Compartilhamos com nossos leitores um vídeo trecho de uma conferência dada por Don Francesco Ricossa, padre do Instituto Mater Boni Consilii. Como o vídeo está em italiano trazemos aos leitores um resumo em português da argumentação que serve para aprofundamento da questão.
Resumo:
Introdução
Há quem diga que tal nunca possa acontecer, e isso por um privilégio dado por Cristo, segundo o qual o papa poderia cometer pecados, mas nunca pecados contra a fé.
Há porém quem diga que sim ele poderia cometer o pecado de heresia, como qualquer outro fiel.
I – Quando os teólogos consideram a hipótese do papa herético eles não a colocam como contrária de forma absoluta à Fé.Inclusive ele afirma que não haveria nem discussão teológica, seria como discutir se houvesse uma quarta pessoa da Trindade.
[Para entender a importância das discussões teológicas para nossa fé ver os princípios da teologia católica, artigo futuro]
II – O que aconteceria se houvesse então um papa herege?
Para os tomistas o herege oculto não é realmente membro da Igreja, embora aparentemente seja. Porém, o herege oculto continuaria papa, mesmo sem ser membro da Igreja. E o fato é possível de maneira excepcional, precária e transitória mediante uma suplência da parte de Cristo, e Cristo o faz (mantendo sua jurisdição e autoridade) em vista do bem da Igreja.
Qual bem estaria em vista? Que bem se pode tirar de um herege oculto governando a Igreja?
Disputas sobre a possibilidade de alguém não ser papa devido à acusações de heresia oculta.
III – Se acontecesse que um papa como doutor privado pecasse contra a fé (num artigo ou livro, ou conversando com o vizinho afirmasse uma heresia)?
A. São Roberto Bellarmino pensa que isso não aconteceria, porém se acontecesse ele pensa que ele deixaria ipso facto de ser papa.
São Roberto fala isso pra evitar o conciliarismo, evitar que a Igreja (bispos e cardeais) depusesse o papa, como se o conjunto dos bispos fosse maior que o papa. Para evitar essa heresia ele afirma que Deus mesmo o teria deposto; os bispos ou um concílio na verdade só declararia que ele foi deposto por Deus. Sendo assim haveria uma declaração, mas a queda não se daria por força da declaração, essa seria apenas uma constatação.
B. Os da escola dominicana, entre eles o dubioso Journet, afirmam que o papa herege como doutor privado não perde o pontificado. Isso se daria por uma suplência da parte de Cristo em vista do bem da Igreja.
Isso porque o mal que ele faria a igreja seria secundário e acidental. Enquanto papa ele governaria retamente, daria a Igreja a verdadeira missa, os verdadeiros sacramentos, condenaria os hereges, ensinaria a verdade, legislaria de maneira católica.
Porém (UM GRANDE PORÉM), os dominicanos que acreditavam nisso como um estágio transitório, porque, por direito divino (São Paulo), o Homem herético, após duas advertências, deve ser evitado. Ora, um católico não pode evitar a própria cabeça. Assim, esse permanecer papa, na hipótese dos dominicanos, e todos os teóricos dela, é provisório devendo-se chegar ao ponto de tirá-lo de onde está, até que cesse de ser Papa.
Conclusão:
Don Ricossa diz que nenhum desses casos pensados pelos teólogos tem a ver com a situação atual por duas razões:
– Não estamos diante de erros ensinados como doutor privado, mas como doutor público. Os papas do vaticano II agem também como doutores públicos.
– Hoje não haveria uma autoridade que pudesse intervir.
Fonte:http://catolicoromano.com.br
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