sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O pecador expulsa Deus do seu coração


Retira-te de nós, pois não queremos conhecer os teus caminhos” (Jó 21, 14). 
 O pecador sabe que Deus não pode ficar com o pecado. Vê que pecando obriga a Deus a afastar-se. Diz-lhe portanto, não com palavras, mas de fato: Senhor, já que não podeis ficar junto com o meu pecado, e quereis partir, podeis ir-Vos embora. Expulsando assim Deus de sua alma, deixa entrar imediatamente o demônio, que dela toma posse. Que baixeza! Irmão meu, dize-me: praticaste tu também tão grande vilania para como Jesus Cristo?... terás a triste coragem de a tornares a praticar no futuro?
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Meu Redentor, todas as vezes que pequei, expulsei-Vos de minha alma e fiz tudo que Vos deveria tirar a vida, se ainda pudésseis morrer. Eu Vos ouço perguntar-me: Que mal te fiz, e em que te desagradei, para me causares tantos desgostos? – Perguntais-me, Senhor, que mal me fizestes? Destes-me o ser, e morrestes por mim: É este o mal que me haveis feito. Que deverei, pois, responder? Confesso que mereço mil infernos, e é justo que a eles me condeneis. Lembrai-Vos, porém, do amor que Vos fez morrer por mim na cruz; lembrai-Vos do sangue que por mim derramastes, e tende piedade de mim.
Mas já o sei, não quereis que desespere. Ou antes avisai-me de que Vos conservais à porta do meu coração, donde Vos bani, e que nela estais batendo por meio das vossas inspirações, a fim de novamente entrar. Gritai-me que eu abra. Sim, meu Jesus, expulso o pecado, arrependo-me de todo o meu coração, e amo-Vos sobre todas as coisas. Entrai, meu amor, está aberta a porta. Entrai e nunca mais Vos afasteis de mim. Prendei-me com os laços do vosso amor, e não consintais que me torne a separar de Vós. Não, meu Deus, não queremos mais separar-nos. Abraço-vos, aperto-Vos ao meu coração. Dai-me a santa perseverança. Não permitais que me separe de Vós.

Maria, minha Mãe, socorrei-me sempre, rogai a Jesus por mim. Alcançai-me a felicidade de nunca mais perder a sua graça.


Santo Afonso de Ligório

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