terça-feira, 6 de maio de 2014

Os Ambientes Tradicionalistas

São Francisco Xavier

Um verdadeiro Apostolado deve, para ser frutífero, apresentar duas características: sobrenaturalidade, e ser adaptado ao ambiente que deve ser convertido. “Missas-espetáculo” já atraíram multidões, mas não produziram os resultados esperados. Este Naturalismo não apresenta as técnicas de Apostolado do Salvador….
Nossos priorados, se tentam ser verdadeiramente sobrenaturais, não estão atraindo tantas pessoas quanto deveriam. Por quê? Nós somos, freqüente e indubitavelmente, inacessíveis aos homens de nossos tempos. Nossa meta mais imediata não é atrair todo mundo, claro, mas aquelas almas que demonstram uma certa abertura à Fé e ao Amor de Deus. Mesmo essas almas ficam desencorajadas quando vem para as nossas capelas. Os motivos? Uma desconfiança elevada, divisões e críticas que só demonstram orgulho, comentários derrogatórios sobre as vestimentas, discussões políticas amargas e inúteis. Graças aos instrumentos subliminares do demônio… Graças àquelas pessoas que sabem melhor do que Deus a velocidade na qual as almas deveriam progredir… Tentemos diminuir os obstáculos para as conversões ao invés de elevá-los. Mas isso não basta: devemos atrair. Os missionários sempre conseguiram isso por 2000 anos: adaptar-se tanto quanto possível à população alvo, guiados por um sentido de objetivo e por princípios morais Cristãos.
O “Ambiente tradicional”
Não deveria existir um “ambiente tradicional”. A Tradição Católica não deve ser um meio social, porque isso não é Cristianismo. A Tradição deve parecer-se com todos os ambientes sociais e recebê-los com a sua própria identidade. Não somos a favor da eliminação das classes. A tendência no vestir que se tornou, aos poucos, dominante entre nós refletem a modéstia – que é necessária – mas a modéstia não está limitada às modas Tradicionais. Ao querer impor essas regras de vestimentas, nós desanimamos as pessoas mais do que as atraímos. A conseqüência é um tipo de libertação excessiva destas regras, que as leva à imodéstia. Uma outra conseqüência é um tipo de representação esclerosada da Tradição, que parece viver nos anos 50 – não muito atraente!
No entanto, a força que une as pessoas dentro da Tradição Católica se encontra na relação lógica entre nossa Fé e nossa vida diária. Esta coerência deve refletir nossa convicção e nossa sinceridade, não somente nossas regras. A Verdade Católica é trazida à luz por esta coerência. E é isso que atrai. Mas fiquemos sempre próximos aos nossos contemporâneos de boa vontade. Devemos, então, ser firmes com relação a nós mesmos, mas brilhar com misericórdia e entendimento por nosso próximo. Então, ele amará nossa firmeza!
Padre Guillaume Gaud, FSSPX
(Apóstolo, publicação para os priorados de Fabrègues e Perpignan, França
La Porte Latine – “The dilemmas of our bastions of faith“, trechos)
* * *
Nota do Rorate: Haverá quem leia as palavras do Padre e imediatamente diga: mas os anos 50 me atraem! Essa não é a questão: a questão é se isso atrai mais pessoas que poderiam ser favoráveis à Tradição. O que é mais importante, manter a estética de um período no tempo (um período de tempo para uma parte da humanidade), ou tentar encontrar a melhor maneira de atrair aquelas almas sensíveis que, de outro modo, rejeitariam a Tradição por causa de aspectos externos circunstanciais?

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