quarta-feira, 6 de março de 2013

CARTA DE UM PÁROCO A SEUS PAROQUIANOS


UM PÁROCO DA DIOCESE DE SESSA AURUNCA DECIDIU NÃO CELEBRAR MAIS A MISSA SEGUNDO O NOVUS ORDO
O Padre Louis Demornex é Pároco de Fontanaradina di Sessa Aurunca, na provincia di Caserta, Itália. Ao comunicar ao seu bispo sua decisão, recebeu repreensões e sanções. Foi afastado da paróquia. Mais tarde foi reintegrado, mas seu caso ainda está em "julgamento". Coisas da "Outra", como Corção gostava de chamar a nova Igreja de Vaticano II. Enquanto isso, o carnaval ecumênico de Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria, ou os shows do Pe. Marcelo não precisam de "julgamento", pois fazem parte dos seus ritos. 

As cartas foram colhidas no site italiano Inter multiplices una vox

Por quê retornar à Missa de São Pio V
O motivo determinante é a questão dos Fragmentos consagrados que estão sendo profanados de todos os modos possíveis:

1 - Na distribuição da comunhão:
- sem a patena, os Fragmentos caem pelo corpo do comungante ou pelo chão e são pisados, varridos e dispersos;
- dada a Hóstia na mão, restam Fragmentos grudados na mão do Comungante ( Por quê até 1989 era sacrilégio tocar o Santíssimo e hoje isso virou ato de devoção? Onde está a verdade?);
- Nem sequer falamos do modo com que certas pessoas guardam a Partícula ou a levam embora com as mais diversas intenções.

2 - Depois da Comunhão, o Sacerdote:
- não purifica mais as mãos e nem se lava, mas simplesmente joga fora a água;
- grande desleixo no modo de purificar a patena ou a pisside com o purificatório, pelo qual os Fragmentos acabam ficando grudados no tecido e dispersos.

Tudo isso nos faz pensar numa mulher que joga o fruto da sua concepção na lata do lixo. Ora todos esses modos de agir há algum tempo atrás eram considerados sacrílegos. E por que não são mais?
- Ou não crêem mais que cada Fragmento seja Jesus Cristo inteiro e portanto são heréticos……

- Ou crêem e são sacrílegos.

Nós Católicos cremos na "transubstanciação", termo que significa a mudança de uma substância para uma outra. Por exemplo se o chumbo se tornasse ouro, mudaria sua substancia para aquela do ouro, de Pb se tornaria Au, até mesmo no nível do átomo que é a menor partícula, infinitamente pequena. Todos compreendem que um miligrama de ouro ou um quintal de ouro é sempre ouro.

O mesmo se dá com a Santa Missa: da substancia do pão se passa para a substancia do Corpo do Senhor e a ciência nos ajuda a compreender exatamente que tal passagem ocorre até mesmo a nível do "infinitamente pequeno".
 Esta é a fé de sempre mantida pela Igreja Católica. Dogma de fé que jamais poderá ser mudado já que o Dogma é a eterna Verdade revelada. E então como é possível justificar novidades tão negativas? De onde saiu um modo de agir tão irreverente, senão de um rito que leva a este triste êxito? Eis porque eu tive que tomar distância de um rito que de tantos modos profana o Santíssimo ( comunhão na mão, tabernáculos removidos e esquecidos, Eucaristia na mão de "ministros extraordinários", quer seja homens ou mulheres, Missas inventadas, inculturadas...etc)

È absolutamente impossível seguir tal anarquia e pretender espelhar a fé Católica constante. Portanto tudo isso me obriga a tomar uma decisão: rechaçar todas essas novidades, por amor à Verdade, à Eucaristia, à Igreja e às vossas almas que têm direito à salvação por meio da graça.

Vocês me perguntarão porque demorei tanto a chegar a estas conclusões. Pois bem, eu busquei comunicar a fé católica através desses novos ritos, eu busquei rezar a Missa voltado para o povo por dois anos na esperança de exprimir também assim a fé Católica. Mas a Missa voltado para o povo se torna obrigatoriamente oferta ao povo, na sua língua, com os seus cânticos. Torna-se um banquete, um convívio de festa, de fraternidade, uma reunião calorosa, dinâmica, participativa, alegre, enfim uma coisa da terra. Eu assisti certos ritos assim alegres e festivos que verdadeiramente , ainda que tivessem uma aparência simpática, faziam com que fosse impossível ver ali o Sacrifício do Calvário renovado na sua tremenda dramaticidade.


Temos então que nos confrontar com duas realidades totalmente diversas:

A - A Missa oficial atual;
que se assemelha a um banquete, a uma comunhão fraterna entre os presentes para rezarem juntos celebrando a memória da última ceia de Jesus com os seus discípulos, pela qual Jesus está presente espiritualmente em meio aos fiéis
(cf. art. 7 do missal romano). Sendo este rito dirigido aos fiéis, é lógico que deve ser dito em alta voz, em uma língua compreensível, ( até mesmo dialetos) freqüentemente inventado ou improvisado, variando segundo o lugar, hora, estação, idade dos presentes, a sua classe. Sem falar da música!

Mas vocês estão seguros de que em todas essas variações, caprichos, evoluções, improvisações, fantasias está sendo sempre expresso integralmente o dogma, a Verdade Católica?


Vocês estão seguros de atingirem a plenitude da graça que provém do rito perfeito definido pela Igreja por ocasião do Concílio de Trento?
Desta anarquia, desordem, criatividade, confusão litúrgica surge obrigatoriamente a confusão espiritual do povo cristão que criou uma religião do comodismo: entrar numa igreja com vestes indecentes, bater papo sem nenhum constrangimento diante do Santíssimo, sem nem mesmo uma pequena genuflexão, uma saudação, simplesmente como se não existisse.

E sobretudo pegar a Hóstia com a mão como se fosse um pedaço de pão ordinário, sem o menor cuidado com os Fragmentos, sem a Confissão prévia, fazer de tudo durante a Comunhão sem nenhuma disciplina moral ou espiritual, freqüentemente em estado de pecado mortal, o qual, por outro lado já dizem que não existe mais.
Quantas surpresas diante do tribunal de Deus ! Realmente é de causar tremor!
Por outro lado, o fato de que o rito dessa Missa seja praticado até mesmo por protestantes de tendência anglicano-calvinista ( altar voltado para o povo), demonstra que ela não exprime mais o dogma Católico.

Vejam o que disse Lutero sobre a Missa Católica: «Afirmo que todos os homicídios, os furtos, os adultérios são ainda menos piores do que esta abominável Missa…… (Sermão do 1E° domingo de Advento). Quando a Missa for derrubada, penso que teremos derrubado o inteiro papado. (Tratado contra Henricum)»».


Na sua carta ao Santo Padre Paulo VI, o cardeal Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício ( não um analfabeto qualquer, portanto, uma pessoa em posto de responsabilidade) disse a propósito da nova Missa: « O Novus Ordo Missae representa, seja no seu todo como nos particulares, um impressionante afastamento da teologia da Santa Missa, tal qual ela foi formulada na sessão XXII do Concilio Tridentino……», e anexou a essa carta um breve exame critico o qual até hoje não recebeu resposta.


B - A Missa Católica, que é a renovação não cruenta do único sacrifício do Calvário, onde Jesus, por meio de si mesmo como Sacerdote, se oferece a Deus Pai para obter o perdão dos pecados dos vivos e dos mortos, é o mistério terrível desta Vítima divina e eterna que renova a expressão máxima de sua compaixão pela humanidade arruinada, corrupta, atraída mais para o mal do que para o bem, excluída do Paraíso, presa à própria malícia e ao demônio.
A Missa católica é portanto súplica, a oferta do Redentor que se faz pecado para lavar no seu Sangue os nossos pecados.

Esta Missa deve ser seguida com respeito, profundo silêncio, contemplação devota, participação comovida do coração que contempla e se une à ação do seu Redentor que ali se apresenta, feito pecado, ao justo Juiz que sobre tudo faz um exame exato, e intercede a nosso favor para que sejamos perdoados.

 Jesus diz ao Pai: «Pai, olha para esta perfeita adoração, para esta perfeita reparação que te ofereço com o meu Sangue puríssimo tirado de uma Virgem para que se tornasse purificação dos pecados de todo o mundo. Olhando para o meu Sangue, o meu amor, a minha dor, a minha oração, perdoa-lhes, esqueça de seus pecados, olhe apenas para mim que te amo com amor eterno, perfeito, infinito, que os amo mais do que minha própria vida, por isso os tornei preciosos porque foram comprados a preço do meu próprio Sangue divino.» E nós expectadores, adoradores desta súplica, devemos unir nossos corações ao coração de Jesus que fala por nós, a nosso favor. Deixemo-lo falar com as palavras e os gestos que a Igreja definiu e canonizou através dos séculos.


Eis aqui alguns documentos da Igreja, referentes à Missa:
- Concilio de Trento: decreto e cânones sobre a Missa:


Cap. 4:
«E porque as coisas santas devem ser administradas santamente e, de todas, este é o sacrifício mais santo: A Igreja Católica, para que esse pudesse ser oferecido e recebido dignamente com todo o respeito, estabeleceu desde muitos séculos o sagrado cânon, de tal forma purificado de qualquer erro, que não contém nada que não exale grande santidade e piedade e não eleve a Deus a mente daqueles que o oferecem. Este, de fato, é composto seja das mesmas palavras do Senhor, seja da Tradição apostólica e também de tudo o quanto foi estabelecido piamente pelos Santos Pontífices.» (n° 1745).

O culto de adoração, a oferta do sacrifício é portanto algo definido pela Igreja, desde sempre e não pode ser modificado, alterado, proibido.

- Da Bulla Quo primum tempore de São Pio V de 14 de julho de 1570:


«Já que é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de salmodiar e um só rito para celebrar a Missa, parecia-nos necessário providenciar, o mais cedo possível, o restante desta tarefa, ou seja, a edição do Missal. Para tanto, julgamos dever confiar este trabalho a uma comissão de homens eruditos. Restituíram o mesmo Missal na sua antiga forma segundo a norma e o rito dos santos Padres……
« A Missa não poderá ser cantada ou recitada de outro modo senão aquele prescrito pelo ordenamento do Missal por nós publicado……
« Por Nossa presente Constituição, que será valida para sempre, Nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao Nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado
.
«« Além disso, em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa incorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre. Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força.

« Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição.

Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário