quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Perguntas e Respostas

Pergunta:
Diogo, teria como você explicar para Juan as bases e o por que do movimento sedevacantista existir?



Resposta:
As razões são basicamente estas: era uma vez uma heresia chamada modernismo, neta do protestantismo, que gerou o racionalismo, que gerou o liberalismo, este mesmo liberalismo sistematizou-se na forma de modernismo. O modernismo foi condenado por São Pio X, mas continuou existindo nas sombras nas décadas subsequentes, dando origem ou tomando o controle de coisas como o movimento litúrgico, o movimento bíblico, o movimento operário, a Nova Teologia e assim por diante.

 Em 1958, um deles foi eleito e escolheu justamente o nome de um antipapa da Idade Média, este é o famoso João XXIII, conhecido na imprensa judeo-maçônica de então como "o Papa bom", evidentemente o papa bom para os maçons, judeus e comunistas, nada bom para os católicos. A sua Pacem in Terris abriu caminho para o "diálogo" com o comunismo, seu novo missal levou a reforma litúrgica a um outro patamar, mas o mais importante de tudo foi mesmo a convocação do Concílio Vaticano II, no qual - logo no discurso de abertura - o dito cujo condenou "os profetas da desgraça" (isto é, todos os místicos que anunciavam a desgraça que estava por vir e até o julgamento de simples homens, munidos de bom senso) e pediu por uma abertura da Igreja... os modernistas sabiam o que ele queria dizer com isso e foram capazes de começar o programa de revolução doutrinal e disciplinar que seria ratificado por Paulo VI, três anos mais tarde.

 Paulo VI, também ele envolvido com o comunismo e a sua forma antropológica (o pseudo-tomista personalismo), criou vários mecanismos para consolidar a revolução modernista: "reformou" os ritos da Santa Missa e dos sacramentos em geral, criou o bispo emérito e proibiu que cardeais mais velhos votassem (obviamente para que os mais antigos não tivessem influência em um futuro conclave) e fez muito, muito mais. Isso é mais ou menos o começo de nossa história. Temos, então, um fato: houve já aí uma mudança substancial na doutrina e na disciplina da Igreja Católica, uma verdadeira mudança doutrinal e disciplinar, a qual seria radicalizada por João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

E temos também um fato doutrinal tão certo e evidente quanto este fato histórico: a Igreja não poderia mudar substancialmente sua doutrina e disciplina, pois é de sua natureza mesma ser imutável em sua doutrina e constituição; o termo técnico para isto é indefectibilidade. Pois bem, a Igreja também ensina que um verdadeiro papa impede que "as portas do inferno" prevaleçam contra a Igreja, isto é, que heresias como o modernismo alterem a doutrina e constituição da Igreja.

 Ora, como foi visto, os ditos papas conciliares não só não lutam contra o modernismo, mas eles mesmos o promovem. Portanto, "pelos frutos os conhecereis": o que eles fizeram não pode ser obra de membros da hierarquia da Igreja, sob a assistência do Espírito Santo, mas unicamente de pessoas que abandonaram a religião verdadeira pela profissão de uma falsa doutrina, ou melhor, de um falso sistema, o modernismo.

 É sabido que uma pessoa que um herege manifesto deixa automaticamente de ser um membro da Igreja e por conseguinte não pode ocupar nenhum ofício na Igreja. Essa é a única forma católica de explicar a revolução conciliar: não foi obra de Pedro, mas de Judas; não foi um ato do magistério legítimo, mas a realização de rebeldes declarados,  traidores da religião que juraram defender.

Não é absurdo e contra as promessas de Cristo que pastores se tornem lobos ou que lobos se disfarcem de pastores, mas é certamente contrário a promessa de Cristo que pastores legítimos sejam verdadeiros lobos. Portanto, não reconhecemos os modernistas como legítimos pastores, antes os temos na conta de lobos vorazes e inimigos declarados da santa religião católica. Associar-se com eles seria o equivalente a tomar parte na sua traição do catolicismo, fazendo pouco do sangue dos mártires, da fé dos confessores, da doutrina dos doutores e do magistério de todos os papas legítimos que precederam o assalto modernista ao Papado. Nos cabe preservar a fé e denunciar os promotores e cúmplices do modernismo.

(by Diogo Rafael Moreira, controversiacatolica.com)

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