada não tinha nenhum escopo evangelístico ou catequético.Não havia um plano de assistência religiosa as famílias pobres no sentido de formá-las dentro da fé católica.Os objetivos da Cruzada eram basicamente materiais : dar conforto , higiene , segurança.Há que lembrar que muitos dos moradores das favelas eram imigrantes do interior do Brasil vindos para o sudeste em busca de trabalho, diante do surto industrial que o país vivia.Muitos desses imigrantes perderam ,na vida da cidade grande,  a cálida experiência de religiosidade e piedade tradicional católica proporcionada pela vida no campo.Ainda que esta experiência de piedade católica fosse marcada por supertições populares, elas criavam um caldo de cultura  -ainda que apenas superficialmente católica- que mantinha gerações e gerações ligadas umbilicalmente a Igreja.Nos ambientes urbanos essa cultura não existia.A assistência da Igreja se fez sentir no campo social , mas no campo religioso essa assistência era de menor grau ou nula.A despreocupação do clero com a questão da catequese abriu espaço para a proliferação das seitas neopentecostais de cunho protestante que invadiram os grandes centros urbanos e se espalharam , sobretudo sobre as periferias.A "cruzada" de cruzada só tinha o nome : não visava a conquista espiritual dos pobres mas apenas a atenuação de sua pobreza material

A cruzada contou ,  para o plano de urbanização ,com a ajuda de arquitetos que buscavam , através do planejamento dos imóveis a serem construídos para abrigar os favelados , estimular o empoderamento do pobre em face das classes superiores dando-lhe acesso a vida em apartamentos que lhes proporcionassem uma nova consciência capaz  de afrontar a questão da desigualdade de classes : “nos anos 40, o apartamento já era um símbolo de status para parte do universo das camadas médias brasileiras: “(…) o apartamento não surgiu, entrenós, como um recurso para atender às necessidades das classes modestas; até uma certa época, cuja limitação ainda não se pode definir perfeitamente pelo efeito da proximidade dos dias que correm, o apartamento foi, pode-se dizer, um luxo; hoje, se ainda não deixou de ser um luxo, tornou-se para a pequena burguesia dos funcionários públicos e empregados uma necessidade de aparência, de aproximação com a classe superior.” (In : CONSTRUÇÃO CIVIL.O observador Econômico e Financeiro, Rio de Janeiro, ano 7, n. 76, p. 13-21, mai. 1942. p. 14-15.)A cruzada seguiu uma tendência inovadora na arquitetura da habitação social brasileira, a qual fora influenciada pela vanguarda moderna e socialista européia dos anos 20 (formada por expoentes de movimentos e tendências artísticos como o Construtivismo russo, De Stijl e Bauhaus).O objetivo era claro : comunistizar a mentalidade dos pobres através de uma experiência estética e arquitetônica que dessa vasão a ideais coletivistas

Muitos bispos , clérigos e leigos marginalizados com a nova orientação que a Igreja no Brasil tomava se engajaram sob a liderança de Plinio Correa de Oliveira na criação da “Sociedade de defesa da Tradição , Família e Propriedade(TFP) contrária ao catolicismo com engajamento social criado por Dom Helder e asseclas.O núncio Dom Lombardi , porém , apoiava a facção social da CNBB , o que demonstra que ,sob o Pontificado de João XXIII haviam ventos favoráveis soprando para Dom Helder e a CNBB confirmando – os nessa linha de engajamento social marxistizante.

A influência de Dom Helder não pararia na CNBB, mas se estenderia por toda a América Latina: em 1958 foi delegado do Brasil na 1 reunião do CELAM ( Conferencia Episcopal Latino Americana).Depois em 1960 foi eleito segundo vice presidente do CELAM.

Livro que prova a ligação da JUC com o PC do B
Nesse contexto nasce a JUC ( Juventude Universitária Católica) no seio da ACB que era dominada pelo Arcebispo dos pobres. a JUC dos anos 1960-62 representou a primeira tentativa, em todo o continente, de desenvolver um pensamento “católico” utilizando elementos do marxismo. Apesar de seu fracasso imediato, lançou sementes que iriam germinar mais tarde - no Brasil e no conjunto da América Latina. Com razão Pablo Richard se refere ao Congresso dos 10 anos da JUC (1960) como "o início de uma nova etapa na história do cristianismo brasileiro e latinoamericano"(in :Pablo Richard; Morte das cristandades e nascimento da Igreja, S.Paulo, Edições Paulinas, 1984, p.154.). Cabe acrescentar que se tratava não só do movimento estudantil universitário : a JUC foi para o campo da educação popular (MEB) e mais tarde para o terreno da ação política (AP).

Os ideólogos jucistas diziam não se inspirar em Marx mas ao mesmo tempo rejeitavam o tabu anti-marxista( rejeitam portanto que sejam contrários ao marxismo , ao menos lhe reconhecem alguns méritos e algum valor ); segundo dizia o líder da JUC Herbert de Souza( O conhceido sociólogo Betinho que nos anos 90 criou o programa Natal sem fome), "não temos Marx como mestre, pois já tínhamos um outro, antes. Mas sabemos ler também Marx". As principais referências dos documentos da JUC são estritamente católicas: Santo Tomás, Leão XIII, Pio XII, João XXIII, etc.Porém cabe dixer que embora a  JUC não  tenha aderido a nenhum modelo existente de marxismo no Brasil -como o PCB, ou alguma de suas dissidências -  trata de fazer sua própria leitura do pensamento de Marx e da realidade brasileira e chega a ter até conclusões bem mais radicais que o PCB, alinhado com o populismo governamental.

Diante disso tudo fica a questão : Por que o Brasil foi o primeiro país em que esta mistura absurda , herética e diabólica de cristianismo e marxismo pôde se desenvolver - conseguindo, no curso dos anos de 30 a 60, maior impacto do que em qualquer outra Igreja da América Latina?

A resposta é clara : não fosse a articulação de Dom Helder isso não teria sido possível.Foi através dele que o marxismo chegou a ACB e por meio dela aos mais diversos ambientes eclesiais.Sem a fundação da CNBB, sob os auspícios de Dom Helder, a generalização da linha socializante de ação da Igreja no Brasil não teria sido possível.Sem as articulações de Dom Helder a JUC não existiria e nem tampouco a Teologia da Libertação.Dom Helder é o culpado pela socialistização da Igreja no Brasil

Gramsci , pai do marxismo cultural.
Dom Helder atuou aí como um intelectual orgânico do marxismo,  infiltrado na Igreja para fins de subversão , dentro dos quadros teóricos do pensamento de Antônio Gramsci que entendia ser fundamental “terrestrializar o pensamento” para efetivar o socialismo. Como afirma Olvao de Carvalho “Gramsci, teórico do socialismo e militante do partido comunista italiano ,  estava particularmente impressionado com a violência das guerras que o governo revolucionário da Rússia tivera de empreender para submeter ao comunismo as massas recalcitrantes, apegadas aos valores e praxes de uma velha cultura. Gramsci descobriu que era necessário amestrar o povo para o socialismo antes de fazer a revolução. Fazer com que todos pensassem, sentissem e agissem como membros de um Estado comunista enquanto ainda vivendo num quadro externo capitalista. Quando viesse o comunismo, as resistências possíveis já estariam neutralizadas de antemão e todo mundo aceitaria o novo regime com a maior naturalidade. O que interessa realmente é mudar as estruturas profundas de pensamento: os valores, os símbolos, a linguagem etc., e tudo, de preferência, sem nem falar em propaganda comunista. Isto vai criar uma mutação cognitiva, as pessoas vão passar a julgar de outra maneira, e é preciso que esse processo seja tão lento que seja imperceptível. Gramsci percebeu que era necessário infiltrar-se nas organizações dedicadas à cultura, nas redações dos jornais, nas comunidades religiosas.”

Nesse quadro nada era melhor que usar a Igreja Católica como aliada na luta pelo marxismo.

Dom Helder ao deslocar o eixo da Igreja no Brasil dos assuntos de cima( salvação , santidade, vida terna , pecados , virtudes , oração ) para os de baixo ( salário , moradia , emprego , justiça social ) , apelando para a caridade cristã com o próximo , atua subvertendo o sentido ínsito da fé católica com propósitos revolucionários marxistas mas não sem vestir tal subversão com uma capa de aparências cristãs –  o apelo a  virtude da caridade e do desapego aos bens materiais na verdade serviam ,não a edificação do homem católico e da cristandade, mas sim a um projeto político ideológico identificado com o socialismo.

Se trata aí da tática gramsciana dos marxistas, que descobriram que o método mais promissor para chegar ao poder é dominando a cultura nacional o que implica em um processo para lograr uma 
forte influência na religião, nas escolas, nos meios de comunicação e nas universidades. É neste contexto que se deve entender a teologia da libertação: como uma doutrina política disfarçada de crença religiosa com um significado anti-papal e anti-livre empresa, destinada a enfraquecer a independência da sociedade face ao controle estatista.


Fonte: http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/

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