segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A MISSA TRADICIONAL


O culto devido a Deus

O primeiro dever do homem é adorar a Deus, prestar-lhe o culto de adoração, de louvor, de ação de graças que Lhe é devido. Dar culto de adoração a Deus significa reconhecer a Deus como nosso Criador e Senhor. Ele nos criou, d´Ele dependemos. Damos-Lhe também graças por todos os benefícios que recebemos d´Ele. Pedimos-Lhe perdão por nossas faltas e pecados e, finalmente, pedimos-Lhe também o que necessitamos para a nossa vida e salvação eterna. Em concreto, estes são os quatro fins da Santa Missa.

Este culto não é somente pessoal, individual, mas é sobretudo um culto público, ordenado e prescrito pela Igreja, sob a moção do Espírito Santo.
Deste culto oficial se ocupa a Liturgia. A palavra Liturgia vem do gregoleiton ergon que significa obra ou ministério público. “A Liturgia é, portanto, o culto público e oficial que a Igreja presta a Deus e ao mesmo tempo santifica os fiéis”[1].

O padre Gregório Martínez de Antoñana escreve: “A Liturgia, em sentido geral e objetivo, é o mesmo que o culto público da Igreja, e pode definir-se: o conjunto de ações, de fórmulas e de coisas com que, segundo as disposições da Igreja Católica, se dá culto público a Deus”[2].

Como a Igreja é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por meio dela continua a sua função sacerdotal através dos séculos, num sentido mais teológico e completo pode definir-se a Liturgia com o Papa Pio XII: “é todo o culto público do Corpo Místico de Jesus Cristo, ou seja, da Cabeça e dos seus membros”.

E mais brevemente: “A Liturgia é o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo pela Igreja”[3]. A Liturgia é a teologia feita oração.
Pertencem a Liturgia: o Santo Sacrifício da Missa, que é a sua alma e o seu centro; o ofício divino, que gira e se desenrola em torno da Missa. O ofício divino chama-se também Breviário, livro que contém as orações oficiais da Igreja que cada sub-diácono, diácono, sacerdote, bispo e Papa fazem oito vezes por dia para a Igreja e todos os seus Filhos.

Pertencem também à Liturgia os Sacramentos, Sacramentais (bênçãos); e todos os ritos e cerimônias, símbolos e vestidura, vasos e lugares sagrados bem como os cantos e melodias que a Igreja usa para concretizar este culto público e solene.

A Liturgia constitui a vida mesma da Igreja, do Corpo Místico de Cristo. Por isso, tem um poder para a santificação das almas verdadeiramente admirável. Por meio da Liturgia católica, ascendem ao céu a adoração, a ação de graças, os pedidos de perdão e de ajuda dos fiéis e, por meio desta mesma Liturgia, descem sobre os homens a misericórdia, ajuda, proteção de Deus sobre os fiéis católicos e sua Santa Madre, a Igreja.

A liturgia constitui o meio mais poderoso que tem a Igreja para converter as almas, santificá-las e protegê-las. A Liturgia é o meio mais poderoso para comunicar a fé católica no Sacrifício de Cristo renovado sobre o altar com a mesma eficácia. Por esta razão, desde os primeiros séculos se diz: Lex orandi, Lex credendi. A lei da oração, a maneira de rezar, nos diz a lei da crença, quer dizer, a maneira de rezar, de prestar culto a Deus, demonstra o que cremos.

Durante séculos, a fé católica foi comunicada por meio da Liturgia, na qual estão concentradas todas as verdades do Credo católico. Na história da Igreja existem os construtores e os destruidores da Liturgia. Alterar, modificar a Liturgia da Missa, por exemplo, pode ter conseqüências incalculáveis sobre a fé do povo e dos sacerdotes: essa alteração pode destruir sua fé, corromper sua moral e precipitá-los na decadência e apostasia. Os povos protestantes nos dão o exemplo. Tendo mudado a sua Liturgia, mudaram a sua fé e fizeram-se hereges e atualmente ateus em muitos lugares. No século XVI, na Inglaterra, o sacerdote herege Thomas Cranmer mudou a Liturgia da Missa do latim para o inglês; uns anos depois, a Inglaterra perdeu a fé católica e impediu a cristianização do mundo opondo-se às nações católicas missionárias como Espanha e Portugal.

[1] J. G. Treviño, Lecciones practicadas de Liturgia, México D.F. sin fecha, pág. 5.
[2] Gregorio Martínez de Antoñana, Manual de Sagrada Liturgia, Madrid, ed Coculsa, 1957 pág. 1 no 1.
[3] Papa Pío XII, Encíclica Mediator Dei.

Fonte:http://tradicaocatolicaes.wordpress.com/

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