sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A missa nova é válida?


           Atualmente nos meios tradicionais muitos se perguntam se a missa reformada por Paulo VI é válida. Bem, primeiramente temos que ir pela lógica, pelo fato de chamarmos a missa nova de "missa" ela em si deveria ser uma missa válida pois foi aprovada canonicamente pela Igreja e é celebrada pelo Santo Padre em Roma. Sabendo então disso devemos considerar tal lógica e ver o que poderia invalidar esta missa, em primeiro lugar a coisa mais importante seria a ordenação dos padres que a celebram, pois se não for ordenado corretamente evidentemente a missa será inválida pois não terá o poder sacerdotal em suas mãos para celebrar o Sacrifício. Vejamos por pontos:


1- O novo rito de ordenação Sacerdotal

        Um dos pontos que poderia invalidar quase praticamente todas as missa novas do mundo inteiro seria o novo rito de ordenação Sacerdotal, pois inúmeros teólogos levantam dúvidas quanto a validade deste rito. Primeiro olhemos para o que disse D. Lefebvre no dia das sagrações em Écone (perdoem-me a péssima tradução) "Vocês bem sabem, meus queridos irmãos, que não pode haver padres sem bispos. Quando Deus chama-me isso certamente vai não ser longo do qual estes seminaristas recebem o sacramento da Ordem? De bispos conciliares, que devido a suas intenções duvidosas, conferem sacramentos duvidosos? Isto não é possível." O próprio D. Lefebvre insistia em querer ordenar novamente os padres ordenados pelo rito novo pois o grau de dúvida e as razões teológicas para invalidá-lo seriam enormes.
      O incidente das modificações do ritual de ordenação é o pior de todos pois invalida o sacramento. O Concílio Vaticano II declarou que o ritual da Ordem deveria ser revisado tanto a cerimônia como os textos, indo contra o que havia decretado Pio XII de que ninguém poderia mudar a fórmula essencial deste sacramento na "In Sacramentum Ordenis" ou transgredi-lo de qualquer maneira. Antes da reforma litúrgica na liturgia antiga havia 8 passos envolvendo a ordenação presbiteral, mas as orientações aprovadas por Paulo VI em 1968 reduziram este número para apenas 2 passos. A despeito do Concílio de Trento que havia proibido mudanças tão substanciais como esta, diferentemente do Novo Rito na liturgia antiga os bispos instruem os candidatos ao sacerdócio de que o ofício do padre é oferecer o sacrifício, abençoar, guiar e batizar. Hoje entretanto, os ordinandos são consagrados para simplesmente celebrar a liturgia.
       Todavia a mudança mais significante foi a remoção de certas orações essenciais, então aos padres não é mais especificamente confiado o poder de celebrar o Sacrifício, ou seja, transformar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nem mesmo lhes é confiado o poder de perdoar os pecados, essas omissões se aproximam enormemente das remoções feitas na liturgia de ordenação dos protestante no século XVI. A reforma litúrgica reduziu o sacerdote a um mero presidente de assembleia, olhando para isso parece-nos que Lutero e Calvino finalmente triunfaram na Igreja, também pelo fato de depois do Vaticano II muitos protestantes utilizarem o missal reformado para suas ceias.E justamente por causa destas mudanças questionáveis muitos teólogos levantaram várias dúvidas quanto a validade da Ordenação pós-conciliar.
    Portanto se os bispos ordenados com este rito ordenam padres com o mesmo rito logo é evidente que suas missas são inválidas. Viria então a pergunta o Papa Bento XVI é mesmo Papa, já que foi ordenado bispo em 1977 com o Rito Novo, antes de responder já quero dizer que não me considero sedevacantista e nem papólatra eu aceito o Primado de Pedro atual, mas então Bento XVI é bispo? Se ele é bispo ou não, não posso dizer pois não sou teólogo, mas Papa ele é pois mesmo modernista foi declarado e aclamado Papa, mas claro o Novo Rito tem muita chance de ser inválido. Logo frequentar as missas de padres ordenados com este Rito com certeza seria inválida, pois o prórpio D. Lefebevre disse em 1970 que o Novo Rito era absolutamente inválido. Podemos resumir o fato do novo rito ser inválido na seguinte frase "os modernistas alteraram as palavras essenciais mediante a remoção da ideia da plenitude do sacerdócio".
     Este é portanto um dos motivos essenciais pelo fato de a maioria das missas novas celebradas pelo mundo serem inválidas. Com certeza D. Lefebevre estava certo, o novo rito é inválido.

2- O uso do pão de trigo e do vinho de uva

        Outro dia mesmo li no site da Montfort o padre Fábio de Melo falando que o vinho da missa pode ser trocado por suco de uva, à parte se ele foi ordenado corretamente, mas isso é completamente um absurdo! O Papa João Paulo II na Redemptionis Sacramentum disse em seu artigo 50 "O vinho utilizado na celebração do santo sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, genuíno, não alterado, nem misturado com substâncias estranhas. Na mesma cerimônia da Missa se mistura ao vinho uma pequena quantidade de água. Cuide-se com a máxima preocupação para que o vinho destinado à Eucaristia seja conservado em perfeito estado e não se torne vinagre. É absolutamente proibido usar vinho, sobre cuja constituição e proveniência há dúvida. Não se admita, depois, sob nenhum pretexto preferir usar outras bebidas de qualquer gênero que seja, que não constituem matéria válida". 
        Existe mesmo atualmente uma questão sobre a matéria adequada para a Eucaristia, os ingredientes apropriados se assim o deseja. Mais especificamente a Igreja sempre ensinou que o pão ázimo deve ser feito de farinha de trigo e água natural e que o vinho deveria ser feito de uvas maduras, tais elementos quando consagrados tornam-se o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor, como perfeita vítima sacrifical. Podemos comparar com o Antigo Testamente em que Deus pede que sempre L'he seja oferecido o melhor, um cordeiro sem defeitos, não poderia ser um cordeito cego, manco, aleijado ou pequeno. Era preciso dar o melhor, conforme o Gênesis Abel ofereceu a Deus o primogênito de seu rebanho, seus melhores animais para chegar o mais próximo de um sacrifício perfeito, isso agradava a Deus e foi aceito. Mas Cain ofereceu frutos da terra e Deus não gostava de tais presentes.
      Então como se pode dizer no ofertório da missa nova "fruto da terra e do trabalho humano" ou  "fruto da vinha", é por acaso isso que Deus Pai merece? Com certeza é um sacrifício inferior assim como era o de Cain. Assim se oferecemos a missa no Novo Ordo a Deus o senso comum fala abertamente que estamos oferecendo algo menos nobre, menos maturo e menos sublime do que se oferece na missa antiga. Na missa nova até mesmo biscoitos são substitutos do pão ázimo e o suco de fruta ou refrigerante toma o lugar do vinho.
    Padres que celebrem a missa com suco de uva invalidam o sacrifício pois é da consagração do vinho que se tira o essencial da missa. Neste caso aquele que fizesse isso deveria ser denunciado ao bispo responsável. O uso de pão sem glúten também invalida a missa, o pão ázimo é essencial para o sacrifício ser de agrado de Deus, não se pode mudar isso, pois o é dogmático e infalível. Isto seria com certeza mais um motivo para as missas celebradas por padres como Fábio de Melo que a celebra com suco de uva serem inválidas.

3-  A pronúncia das palavras da Consagração

       Também ouvi de um sacerdote de que o essencial para a missa ser válida era a intenção do sacerdote que bastava sem nem sequer lembrar que a pronúncia das palavras da consagração são essenciais, e devem ser mesmo as palavras proferidas por Nosso Senhor Jesus Cristo na véspera de sua Paixão e não palavras inventadas. Já assisti várias missas em que o sacerdote muda as palavras da consagração a seu bel prazer e isto é completamente errado, não se pode mudá-la de jeito nenhum. Vejamos, por exemplo, que o padre age "in persona Christi" quando consagra as espécies do pão e do vinho e logo necessita enormemente de pronunciar as palavras que Cristo pronunciou em seu sacrifício incruento.

4- A intenção do sacerdote

       Por fim um último motivo que invalidaria boa parte das missas novas celebradas atualmente é a intenção do sacerdote que para que a missa seja válida tem a necessidade de ter a intenção do Sacrifício incruento de Nosso Senhor que seria ser propiciatório, eucarístico et cetara. Um dos problemas das missas novas atuais é que muitos sacerdotes não creem na presença real de Cristo na Sagrada Hóstia, ou senão afirmam que pela Consagração Cristo fica presente no povo. E é evidente que essas missas não são válidas pois os sacerdotes não tem a intenção de fazer o que a Igreja sempre fez. Já foi comprovado que 70 por cento dos ditos padres atuais não creem na transubstanciação. 
    O problema é que com tantas profanações nas missas atuais as missas não se tornam em si inválidas, mas ilícitas e nenhum católico está autorizado a assistir uma missa com profanações.

5- Um motivo à parte

                               
     Há entretanto um motivo que pode invalidar o Novo Ordo que está fora da tradicional doutrina da Igreja que para a missa ser válida existe a necessidade de matéria, forma e intenção. Este motivo foi criado justamente com a promulgação da missa nova pelo Papa Paulo VI no advento de 1969. O que acontece é que um bom católico tradicional se pergunta o seguinte "o padre validamente ordenado que celebra o Novo Ordo tem a consciência limpa de que a missa é um sacrifício latrêutico, eucarístico, propiciatório e impetratório, será que estes padres sabem que quem dizer que a missa é somente um sacrifício de louvor está excomungado e amaldiçoado conforme o Concílio de Trento, sabem eles que é Jesus Cristo que realiza todas as missas por meio da alma do sacerdote". Ou senão sabem de coisas óbvias como a presença real de Cristo na Santa Hóstia.
   Eu pessoalmente já ouvi absurdos de que a missa é a celebração da Páscoa, ou seja, da ressurreição de Cristo, uma mera ceia protestante cheia de brocados inúteis, é o que estes padres pensam, e é óbvio que é uma tristeza isto. O problema que eu quero lhes mostrar é que a nova missa não garante mais a intenção tradicional do sacerdote, pois a própria Instrução Geral do Missal Romano da nova missa diz que a mesma é uma ceia, só com isto eu já presumiria uma dúvida na validade da missa como sacrifício. E aqueles que sofrem são os pobres fiéis que por um ultrajante desapego do clero moderno das verdades fundamentais da fé enganam suas ovelhas com uma missa fabril. E ainda a intenção dos sacerdotes são duvidosas, poucos sabem qual é a mesma. Por conseguinte estas missas são inválidas, e a mudança da substância do sacramento modificada no Novo Ordo também muda a intenção do sacerdote, porque as palavras de Nosso Senhor na consagração são "por muitos" e não "por todos" e é evidente que a intenção do sacerdote será derramar o preciosíssimo sangue de Cristo por todas as almas do mundo até mesmo aquelas em estado de pecado mortal.
    A mudança na forma da missa é crucial para não haver consagração, pois a revisão na mesma é o que podemos considerar mais danoso. E esta mudança invalida a missa, a afirmação de Nosso Senhor é que seu sangue "será derramado por vós e por muitos", a afirmação "por vós e por todos" não tem absolutamente nada a ver com as palavras de Cristo, a diferença é óbvia. E essas mudanças introduziram o conceito de salvação de todos e não é nisso que a Igreja crê, não era essa a intenção de Nosso Senhor. É muito claro que há pessoas no inferno, por exemplo, Martinho Lutero, o qual São Thomas More classificou de "louco" e "imundo". Curiosamente os outros ritos católicos e até mesmo a igreja episcopal mantêm as palavras "por muitos" em seus cânones, apenas a seita luterana e a Igreja Conciliar mudaram as palavras de "por muitos" para "por todos".
    Um outro problema aqui seria a mudança na missa nova das palavras "mistério da fé" que do meio da consagração do vinho passou-se para após a mesma, e eram estas palavras que reconheciam a transubstanciação. De acordo com a Sagrada Tradição estas foram as palavas de Cristo, confirmadas por papas através dos séculos e preservadas no tempo em "Quo Primum Tempore". Mas na missa de Paulo VI estas palavras se referem às declarações protestantes de que Cristo morreu, Cristo ressuscitou,  Cristo virá novamente, mais do que o óbvio que um artigo de fé e que não se trata de nenhum mistério. Ficou claro então que a presença real, a veracidade do sacrifício e os poderes do sacerdote tornaram-se inválidos. Pontos da doutrina que com precisão na missa antiga são afirmados sem a menor sombra de dúvida.

Conclusão

                            
     Por todos estes motivos não sobram argumentos para dizer que o Novo Ordo seja válido. A missa nova pela própria essência do que consta em seu missal é inválida,  o contrário acontece com a intenção do sacerdote na missa antiga, portanto concluímos a invalidez desta missa, tomemos por exemplo que o sacerdote ordenado com rito novo não teria poder de celebrar a missa.
       Está aí mais um motivo para não assistir a missa nova que pode ser acrescido as 62 razões dos padres tradicionalistas de Campos, ou seja, a invalidez desta missa. A missa nova não exige todo o necessário para ser válida que são o sacerdote corretamente ordenado, intenção tradicional, pão de trigo e vinho de uva e proferir as palavras da Consagração, as mudanças ocorridas na oração eucarística confirmam completamente o que digo e afirmo. Termino com um trecho de um livro elogiado pelo Cardeal Ratzinger e Silvio Odi de Monsenhor Kalus Gamber " É preciso ir até o ponto de afirmar, como por vezes acontece, que o Novo Ordo seria de si inválido. Mas o número de missas verdadeiramente inválidas poderia ter aumentado bem desde a reforma litúrgica"

Viva Cristo Rei!

http://gustavotrovador.blogspot.com.br/2013/01/a-missa-nova-e-valida.html

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