sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O SIGILO DA CONFISSÃO

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S. João Nepomuceno, natural da Boêmia, foi martitizado em Praga no ano de 1393.
Seus pais, de idade bastante avançada, desejando ter sucessão, visitaram como peregrinos um santuário de Maria, onde imploraram a graça.
Dizem que, ao nascer-lhes o filho, baixou do céu uma luz que envolveu toda a casa em forma de auréola.
A primeira coisa que o menino quis aprender na escola foi o catecismo e o modo de ajudar à missa. Todas as manhãs corria ao convento e com edificante piedade servia de coroinha. Sentindo vocação para padre, foi para Praga, capital do reino, onde estudou, recebeu as sagradas ordens e começou a pregar. Tendo seus sermões produzido notável mudança nos costumes, foi nomeado cônego e pregador da corte. Quis o rei Venceslau que o Santo fosse sagrado bispo; João, porém, que era muito humilde, declinou daquela honra, mas continuou desempenhando o cargo de confessor da rainha.
Aconteceu que o rei começou a entregar-se a excessos degradantes: embriagava-se com frequência e deixava-se arrebatar pela cólera a ponto de mandar meter num forno aceso seu cozinheiro, pelo simples fato de lhe ter servido uma ave mal assada.
Entre outras alucinações, concebeu a ideia de que sua esposa era infiel e quis vingar-se. Mas como essa ideia não se apoiava em prova alguma, chamou o confessor da rainha e exigiu que revelasse os pecados ouvidos na confissão da mesma, prometendo-lhe grandes recompensas. S. João respondeu: – Não posso quebrar o sigilo sacramental. Tenho que servir e obedecer a Deus antes que aos homens. Venceslau mandou atormentá-lo com tenazes em brasa e encerrá-lo num cárcere escuro. Mas, vendo que nada conseguia e tendo a rainha intercedido por seu santo confessor, deixou-o em liberdade.
Isso, porém, não durou. Um dia, voltava o Santo de uma visita ao santuário de Nossa Senhora de Bunzlau e, ao passar perto do palácio real, o cruel Venceslau viu-o e, num de seus arrebatamentos de cólera, ordenou aos soldados que o prendessem e disse-lhe: – Olha, padre: agora não se trata de guardar silêncio. Se não me dizes já os pecados que sabes da rainha, beberás toda a água do rio Moldava. O Santo não respondeu a tão insolentes palavras. Limitou-se a cruzar os braços e a orar.
Ataram-lhe os pés e mãos, meteram-lhe na boca uma cunha e arrojaram-no na ponte principal de Praga ao rio. Encontrado milagrosamente o seu cadáver, sepultaram-no na catedral. Em 1719 estava ainda incorrupta a língua do mártir do sigilo sacramental.
Festa: 16 de maio.
Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

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