quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

São Pio X e o Ecumenismo



Retirado e traduzido da Revista Tradición Católica,
da Casa Autônoma da FSSPX em Espanha-Portugal nº 209. Janeiro-Fevereiro 2007,
APUD apostoladoeucaristico.blogspot.com
por José Andrés Segura Espada
Quando em 15 de julho de 1905 o Papa São Pio X mandou publicar o Catecismo Maior, para a diocese de Roma, quis que fosse de caráter obrigatório tanto para o uso público como privado da Província romana, e com o desejo de que ao menos fosse um texto unificado para toda a Itália.
Nele, então, temos um guia seguro e claro para a exposição dos rudimentos de nossa fé que, como indiquei, quis o santo Papa que fosse de uso obrigatório no coração da cristandade.
Em seu anexo Breve Resumo da História Eclesiástica, encontramos algumas passagens que coloca à mostra qual é o caráter dos hereges e cismáticos e como sempre agiu a Igreja a respeito deles, e portanto qual deve ser o verdadeiro caminho a seguir no ecumenismo.
Exponho alguns fragmentos de dito Catecismo Maior:
Já nos tempos apostólicos houve homens perversos que, por interesse e ambição, turbavam a corrompiam no povo a pureza da fé com erros abomináveis. Opuseram-se-lhes os Apóstolos com a pregação, com os escritos e com as infalíveis sentenças do primeiro Concílio que celebraram em Jerusalém“.
Já no século V escrevia São Vicente de Lerins: “foi um fato sempre muito frequente na Igreja, que quanto mais religiosa era uma pessoa com mais facilidade saía ao encontro de novas invenções” (Commo. VI, 2).
Ou seja, que diante dos hereges que corrompiam a fé dos mais simples, os Apóstolos se opuseram defendendo a Santa Fé com palavras, escritos e condenações. Nada de diálogos com os “irmãos separados”.
Desde então, aqui não cessou o espírito das trevas em seus venenosos ataques contra a Igreja e as verdades divinas de que é depositária indefectível; e suscitando constantemente novas heresias, foram atentando seguidamente contra todos os dogmas da religião cristã“.
O “espírito das trevas”. Este é o maléfico indutor de todas as heresias.
O Protestantismo ou religião reformada, como orgulhosamente a chamam seus fundadores, é o compêndio de todas as heresias que houve antes dele, que houve depois e que pode ainda nascer para a ruína das almas“.
Para a ruína das almas, são as heresias!
Com uma luta que dura sem trégua há vinte séculos, não cessou a Igreja Católica de defender o depósito sagrado da verdade que Deus lhe encomendou e de amparar os fiéis contra o veneno das doutrinas heréticas”.
A Igreja desde sempre “luta”, não dialoga -, “defende”, não entrega – o tesouro da fé que Deus lhe confiou, e protege os fiéis do veneno dos hereges.
À imitação dos Apóstolos, sempre que o exigiu a pública necessidade, a Igreja, congregada em Concílio ecumênico ou geral, definiu com toda claridade a verdade católica, propôs como dogma de fé a seus filhos e tirou de seu seio os hereges, lançando contra eles a excomunhão e condenando seus erros“.
Sempre em conformidade com os Santos Padres: “Anatematizar aqueles que anunciam algo fora do que já foi uma vez recebido, nunca deixou de ser necessário; nunca deixará de ser necessário”. (S. Vicente de Lerins, Commo. IX, S)
O concílio que condenou o protestantismo foi o Sacrosanto Concílio de Trento, denominado assim pela cidade onde foi celebrado. Ferido com esta condenação, o protestantismo (…) encerra um apinhamento, o mais monstruoso, de erros privados e individuais, recolhe todas as heresias e representa todas as formas de rebelião contra a Santa Igreja Católica“.
Conclusão: Seguindo o exemplo dos Apóstolos, a Igreja sempre condenou as heresias e expulsou de seu seio os hereges. Nada de diálogo, nem de “louvar a unidade na legítima diversidade” do falso ecumenismo, ou confraternizar publicamente em atos reprováveis com os hereges.
O verdadeiro ecumenismo, a verdadeira caridade com os que estão no erro, é mostrar-lhes a verdade plena, e rezar por eles – não “com” eles – para que se convertam à verdadeira fé, tal e como rezava toda a santa Irgeja na sagrada liturgia da Sexta-feira Santa:
Oremos também pelos hereges e cismáticos, para que Deus nosso Senhor os tire de todos os seus erros, e se digne trazê-los à santa Madre Igreja Católica e Apostólica”.
Oremos também pelos incrédulos judeus; para que Deus nosso Senhor aparte o véu de seus corações, e, eles também, reconheçam nosso Senhor Jesus Cristo”.
Oremos também pelos pagãos, para que Deus Onipotente tire a perversidade de seus corações; e abandonando seus ídolos se convertam ao Deus vivo e verdadeiro e a seu único Filho e Senhor nosso Jesus Cristo”.
CONVERSÃO de judeus, maometanos e pagãos; e RETORNO de hereges e cismáticos.
Esta sim é nossa fé de sempre; a fé dos apóstolos; a fé que nos gloriamos de professar.
Glória e adoração somente a Ti, Santíssima Trindade, único e verdadeiro Deus!

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