segunda-feira, 30 de junho de 2014

Posição do Arcebispo Marcel Lefebvre sobre a Nova Missa




A respeito da Nova Missa destruamos imediatamente esta ideia absurda: se a Nova Missa é válida, logo se pode participar. A Igreja sempre proibiu os fiéis de assistir às Missa dos cismáticos e dos hereges, ainda se elas fossem válidas.
É evidente que não se pode participar de Missas sacrílegas, nem de Missa que ponham nossa fé em perigo.
É fácil pois demonstrar, tal como ela foi formulada pela Comissão da Liturgia, que a Nova Missa com todas as autorizações dadas pelo Concílio de uma forma oficial, e com todas as explicações de Dom Bugnini, apresenta uma aproximação inexplicável à teologia e ao culto dos protestantes.
Não aparecem muito claros e até com contraditórios, os dogmas fundamentais da Santa Missa, que são os seguintes:
  • somente o Sacerdote é o único ministro;
  • há verdadeiro sacrifício, uma ação sacrifical;
  • a Vítima é Nosso Senhor Jesus Cristo presente na Hóstia sob as espécies de pão e vinho com seu corpo, seu sangue, sua alma e sua divindade;
  • é sacrifício propiciatório;
  • o Sacrifício e o Sacramento se realizam com as palavras de Consagração e não com as palavras que precedem ou seguem.
Basta enumerar algumas das novidades para demonstrar a aproximação aos protestantes:
  • o altar transformado em mesa, sem a ara;
  • a Missa diante do povo, em língua vernácula, em voz alta;
  • a Missa tem duas partes: a Liturgia da Palavra e a da Eucaristia;
  • os vasos sagrados vulgares, o pão fermentado, a distribuição da Eucaristia por leigos, nas mãos;
  • o Sacrário escondido;
  • as Leituras lidas por mulheres;
  • a Comunhão dada por leigos.
Todas essas novidades estão autorizadas.
Pode-se pois dizer sem nenhum exagero que a maioria destas Missas são sacrílegas e que diminuem a fé, pervertendo-a. A dessacralização é tal que a Missa se expõe a perder seu caráter sobrenatural, “seu mistério de fé”, para converter-se nada mais que num ato de religião natural.
Estas Missas novas não somente não podem ser motivo de uma obrigação para o preceito dominical, senão que além disso com relação a elas há que seguir as regras da Teologia moral e do Direito Canônico, que são as da prudência sobrenatural com relação à participação ou à assistência a uma ação perigosa para nossa fé ou eventualmente sacrílega.
Deve-se dizer então que todas essas Missas são inválidas? Desde que existem as condições essenciais para a validez, ou seja, a matéria, a forma, a intenção e o sacerdote validamente ordenado, não se pode afirmar o contrário.
As orações do Ofertório, do Cânon e da Comunhão do Sacerdote que circundam a Consagração são necessárias à integridade do Sacrifício e do Sacramento, mas não a sua validez. O Cardeal Mindszenty na prisão, escondido de seus carcereiros, pronunciava as palavras da Consagração sobre um pouco de pão e vinho para alimentar-se do Corpo e Sangue de Nosso Senhor; certamente realizou o Sacrifício e o Sacramento.
À medida que a fé dos sacerdotes se corrompa e que não tenham mais a intenção que põe a Igreja (porque a Igreja não pode mudar de intenção), haverá menos Missas válidas. A formação atual não prepara os seminaristas para cumprir com a validez das Missas. O Sacrifício propiciatório da Missa não é mais o fim essencial do Sacerdote. Nada mais decepcionante e triste que ouvir os bate-papos ou comunicados dos Bispos sobre a vocação, a raiz de uma ordenação sacerdotal. Já não sabem o que é um Sacerdote.
Para julgar a falta subjetiva de aqueles que celebram a Nova Missa e dos que assistem, devemos aplicar a regra de discernimento dos espíritos segundo as diretivas da teologia moral e pastoral. Devemos atuar sempre como médicos de almas e não como juízes e verdugos, como estão tentados a fazer quem está animado por um zelo amargo e não pelo verdadeiro zelo. Que os jovens sacerdotes se inspirem nas palavras de São Pio X em sua primeira encíclica e nos numerosos textos de autores espirituais como os de Dom Chautard: “A alma de todo apostolado”, Garrigou-Lagrange no II tomo de “Perfeição cristã e contemplação”, e Dom Marmion em “Cristo, ideal do Monge”.

8 de novembro de 1979
Retirado do Livro “La Misa Nueva – Mons. Marcel Lefebvre” Editora ICTION, Buenos Aires 1983.

Fonte:http://www.fsspx.com.br/

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